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Estudo de Caso- Ansiedade e Depressão

Professor Gustavo Siquara

Discente Júlia Diniz G. Ferrero

1) Relacione os principais sintomas comportamentais apresentados


por Jéssica com as estruturas do cérebro que sofrem alterações
nesses transtornos.
Quando uma pessoa está deprimida, como no caso Jéssica, que
apresenta sintomas clássicos da depressão: sensação de cansaço
constante, tensão constante, preocupação excessiva ou fantasias
catastróficas sobre o futuro; ideação suicida, sono interrompido
(insônia), diminuição do apetite sexual, dificuldade de manter a atenção,
irritabilidade, retração, baixa no sistema imunológico; isso é devido ao
cérebro estar sofrendo alterações químicas que desencadeiam
sentimentos negativos, e ela vai precisar de ajuda para voltar ao seu
funcionamento normal. É como se essa rede de neurônios do cérebro
ficasse muito ativa, então o indivíduo não consegue desengajar o humor
de aspectos negativos, e aí vem a tristeza e a anedolia, que (dificuldade
de experimentar prazer nas coisas). Por conta disso, dizer para alguém
deprimido “se animar e sair de casa” não faz sentido, pois o indivíduo
não é capaz por questões químicas que estão ocorrendo em seu
sistema.
As principais regiões onde se encontram as alterações são a substância
branca subcortical, periventricular e frontal e o núcleo caudado,
especificamente em bipolares e idosos unipolares. Esses dados dão
reforço à idéia de que a depressão seja um processo subcortical, ao
menos em algumas de sua formas de apresentação (Brumback, 1993).
Os principais neurotransmissores envolvidos na depressão são a
serotonina e a noradrenalina. Quando há um desequilíbrio na produção
delas, a doença se instala. Ter em mente que a depressão é uma
doença de origem biológica permite ao indivíduo acometido e sua família
a encararem o problema por uma perspectiva de menos culpabilização
do sujeito.
2) Diferencie as alterações cognitivas de pacientes ansiedade ou
depressão?

Indivíduos que sofrem de ansiedade, apresentam como alteração


cognitiva principal um quadro de angústia constante, acompanhados por
tensão e inseguranças constantes. Esses fatores levam o sujeito a
vivenciar diversos sintomas físicos, como enjôos frequentes,
vertigem/tontura, taquicardia/arritmia, dificuldade para respirar, entre
outros. A ansiedade també, leva o sujeito a distorções cognitivas tais
quais preocupação excessiva, dificuldade de concentração, tremores,
paralisação, dificuldade de falar em público e evitação social.
Já a depressão é um quadro marcado principalmente por um sentimento
de tristeza constante e sua intensidade varia em cada quadro, podendo
ser leve e constante, ou uma tristeza profunda e periódica. As distorções
cognitivas causadas pela depressão são prejuízo na memória, prejuízo
na atenção, prejuízo no sono, prejuízo ao raciocínio lógico, perda de
apetite, irritabilidade, pensamentos catastróficos, ideação suicida, entre
outros.
A ansiedade é um fator frequente e importante em quadros depressivos.
O DSM-5 (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais)
e a CID-11 (Classificação Internacional de Doenças) propõem que se
distinga uma forma de depressão, geralmente moderada ou grave, com
marcante componente de ansiedade, tensão e inquietação psicomotora,
chamada depressão ansiosa ou depressão agitada.
Nem sempre a pessoa que tem depressão se tornará uma pessoa
ansiosa, entretanto, ela tem mais predisposição para desenvolver tal
transtorno.
Tanto a ansiedade como a depressão podem levar o paciente a não
conseguir executar atividades cotidianas. Por isso, quando a pessoa
está com sintomas de ansiedade todos os dias, sem nenhum
acompanhamento médico e nenhum controle, ela pode acabar
desenvolvendo a depressão. Estima-se que, atualmente,4% da
população global sofre com depressão e 3, 6% apresenta transtornos de
ansiedade (World Health Organization [WHO], 2017). No Brasil, os
dados epidemiológicos apontam que a depressão atinge 11, 5 milhões
de pessoas (5, 8% da população), enquanto distúrbios relacionados à
ansiedade afetam mais de 18, 6 milhões dos brasileiros (9, 3% da
população - WHO, 2017).

3) Discuta quais possíveis funções evolutivas das características de


ansiedade e depressão para o nosso processo evolutivo.

A depressão em si, se classifica enquanto uma patologia e por isso não


tem função evolutiva para a nossa espécie, já a ansiedade, fator por
vezes presente de maneira excessiva em indivíduos com depressão, é
um fator que tem função evolutiva para a nossa espécie e presente em
todos os indivíduos, em todas as fases de suas vidas, variando de
acordo com fatores ambientais, e emocionais, de âmbito individual. As
raízes da ansiedade se encontram nas reações de defesa dos animais
em face de estímulos que representam perigo/ameaça à sobrevivência,
ao bem-estar ou à integridade física das diferentes espécies. A
ansiedade pode ser uma reação adaptativa a situações de perigo,
apresentando semelhanças com o que foi formulado por Charles Darwin
na obra "A expressão das emoções no homem e nos animais" (1872).
Para Darwin, o valor adaptativo dessa emoção encontra-se no fato de a
ansiedade ter uma função biológica a cumprir. Para Freud, a ansiedade
é adaptativa não apenas por preparar o animal para lidar com o perigo
por meio da mobilização de energia psíquica, mas também por auxiliar
na detecção antecipada de novas ocorrências do estado de perigo. 

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