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Pericoronarite aguda e crônica

Debridamento e irrigação do espaço pericoronário

Em pacientes com dor e edema localizados, e na ausência de sinais e/ou sintomas de


disseminação sistêmica, deve ser realizado o debridamento mecânico e a irrigação do
espaço pericoronário com solução salina estéril para que os restos alimentares e o
exudato purulento (se presente) possam ser removidos 1,2.

Análise oclusal

Deve ser avaliado se o dente antagonista está traumatizando o tecido pericoronário. Em


caso positivo, o tecido mole deve ser removido e um ajuste oclusal deve ser realizado1,2.

Drenagem

Na presença de um abscesso pericoronário flutuante, a drenagem poderá ser realizada


por meio de uma incisão ântero-posterior profunda no ponto de flutuação do abscesso 1,2.
Na sequência, o tecido periodontal lateral à incisão deve ser elevado com o auxílio de
um elevador de periósteo para facilitar a drenagem da coleção purulenta. O
procedimento deve ser finalizado com a aplicação de pressão digital leve na área.

Antibioticoterapia sistêmica

O uso de antibióticos sistêmicos é mandatório para pacientes que apresentem sinais


clínicos e sintomas de disseminação regional ou sistêmica (linfadenopatia regional,
temperatura corporal elevada, aumento da frequência cardíaca, leucocitose, perda de
apetite e/ou apatia geral)1,2.

Antibióticos como amoxicilina, clindamicina, metronidazol e azitromicina são os


fármacos de escolha1,2. Veja, abaixo, a relação dos principais regimes antibióticos
utilizados no tratamento da pericoronarite com sinais clínicos e sintomas de
disseminação regional ou sistêmica:

Para pacientes com histórico de alergia aos derivados da penicilina:

 Clindamicina 300 mg de 6/6 horas, por 7 dias.


 Metronidazol 250 mg de 8/8 horas, por 7 dias.
 Metronidazol 400 mg de 12/12 horas, por 7 dias.
 Azitromicina 500 mg 1 por dia, por 3 dias.
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A antibioticoterapia isolada sem subsequente debridamento e irrigação do espaço


pericoronário é contraindicada.

Veja, a seguir, as principais recomendações a serem seguidas após a abordagem de


urgência à pericoronarite:
• A administração de analgésicos (dipirona ou paracetamol) está indicada para o alívio
temporário da dor nas primeiras 24 h, podendo prolongar-se em caso de dor;

• A administração de miorrelaxantes está indicada na presença de trismo;

• A descontaminação oral com clorexidina 0,12% duas vezes ao dia está indicada para o
controle do biofilme durante a fase aguda da doença;

• O paciente deverá retornar em 48 horas para a avaliação dos sintomas e sinais clinicos
e nova abordagem, se necessária. O acompanhamento deverá ser mantido até a
resolução dos sintomas;

• Em caso de dor persistente, o uso de um anti-inflamatório não esteróide, via oral ou


intramuscular, está indicado;

• Após a resolução da fase aguda, a extração dentária ou a operculectomia (remoção


cirúrgica dos tecidos moles que circundam a coroa de dente parcialmente irrompido)
podem ser indicadas para prevenir a recorrência da pericoronarite. Encaminhe o
paciente para o cirurgião bucomaxilofacial ou para o periodontista, conforme
necessário.

Como a pericoronarite está muito ligada aos 3° molares, é importante a visualização


radiográfica, considerando a posição e a trajetória de erupção. Caso a erupção não esteja
ocorrendo corretamente, a extração será indicada. Contudo, é importante salientar que a
realização da extração deve ser evitada no período em que os tecidos estão inflamados.
Outra ponderação é sobre a instrução de higiene para a área, evitando que haja o
acúmulo de alimento no local e, consequentemente, volte a haver a formação do
opérculo.

Tratamento de dentes com mobilidade grau III

• Dentes com mobilidade GRAU III são indicados para extração, pois apresentam
prognóstico desfavorável, além do que, podem causar insegurança social e desconforto
funcional para o paciente;
• A estratégia terapêutica deverá incluir reabilitação protética, quando o dente com
mobilidade GRAU III estiver em área estética. Nesse caso, deve-se fazer a contenção
provisória do dente condenado ou sua extração e utilização para a confecção de uma
prótese adesiva. Em ambas as situações, o paciente deverá ser avisado sobre o caráter
provisório do tratamento.

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