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UNIDADE 3: A BOLSA COLETORA: INDICAÇÕES E USO

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desenvolvido e aperfeiçoado pela equipe do Canal Minas Saúde e especialistas do
assunto indicados pela área demandante do curso.

Ficha Catalográfica
_________________________________________________________________
MINAS GERAIS. Canal Minas Saúde. Secretaria de Estado de Saúde de Minas
Gerais. Curso de Assistência ao Estomizado – Unidade 3: A bolsa coletora:
indicações e uso. Belo Horizonte, Minas Gerais, 2013.
Olá! Este é o seu Material de Referência que contempla todo o conteúdo da
Unidade 3 de forma mais aprofundada. Nosso intuito é agregar mais conhecimento
a sua aprendizagem, por isso leia-o com atenção!

Mas, antes de iniciar, conheça os objetivos de aprendizagem previstos para esta


Unidade. Boa leitura!

 Identificar as complicações mais frequentes no


estoma e pele periestoma e conhecer suas causas
OBJETIVOS DE e formas de prevenção e tratamento.
APRENDIZAGEM

 Conhecer os tipos e as indicações de


equipamentos coletores e adjuvantes para
estomas intestinais e urinários.

 Aprender sobre o preparo da pele, manuseio,


aplicação e higienização dos equipamentos
coletores e adjuvantes.
Introdução

O equipamento coletor é de fundamental importância para o paciente que passa por


uma cirurgia geradora de estoma, pois devido à perda do controle voluntário das
eliminações, ele passa a depender do uso desses equipamentos para coletar o
efluente e sentir-se limpo e seguro, podendo se autocuidar e continuar realizando
suas atividades normais.

Existem atualmente uma grande variedade de equipamentos coletores que agregam


as mais variadas tecnologias visando proporcionar conforto, segurança e discrição
ao estomizado. Além de conhecer profundamente esta variedade de dispositivos e
suas respectivas indicações e uso, para a escolha do equipamento coletor mais
adequado deve-se ter em conta as características do estoma, do efluente e da pele
periestoma.

Neste capítulo, vamos conhecer as complicações mais frequentes no estoma e pele


periestoma, as quais podem alterar algumas de suas características, influenciando a
seleção e indicação da bolsa coletora. Além disso, serão apresentados os diferentes
tipos e indicações de equipamentos coletores e como deve ser realizada sua
adaptação, higienização e troca.
Complicações mais frequentes no estoma e pele periestoma:
causas, prevenção e tratamento

Apesar do aperfeiçoamento das técnicas cirúrgicas adotadas para confecção dos


estomas e dos avanços em relação aos equipamentos coletores disponíveis para o
cuidado, que diminuem o desconforto gerado pela presença e funcionamento do
estoma, estes estão sujeitos ao surgimento de complicações em qualquer momento
do pós-operatório. Dependendo do momento do pós-operatório em que ocorrem, as
complicações podem ser consideradas como:

 Imediatas: ocorrem nas primeiras 24 horas de pós-operatório;


 Precoces: ocorrem entre o 1º e o 7º dia de pós-operatório, que corresponde ao
pós-operatório mediato;
 Tardias: ocorrem após a alta hospitalar, quando a pessoa estomizada ou
familiares assumem os cuidados com o estoma.

Independentemente do momento em que ocorre, o surgimento das complicações está


relacionado a diversos fatores como: posicionamento inadequado do estoma,
recidiva da doença de base, cuidados pré, intra e pós-operatórios empregados,
manejo incorreto do estoma e utilização inadequada dos equipamentos coletores.
Dentre as complicações mais frequentes, considerando o momento do pós-
operatório em que ocorrem, destacam-se as seguintes:

Complicações imediatas

 Sangramento ou hemorragia:

Caracteriza-se pela perda de sangue através de vaso subcutâneo ou submucoso,


podendo decorrer da hemostasia inadequada na confecção do estoma, normalmente
limitada à borda de secção do intestino. É tratada com a exploração e hemostasia do
ponto sangrante, sob anestesia local ou, no caso de sangramentos mais
significativos, com revisão cirúrgica. Se o sangramento ocorrer no pós-operatório
tardio e for proveniente do interior do estoma, pode estar associado à recidiva de
neoplasias ou pólipos. Recomenda-se a utilização de equipamento coletor de duas
peças, com bolsa coletora transparente, possibilitando a visualização do estoma.

 Isquemia ou necrose:
Caracteriza-se pela alteração da cor da mucosa do estoma, inicialmente pálida e
depois escurecida, resultante da circulação sanguínea inadequada associada à tensão
ou ligadura no pedículo do seguimento exteriorizado, estrangulamento do estoma
devido à sua exteriorização por orifício muito estreito na parede abdominal ou
sutura mucocutânea com pontos muito apertados. Pode ser parcial ou total. Nos
casos em que acometer até um terço da circunferência do estoma, pode ser tratada
de forma conservadora com observação do estoma, mas nos casos de necroses mais
intensas que comprometem toda a circunferência do estoma ou se estendem a planos
mais profundos da alça, pode ser necessária uma reintervenção cirúrgica.
Recomenda-se a utilização de equipamento coletor de duas peças, com bolsa
coletora transparente, possibilitando a visualização do estoma.

 Edema:
Caracteriza-se pelo tamanho aumentado do estoma, que ainda apresenta-se
túrgido, brilhante e ligeiramente pálido. Pode ser considerado como resposta
fisiológica ao trauma cirúrgico causado pelo manuseio e mobilização da alça
intestinal, pela ligadura de vasos ou pela exeteriorização da alça por orifício muito
estreito na parede abdominal.
Figura 1: Estoma com edema.
Fonte: Enf. Eline Borges (arquivo pessoal).

O enfermeiro responsável deve acompanhar a evolução, uma vez que o edema pode
provocar o aparecimento de necrose devido à diminuição da irrigação sanguínea.
Deve-se esperar e observar o estoma, pois o edema tende a desaparecer após duas
semanas de pós-operatório.

Para a acomodação do estoma edemaciado e evitar trauma na mucosa intestinal, a


placa adesiva deve apresentar um orifício em torno de 5 mm maior que o tamanho
do estoma. Destaca-se que é essencial o uso de medidor para mensuração do
diâmetro do estoma nas primeiras semanas de pós-operatório, até esse adquir o seu
tamanho definitivo. O estoma vai mudando de diâmetro, tornando-se menor devido
à regressão do edema à medida que o tempo passa desde a operação. O diâmetro do
orifício da placa deve ser o mesmo do estoma. Essa recomendação visa evitar deixar
pele exposta ao redor do estoma em contato com o efluente.

Complicações precoces

 Retração ou afundamento:

Esta complicação também pode ocorrer no pós-operatório tardio. O estoma com


retração apresenta altura abaixo do nível da pele, isto é, ocorre a penetração, total ou
parcial, da alça intestinal na cavidade abdominal (desaparecimento da protrusão
normal do estoma para ou abaixo da pele). Pode ser intermitente, nos casos em que
clientes relatam que o estoma desaparece quando ficam sentados ou quando o
intestino está funcionando. As causas mais frequentes de retração são a
exteriorização insuficiente ou má fixação da alça intestinal, aumento ponderal,
remoção precoce do bastão de sustentação da alça, ocorrência prévia de
descolamento mucocutâneo ou necrose, infecção crônica da pele periestoma.

Figura 2: Estoma com retração. Figura 3: Estoma com retração.


Fonte: RNAO, 2009 Fonte: procto.net.br

O tratamento deve ser cirúrgico, nos casos em que o estoma se encontrar fora do
trajeto da parede abdominal, ou conservador, nos casos em que a retração for
parcial, por meio de cuidados locais e adaptação adequada do equipamento coletor.
Recomenda-se a indicação de equipamento coletor de placa convexa, cujo orifício
deve corresponder ao diâmetro e formato do estoma.

 Descolamento mucocutâneo

Caracteriza-se pela ruptura total ou parcial da linha de sutura entre o estoma e a


parede abdominal. Pode ser o resultado de cicatrização pobre, de tensão excessiva
na linha de sutura entre a pele e o estoma, infecção superficial ou devido à
desnutrição, corticoterapia, abdome irradiado. O descolamento mucocutâneo altera o
formato do estoma construído, tornando-o irregular, além de contribuir para o
aparecimento da retração.
Figura 4: Desenho do descolamento mucocutâneo Figura 5: Descolamento mucocutâneo
Fonte: RNAO, 2009 Fonte: Enf. Eline Borges (arquivo pessoal).

A deiscência deve ficar sob a base adesiva para que cicatrize por segunda intenção,
em casos graves, é indicada a reintervenção cirúrgica. Os cuidados envolvem
observação do estágio inflamatório pelo risco de peritonite por infiltração do
conteúdo fecal na cavidade abdominal.

Recomenda-se o uso de equipamento coletor de duas peças para permitir a


visualização do estoma, com placa recortável ou moldável, além do uso de barreira
protetora de pele em forma de pasta para impedir extravasamento do efluente.

Complicações tardias

 Estenose

Caracteriza-se pelo estreitamento do orifício do estoma, tanto em nível cutâneo ou


em fáscia, dificultando a passagem das fezes, podendo determinar quadro de
suboclusão ou oclusão intestinal. Pode estar relacionada a diversos fatores, tais
como:

1) Técnica cirúrgica com fixação inadequada do estoma na camada fascial, à


exeteriorização da alça intestinal por orifício muito estreito na parede abdominal ou
à maturação tardia;
2) Ocorrência de complicações precoces como retração associada à isquemia ou o
deslocamento mucocutâneo;
3) Presença de processos inflamatórios repetidos, e;
4) Ganho excessivo de peso.

O tratamento pode ser cirúrgico, dependendo do grau de estreitamento, ou


conservador, que consiste na tentativa de controlar a estenose realizando a dilatação
digital ou instrumental do orifício do estoma. Recomenda-se o uso de equipamento
coletor com placa convexa.

 Prolapso de alça

Caracteriza-se pela saída parcial ou total da alça intestinal pelo próprio estoma, cujo
comprimento é acima de 5 cm, mas pode variar conforme o paciente. O prolapso
parcial é de aspecto rugoso com preservação do pregueado mucoso da alça
exteriorizada e o prolapso total é de aspecto liso e contém toda a parede da alça,
podendo alcançar grandes volumes. Essa complicação é mais comum em estomas
confeccionados em alça, principalmente do cólon transverso. As causas relacionadas
ao surgimento do prolapso são a exteriorização da alça distante dos pontos de
fixação anatômicos, a não fixação do meso do segmento exteriorizado, grande
abertura do trajeto de exteriorização e aumento da pressão abdominal.

Figura 7: colostomia com prolapso.


Figura 6: Estoma com prolapso. Fonte: Enf. Eline Borges (arquivo pessoal)
Fonte: RNAO, 2009
O tratamento depende do grau de protrusão, podendo a redução do prolapso ser
realizada por meio de manobras delicadas na alça intestinal de modo a ajudar o seu
retorno ao interior da cavidade, ou por tratamento cirúrgico. Recomenda-se o uso de
equipamento coletor de placa plana, mas dependendo do tamanho do prolapso a
bolsa coletora tem que ser maior para acomodar a alça intestinal e o efluente. Para a
definição da abertura da parte adesiva da placa deve-se considerar o estoma na sua
exteriorização máxima. Também se faz necessário o uso de cinto elástico ajustável
com bordas para encaixe em hastes dos equipamentos coletores. Também pode ser
necessário o uso de cinta abdominal ajustável com orifício para a exteriorização da
alça.

 Hérnia periestoma

A pele do abdome também deve ser avaliada quanto à presença de hérnia


peristomal. Essa é uma das complicações que está relacionada à confecção de um
orifício abdominal grande ou, em caso de pacientes obesos e com mau estado geral
ou, ainda pelo aumento da pressão intra-abdominal e localização do estoma em
incisão operatória anterior.

A hérnia periestomal é caracterizada pela saída de vísceras pelo trajeto do estoma,


formando um abaulamento em torno do mesmo. Surge quando há um espaço entre o
segmento intestinal que forma o estoma e o tecido circundante, configurando um
defeito facial. O resultado é a formação de uma saliência total ou parcial na base do
estoma. Durante a criação de estoma é feita uma abertura na fascia para permitir a
exteriorização do intestino. Em alguns pacientes, pode ampliar esse defeito,
permitindo que o intestino faça protuberância na área.
Figura 8: Hérnia periestomal
Fonte: RNAO, 2009

Indica-se cirurgia corretiva apenas quando a hérnia está causando muitos problemas.
Nesses casos, prioriza-se mudar a colostomia de lugar e corrigir a fraqueza
abdominal. Quando a hérnia está associada à fragilidade muscular periestoma de
menor intensidade, o que ocorre em muitos pacientes com colostomia, esses podem
permanecer sem correção cirúrgica. Para esses pacientes estão indicados
equipamentos coletores de placa macia e flexível, além de cinto elástico ajustável
com bordas para encaixe em hastes dos equipamentos coletores. Também pode ser
necessário o uso de cinta abdominal ajustável com orifício para a exteriorização do
estoma.

Figura 9: Cinta abdominal para Estomizado


Fonte: espacodocuidador.blogspot.com
Figuras 10: cinta abdominal para estomizado
Fonte: exclusivasiglesias.com

 Dermatite periestomal

A dermatite periestomal pode ocorrer, com maior frequência, na ileostomia ou


colostomia direita. É a causa mais frequente de perda da integridade da pele
periestoma, cuja presença é desastrosa para o bem-estar da pessoa estomizada e,
consequentemente, para sua reabilitação, pois tem um impacto real no indivíduo e
na sua qualidade de vida.

A presença da dermatite desencadeia o aparecimento da dor, a qual pode ser


extrema, por exemplo, ao remover a barreira adesiva; aumenta o risco de
vazamentos de efluentes pelo equipamento coletor o que leva o surgimento de mau
odor podendo resultar num estigma ou embaraço com recusa e afastamento da
pessoa de atividades sociais. A dermatite também passa a ser um fardo econômico
associado às despesas resultantes de consultas especializadas e aumento da demanda
de equipamentos coletores e adjuvantes, secundário às desordens da pele
periestoma.

Figura 11: ileostomia com dermatite Figura 12: ileostomia com dermatite
Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Enf. Eline Borges (arquivo pessoal)
A dermatite é irritação da pele ao redor do estoma causada pelo fluido intestinal ou
urinário em contato com a pele. Os fluidos ileais e os provenientes da colostomia
direita são mais alcalinos e ricos em enzimas, provocando irritações mais graves e
mais precoces.

A urostomia também tem risco elevado para a ocorrência de dermatite, pois, expõe a
pele circundante ao contato com urina. Esta é agressiva para a pele porque a expõe a
uma umidade constante e porque dependendo da composição química, a urina pode
alterar o ambiente ácido da pele, rompendo o equilíbrio existente. A alcalinidade
aumenta a capacidade irritativa da urina, alimentando um ciclo vicioso que termina
em uma maior frequência de complicações locais como as lesões irritativas
dérmicas, ulcerações e estenoses dos estomas, com agravamento da qualidade de
vida dos urostomizados.

As dermatites ocorrem pela inadequação dos equipamentos utilizados, e é agravada


pela associação de complicações dos estomas (estenoses, retrações, fístulas dentre
outras). O emprego de placas adesivas, as quais necessitam de trocas frequentes,
também proporcionam a retirada das camadas protetoras da pele, provocando
hiperemia e erosões.

As dermatites periestomas podem ser classificadas em irritativas, química ou de


contato, alérgica, por trauma mecânico e por infecção.

 Dermatite irritativa, química ou de contato

Essa dermatite é uma das complicações mais comuns. A dermatite irritativa à


causada pelo contato com efluente ou produtos utilizados na pele periestoma. Estes
agentes causam distúrbios nos mecanismos de defesa da pele, permitindo a
penetração de substâncias nocivas, desenvolvendo processo inflamatório.
Este tipo de dermatite frequentemente ocorre quando o fluido intestinal ou a urina
fica em contato constante com a pele em torno do estoma, principalmente nos
estomas situadas no plano da pele (raso), sem a adequada protrusão da alça
intestinal na parede abdominal. Associada com outros fatores, pode desencadear um
ciclo de agravamento progressivo de dano na pele, falência da aderência do adesivo
do coletor e extravasamento do efluente.

 Dermatite alérgica

A dermatite alérgica ocorre pela aplicação de produtos contínuos e ou produtos


errôneos nos cuidados com estomas, que podem provocar uma reação alérgica Pode
ser provocada por várias substâncias em pessoas sensibilizadas. Essa sensibilização
também pode ser desencadeada pelo uso de elemento do dispositivo, como a
barreira adesiva ou plástica, e geralmente ocorre no final de poucos dias do primeiro
contato ou após anos de contatos repetidos com o agente sensibilizante. O uso de
dispositivo adequado evita o aparecimento das dermatites.

 Dermatite por trauma mecânico

Este tipo de dermatite está relacionado ao cuidado do estoma. As causas mais


comuns de dermatite por trauma mecânico incluem a remoção abrupta da bolsa
coletora, a limpeza exagerada da pele, troca frequente da bolsa coletora, fricção ou
pressão contínua de dispositivos mal adaptados.

 Dermatite por infecção

Na maioria das vezes, a dermatite periestoma por infecção é secundária às causas


descritas nos outros tipos de dermatite, sendo a foliculite e infecção por fungo as
mais comuns desse tipo de dermatite. A foliculite ou inflamação do folículo piloso é
causada por staphilococcus desencadeada principalmente quando os pelos da área
periestoma são impedidos de crescer em virtude da aplicação do equipamento
coletor, em consequência da tração dos pelos durante a remoção do equipamento ou
utilização de técnica inadequada para removê-los. Na maioria das vezes, a foliculite
é de causa mecânica. A afecção tende a ser superficial, mas pode estender-se à raiz
do pelo. Os sinais presentes são o eritema e a lesão pustular, o que o profissional
pode confundir com a infecção por fungos. O que elucida é o exame detalhado da
pele periestoma que mostra a inflamação restrita ao folículo piloso.

A Cândida albicans é o agente mais usual da infecção por fungo. Prospera em


ambiente úmido e de pouca luz, o que torna a pele periestoma o local ideal ao
desenvolvimento deste tipo de complicação, dada a umidade resultante da
perspiração da pele, e que fica abafada sob o dispositivo. Outros fatores como
diabetes melito e alterações imunológicas ou da microbiota da pele, por exemplo,
imunossupressão, mielossupressão, corticoterapia, antibioticoterapia sistêmica são
condições propícias para o desenvolvimento da Cândida albicans.

A infecção por esse tipo de fungo limita-se ao estrato córneo. A lesão inicial
caracteriza-se por pústula, que ao romper, leva ao surgimento de pápula e eritema. O
sintoma típico é o relato de prurido local.

A prevenção da dermatite depende de uma boa higienização da pele com água e


sabão neutro e perfeita colocação do equipamento coletor. O tratamento é à base de
pó e pomadas protetoras e cicatrizantes.
Tipos e indicações de equipamentos coletores e adjuvantes
para estomas intestinais e urinários

Existe atualmente um grande número de equipamentos coletores e adjuvantes de


proteção e segurança para estomas intestinais e urinários, os quais agregam
inovações tecnológicas desenvolvidas com o objetivo de proporcionar à pessoa
estomizada maior segurança, proteção, conforto, praticidade e economia. Esta
variedade exige constante atualização da equipe interdisciplinar, em especial do
enfermeiro, acerca destes produtos, visando utilizar bem as tecnologias incorporadas
nos mesmos e oferecer uma assistência qualificada.

As variadas características destes equipamentos possibilitam ao enfermeiro a


indicação de dispositivos específicos, amparando-se na observação das
necessidades, acesso e preferências do paciente, assim como das características do
estoma, pele periestoma e efluente.

No que se refere às necessidades do paciente, apresentam-se como variáveis o


contorno abdominal, a preferência quanto ao tipo de equipamento coletor, as
atividades físicas, religiosas, sociais e ocupacionais que realiza, bem como as
limitações relacionadas à destreza motora, acuidade visual, e ao aprendizado.

Dentre as características do estoma, as variáveis que devem ser observadas são o


tipo de estoma e consequentemente as características do efluente, a construção
cirúrgica e o tamanho e forma do estoma, o nível de protrusão que pode indicar a
existência de complicações e, por fim, a localização do estoma no abdome.

Vale destacar que a indicação do equipamento coletor adequado exerce fundamental


influência no processo de reabilitação, devendo o enfermeiro possuir conhecimentos
acerca das variedades desses produtos.
Os equipamentos coletores para estomas intestinais e urinários são constituídos por
duas partes, a bolsa coletora, para recolhimento do efluente, e a placa adesiva, para
a fixação da bolsa à pele periestoma, proporcionando certo grau de conforto e
segurança à pessoa estomizada, sendo um recurso indispensável para seu uso.
Podem ser classificados considerando-se os três aspectos a seguir.

Tipo de estoma e efluente

Os equipamentos coletores para estomas podem ser classificados quanto à sua


indicação em intestinal ou urinário, considerando-se o tipo de estoma e seu efluente.
O que caracteriza o equipamento coletor de forma a classificá-lo como intestinal ou
urinário é, principalmente, sua respectiva bolsa coletora.
A bolsa coletora para estoma intestinal caracteriza-se por apresentar em sua porção
inferior uma ampla abertura que permite a saída rápida e completa do efluente
(fezes) e sua limpeza, assim como um sistema para seu seguro fechamento, ou,
ainda, por não apesentar abertura na parte inferior da bolsa coletora, de forma que
deva ser trocada a cada eliminação de efluente.

Figura 13: Equipamento coletor Figura 14: Equipamento coletor intestinal


intestinal drenável. fechado.

Já a bolsa coletora para estoma urinário caracteriza-se por apresentar em sua


extremidade inferior uma válvula de drenagem para direcionar e facilitar o
esvaziamento limpo da urina, assim como seu fechamento.
Figura 15: Equipamento coletor urinário.

Número de peças ou forma de apresentação

Os equipamentos coletores, quando considerados devido à forma de apresentação e


fixação entre suas duas partes – bolsa coletora e placa adesiva – podem ser
classificados em uma peça ou duas peças.

 Equipamento coletor de uma peça – refere-se à condição da bolsa coletora e


a base adesiva estarem fixos entre si, incorporados em peça única. Nesse caso,
havendo necessidade de retirada da bolsa, a base adesiva será removida da pele
juntamente com a bolsa e vice-versa.

Figura 16: Equipamento coletor de uma peça.

 Equipamento coletor de duas peças – refere-se à condição da bolsa coletora


encontrar-se separada da base adesiva. Nesse caso, tanto a bolsa coletora quanto a
barreira adesiva possuem um sistema compatível para acoplamento entre si, por
encaixe ou adesividade, de forma que a bolsa possa ser retirada e manuseada
isoladamente e novamente acoplada, ou descartada para o acoplamento de outra
bolsa compatível, enquanto a placa permanece aderida à pele.

Figura 17: Equipamento coletor de duas peças.

Os fatores que determinam a escolha por equipamento coletor de duas peças são: a
possibilidade de trocar a bolsa sem retirar a barreira adesiva, a facilidade de acesso
ao estoma para cuidados e observação, a possibilidade de visualizar e centralizar o
estoma no momento da troca do equipamento, a redução do número de trocas e
consequente redução do custo, além das preferências pessoais do paciente.

Destaca-se que, no catálogo de produtos para estomas da SES-MG, uma unidade do


dispositivo coletor de duas peças é formada por uma unidade de bolsa coletora e
uma unidade de placa adesiva, ambas com sistema de acoplamento compatíveis
entre si, tanto no tipo (encaixe ou autoadesivo) quanto no tamanho (diâmetro).

Faixa etária

Os equipamentos coletores podem ser classificados ainda quanto à faixa etária para
a qual é indicado, sendo adulto, pediátrico ou neonatal. As características que
diferenciam os equipamentos coletores destas três categorias são, principalmente, as
dimensões da bolsa, que determinam sua capacidade de armazenamento de efluente,
e as dimensões da placa adesiva, que determinam a área de abdome necessária para
a fixação do dispositivo.
No que se refere aos dispositivos para neonatos, estes devem ainda apresentar
suavidade e maciez superiores aos dispositivos para crianças e adultos, considerando
que a epiderme dessa clientela ainda é muito frágil.

Figura 18: Equipamento coletor neonatal.

Constata-se que a capacidade de reservatório é uma importante característica da


bolsa coletora, determinada pela sua forma e as dimensões (comprimento e largura),
as quais variam de acordo com a faixa etária para a qual é indicada.

Abaixo seguem as medidas padrões das dimensões das bolsas em cada faixa etária:

Faixa etária Comprimento útil (em cm) Largura útil (em cm)
Adulto (drenável) Entre 20 e 30 cm. Entre 12 e 18 cm.
Adulto (fechada) Entre 16 e 22 cm. Entre 12 e 16 cm.
Pediátrico Entre 20 e 27 cm. Entre 12 e 14 cm.
Neonatal Entre 15 e 17 cm. Entre 5 e 7 cm.

Diante do que ficou exposto, ao indicar um dispositivo coletor, o enfermeiro deve


conhecer e observar todas as suas características, bem como a presença de
componentes específicos e suas respectivas funções, tanto na bolsa coletora quanto
na barreira adesiva, visando identificar a bolsa mais adequada.

Considerando que o equipamento coletor é formado de bolsa coletora e placa


adesiva, esses itens serão abordados separadamente.
BOLSA COLETORA

A bolsa coletora, para cumprir eficientemente a sua função no processo de


reabilitação da pessoa estomizada, deve proporcionar a coleta do efluente de forma
segura, discreta e confortável.
Independente do tipo de estoma e efluente, o material plástico para confecção da
bolsa deve ser macio, flexível, silencioso, resistente, a prova de odor, humidade e
vazamento, atóxico e Hipoalergênico.1

Somando-se ao material com essas qualidades a presença de alguns componentes


específicos, a bolsa coletora pode ter a sua eficiência potencializada nos quesitos
segurança, discrição e conforto. A presença de componentes específicos, bem como
outras características da bolsa, apresentam variações de acordo com a sua
classificação quanto ao tipo de estoma e efluente ou quanto à faixa etária.

Dentre as características da bolsa, destaca-se a presença ou não de abertura em sua


porção inferior, que determinará se a mesma será fechada ou drenável:

 Bolsa fechada – refere-se à bolsa coletora que realiza a coleta do efluente


eliminado pelo estoma, mas não permite a sua drenagem, por isso é indicada apenas
para estomas intestinais (colostomia) e deve ser descartada após cada eliminação de
efluente.

Figura 19: Equipamento coletor intestinal fechado.

1
Considera-se produto hipoalergênico, aquele cujas chances de causar alergia são menores que dos outros, ou seja, quando
testados em pacientes alérgicos não causam alergia em 98% dos indivíduos. Isso significa que mesmo sendo hipoalergênico pode
causar alergia em 2% dos indivíduos, isso vai depender de cada pessoa.
Bolsa drenável – refere-se à bolsa que realiza a coleta do efluente eliminado pelo
estoma e permite a sua drenagem. Tratando-se de bolsa para estomas intestinais, a
drenagem do efluente se dará através de uma ampla abertura localizada na
extremidade inferior da mesma. São indicadas para uso em ileostomia ou colostomia
direita, devido à consistência líquida do efluente, apresentando como vantagem
frente à bolsa fechada a diminuição da frequência de troca e consequente redução do
risco de lesar a pele periestoma e redução do custo. No caso da bolsa para estomas
urinários, a drenagem do efluente se dará através de uma válvula de drenagem,
também localizada em sua extremidade inferior. Tanto a ampla abertura quanto a
válvula de drenagem presentes nas bolsas drenáveis requerem a presença de um
eficiente sistema de fechamento que pode ser avulso ou integrado.

Figura 20: Equipamento coletor intestinal drenável.

Tendo em vista o tipo de estoma e efluente, as características da bolsa coletora


podem variar no aspecto da transparência, translucidez ou opacidade do material
com o qual é confeccionada, podendo ser:

 Transparente – refere-se ao plástico através do qual é possível visualizar


as características do estoma e efluente, com nitidez;

 Translúcido – refere-se ao plástico através do qual é possível visualizar as


características do estoma e efluente, porém sem nitidez.
As bolsas confeccionadas em plástico transparente ou translúcido são especialmente
indicadas para o período pós-operatório imediato e mediato, pois possibilita a
avaliação contínua tanto do estoma quanto do efluente.

 Opaco – refere-se ao plástico através do qual não é possível visualizar as


características do estoma e efluente, proporcionando maior discrição.

Figura 21: Equipamento coletor transparente/translúcido/opaco.

As bolsas confeccionadas em plástico opaco são indicadas para uma fase mais
avançada da reabilitação, quando a visualização do estoma e efluente não precisa ser
mais contínua, além de razões estéticas por proporcionar maior discrição.

A bolsa pode apresentar algum tipo de revestimento em sua face anterior, posterior
ou em ambas.
Face Anterior Face Posterior

Placa de resina
sintética ou Flange

Figura 22: Ilustração das faces anterior e posterior da bolsa coletora


 Revestimento – refere-se ao material com o qual a bolsa pode ser revestida,
que tem a função de impedir o contato direto do plástico da bolsa com pele ou
vestuário, minimizando o atrito e risco de lesão na pele e ruído, o que aumenta o
conforto e discrição. O material do revestimento deve ser impermeável ao contato
com a água e proporcionar secagem rápida, podendo ser em película plástica
perfurada ou em poliéster não tecido.

 Flange – refere-se ao aro, componente presente na bolsa coletora do


dispositivo de duas peças, por meio do qual ocorre o acoplamento, por encaixe, da
flange presente na placa de resina sintética, ou seja, o acoplamento entre as duas
peças. A medida da flange é determinada pelo diâmetro, em milímetros (mm), da
circunferência de sua borda interna, devendo ser compatível com o diâmetro da
flange da placa de resina sintética. O sistema de acoplamento por flange pode
apresentar ainda uma variação da flange flotante ou flutuante, que está indicado para
uso no pós operatório imediato ou mediato, quando o abdome ainda está sensível,
pois permite a introdução dos dedos sob o aro da flange para o encaixe da bolsa,
evitando que o estoma e pele periestoma sejam pressionados durante a colocação do
sistema coletor.

Figura 23: Equipamento coletor de duas peças com sistema de acoplamento autoadesivo.

 Base para acoplamento autoadesivo – refere-se ao aro, componente presente


na bolsa coletora do dispositivo de duas peças, por meio do qual ocorre o
acoplamento, por adesividade, da base para acoplamento autoadesivo presente na
placa de resina sintética, ou seja, o acoplamento entre as duas peças. A medida da
base para acoplamento autoadesivo é determinada pelo diâmetro, em milímetros
(mm), da circunferência de sua borda interna, devendo ser compatível com o
diâmetro da base para acoplamento autoadesivo da placa de resina sintética.

Figura 24: Equipamento coletor de duas peças com sistema de acoplamento autoadesivo.

Ressalta-se que o equipamento coletor de duas peças apresenta uma dessas opções
de sistema de acoplamento citadas acima, sendo: flange, para o sistema de
acoplamento por encaixe, ou; base para acoplamento autoadesivo, para o sistema de
acoplamento por adesividade.

 Haste para encaixe de cinto – refere-se a duas pequenas hastes que, quando
presentes no dispositivo, possibilitam o encaixe universal de cinto para bolsas de
colostomia. Nos dispositivos de duas peças, dependendo de cada fabricante, as
hastes podem estar presentes como componentes da bolsa coletora, ou como
componentes da placa de resina sintética, geralmente fundidas à flange.

Figura 25: Bolsa coletora com haste para encaixe de cinto.


As características e componentes até aqui descritos, podem estar presentes nas
bolsas coletoras para estoma intestinal ou para estoma urinário. A seguir
abordaremos aqueles componentes encontrados especificamente nas bolsas coletoras
de cada uma dessas categorias.

BOLSA COLETORA PARA ESTOMA INTESTINAL

Os componentes que podem estar presentes especificamente nas bolsas


coletoras para estoma intestinal são:

 Filtro de carvão ativado – refere-se a um filtro que, engenhosamente


incorporado a um pequeno orifício do plástico da bolsa coletora, cumpre a função de
neutralizar o odor desagradável dos gases eliminados pelo estoma, durante a sua
saída pelo orifício da bolsa, evitando incômodo e constrangimento causado pelos
mesmos, bem como evitando que a bolsa fique inflada pelos gases, como um balão,
o que causaria indiscrição. A sua indicação deve adequar-se ao tipo de clientela à
qual será aplicado, pois dependendo do seguimento intestinal exteriorizado durante
a confecção do estoma, bem como dos hábitos alimentares da pessoa estomizada,
haverá maior ou menor produção de gases pelas funções fisiológicas intestinais.
Para colostomias, é necessário o uso de bolsa com filtro e não se admite bolsa
fechada sem este componente.

ou
Figuras 26: Bolsa coletora com filtro de carvão ativado.

 Sistema de fechamento – refere-se ao componente que cumpre a função de


permitir o perfeito fechamento a área de drenagem da bolsa coletora drenável, sem
extravasamento de efluente, que pode ser integrado à bolsa ou avulso. Nas bolsas
coletoras que possuem sistema de fechamento integrado, estes podem ser de
conectores plásticos ou de velcro, sendo que toda bolsa desse tipo apresenta seu
próprio sistema de fechamento incorporado na mesma. Nas bolsas coletoras que
possuem sistema de fechamento avulso, estes podem ser de pinça/clamp ou de
presilha plástica, que são apresentados separados da bolsa e numa proporção
determinada pelo fabricante, não necessariamente de um sistema de fechamento
para cada bolsa coletora, pois o mesmo pode ser reutilizável.

Figura 27: Bolsa coletora drenável com fechamento por conectores plásticos / envelope de velcro / clamp.
Independente do tipo, todo sistema de fechamento deve ser eficiente, resistente e de
fácil manuseio. A opção por determinado sistema de fechamento está relacionada à
destreza motora, acuidade visual e ao aprendizado do paciente.

BOLSA COLETORA PARA ESTOMA URINÁRIO

Os componentes que podem estar presentes especificamente nas bolsas coletoras


para estoma urinário são:

 Válvula antirrefluxo – refere-se a um mecanismo presente no interior da bolsa


coletora para estoma urinário, composto por um filme plástico do mesmo material
da bolsa, que a subdivide em dois compartimentos internos, sendo o primeiro menor
e com contato direto ao estoma, tem a função de protegê-lo do efluente, já o
segundo compartimento é maior, com a função de reservatório do efluente. Ao sair
do estoma, o efluente passa pelo primeiro compartimento através de aberturas
existentes na fusão do filme plástico que subdivide a bolsa, de forma que, uma vez
no compartimento maior, o efluente não pode fazer o fluxo contrário, impedindo o
contato entre o efluente presente no reservatório e o estoma. Este mecanismo é
denominado de válvula antirrefluxo e tem a função de proteger o estoma do
efluente, reduzindo o risco de vazamento e descolamento da placa adesiva. Ao
impedir que a urina eliminada retorne para o estoma e pele periestoma, previne a
formação de cristais e a maceração da pele periestoma.

Figura 28: Válvula antirrefluxo da bolsa coletora para estoma urinário.


 Multicâmaras – refere-se a subdivisões que, quando presentes no
compartimento interno de reservatório da bolsa coletora para estoma urinário,
proporcionam uma distribuição mais uniforme do efluente dentro do reservatório e
consequentemente, maior discrição.

Figura 29: Multicâmaras da bolsa coletora para estoma urinário.

 Válvula de drenagem – refere-se a um mecanismo tubular incorporado na


extremidade inferior da bolsa coletora para estoma urinário, através do qual o
efluente é drenado. Tem a função de permitir o direcionamento da urina durante o
esvaziamento limpo da bolsa, bem como o seu perfeito fechamento. Deve ser
resistente, de fácil manuseio e perfeitamente adaptável a coletores urinários de leito
ou de perna.

Figura 30: Válvula de drenagem da bolsa coletora para estoma urinário .


PLACA ADESIVA

A placa adesiva funciona como barreira adesiva e tem a função de proteger à pele da
ação deletéria dos efluentes, além de manter o equipamento coletor aderido à pele. É
importante a pessoa apresentar área abdominal plana suficiente, ao redor do estoma,
para a aplicação de toda parte adesiva da placa.

Para um melhor entendimento sobre a placa adesiva, seja ela do dispositivo de uma
ou de duas peças, pode-se observá-la sobre dois aspectos: primeiro, os materiais
empregados em sua fabricação, ou seja, a composição da resina e, segundo, suas
demais características, tais como forma, alinhamento ao abdome, diâmetro do pré-
corte ou recorte, apresentação de componentes variados e etc. Todos estes aspectos
têm importante influência no desempenho e eficiência da barreira adesiva, em suas
funções de proteção e aderência à pele.

No que se refere aos materiais empregados no seu desenvolvimento, as placas


adesivas podem compor-se de:

 Resina mista – barreira adesiva composta de goma de Karaya e


carboximetilcelulose sódica. A Karaya é produzida a partir da seiva da árvore
Sterculia urens, e a carboximetilcelulose sódica é um polímero orgânico
modificado, derivado da celulose.

 Resina sintética – barreira adesiva composta de dois ou três hidrocolóides:


carboximetilcelulose sódica associada à gelatina, à pectina ou a ambas. A
gelatina é uma substância obtida pela desnaturação do colágeno da pele e ou
dos ossos de animais e a pectina é uma substância orgânica contida nas
membranas celulares dos vegetais. Também há resinas sintéticas que além de
hidrocolóides, apresentam em sua composição amido de batata, estireno-
isopreno-estireno, poliisobutileno, borracha de butila e hidrocarboneto
alicíclico hidrogenado.
Os dispositivos coletores para estomas disponibilizados pela SES-MG apresentam
barreira adesiva fabricada em resina sintética que, independente de sua composição,
deve promover o alívio alternativo da pele, proporcionando tratamento e segurança.
A resina sintética, além de ser mais resistente à ação de efluente líquido, é mais
apropriada para o clima tropical, uma vez que é mais resistente a água e a
temperaturas ambientais mais elevadas.

A barreira adesiva deve ser ainda, confeccionada em material flexível, que


acompanhe o contorno do corpo, aderente, que apresente uma firme adesão à pele,
mas que ao ser retirado não traumatize a epiderme e não deixe resíduos de difícil
remoção na pele e hipoalergênico.

Em relação às demais características e componentes da barreira adesiva, observa-se


o seguinte:

 Alinhamento ao abdome – refere-se à superfície da barreira adesiva que é


aderida à pele, que pode apresentar-se plana ou convexa. As placas planas são
indicadas para estomas com protrusão, enquanto que as placas convexas para
estomas planos, retraídos ou localizados entre dobras de pele ou gordura, ou em
superfície abdominal irregular, pois a pressão exercida na área periestoma pela face
convexa da barreira adesiva aumenta o nível de protrusão do estoma e,
consequentemente, facilita a eliminação do efluente diretamente na bolsa, reduzindo
o risco de infiltração e vazamento.

Figura 31: Placa de resina sintética plana / Placa de resina sintética convexa
 Formato – refere-se à figura formada pelas bordas da placa, que pode
apresentar-se redonda, oval, quadrada ou triangular.

Figura 32: Placa de resina sintética, em Figura 33: Placa de resina sintética em
formato redondo/ formato oval formato quadrado/ formato triangular

 Bordas específicas – refere-se à área das bordas da barreira adesiva, que pode
apresentar espessura, flexibilidade e características iguais ou diferentes às da área
mais próxima ao centro da placa. Quando diferentes, podem apresentar bordas extra
flexíveis com pontos de bizelamento, bordas com espaço de ar, entre outras.

Figura 34: Placa de resina sintética Figura 35: Placa de resina sintética com
com bordas com espaço de ar bordas flexíveis e pontos de bizelamento

 Recorte – refere-se à borda interna da barreira adesiva que deve ser


perfeitamente adaptada ao tamanho (diâmetro) e formato do estoma,
proporcionando uma vedação que impeça o contato do efluente com a pele. Nesse
sentido, a borda interna da placa pode ser:
a) Pré-cortada: quando a abertura (pré-corte) da placa é fixa, sem
possibilidades de mudança do seu formato ou tamanho, indicada para
pessoas estomizadas com destreza motora e acuidade visual normais ou com
ligeiro déficit e capacidade normal ou pouco limitada de aprendizado, por
não haver necessidade de mensuração do estoma e posterior recorte, mas só
é apropriada para estoma com formato regular (redondo).

Figura 36: Placa de resina sintética com pré-cortada.

b) Recortável com pré-corte: quando há um pré-corte possibilidade de


aumento do seu tamanho ou alteração do seu formato, permitindo a
adaptação ao redor do estoma, é ideal para o uso nos primeiros dois meses
de pós-operatório, por possibilitar ajustes mais frequentes ao tamanho do
estoma devido à regressão do edema fisiológico, e também é ideal para uso
em estoma de formato irregular, devido à possibilidade de se criar uma
abertura adequada ao estoma a partir da confecção de um molde de seu
formato, permitindo melhor adaptação e aderência da barreira adesiva, é
contraindicada para pacientes com problemas maiores relacionados à
destreza motora, acuidade visual e capacidade de aprendizado.

Figura 37: Placa de resina sintética recortável com pré-corte.


c) Recortável sem pré-corte: quando a placa não apresenta abertura interna,
permitindo a abertura de um recorte em posicionamento desalinhado da área
central da placa, tem as mesmas indicações e contraindicações da placa
recortável.

d) Moldável com pré-corte: quando o aumento e adaptação da forma da


abertura são feitas com auxílio dos dedos.

 Diâmetro do pré-corte – refere-se à medida, em milímetros (mm), da


circunferência da abertura interna da placa, que já vem pré-cortada de fábrica. As
placas adesivas pré-cortadas devem possuir área de aderência de no mínimo 1,5 cm,
que proporcione boa aderência, durabilidade e segurança.

 Diâmetro do recorte máximo – refere-se à medida, em milímetros (mm), da


circunferência máxima até a qual a abertura interna da placa pode ser recortada
(expandida), para sua adaptação ao formato e tamanho do estoma. A placa
recortável geralmente apresenta demarcações com a graduação, em milímetros
(mm), das circunferências para possíveis recortes desde o pré-corte até o recorte
máximo. A placa moldável também apresenta circunferência máxima até a qual a
abertura interna da placa pode ser moldada (expandida). A área de aderência a partir
do recorte máximo deve ser de no mínimo 1,5 cm e no máximo 3,00 cm, que
proporcione boa adesividade, durabilidade e segurança.

Recorte
Máximo

Pré-Corte

Área de aderência após


recorte máximo

Figura 38: Diâmetro do recorte máximo


Nos sistemas de duas peças, a distância mínima entre a região determinada pelo
recorte máximo e a flange deve ser de, no mínimo, 2,5 milímetros (mm).

Mínimo 2,5mm

Pré-corte

Recorte máximo

Flange

Figura 39: Características dimensionais da região adesiva dos sistemas de duas peças.

 Flange – refere-se ao aro, componente presente na placa de resina sintética do


dispositivo de duas peças, por meio do qual ocorre o acoplamento, por encaixe, da
flange presente na bolsa coletora, ou seja, o acoplamento entre as duas peças. A
medida da flange é determinada pelo diâmetro, em milímetros (mm), da
circunferência de sua borda interna, devendo ser compatível com o diâmetro da
flange da bolsa coletora.

Figura 40: Placa adesiva com flange para acoplamento por encaixe.

 Base para acoplamento autoadesivo – refere-se ao aro, componente presente


na placa de resina sintética do dispositivo de duas peças, por meio do qual ocorre o
acoplamento, por adesividade, da base para acoplamento autoadesivo presente na
bolsa coletora, ou seja, o acoplamento entre as duas peças. A medida da base para
acoplamento autoadesivo é determinada pelo diâmetro, em milímetros (mm), da
circunferência de sua borda interna, devendo ser compatível com o diâmetro da base
para acoplamento autoadesivo da bolsa coletora.
Figura 41: Placa adesiva com base para acoplamento autoadesivo.

Ressalta-se que o equipamento coletor de duas peças apresenta uma dessas opções
de sistema de acoplamento citadas acima, sendo: flange, para o sistema de
acoplamento por encaixe, ou; base para acoplamento autoadesivo, para o sistema de
acoplamento por adesividade.

 Haste para encaixe de cinto – refere-se a duas pequenas hastes que, quando
presentes no dispositivo, possibilitam o encaixe universal de cinto para bolsas de
colostomia. Nos dispositivos de duas peças, dependendo de cada fabricante, as
hastes podem estar presentes como componentes da placa de resina sintética, ou
como componentes da bolsa coletora, geralmente fundidas à flange.

Figura 42: Placa adesiva com hastes para encaixe de cinto.


 Adesivo microporoso – refere-se ao aro de material microporoso, em adesivo
acrílico hipoalergênico, composto de não tecido ou tecido de poliéster ou viscose,
em sua superfície externa, e papel siliconado com pequenos e numerosos poros, em
sua face interna. Pode ou não estar presente nas bordas da placa de resina sintética,
auxiliando na aderência da barreira adesiva, mas que ao ser retirado não traumatize
a epiderme e não deixe resíduos de difícil remoção na pele. Pode apresentar-se
incorporado às bordas da barreira adesiva ou vir em forma de aro de adesivo
microporoso avulso.

Figura 43: Placa de resina sintética sem adesivo microporoso e


Placa de resina sintética com adesivo microporoso nas bordas.

ADJUVANTES DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA

Este capítulo apresenta produtos auxiliares, que podem ser utilizados para
proporcionar maior proteção à pele periestoma e maior segurança na utilização do
equipamento coletor, ou até mesmo, no caso de alguns adjuvantes, possibilitar a
dispensação da necessidade de utilização da bolsa por um determinado tempo.
Portanto, são produtos que podem prevenir ou ajudar no tratamento das
complicações e facilitar o manejo do estoma.

A seguir, apresentamos alguns dos adjuvantes de proteção e segurança que são


disponibilizados pela SES-MG, descrevendo suas características principais,
componentes e respectivas funções.
ADJUVANTES DE PROTEÇÃO

No grupo dos adjuvantes que têm como principal função o aumento da proteção da
pele periestoma, destacamos os seguintes, que são os disponibilizados pela SES-
MG.

 Lenço removedor ou limpador – lenço em material não tecido, embalado


individualmente em sachês de alumínio, saturado com solução específica
desenvolvida para remover os resíduos de cola que podem ser deixados na pele
periestoma após a retirada da barreira adesiva.

 Lenço barreira protetora – lenço em material não tecido, embalado


individualmente em sachês de alumínio, saturado com solução específica
desenvolvida para formar uma película protetora na pele periestoma, a fim de
protegê-la do efluente do estoma.

 Barreira protetora em pasta – resina sintética em pasta, embalada em tubo,


semipermeável à água e permeável à respiração da pele, usada para corrigir
possíveis irregularidades no relevo da pele periestoma, visando uma perfeita
adaptação da barreira adesiva.

 Barreira protetora em pó – resina sintética em pó, embalada em frascos,


utilizada para absorver possível excesso de umidade da pele periestoma, visando
uma perfeita adaptação da barreira adesiva.

 Barreira protetora em spray – solução protetora cutânea, em spray, utilizada


para a formação de película protetora sobre a pele em locais de esfoliamento, atrito,
curativos adesivos ou barreiras adesivas.

Também podem ser encontradas no mercado barreiras protetoras em forma de


anel ou fita de resina sintética, no entanto esses produtos ainda não são
disponibilizados pela SES-MG.
ADJUVANTES DE SEGURANÇA

Existem diversos adjuvantes que têm como principal função o aumento da


segurança do paciente não só durante a utilização de equipamentos coletores como
também no manejo do estoma de uma forma geral. Dentre eles, podemos citar a guia
de mensuração do estoma; o filtro de carvão ativado avulso; cinto elástico; aro
plástico ou anel para fixação do cinto, usado quando o sistema de bolsa indicado não
dispuser de hastes para fixação do cinto; disco convexo usado em bolsa de duas
peças de barreira plana formando convexidade no sistema coletor; anel de resina
sintética; cinta de proteção para hérnia paraestomal; cápsulas absorventes
(polímeros de acrílico); sistema de irrigação e oclusor de colostomia.

A seguir, apresentam-se aqueles que são disponibilizados pela SES-MG.

 Protetor de colostomia
O protetor de colostomia consiste em um equipamento protetor para o estoma,
composto por uma bolsa protetora opaca com proteção absorvente interna, filtro de
carvão ativado integrado e placa de resina sintética plana, recortável em diâmetros
variados. Faz parte do sistema de irrigação intestinal e geralmente o seu consumo
está relacionado com o padrão da autoirrigação da colostomia, por exemplo, se a
irrigação é realizada a cada 24 horas, serão necessários 30 protetores intestinais por
mês.

Figura 44: Protetor de colostomia.


É utilizado após o procedimento de irrigação para proteger o estoma, possibilitar a
saída e desodorização de gases e absorver eventuais eliminações de efluente em
pequenas quantidades. Este item pode ser solicitado avulso conforme padrão de
autoirrigação da colostomia.

 Oclusor de colostomia

O oclusor de colostomia é um dispositivo tipo tampão, formado por um cilindro


flexível de tamanhos variados composto de espuma de poliuretano de cerdas abertas
comprimido por uma película hidrossolúvel. Apresenta entre seus componentes o
filtro de carvão ativado e eliminador de ruídos. É descartável e pode ser de uma ou
duas peças, sendo que na SES-MG só é disponibilizado o de uma peça. Utilizado
para ocluir a colostomia, isoladamente ou em associação à irrigação intestinal,
possibilita o controle da eliminação de fezes e gases.

Figura 45: Oclusor de colostomia.

 Cinto elástico

Consiste em um cito confeccionado em algodão e nylon, elástico, ajustável por


presilha reguladora de comprimento, com bordas para encaixe universal em hastes
dos equipamentos coletores de uma ou de duas peças, ou nas hastes do suporte para
cinto. É utilizado para proporcionar maior segurança ao paciente, principalmente
quando há dificuldade de adaptação da placa adesiva ao abdome na região
periestomal.
Figura 46: Cinto para equipamento coletor.

 Sistema para irrigação intestinal

O sistema para irrigação fornecido pela SES-MG consiste em um conjunto de peças


essenciais utilizadas para a realização do procedimento de autoirrigação intestinal e
controle do padrão de eliminações. É disponibilizado em uma nécessaire para
viagem, na forma de um kit que contém os seguintes itens:

Figura 47: Material do kit para irrigação.

 Bolsa irrigadora – Consiste em uma bolsa plástica, transparente, com


escala de volume com graduação visual, termômetro integrado com graduação
visual, tubo conector com regulador de velocidade de fluxo com roda de pás
integrada, utilizada para o procedimento de irrigação intestinal, funcionando como
reservatório que proporciona a regulação da temperatura e da velocidade de fluxo de
água durante sua infusão no intestino através do estoma. Cada kit contém uma bolsa
irrigadora.
 Cone anatômico – Consiste em um cone ponteira para irrigação, anatômico,
destacável, composto de tubo de PVC e borracha, maleável, que acoplado ao tubo
conector da bolsa irrigadora, é utilizado para ser introduzido no estoma, permitindo
a infusão da água durante o procedimento de irrigação. Cada kit contém um cone
anatômico.

 Manga drenadora – Consiste em uma manga de irrigação, confeccionada em


plástico transparente, drenável, com 84 cm de comprimento, abertura na parte
superior com sistema de fechamento por presilha plástica incorporada, com flange
para encaixe no suporte para cinto ou na flange da barreira adesiva. É utilizada para
possibilitar a drenagem do efluente e água, que saem pelo estoma após a infusão da
água durante o procedimento de irrigação, bem como o seu escoamento para o vaso
sanitário ou similar. Cada kit contém duas mangas drenadoras. Este item pode ser
solicitado avulso para reposição.

 Cinto elástico – Cada kit contém um cinto com as mesmas características


descritas no item anterior. É utilizado durante o procedimento de irrigação na fase
de drenagem do efluente e água, para segurar o suporte para cinto (ou a barreira
adesiva) por meio de acople em suas hastes, para que a manga drenadora seja
acoplada ao suporte. Cada kit contém um cinto elástico. Este item pode ser
solicitado avulso para reposição.

 Suporte para cinto elástico – Consiste em um suporte em material PVC,


flexível, com abertura circular interna, flange para encaixe da manga e hastes para
encaixe do cinto elástico. Cada kit contém um suporte para cinto elástico.

 Protetor de colostomia – Cada kit contém dois protetores de colostomia com


as mesmas características descritas no item anterior, que é utilizado após o
procedimento de irrigação para proteger o estoma, possibilitar a saída e
desodorização de gases e absorver eventuais eliminações de efluente em pequenas
quantidades. Este item pode ser solicitado avulso em maiores quantidades, conforme
padrão de autoirrigação da colostomia.

Preparo da pele, manuseio, aplicação e higienização dos


equipamentos coletores e adjuvantes

Os cuidados com o equipamento coletor referem-se, basicamente, à sua remoção,


troca, higienização e esvaziamento.

Remoção do equipamento coletor

Deve ser realizada com movimentos delicados, iniciando-se pelo descolamento


do adesivo microporoso, quando houver, a partir da lingueta lateral. É conveniente
pressionar a parede do abdome com a outra mão enquanto se desloca o adesivo da
pele. A remoção do equipamento coletor é facilitada quando realizada sob o
chuveiro, devendo o paciente ser orientado a descolar uma pequena porção do
micropore antes que seja umedecido. Contraindica-se a utilização de produtos
químicos como álcool, éter ou benzina, para remover os resíduos da parte adesiva do
equipamento e limpar a pele, por que estes produtos removem a camada de
substância sebácea que protege a pele. A pele periestoma deve ser lavada com água
e sabão de costume do paciene, devendo-se evitar esfregar a mucosa do estoma.
Após, deve-se secar bem a pele periestoma.

Troca do equipamento coletor

A troca do equipamento coletor deve ser realizada assim que se observar a


saturação da barreira adesiva, para evitar que haja infiltração e vazamento do
efluente. No caso dos equipamentos coletores com bolsa fechada, este deverá ser
trocado assim que o conteúdo atingir um terço de sua capacidade. Com o
aprendizado desses aspectos a própria pessoa estomizada estabelece a frequência da
troca de bolsa. Respeitando-se as características da bolsa, é importante que esta
permaneça aderida no mínimo por 24 horas.

Colocação do equipamento coletor

Para colocação do sistema coletor, o paciente deve estar em posição confortável, de


forma que facilite a visualização do estoma. A abertura da bolsa deve ser compatível
com o tamanho e formato do estoma, podendo ultrapassar, no máximo, 3mm de seu
tamanho. A mensuração do estoma nas primeiras seis semanas é essencial e deve ser
realizada de forma frequente devido à diminuição fisiológica de seu tamanho. Caso
o estoma seja de formato irregular, o enfermeiro deve confeccionar um molde do
formato do estoma e orientar a pessoa estomizada para que não tenha dificuldade ao
recortar e adaptar a barreira adesiva. É importante, durante a colocação da barreira
adesiva na pele ao redor do estoma, ter cuidado para não formar pregas no adesivo,
diminuindo a possibilidade de vazamento.

Passo a passo para troca do equipamento coletor

Independente do tipo de bolsa e estoma, para troca, além do próprio equipamento


coletor, a pessoa estomizada poderá utilizar ainda: medidor do estoma; tesoura com
ponta arredondada; água e sabão; gazes ou pano macio.

Os passos para a troca são:

 Retirar delicadamente a placa adesiva no banho ou com a ajuda de um pano


umedecido;
 Limpar a pele ao redor do estoma e secar bem;
 Utilizar o medidor para saber o tamanho exato do estoma;
 Tratando-se de barreira adesiva recortável, desenhar o molde do estoma no
verso da placa e recortar a placa de maneira que fique perfeitamente adaptada
ao tamanho e formato do estoma, cobrindo toda a pele periestoma;
 Tratando-se de barreira adesiva pré-cortada, selecionar a barreira adesiva com
pré-corte com o diâmetro correspondente ao diâmetro do estoma;
 Remover o papel do verso da placa;
 Adaptar a barreira adesiva à pele periestoma, realizando movimentos
circulares para facilitar a fixação;
 Tratando-se de equipamento coletor de duas peças, acoplar a bolsa coletora à
barreira adesiva;
 Tratando-se de bolsa drenável, fechar a abertura da porção inferior utilizando
o sistema de fechamento (para bolsas intestinais drenáveis) ou a válvula de
drenagem (para bolsa urinária);
 Recolher o material e descartar a bolsa usada em lixo comum, de preferência
envolta em saco plástico.

Observação do estoma e pele periestoma

Durante a troca do equipamento coletor, o estomizado deve ser orientado a


observar as características normais do estoma e pele periestoma, podendo identificar
precocemente qualquer alteração que indique o surgimento de complicações. As
características normais são:

 Cor – o estoma deve ser vermelho vivo ou rosa escuro;


 Forma – pode ser regular ou irregular;
 Tamanho – o estoma deve ter seu diâmetro medido, em milímetros,
utilizando-se de guia de mensuração. O paciente deve ser orientado que o
aumento do tamanho do estoma no pós-operatório deve-se ao edema causado
pelo trauma cirúrgico, o qual apresentará uma regressão fisiológica com o
passar do tempo.
 Protrusão – refere-se à altura do estoma em relação à parede abdominal.
 Umidade – é a aparência úmida, de aspecto brilhante, observada no estoma
devido à presença de muco intestinal.
 Integridade da mucosa – caracteriza-se pela ausência de ulcerações,
tumorações ou granulomas na superfície do estoma.
 Condições da pele periestoma – a integridade da pele periestoma pode ser
alcançada com condições adequadas de higiene e do uso correto do sistema
coletor apropriado.

Esvaziamento e higienização da bolsa coletora drenável

A bolsa deve ser esvaziada sempre que o contéudo atingir um terço de sua
capacidade. Isso evita o peso excessivo da bolsa e reduz o risco de descolamento da
placa, aumentado sua durabilidade e diminuindo o custo. Para esvaziamento, no
caso de bolsas drenáveis, deve-se abrir o sistema de fechamento, direcionando o
conteúdo da bolsa ao sanitário. Após a drenagem do conteúdo da bolsa coletora, esta
pode ser lavada com o auxílio de uma ducha higiênica. Nesse caso, é importante
orientar o paciente e familiares que a ducha higiênica, utilizada com essa finalidade
em sua residência, deve ser de uso exclusivo da pessoa estomizada. Após, deve-se
fechar a bolsa utilizando o seu sistema de fechamento.

Conteudista

Eline Lima Borges


Mauro Souza Ribeiro
Referências

CESARETTI, I. U. R.; BORGES, L.L.N.; GRECO A.P.C. A tecnologia no cuidar


de ostomizados: a questão dos dispositivos. In: SANTOS, V.C.G., CESARETTI,
I.U.R. Assistência em estomateapia: cuidando do estomizado. São Paulo: Atheneu,
2000. 173-193.

MARCONDES, MG. Características dos dispositivos para uso em estomas. In:


Estomaterapia: temas básicos em estomas. São Paulo: Cabral Editora e Livraria
Universitária, 2006. 125-135.

MATOS, D.; CESARETTI, I.U.R. Complicações precoces e tardias dos estomas


intestinais e urinários: aspectos preventivos e terapêuticos. In: SANTOS, V.L.C.G.,
CESARETTI, I.U.R. Assistência em estomateapia: cuidando do estomizado. São
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SCIANNI, R.C.; CESARETTI, I.U.R; PAULA, M.A.B. Estomas complicados:


como cuidar. In: Estomaterapia: temas básicos em estomas. São Paulo: Cabral
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