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UNIDADE 2: O ESTOMA: INTESTINAL OU URINÁRIO

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Estado de Saúde de Minas Gerais. O conteúdo desta publicação foi desenvolvido e
aperfeiçoado pela equipe do Canal Minas Saúde e especialistas do assunto indicados pela
área demandante do curso.

Ficha Catalográfica
________________________________________________________________
MINAS GERAIS. Canal Minas Saúde. Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
Curso de Assistência ao Estomizado – Unidade 2: O Estoma: Intestinal ou Urinário.
Belo Horizonte, Minas Gerais, 2013.
Olá! Este é o seu Material de Referência que contempla todo o conteúdo da Unidade 2
de forma mais aprofundada. Nosso intuito é agregar mais conhecimento à sua
aprendizagem, por isso leia-o com atenção!
Mas, antes de iniciar, conheça os objetivos de aprendizagem previstos para esta
Unidade. Boa leitura!

 Conhecer o conceito de estoma.


OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM  Conhecer os agravos mais frequentes que
levam a confecção do estoma intestinal ou
urinário.

 Compreender a anatomia e fisiologia do


sistema digestivo e urinário.

 Compreender as características específicas de


cada tipo de estoma e seu efluente.
Conceitos de Estoma

Estoma ou estomia são designativos oriundos do termo grego “stoma” que significam
boca ou abertura. Santos (2006), baseando-se em consulta realizada pela Sociedade
Brasileira de Estomaterapia (SOBEST) à Academia Brasileira de Letras em 2005, afirma
que são estes os termos adequados para a língua portuguesa no Brasil, os quais são
utilizados para indicar a exteriorização de qualquer víscera oca através do corpo por
causas variadas.

No entanto, verifica-se no cotidiano dos serviços de saúde, bem como nos relatórios
médicos e publicações científicas da área, a frequente utilização dos termos “ostoma” e
“ostomia”, com o mesmo significado dos anteriores. Os órgãos governamentais e as
associações de pessoas estomizadas optaram por manter o uso do termo “ostomizado”
sempre que se referir à pessoa que possui um estoma. Dessa forma, sob o ponto de vista
jurídico, em toda citação de legislações governamentais ou de associações, deve-se
manter a forma como esta foi publicada ou registrada.

Para Bacelar et al (2004), o termo “ostoma” e seus derivados são formas irregulares que
inexistem nos dicionários e que contrariam as normas de transdução de termos gregos
para o português.
Como regra, embora haja exceções, na formação de nomes com elementos
procedentes do grego ou do latim, usa-se o e prostético antes de termos iniciados
por s, seguido de outra consoante. Exemplos: species> espécie; stilus> estilo;
spatium> espaço; stómakhos> estômago; strategia> estratégia; stoma> estoma.
Quando esses termos aparecem em seguida a outro elemento pode-se, em muitos
exemplos, conservar ou eliminar o e prostético: broncoespasmo, broncospasmo;
cifoescoliose, cifoscoliose; supra-espinal; supraspinal (BACELAR et al, 2004,
p.582).
Para este curso, seguindo as recomendações de Bacelar et al (2004), Santos (2006) e por
prezar pela qualidade, sobretudo pelo seu caráter científico, optou-se por utilizar o termo
estoma e seus derivados.

O estoma é, portanto, uma condição orgânica temporária ou permanente, resultante de


intervenção cirúrgica com o objetivo de restabelecer a comunicação entre uma
víscera/órgão e o meio externo, compensando seu funcionamento afetado por alguma
doença.

Os estomas ainda recebem nomes diferenciados dependendo do segmento corporal de


onde provêm. Esta designação é especificada com um prefixo da topografia
correspondente, por exemplo, traqueostomia, gastrostomia, ileostomia, colostomia,
nefrostomia, ureterostomia, vesicostomia e cistostomia. Cada um desses tipos de estomas
possui diferentes finalidades e indicações e podem utilizar-se ou não de tubos ou
cateteres.

Dessa forma, apresentam-se os temos colostomia, ileostomia e jejunostomia,


respectivamente, utilizados para indicar os estomas intestinais. Seguindo esta mesma
lógica, tem-se o termo urostomia para os estomas urinários, que também podem ser
denominados de derivações urinárias dependendo da técnica cirúrgica adotada. De
acordo com Santos (2006), esses são os tipos de estomas de eliminações fecais e
urinárias, respectivamente, mais comuns na prática clínica.
Causas dos Estomas

Entendida por Santos et al (2007) como um procedimento comum que visa à redução da
morbimortalidade pós-operatória, a confecção de um estoma está indicada
no tratamento de uma série de doenças. Segundo achados dos mesmos autores, dentre os
principais motivos para confecção de um estoma intestinal ou urinário estão a neoplasia
maligna, o trauma abdominal e o desvio de trânsito intestinal devido a úlceras de
decúbito por pressão.

Devido aos estomas constituírem “sequelas ou consequências de doenças ou traumas –


morbidade – e não causas ou diagnósticos” (Santos, 2006, p.25), a investigação de sua
epidemiologia configura-se tarefa difícil. Em nosso país, torna-se ainda mais desafiadora,
por depender do registro sistematizado de informações em um território de dimensões
continentais, onde as desigualdades estruturais, filosóficas e organizacionais dos serviços
de saúde refletem, entre outras coisas, as falhas de registro e as dificuldades de
comunicação, estabelecendo um contexto complexo para a sistematização de dados e
informações em saúde.

Ao analisar os aspectos epidemiológicos dos estomas, Santos (2006) apresenta algumas


fontes de informações importantes:

“Informações diretas acerca da prevalência dos estomas podem ser obtidas nas
próprias publicações sobre essa clientela – por meio de sua caracterização
demográfica e clínica – ou ainda de organismos nacionais ou internacionais
relacionados ao tema, principalmente as associações de estomizados como a
Associação Brasileira de Ostomizados – ABRASO, no Brasil, e a
InternationalOstomyAssociation (IOA) e United OstomyAssociation (UOA),
mundial e norte americana (EUA e Canadá), respectivamente. Informações
indiretas provém dos dados epidemiológicos das causas dos estomas,
principalmente as neoplasias malignas – particularmente as colorretais e vesicais
– além das doenças inflamatórias intestinais – Doença de Crohn e Reticolite
Ulcerativa Inespecífica – e dos traumas ou causas externas – acidentes de
trânsito e ferimentos por armas brancas ou de fogo.” (Santos, 2006, p.25)
Percebe-se a necessidade de investir em ferramentas que possibilitem o registro de
informações demográficas e clínicas relacionadas aos estomizados. Nesse sentido, a
Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) – órgão responsável pela
compra e distribuição de equipamentos coletores e adjuvantes de proteção e segurança
para estomas intestinais ou urinários aos pacientes estomizados deste estado – mantém o
cadastro dos pacientes, possibilitando o levantamento de informações tais como as causas
dos estomas dos pacientes atendidos na rede, conforme registrado no gráfico a seguir:

Causas dos estomas em pacientes atendidos pela rede do SUS-MG.

CA Tubo Digestivo 2,4% Causas de Ostomas


Complicação tratamento
radioterapia/Estenose de Reto 0,8%
Fistulas 2,1%
7,1%
4,7%
Lesões Medulares/Outros
2,5%
Mal Formação Congênita

Megacolon

Neo Próstata/Neoplasias Vias 18,8% 52,5%


Urinárias
Obstrução Intestinal

Perfuração Intestinal/Lesões
Traumáticas
Polipose 2,0%
2,0% 2,6%
RCUC/Doenças Inflamatórias
2,7%
Tumor Aparelho Genital Feminino

Fonte: SES-MG, 2008.

Um estudo recente realizado por Moraes et al (2009) apontou que 54% dos pacientes
estomizados atendidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis-MG possuíam
história associada ao câncer.
Apesar de o câncer coloretal ser a maior causa dos estomas, existem diversas outras
doenças ou agravos que podem levar à confecção de um estoma. Entre os adultos, são as
seguintes:
 Polipose e Neoplasia Intestinal;
 Câncer Coloretal;
 Diverticulose Intestinal;
 Diverticulose do Delgado;
 Diverticulite;
 Hemorragia Digestiva Baixa;
 Obstrução Intestinal;
 Doenças Intestinais Inflamatórias Idiopáticas: Doença de Crohne
Retocolite Ulcerativa;
 Megacólon Chagásico;
 Traumas;
 Adenocarcinoma Renal;
 Tumores da Bexiga;
 Bexiga Neurogênica.

Em crianças recém-nascidas, são as seguintes:

 Doença de Hirschsprung;
 Anomalias Anorretais (Ânus Imperfurado);
 EnterocoliteNecrosante.

Independente da causa, a confecção de um estoma acarreta uma série de mudanças na


vida da pessoa estomizada e seus familiares, que demandam cuidados de saúde
específicos dos profissionais da rede de serviços, especialmente do SUS.
Revisão da Anatomia e Fisiologia do Sistema Digestivo e Urinário

Para compreender alguns aspectos importantes na assistência ao estomizado, tais como o


volume e características dos efluentes conforme localização do estoma, faz-se necessário
relembrar a anatomia e fisiologia do sistema digestivo e do sistema urinário.

Sistema Digestivo

O trato gastrintestinal é um dos sistemas do organismo humano responsáveis pelas


relações de troca com o meio ambiente. É formado por uma estrutura contínua em forma
de tubo, associada a outras estruturas secretoras que estão localizadas próximas ao tubo, a
ele ligadas por ductos.

O aparelho digestivo começa pela boca, local onde entram todos os alimentos necessários
ao organismo. Depois da mastigação, descem pelo esôfago para o estômago. Este segrega
uma série de ácidos e enzimas que decompõem os alimentos e ajudam a formar uma
mistura líquida, denominda de quimo, que passa ao intestino delgado, onde continua a
digestão.

Figura: visão anterior do sistema digestivo Figura: visão posterior do sistema digestivo
Fonte: turmadosmorangos.blogspot.com Fonte: magnificos06.wordpress.com
Intestino delgado

O intestino delgado tem as funções de digestão e absorção de nutrientes. A sua


motilidade atua para misturar o quimo com as enzimas digestivas e com as secreções
pancreáticas para expor os nutrientes à mucosa intestinal, a fim de serem absorvidos; e
para propelir o quimo não absorvido, por toda extensão até o intestino grosso. É um tubo
comprido que inicia no piloro e termina na válvula íleo-cecal. Divide-se em duodeno,
jejuno, íleo, sem que haja uma marca anatômica evidente a separar as duas últimas
partes. O comprimento do duodeno é de 26 cm que contorna a cabeça do pâncreas na
forma de U ou V. O comprimento do segmento jejuno-ileal é de 7metros com o diâmetro
de 2 cm. No íleo terminal encontra-se a válvula íleo-cecal, constituída por 2 valvas. A
fusão de fibras musculares do íleo e do ceco forma verdadeiro mecanismo esfincteriano.

Figura: Intestino delgado Figura: Relação do intestino delgado e grosso


Fonte: pt.wikipedia.org Fonte: fulaninha-entretenimentos.blogspot.com

O intestino delgado é um órgão onde são absorvidos os componentes alimentares


essenciais à nossa alimentação – vitaminas, minerais, proteínas, hidratos de carbono,
gorduras –, além de água. Recebe em torno de 10 litros de líquidos, sendo 1,5 litros
provenientes dos alimentos e 8,5 litros produzidos pelas glândulas e órgãos anexos
(glândulas da boca estômago e intestino, pâncreas e fígado). Desse volume total, apenas
0,5 a 1 litro chega à válvula íleo-cecal, o restante é absorvido pelo próprio intestino
delgado.
Destaca-se que a vitamina B12 e sais biliares são componentes da dieta especificamente
absorvidos no íleo terminal. Em caso de ressecção dessa parte do intestino, o profissional
deve atentar para deficiência de vitamina B12 e quadros de esteatorreia.

Intestino grosso

O intestino grosso tem comprimento de 120 a 150 cm, com 06 cm de diâmetro. É


composto pelo ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente e cólon
sigmóide, reto e canal anal. O intestino grosso tem grande capacidade de distensão e
apresenta grande mobilidade, especialmente em nível do transverso e sigmoide. Absorve
água e eletrólitos, cerca de 800 a 1.000 ml de líquido chegam ao ceco e apenas 150 ml
são eliminados nas fezes.

A primeira parte do intestino grosso, o cólon ascendente situado no lado direito do


abdomen, mais perto do ileo e como tal apresenta fezes líquidas, a segunda, já com fezes
um pouco menos líquidas, corresponde ao cólon transverso; a terceira - o cólon
descendente - e a quarta, - cólon sigmoide situada no lado esquerdo do abdómen contém
fezes com a consistência, cheiro e cor habituais.

Figura: Partes do intestino grosso


Fonte: asmatheus.com.br

O intestino grosso possui uma camada muscular espessa especialmente devido a uma
camada externa longitudinal que apresenta três faixas de espessamento denominadas
tênias. O suprimento sanguíneo do intestino grosso é feito pela artéria mesentérica
superior que irriga o ceco, apêndice, cólon ascendente até a metade do cólon transverso e,
a partir deste ponto, por ramos da artéria mesentérica inferior. A mobilidade do intestino
grosso varia conforme o segmento: enquanto o ceco tende a ser mais fixo, o sigmoide
apresenta grande mobilidade.

Após o sigmóide, segue-se o reto, órgão de armazenamento por excelência, que trabalha
em estreita ligação com o músculo esfinctérico anal, músculo em forma de anel, que
permite pela sua contração conter as fezes em determinadas situações, ou, pelo seu
relaxamento, aceder à vontade de evacuar noutras situações.

Quando o reto fica cheio de fezes, o músculo liso do reto se contrai e o esfíncter anal
interno se relaxa. A defecação ocorre quando há abertura do esfíncter externo, formado
por músculos estriados, sob controle voluntário. Quando o reto fica com 25% da sua
capacidade preenchido, ocorre a urgência para defecação.

Sistema urinário

O sistema urinário é composto por rim, ureter, bexiga e uretra. Age na regulação da
composição hidroeletrolítica dos líquidos corporais, na remoção dos produtos finais do
metabolismo e do sangue e na regulação da pressão sanguínea.

Figura: órgãos do sistema urinário


Fonte: Arquivo pessoal conteudista
Os rins são um par de órgãos localizados retroperitonialmente na região lombar e têm as
funções de excretar os produtos finais do metabolismo por meio da formação da urina e
controlar o equilíbrio hidroeletrolítico, ácido-base e função hormonal.

Os ureteres são em número de dois. São estruturas tubulares que têm função de
transportar a urina do rim até a bexiga, através de contrações peristálticas (1 a 5x/min).
Ressalta-se que a pelve renal suporta um volume máximo de 3 a 5 ml e a junção
ureterovesical funciona como uma válvula previne o fluxo retrogrado da urina para o
rim durante a micção ou bexiga excessivamente distendida. A pressão intravesical
habitual tende a manter a válvula fechada. Durante a micção, os ureteres são fechados
pelas contrações musculares da bexiga. Destaca-se que não há músculo liso na parede do
ureter imediatamente acima de sua implantação na bexiga

A bexiga é um órgão muscular oco que armazena a urina que, posteriormente, será
eliminada através da uretra. Tem capacidade que varia de 200 a 400ml e pH em torno de
4,5.

A uretra difere de tamanho conforme o sexo, na mulher é de 3,5 a 4 cm e no homem de


15 a 20 cm. Possui esfíncter interno e externo e tem função de comunicar a bexiga com o
meio externo permitindo a ejeção da urina.
Características do Estoma e Efluente

Tal como o motivo da cirurgia, o procedimento cirúrgico adotado para a confecção do


estoma é um fator que vai determinar diferentes características no estoma e seu efluente,
repercutindo significativamente na vida do estomizado e nos cuidados demandados.
Entender essas características é de extrema importância para o profissional que vai
prestar a assistência e oferecer orientações para o autocuidado ao paciente, as quais serão
abordadas a seguir:

Tipo de estoma: intestinal ou urinário

Quando se elimina conteúdo intestinal se denomina estoma intestinal e denomina-se


estoma urinário quando o conteúdo é urina. Os estomas intestinais podem demandar
bolsa coletora fechada ou drenável, sendo ambas lisas na parte interna. Estomas urinários
necessitam de bolsas coletoras drenáveis com válvula antirrefluxo na parte interna que
impede o retorno de urina para a base do estoma e válvula de drenagem na parte inferior
que facilita a drenagem e direcionamento da urina.

Localização do estoma
O estoma intestinal pode encontrar-se no segmento do intestino grosso ou delgado. No
intestino grosso é denominado de colostomia e pode ser confeccionado no colon
ascendente, transverso, descendente ou sigmoide, podendo receber o nome de
cecostomia, colostomia direita, transversostomia ou colostomia transversa, colostomia
esquerda, sigmoidostomia. No intestino delgado é realizada na porção do íleo, sendo
denominada de ileostomia.
Figura: variação da localização do estoma intestinal.
Fonte: RNAO, 2009.

A confecção da colostomia pode ocorrer:


 amputação do reto devido a câncer de reto,
 para “proteção”de anastomoses“baixas” (colorretais),
 para descomprimir um segmento de cólon obstruído (câncer
obstrutivo).

A confecção da ileostomia pode ser necessária nas seguintes situações:


 proctocolectomia total (retocolite ulcerativa grave, doença de Crohn,
polipose múltipla familiar, traumas e anomalias congênitas),
 como “proteção” de anastomoses distais (íleo-anal, íleorretal e
colorretal),
 para desfuncionalizar o segmento distal (doença intestinal inflamatória,
colite isquêmica),
 para descomprimir um segmento obstruído (ex: câncer, doença
diverticular).

A derivação urinária é a criação de um trajeto alternativo de drenagem ou


armazenamento de urina. São soluções cirúrgicas para desviar a urina da bexiga, de
forma que tenha nova saída, geralmente através de uma abertura na pele (estoma).
As interrupções do fluxo urinário podem ser decorrentes de afecções congênitas, lesões
oncológicas ou lesões traumáticas. Podem ter uso exclusivo do trato urinário ou do
segmento de alça.

Derivações urinárias

Tipo Derivação O que é feito


O ureter é passado pela parede e fixado à pele
ureterostomia cutânea
criando um estoma (temporário).
Um cateter é inserido dentro da pelve renal por
Nefrostomia meio de uma incisão no flanco (em geral
Uso exclusivo do temporária).
trato urinário
Um cateter é inserido dentro da bexiga
Cistostomia
(temporárias ou permanentes).
A bexiga é suturada à parede abdominal e um
Vesicostomia
estoma é criado (permanentes).
Introdução dos ureteres no sigmóide permitindo o
ureterossigmoidostomia
fluxo da urina através do cólon e saída pelo reto.
Os ureteres são transplantados para uma secção do
Uso de segmento condutoileal (cirurgia de íleo que é exteriorizada através da parede
de alça intestinal Bricker): abdominal (estoma). Permite passagem da urina.
Pode ser utilizada alça do cólon sigmoide.
Reservatório ileal continente Implante dos ureteres para um segmento isolado do
(Bolsa de Kock) íleo com válvula unidirecional (estoma).

No grupo das derivações urinárias, destaca-se o conduto ileal (urostomia), também


denominado de cirurgia de Bricker, entendida como uma ureteroileostomia com
exteriorização, na pele, do segmento distal do íleo.
Figura: tipos de derivação urinária.
Fonte: Smeltzer

A cirurgia de Bricker consiste na implantação término-lateral dos ureteres em um


segmento de íleo de cerca de 15 a 20 cm selecionado a 10 e 15 cm da válvula ileocecal.
Uma das extremidades da alça é fechada e a outra, exteriorizada na pele. Esse segmento
deve ficar posterior à reconstrução do tubo digestivo. Faz-se o fechamento da
extremidade proximal do segmento isolado, anastomoses ureterais ao conduto e stents
ureterais são fixados e exteriorizados, temporariamente pelo conduto. A extremidade
distal do segmento é exteriorizada no quadrante inferior direito na forma de estoma
(urostomia). O segmento do intestino que foi usado para formar o conduto ileal
continuará a produzir muco. Embora esta cirurgia propicie boa
drenagem urinária a baixas pressões, ela implica drenagem contínua da urina requerendo
o uso de equipamento coletor urinário.

As principais indicações da cirurgia de Bricker são representadas por pacientes com


insuficiência renal grave, bem como pacientes cuja pelve não permita a realização de
outro procedimento mais complexo (radioterapia prévia, múltiplas cirurgias pélvicas
dentre outros).

Figura: variação da localização do estoma intestinal.


Fonte: RNAO, 2009.

Na construção do conduto ileal, é necessária a colocação de stent, isto é, cateter de


material flexível dentro do ureter direito e esquerdo. Esse procedimento preserva a
anastomose ou impede a obstrução devido a edema dos ureteres no local de inserção no
íleo. Os cateteres são retirados pelo médico entre o 15º e 20º dia de pós-operatório.

Figura: conduto ileal com stents. Figura: conduto ileal com stents
Fonte: Ortiz. Fonte: RNAO, 2009.
Os estomas intestinais e a urostomia são exteriorizados no abdome e registro do local de
exteriorização nessa região do corpo é essencial para o cuidado. Para a realização do
exame físico é necessário a divisão topográfica do abdome para facilitar a descrição e a
localização dos órgãos e pontos de referência relativos à dor ou presença de massa. Um
modo de divisão topográfica abdominal simples se faz em quadrantes. Os planos sagital,
mediano e transversal passam pela cicatriz umbilical e dividem a região no quadrante
superior direito (QSD), quadrante inferior direito (QID), quadrante superior esquerdo
(QSE) e quadrante inferior (QIE).

Figura: Divisão topográfica do abdome em quadrantes


Fonte: medicalservices.com.br

Permanência do estoma: temporário ou definitivo

Os estomas temporários são construídos a fim de possibilitar, posteriormente, o


restabelecimento do trânsito intestinal ou urinário. Geralmente, as derivações intestinais
em alça permitem o fechamento do estoma sem necessidade de laparotomia. Esses
estomas são realizados mais frequentemente para a proteção de anastomoses de alto risco
de deiscência (como a anastomose colorretal baixa, coloanal e ileoanal), como tempo
operatório inicial no tratamento da obstrução do cólon esquerdo ou na derivação do
trânsito fecal para os casos de trauma ano-reto-perineal importante e graves processos
infecciosos perineais. Os estomas definitivos não permitem o restabelecimento do
trânsito intestinal ou urinário, portanto, permanecem por toda a vida.

Tipo de construção do estoma: terminal ou em alça

Os estomas classificam-se em terminal, em alça, e de canal duplo. O estoma terminal


apresenta boca única. Para realizá-lo puxa-se um segmento do intestino pela parede
abdominal externa, fazendo a eversão desse segmento e suturando-o à pele, na maioria
das situações é definitivo. Nesta situação, existe apenas uma abertura que drena as fezes.
O intestino distal é removido na cirurgia ou fechado por sutura para dentro da cavidade
abdominal.

A exceção do terminal que não é definitivo é a colostomia a Hartmann. Essa tem


possibilidade de reconstrução do trânsito intestinal. O cirurgião francês Henri Hartmann
(1860-1952), em 1921, descreveu um procedimento cirúrgico que consistia da ressecção
cirúrgica de um segmento colônico sem anastomose primária, com fechamento do coto
distal e abertura de colostomia proximal ao segmento ressecado, denominada de
colostomia terminal. Este procedimento pode ser a primeira fase de uma cirurgia de duas
etapas, em que em uma data posterior, a colostomia e coto distal (remanescente) são
anastomosados. O procedimento de Hartmann é mais frequentemente empregado em
pacientes debilitados ou em circunstâncias emergentes em que a anastomose primária ou
excisão completa do segmento distal não seriam adequadas. Na literatura mundial, a
cirurgia de Hartmann é indicada principalmente para casos de ressecção de carcinoma
colorretal obstrutivo, diverticulite aguda ou trauma colorretal, além da doença de Chagas.
Figura: Colostomia terminal (presença Figura: Colostomia terminal (presença de boca
de boca única) de caráter definitivo. única) de caráter definitivo.
Fonte: boloncol.com Fonte: colorretal.com.br

Figura: colostomia terminal (Hartmann) com boca única de caráter provisória.


Fonte: RNAO, 2009.
Fonte: medicinageriatrica.com.br

O estoma em alça apresenta duas bocas unidas, geralmente, é criado no colón transverso,
mas pode ser construído na alça do intestino grosso ou delgado. Na construção de uma
ileostomia ou colostomia em alça faz-se liberação do omento numa pequena extensão e a
alça é tracionada para fora do abdome e um pino de apoio, de metal, plástico ou borracha
dura, por exemplo, cateter uretral, é passado através do pertuito do mesocólon, servindo
de suporte para a alça intestinal mantendo a posição sobre a superfície abdominal e
impedindo a sua retração no período de maturação do estoma. O pino, também
denominado de bastão de sustentação, deve ser retirado após período de 7 a 10 dias.
Na ileostomia ou colostomia em alça, a parede anterior da alça intestinal é aberta com um
pequeno corte a fim de eliminar o conteúdo fecal, mas a alça mantém-se unida na parte
posterior. Tem-se um estoma com um segmento funcionante (proximal) e outro não-
funcionante (distal). A alça de ambas as bocas mantêm-se unidas parcialmente e são
exteriorizadas pelo mesmo orifício, uma elimina o efluente e a segunda, apenas muco,
por isso é também denominada de fístula mucosa.

Figura: colostomia em alça Figura: colostomia em alça


Fonte: portalcodgdh.min-saude.pt Fonte: RNAO, 2009

Figura: Construção da ileostomia em alça (presença de duas bocas) de caráter temporário


Fonte: colorretal.com.br
Figura: presença de fixador na colostomia e ileostomia em alça.
Fonte: Arquivo pessoal

Para a realização do estoma de canal duplo, após a separação completa da alça


intestinal, as extremidades proximal e distal são colocadas para fora da parede
abdominal, evertidas e suturadas na derme ou no tecido subcutâneo. As bocas podem ser
exteriorizadas no mesmo sítio do abdome, de forma justaposta, por exemplo, a
colostomia à Mikulicz ou “Cano de escopeta”, ou podem sair separadas e serem
exteriorizadas em locais distantes no abdômen, sendo denominada de dividida. Esse tipo
de estoma é muito comum em neonatos e crianças.

Figura: Estoma de canal duplo com duas bocas exteriorizadas justapostas. Caráter temporário.
Fonte: boloncol.com
Figura: Estoma de canal duplo com duas bocas exteriorizadas em locais distantes. Caráter temporário.
Fonte: portalcodgdh.min-saude.pt

A seguir serão apresentados os estomas mais comuns e as principais características:

 Abaixo do ângulo costal, normalmente à direita


 Colostomia em alça
Colostomia  Protrusão de 1 a 3 centímetros acima do nível da pele, diâmetro de 6 a 10 cm
transversa  Fezes semifirmes ou líquidas – quantidade relativamente alta de gases e
fezes com mau odor
 Fezes lesivas à pele
 Quadrante inferior direito do abdome
 Ileostomia terminal: uma abertura, 3 a 4 cm acima do nível da pele
 Ileostomia em alça: duas aberturas – uma passiva no nível da pele e uma
Ileostomia
ativa 3 a 4 cm acima do nível da pele
 Conteúdo intestinal líquido, 600 a 800 ml dependendo do lugar (menos
gases do que o normal odor desagradável diferente do odor das fezes
normais)
 Quadrante inferior ou superior direito do abdome
 Protrusão de 2 a 3 cm acima do nível da pele
Conduto ileal  Drenagem de urina
 Causa danos à pele
 Presença de odor e muco na urina

A necessidade de um estoma pode advir de má formação, agravos agudos e crônicos,


traumas, danos causados por radiação conforme apresentado nos próximos quadros.
Indicações de colostomias

Tipo Quando é feito


Após amputação abdominoperineal do reto (permanentes).
Colostomias
Após operação de Hartmann: sigmoidectomia ou retossigmoidectomia com
terminais
colostomia terminal e sepultamento do coto retal (temporárias ou permanentes).
Para proteção de anastomoses coloanais ou colorretais.
No tratamento inicial da obstrução do cólon esquerdo (“procedimento em três
tempos”).
Colostomias
No tratamento da perfuração do reto extraperitoneal.
em alça
No tratamento paliativo da neoplasia obstrutiva do cólon associada à carcinomatose
peritoneal ou múltiplas metástases a distância.
No tratamento dos processos infecciosos perineais graves.

Indicações de ileostomias

Tipo Quando é feito


Após colectomia total abdominal de urgência ou proctocolectomia total na retocolite
ulcerativa.
Na polipose adenomatosa familiar, em caso de câncer avançado no reto inferior ou na
Ileostomias
presença de múltiplos pólipos retais na vigência de contraindicação técnica à
terminais
anastomose ileoanal com reservatório ileal.
Na construção de derivações urinárias.
Na situação de cânceres sincrônicos do reto inferior e do ceco.
Para proteção de anastomoses ileoanais, colo-anais ou colorretais.
Na doença de Crohn, nos raros casos de sépsis abdominal por perfuração íleo-cecal
Ileostomias após ressecção ileal e nas situações de doença perianal quando a proctocolectomia é
em alça recusada.
No tratamento de perfurações intestinais com peritonite generalizada.
No tratamento paliativo da obstrução do cólon esquerdo, na ausência de alça fechada.

Características do estoma

A observação do estoma é muito importante. As características normais de um estoma


são: coloração rosa-avermelhado, úmido, sangra ligeiramente quando friccionado,
ausência de sensação ao toque, fezes ou urina eliminados involuntariamente e edema pós-
operatório. Deve-se à cor, ao brilho, à presença de muco e ao tamanho. Devido à
fragilidade dos tecidos, a limpeza do estoma deverá ser efetuada de forma delicada. Não
é aconselhável esfregá-lo.
Figura: Colostomia terminal com características normais
Fonte: boloncol.com

O estoma também deve ser avaliado quanto à altura, o formato e o diâmetro. Essas
características são preponderantes no momento da indicação do equipamento coletor.

Altura do Estoma

Conforme a altura do estoma em relação à pele, ele pode ser classificado em perfil alto
(acima de 2,5 cm), altura normal (entre 1,5 e 2,5 cm), perfil baixo (até 1,5 cm), altura da
pele (sem protrusão), retraído (abaixo do nível da pele).

Um dos fatores importantes na técnica das ileostomias é a eversão da mucosa e


protrusão da alça, o que a torna saliente, de aspecto mamilar, com 3 a 5 cm de altura
em relação à borda cutânea. Dessa maneira, o líquido entérico cai diretamente na bolsa
coletora, não provocando dermatite de contato pela secreção alcalina ileal e rica em
enzimas. As colostomias, por sua vez, podem ficar ao nível da superfície cutânea,
quando é do cólon esquerdo, pois o efluente que sai do cólon, além de mais consistente,
não é irritante devido ao pH neutro.
Figura: altura do estoma (perfil alto, altura normal, perfil baixo, altura da pele, retraído).
Fonte: RNAO, 2009

Figura: estoma da altura da pele


Fonte: Arquivo pessoal

Para estomas com protrusão estão indicados equipamentos coletores de placa plana e para
aquelas com ligeira protrusão (até 1,5 cm), pode ser necessário o uso de pasta de resina
sintética para auxiliar a fixação do equipamento coletor de placa plana. Os estomas
planos exigem equipamento coletor de placa convexa. Ressalta-se que independente do
tipo da placa, o orifício da parte adesiva do equipamento coletor deve ser o mesmo do
diâmetro e formato do estoma.

No pós-operatório tardio, os estomas podem apresentar retração e prolapso, que são


complicações relacionadas à altura. Ambas exigem dispositivo coletor específico. O
estoma com retração apresenta altura abaixo do nível da pele, isto é, ocorre a
penetração, total ou parcial, da alça intestinal na cavidade abdominal (desaparecimento
da protrusão normal do estoma para ou abaixo da pele).

Pode ser intermitente – clientes podem relatar que o estoma desaparece quando ficam
sentados ou quando o intestino está funcionando. As causas mais frequentes de retração
são a exteriorização insuficiente ou má fixação da alça intestinal, aumento ponderal,
remoção precoce do bastão de sustentação da alça, ocorrência prévia de descolamento
mucocutâneo ou necrose, infecção crônica da pele periestoma.

Figura: estoma com retração. Figura: estoma com retração.


Fonte: RNAO, 2009. Fonte: procto.net.br

Os estomas retraídos exigem equipamento coletor de placa convexa, cujo orifício deve
corresponder ao diâmetro e formato do estoma.

O prolapso é uma complicação à saída parcial ou total da alça intestinal pelo próprio
estoma, cujo comprimento é acima de 5 cm, mas pode variar conforme o paciente. O
prolapso parcial é de aspecto rugoso com preservação do pregueado mucoso da alça
exteriorizada e o prolapso total é de aspecto liso e contém toda a parede da alça,
podendo alcançar grandes volumes.

Essa complicação é mais comum em construções de estoma em alça, principalmente do


cólon transverso. As causas relacionadas ao surgimento do prolapso são a exteriorização
da alça distante dos pontos de fixação anatômicos, a não fixação do meso do segmento
exteriorizado, grande abertura do trajeto de exteriorização e aumento da pressão
abdominal.
Figura: estoma com prolapso. Figura: colostomia com prolapso
Fonte: RNAO, 2009 Fonte: Arquivo pessoal

Os estomas comprolapso exigem equipamento coletor de placa plana, mas


dependendo do tamanho do prolapso a bolsa coletora tem que ser maior para acomodar a
alça intestinal e o efluente. Para a definição da abertura da parte adesiva da placa, deve-se
considerar o estoma na sua exteriorização máxima. Também se faz necessário o uso de
cinto elástico ajustável com bordas para encaixe em hastes dos equipamentos coletores.
Também pode ser necessário o uso de cinta abdominal com orifício para a exteriorização
da ajustável.

Formato do Estoma

Estomas podem variar de redondo para oval ou ter formato irregular. Os estomas
terminais que apresentam boca única tendem a ser redondos. O formato do estoma
influencia no tipo de dispositivo coletor a ser indicado.

Figura: estoma de formato redondo. Figura: estoma de formato ovalado


Fonte: Arquivo pessoal. Fonte: RNAO, 2009
Para estomas redondos, é indicado dispositivo com a placa (parte adesiva) plana pré-
cortada, cujo orifício seja do tamanho exato do estoma. Para estomas de formato ovalado
ou irregular são necessários dispositivos coletores com placa plana recortável ou
modável. A placa deve ser recortada ou moldada no formato exato do estoma.

No pós-operatório, os estomas podem apresentar descolamento mucocutâneo, total ou


parcial. Essa é uma complicação precoce que se caracteriza pela ruptura da linha de
sutura entre o estoma e a parede abdominal. Pode ser o resultado de cicatrização pobre,
de tensão excessiva na linha de sutura entre a pele e o estoma, infecção superficialou
devido à desnutrição, corticoterapia, abdome irradiado.
O descolamento mucocutâneo altera o formato do estoma construído, tornando-o
irregular, além de contribuir para o aparecimento da retração.

Figura: descolamento mucocutâneo. Figura: desenho do descolamento Mucocutâneo.


Fonte: Arquivo pessoal. Fonte: RNAO, 2009.

Os cuidados envolvem observação do estágio inflamatório pelo risco de peritonite por


infiltração do conteúdo fecal na cavidade abdominal, uso de sistema coletor de duas
peças para permitir a visualização do estoma, com placa recortável ou moldável, além do
uso de barreira protetora de pele em forma de pasta para impedir extravasamento do
efluente. A deiscência deve ficar sob a base adesiva para que cicatrize por segunda
intenção, em casos graves, é indicado a reintervenção cirúrgica.
Diâmetro do Estoma

O estoma tende a reduzir de tamanho no período de 6 a 8 semanas de pós-operatório,


assumindo assim o seu diâmetro definitivo. Esse processo ocorre devido à regressão do
edema que surge em decorrência do trauma cirúrgico.

Figura: estoma com edema


Fonte: Arquivo pessoal do conteudista

O edema é considerado uma das complicações mais comuns no pós-cirúrgico imediato


quando se torna excessivo. É causado pela mobilização da alça intestinal, por trauma
local, e principalmente pela passagem através de um trajeto estreito da parte abdominal
para exteriorização da alça. O enfermeiro responsável deve acompanhar a evolução, uma
vez que o edema pode provocar o aparecimento de necrose devido à diminuição da
irrigação sanguínea.

O diâmetro do estoma tem relação com a localização do estoma e o número de bocas. A


ileostomia e o conduto ileal têm diâmetros inferiores ao da colostomia. Esse fato evidente
com o tamanho da incisão necessária para exteriorização da alça. Para o caso de
colostomias, o diâmetro da incisão circular deve ser de aproximadamente 3 cm e de 2,5
cm no caso de ileostomias. O estoma terminal também é menor do que estomas de duas
bocas.

Para a acomodação do estoma edemaciado e evitar trauma na mucosa intestinal, a placa


adesiva deve apresentar um orifício em torno de 5 mm maior que o tamanho do estoma.
Destaca-se que é essencial o uso de medidor para mensuração do diâmetro do estoma nas
primeiras semanas de pós-operatório, até esse adquir o seu tamanho definitivo. O estoma
vai mudando de diâmetro, tornando-se menor devido à regressão do edema à medida que
o tempo passa desde a operação. O diâmetro do orifício da placa deve ser o mesmo do
estoma. Essa recomendação visa evitar deixar pele exposta ao redor do estoma em
contato com o efluente.

Figura: Uso do medidor para mensuração Figura: Placa do equipamento ajustada ao tamanho do
do estoma. estoma com edema.
Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

Os estomas podem apresentar estenose no pós-operatório, considerada complicação


tardia e caracterizada pela diminuição do orifício externo do estoma. O estreitamento da
luz do estoma pode ser observado tanto em nível cutâneo como da fáscia, e surge
geralmente no terceiro mês de pós-operatório. Na fase inicial, observa-se eliminação do
conteúdo intestinal afiladas, ocorrendo também dificuldade crescente nesse ato, podendo
levar a quadro de suboclusão. Essa complicação reduz o diâmetro do estoma e tem como
fatores predisponentes a técnica cirúrgica inadequada, complicações precoces (retração),
processos inflamatórios e ganho excessivo de peso.

A presença da estenose demanda o uso de equipamento coletor com placa convexa e


dilatação digital ou instrumental. A correção desta complicação é feita pelo médico e
poderá necessitar de tratamento cirúrgico, por exemplo, cirurgia plástica (restrita à pele)
ou laparotomia quando há comprometimento da fáscia.

Características da pele ao redor do estoma

A pele periestoma desempenha um papel importante no funcionamento de todo o


equipamento coletor, pois ela é a superfície à qual adere, e frequentemente as
complicações da pele periestoma diminuem a capacidade das placas se afixarem à pele, o
que torna a qualidade da pele um fator muito importante na reabilitação do estomizado. A
pele deve ser avaliada quanto à cor, integridade, turgore área para aplicação da placa.
Processos alérgicos ou irritativos tendem a alterar essas três características.

Cor da pele

A pele pode manter a cor saudável, sem diferença da superfície com a da pele adjacente,
apresentar eritema, nesse caso, a pele fica vermelha ou apresentar lesão, cuja cor pode
variar de lilás a amarela.

Integridade da pele

Em relação a sua continuidade ao redor do estoma, a pele pode apresentar-se:

 Intacta: não há modificação na pele.


 Macerada: pele encontra-se branca friável devido ao excesso de umidade.
 Erosão: há dano superficial da pele.
 Erupção cutânea: presença de inúmeras manchas ou pápulas avermelhadas e
podem se elevar na pele. Também denominada de exantema ou rash cutâneo, que
pode ser causado pelo uso de alguns produtos (reação adversa).
 Ulceração: presença de ferida envolvendo a camada de derme.
Turgor da pele

O turgor pode encontrar-se normal com a pele macia, apresentando boa elasticidade, ou
fraca e flácida ou muito firme.

Área da pele para aplicação da placa

A má adaptação da placa do dispositivo à pele pode ocorrer principalmente devido à


escolha inadequada do local de confecção do estoma na parede abdominal, situando-se
próximo a depressões, pregas cutâneas e proeminências ósseas, dentre outros acidentes
anatômicos, permitindo o vazamento do conteúdo drenado pelo estoma. Estudos
demonstram que a localização inadequada do estoma é mais comum em cirurgias de
urgência, denotando a importância do planejamento pré-operatório. Esta complicação
pode variar de 13% nas cirurgias eletivas a 31% nas cirurgias de urgência (RATLIFF,
2005).

Para propiciar a adesividade e permanência do equipamento coletor na pele deve haver


área plana suficiente ao redor do estoma para a aplicação da placa adesiva. A escolha do
formato da placa redonda, quadrada, ovalada, pré-cortada ou recortável deve amparar-se
no critério da quantidade de área plana disponível ao redor do estoma.

Figura: estoma com área de pele plana suficiente para adesividade da placa
Fonte: Arquivo pessoal
Hérnia periestomal

A pele do abdome também deve ser avaliada quanto à presença de hérnia peristomal.
Essa é uma das complicações que está relacionada à confecção de um orifício abdominal
grande ou, em caso de pacientes obesos e com mau estado geral ou, ainda pelo aumento
da pressão intra-abdominal e localização do estoma em incisão operatória anterior.
A hérnia periestomal é caracterizada pela saída de vísceras pelo trajeto do estoma,
formando um abaulamento em torno do mesmo. Surge quando há um espaço entre o
segmento intestinal que forma o estoma e o tecido circundante, configurando um defeito
facial. O resultado é a formação de uma saliência total ou parcial na base do estoma.
Durante a criação de estoma é feita uma abertura na fáscia para permitir a exteriorização
do intestino. Em alguns pacientes, pode ampliar esse defeito, permitindo que o intestino
faça protuberância na área.

Figura: Hérnia periestomal


Fonte: RNAO, 2009
Figura: cinta abdominal para Figura: cinta abdominal para Estomizado
Estomizado. Fonte: espacodocuidador.blogspot.com

Quando a hérnia está associada à fragilidade muscular periestoma de menor intensidade,


o que ocorre em muitos pacientes com colostomia, esses podem permanecer sem
correção cirúrgica. Para esses pacientes, estão indicados equipamentos coletores de
placa macia e flexível, além de cinto elástico ajustável com bordas para encaixe em
hastes dos equipamentos coletores. Também pode ser necessário o uso de cinta
abdominal com orifício para a exteriorização da ajustável. Indica-se cirurgia corretiva
apenas quando a hérnia está causando muitos problemas. Nesses casos, prioriza-se mudar
a colostomia de lugar e corrigir a fraqueza abdominal.

O abdome de pessoas obesas deve ser avaliado com mais critério. Na presença de prega
cutânea, dobra abdominal ou se o contorno da pele periestoma for irregular, deve-se
aplicar pasta protetora para nivelar a pele. Deixar secar de um a dois minutos antes de
colocar o dispositivo coletor.

Muitas pessoas com um estoma experimentam afecções da pele ao redor do mesmo.


Esses problemas são comuns e podem afetar a qualidade de vida e influenciar a maneira
como uma pessoa encara o fato de viver com um estoma.
Dermatite periestomal

A dermatite periestomal pode ocorrer, com maior frequência, na ileostomia ou


colostomia direita. É a causa mais frequente de perda da integridade da pele periestoma,
cuja presença é desastrosa para o bem-estar da pessoa estomizada e, consequentemente,
para sua reabilitação, pois tem um impacto real no indivíduo e na sua qualidade de vida.

A presença da dermatite desencadeia o aparecimento da dor, a qual pode ser extrema,


por exemplo, ao remover a barreira adesiva; aumenta o risco de vazamentos de efluentes
pelo equipamento coletor o que leva o surgimento de mau odor podendo resultar num
estigma ou embaraço com recusa e afastamento da pessoa de atividades sociais. A
dermatite também passa a ser um fardo econômico associado às despesas resultantes de
consultas especializadas e aumento da demanda de equipamentos coletores e adjuvantes,
secundário às desordens da pele periestoma.

Figura: ileostomia com dermatite


Fonte: Arquivo pessoal

A dermatite é irritação da pele ao redor do estoma causada pelo fluido intestinal ou


urinário em contato com a pele. Os fluidos ileais e os provenientes das colostomias
direitas são mais alcalinos e ricos em enzimas, provocando irritações mais graves e mais
precoces.

A urostomia também tem risco elevado para a ocorrência de dermatite, pois, expõe a pele
circundante ao contato com urina. Esta é agressiva para a pele porque a expõe a uma
umidade constante e porque dependendo da composição química, a urina pode alterar o
ambiente ácido da pele, rompendo o equilíbrio existente. A alcalinidade aumenta a
capacidade irritativa da urina, alimentando um ciclo vicioso que termina em uma maior
frequência de complicações locais como as lesões irritativas dérmicas, ulcerações e
estenoses dos estomas, com agravamento da qualidade de vida dos urostomizados.

As dermatites ocorrem pela inadequação dos equipamentos utilizados, e é agravada pela


associação de complicações dos estomas (estenoses, retrações, fístulas dentre outras). O
emprego de placas adesivas, as quais necessitam de trocas frequentes, também
proporcionam a retirada das camadas protetoras da pele, provocando hiperemia e erosões.

As dermatites periestomas podem ser classificadas em irritativas, química ou de contato,


alérgica, por trauma mecânico e por infecção.

 Dermatite irritativa, química ou de contato

Essa dermatite é uma das complicações mais comuns. A dermatite irritativa é causada
pelo contato com efluente ou produtos utilizados na pele periestoma. Estes agentes
causam distúrbios nos mecanismos de defesa da pele, permitindo a penetração de
substâncias nocivas, desenvolvendo processo inflamatório.
Esse tipo de dermatite frequentemente ocorre quando o fluido intestinal ou a urina fica
em contato constante com a pele em torno do estoma, principalmente nos estomas
situadas no plano da pele (raso), sem a adequada protrusão da alça intestinal na parede
abdominal. Associada com outros fatores, pode desencadear um ciclo de agravamento
progressivo de dano na pele, falência da aderência do adesivo do coletor e
extravasamento do efluente.

 Dermatite alérgica

A dermatite alérgica ocorre pela aplicação de produtos contínuos e ou produtos errôneos


nos cuidados com estomas que podem provocar uma reação alérgica Pode ser provocada
por várias substâncias em pessoas sensibilizadas. Essa sensibilização também pode ser
desencadeada pelo uso de elemento do dispositivo, como a barreira adesiva ou plástica e
geralmente ocorre no final de poucos dias do primeiro contato ou após anos de contatos
repetidos com o agente sensibilizante. O uso de dispositivo adequado evita o
aparecimento das dermatites.

 Dermatite por trauma mecânico

Este tipo de dermatite está relacionado ao cuidado do estoma. As causas mais comuns de
dermatite por trauma mecânico incluem a remoção abrupta da bolsa coletora, a limpeza
exagerada da pele, troca frequente da bolsa coletora, fricção ou pressão contínua de
dispositivos mal adaptados.

 Dermatite por infecção

Na maioria das vezes, a dermatite periestoma por infecção é secundária às causas


descritas nos outros tipos de dermatite, sendo a foliculite e infecção por fungo as mais
comuns desse tipo de dermatite. A foliculite ou inflamação do folículo piloso é causada
por staphilococcus desencadeada principalmente quando os pelos da área periestoma são
impedidos de crescer em virtude da aplicação do equipamento coletor, em consequência
da tração dos pelos durante a remoção do equipamento ou utilização de técnica
inadequada para removê-los. Na maioria das vezes a foliculite é de causa mecânica. A
afecção tende a ser superficial, mas pode estender à raiz do pelo. Os sinais presentes são
o eritema e a lesão pustular, o que o profissional pode confundir com a infecção por
fungos. O que elucida é o exame detalhado da pele periestoma que mostra a inflamação
restrita ao folículo piloso.

A Cândida albicans é o agente mais usual da infecção por fungo. Prospera em ambiente
úmido e de pouca luz, o que torna a pele periestoma o local ideal ao desenvolvimento
desse tipo de complicação, dada a umidade resultante da perspiração da pele, e que fica
abafada sob o dispositivo. Outros fatores como diabetes melito e alterações imunológicas
ou da microbiota da pele, por exemplo, imunossupressão, mielossupressão,
corticoterapia, antibioticoterapia sistêmica são condições propícias para o
desenvolvimento da Cândida albicans.
A infecção por esse tipo de fungo limita-se ao estrato córneo. A lesão inicial caracteriza-
se por pústula, que ao romper, leva ao surgimento de pápula e eritema. O sintoma típico é
o relato de prurido local.

As alterações dermatológicas mais observadas na dermatite da pele periestoma são o


eritema ou irritação, a pústula e a úlcera, caracterizadas por alterações específicas.

 Eritema ou irritação: a pele apresenta hiperemiada, com rubor congestivo, mas


preserva sua integridade. Considera-se eritema a mancha ou mácula causada por
hiperemia.
 Erosão: é a perda da camada superficial da pele, ou a perda localizada da
epiderme.
 Pústula: é a elevação superficial de epiderme, de tamanho variável, contendo pus
em seu interior.
 Úlcera: é a erosão profunda da epiderme com invasão da epiderme e derme.
A pele normal, sem complicações periestoma é definida como a ausência completa
de qualquer mudança visível da pele nessa área. Considerando-se as alterações
dermatológicas presentes na pele periestoma relativas à cor, presença de coleções
hídricas ou pus e dependendo do grau de comprometimento, a dermatite é
considerada leve, moderada ou grave.
 Leve: complicações de pele suave, envolvendo apenas uma pequena parte da pele
(geralmente 0,1-0,5 cm ao redor da circunferência do estoma); sem necessidade de
ajuste do dispositivo ou tratamento adjuvante.
 Moderada: presença de mudança de pele (exemplo: aparecimento de úlcera em
região periestoma) envolvendo uma área maior que 2 cm; há necessidade de
alteração dos dispositivos e início de um tratamento adjuvante.
 Grave: presença de lesão ulcerativa com perda total da espessurada pele. Há
necessidade de alterar os dispositivos e início de um tratamento adjuvante.

A prevenção da dermatite depende de uma boa higienização da pele com água e sabão
neutro e perfeita colocação do equipamento coletor. O tratamento é à base de pó e
pomadas protetoras e cicatrizantes.

Volume e consistência do efluente

Ileostomia e colostomia
Para os estomas intestinais, a drenagem do volume e consistência do efluente tem relação
com os alimentos ingeridos. O volume considerado normal para uma ileostomia é de
500 a 800 ml / dia de consistência líquida à semilíquida, de cor castanha esverdeada. Os
pacientes com ileostomia terminal podem alcançar padrão de eliminação diária entre 200
e 600ml. Há eliminação de grande quantidade de eletrólitos e enzimas, devido à
diminuição de absorção pelo trato digestivo. O pH do efluente é muito alcalino e causa
lesão da pele quando entra em contato com esta. Destaca-se que os gases e cheiros são
reduzidos.

Ileostomia que apresenta eliminação superior a 1.000 ml por / dia é considerada alto
débito, caracterizando diarreia. As causas mais frequentes para o débito aumentado são
ressecção do intestino delgado, doença de Crohn recorrente, obstrução intestinal
(funcional ou mecânica), sepsisintra abdominal, dentre outras. Paciente que mantém
ileostomia com alto débito tem risco de depleção de sódio e água.

Para ileostomia é recomendado o uso de bolsa drenável, opaca, que deve ser esvaziada
quando estiver com um terço ou menos da metade de sua capacidade. O diâmetro do
recorte da placa adesiva deve ficar justo ao estoma para que não haja contato do efluente
com a pele.
Figura: Característica do conteúdo do intestino grosso
Fonte: Ortiz

A característica do efluente da colostomia tem relação com a parte do cólon no qual o


estoma foi confeccionado. Na colostomia ascendente, estoma feito na alça ascendente,
os efluentes têm consistência líquida ou semilíquida e são muito irritantes à pele. Na
colostomia transversa (trasversostomia), os efluentes têm consistência pastosa, e são
pouco irritantes. Colostomia descendente, estoma feito na alça descendente, os efluentes
têm consistência semissólida, não são irritantes. Na sigmoidostomia, estoma situado no
sigmóide, os efluentes têm consistência sólida/formada. Destaca-se que os gases e
cheiros são presentes e tem relação direta com os alimentos ingeridos.

Para colostomia descendente e sigmoidostomia, é recomendado o uso de bolsa fechada,


opaca, com filtro para permitir a eliminação de gases. O dispositivo coletor deve ser
trocado logo após a eliminação do efluente, portanto, está indicado para pacientes que
apresentam no máximo duas eliminações ao dia. Para os demais pacientes recomenda-se
o uso de bolsa drenável, opaca, de preferência com filtro. O diâmetro do recorte da
placa adesiva de todos os dispositivos deve ficar justo ao estoma para que não haja
contato do efluente com a pele.
O efluente intestinal precisa ser avaliado quanto à textura, volume e eliminação de
flatos.
Efluente Característica Aspecto
 sólida ou formada
 Pastosa
Textura
 semilíquida
 líquida
Fezes  Presente
Flatos
 Ausente
 elevado: maior que 1.500 ml/24h
Volume/ ileostomia  normal: 750 – 1.000 ml/24h
 baixo: menor 500 ml/24h

Ação dos alimentos no efluente intestinal

Habitualmente, os estomizados não precisam de dieta especial e com o tempo poderão


alimentar-se quase da mesma forma como se alimentavam antes de ter o estoma. A
pessoa deverá experimentar um alimento de cada vez, de forma a compreender o seu
efeito sobre a função intestinal. Se não ocorrer alteração, deve mantê-lo na sua dieta.

Derivação urinária

Na derivação urinária, a urina começará a fluir de um estoma imediatamente após a


cirurgia. A princípio, a urina pode apresentar uma coloração ligeiramente avermelhada,
mas após alguns dias, retornará à coloração normal. Se a derivação consiste de um
conduto ileal ou um conduto de cólon, é possível perceber muco na urina à medida que
ela é coletada na bolsa. Isso ocorre porque a mucosa intestinal produz muco
naturalmente, portanto o segmento do intestino que foi usado para formar o conduto
continuará a produzir muco.
O efluente urinário precisa ser avaliado quanto à cor, clareza, odor e volume.
Efluente Característica Aspecto
 âmbar/palha
Cor  Rosada
 Vermelha
 Límpida
Clareza  Turva
 com sedimentos
Urina
 Nenhum
Odor  Fraco
 Forte
 elevado: maior que 2.500 ml/24h
Volume  normal: 1.200 – 2.500 ml/24h
 baixo: menor 1.200 ml/24h

O estoma apresenta fluxo constante da urina, e o seu contato na pele pode ser muito
irritante, por isso o equipamento coletor para urostomia deve apresentar placa capaz de
adaptar-se em torno do estoma para formar barreira de proteção de pele. As bolsas para
urostomia possuem válvulas internas antirrefluxo, as quais evitam que a urina coletada na
bolsa volte para a base do estoma. A bolsa também deve apresentar uma válvula de
drenagem na parte inferior, para que seja possível ser esvaziada quando estiver a um
terço de sua capacidade.

Durante o dia, é necessário esvaziar a bolsa com frequência, à noite, uma bolsa coletora,
denominada de dispositivo coletor urinário de leito, pode ser ligada à válvula de
drenagem da bolsa de urostomia. Isso permitirá que a urina escoe para um coletor
noturno com capacidade 1.500 ml enquanto a pessoa dorme. Muitas pessoas preferem um
coletor noturno ao invés de ter que levantar durante a noite para esvaziar a bolsa.
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