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que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. A
responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da Secretaria de
Estado de Saúde de Minas Gerais. O conteúdo desta publicação foi desenvolvido e
aperfeiçoado pela equipe do Canal Minas Saúde e especialistas do assunto indicados pela
área demandante do curso.
Ficha Catalográfica
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MINAS GERAIS. Canal Minas Saúde. Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
Curso de Assistência ao Estomizado – Unidade 2: O Estoma: Intestinal ou Urinário.
Belo Horizonte, Minas Gerais, 2013.
Olá! Este é o seu Material de Referência que contempla todo o conteúdo da Unidade 2
de forma mais aprofundada. Nosso intuito é agregar mais conhecimento à sua
aprendizagem, por isso leia-o com atenção!
Mas, antes de iniciar, conheça os objetivos de aprendizagem previstos para esta
Unidade. Boa leitura!
Estoma ou estomia são designativos oriundos do termo grego “stoma” que significam
boca ou abertura. Santos (2006), baseando-se em consulta realizada pela Sociedade
Brasileira de Estomaterapia (SOBEST) à Academia Brasileira de Letras em 2005, afirma
que são estes os termos adequados para a língua portuguesa no Brasil, os quais são
utilizados para indicar a exteriorização de qualquer víscera oca através do corpo por
causas variadas.
No entanto, verifica-se no cotidiano dos serviços de saúde, bem como nos relatórios
médicos e publicações científicas da área, a frequente utilização dos termos “ostoma” e
“ostomia”, com o mesmo significado dos anteriores. Os órgãos governamentais e as
associações de pessoas estomizadas optaram por manter o uso do termo “ostomizado”
sempre que se referir à pessoa que possui um estoma. Dessa forma, sob o ponto de vista
jurídico, em toda citação de legislações governamentais ou de associações, deve-se
manter a forma como esta foi publicada ou registrada.
Para Bacelar et al (2004), o termo “ostoma” e seus derivados são formas irregulares que
inexistem nos dicionários e que contrariam as normas de transdução de termos gregos
para o português.
Como regra, embora haja exceções, na formação de nomes com elementos
procedentes do grego ou do latim, usa-se o e prostético antes de termos iniciados
por s, seguido de outra consoante. Exemplos: species> espécie; stilus> estilo;
spatium> espaço; stómakhos> estômago; strategia> estratégia; stoma> estoma.
Quando esses termos aparecem em seguida a outro elemento pode-se, em muitos
exemplos, conservar ou eliminar o e prostético: broncoespasmo, broncospasmo;
cifoescoliose, cifoscoliose; supra-espinal; supraspinal (BACELAR et al, 2004,
p.582).
Para este curso, seguindo as recomendações de Bacelar et al (2004), Santos (2006) e por
prezar pela qualidade, sobretudo pelo seu caráter científico, optou-se por utilizar o termo
estoma e seus derivados.
Entendida por Santos et al (2007) como um procedimento comum que visa à redução da
morbimortalidade pós-operatória, a confecção de um estoma está indicada
no tratamento de uma série de doenças. Segundo achados dos mesmos autores, dentre os
principais motivos para confecção de um estoma intestinal ou urinário estão a neoplasia
maligna, o trauma abdominal e o desvio de trânsito intestinal devido a úlceras de
decúbito por pressão.
“Informações diretas acerca da prevalência dos estomas podem ser obtidas nas
próprias publicações sobre essa clientela – por meio de sua caracterização
demográfica e clínica – ou ainda de organismos nacionais ou internacionais
relacionados ao tema, principalmente as associações de estomizados como a
Associação Brasileira de Ostomizados – ABRASO, no Brasil, e a
InternationalOstomyAssociation (IOA) e United OstomyAssociation (UOA),
mundial e norte americana (EUA e Canadá), respectivamente. Informações
indiretas provém dos dados epidemiológicos das causas dos estomas,
principalmente as neoplasias malignas – particularmente as colorretais e vesicais
– além das doenças inflamatórias intestinais – Doença de Crohn e Reticolite
Ulcerativa Inespecífica – e dos traumas ou causas externas – acidentes de
trânsito e ferimentos por armas brancas ou de fogo.” (Santos, 2006, p.25)
Percebe-se a necessidade de investir em ferramentas que possibilitem o registro de
informações demográficas e clínicas relacionadas aos estomizados. Nesse sentido, a
Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) – órgão responsável pela
compra e distribuição de equipamentos coletores e adjuvantes de proteção e segurança
para estomas intestinais ou urinários aos pacientes estomizados deste estado – mantém o
cadastro dos pacientes, possibilitando o levantamento de informações tais como as causas
dos estomas dos pacientes atendidos na rede, conforme registrado no gráfico a seguir:
Megacolon
Perfuração Intestinal/Lesões
Traumáticas
Polipose 2,0%
2,0% 2,6%
RCUC/Doenças Inflamatórias
2,7%
Tumor Aparelho Genital Feminino
Um estudo recente realizado por Moraes et al (2009) apontou que 54% dos pacientes
estomizados atendidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis-MG possuíam
história associada ao câncer.
Apesar de o câncer coloretal ser a maior causa dos estomas, existem diversas outras
doenças ou agravos que podem levar à confecção de um estoma. Entre os adultos, são as
seguintes:
Polipose e Neoplasia Intestinal;
Câncer Coloretal;
Diverticulose Intestinal;
Diverticulose do Delgado;
Diverticulite;
Hemorragia Digestiva Baixa;
Obstrução Intestinal;
Doenças Intestinais Inflamatórias Idiopáticas: Doença de Crohne
Retocolite Ulcerativa;
Megacólon Chagásico;
Traumas;
Adenocarcinoma Renal;
Tumores da Bexiga;
Bexiga Neurogênica.
Doença de Hirschsprung;
Anomalias Anorretais (Ânus Imperfurado);
EnterocoliteNecrosante.
Sistema Digestivo
O aparelho digestivo começa pela boca, local onde entram todos os alimentos necessários
ao organismo. Depois da mastigação, descem pelo esôfago para o estômago. Este segrega
uma série de ácidos e enzimas que decompõem os alimentos e ajudam a formar uma
mistura líquida, denominda de quimo, que passa ao intestino delgado, onde continua a
digestão.
Figura: visão anterior do sistema digestivo Figura: visão posterior do sistema digestivo
Fonte: turmadosmorangos.blogspot.com Fonte: magnificos06.wordpress.com
Intestino delgado
Intestino grosso
O intestino grosso possui uma camada muscular espessa especialmente devido a uma
camada externa longitudinal que apresenta três faixas de espessamento denominadas
tênias. O suprimento sanguíneo do intestino grosso é feito pela artéria mesentérica
superior que irriga o ceco, apêndice, cólon ascendente até a metade do cólon transverso e,
a partir deste ponto, por ramos da artéria mesentérica inferior. A mobilidade do intestino
grosso varia conforme o segmento: enquanto o ceco tende a ser mais fixo, o sigmoide
apresenta grande mobilidade.
Após o sigmóide, segue-se o reto, órgão de armazenamento por excelência, que trabalha
em estreita ligação com o músculo esfinctérico anal, músculo em forma de anel, que
permite pela sua contração conter as fezes em determinadas situações, ou, pelo seu
relaxamento, aceder à vontade de evacuar noutras situações.
Quando o reto fica cheio de fezes, o músculo liso do reto se contrai e o esfíncter anal
interno se relaxa. A defecação ocorre quando há abertura do esfíncter externo, formado
por músculos estriados, sob controle voluntário. Quando o reto fica com 25% da sua
capacidade preenchido, ocorre a urgência para defecação.
Sistema urinário
O sistema urinário é composto por rim, ureter, bexiga e uretra. Age na regulação da
composição hidroeletrolítica dos líquidos corporais, na remoção dos produtos finais do
metabolismo e do sangue e na regulação da pressão sanguínea.
Os ureteres são em número de dois. São estruturas tubulares que têm função de
transportar a urina do rim até a bexiga, através de contrações peristálticas (1 a 5x/min).
Ressalta-se que a pelve renal suporta um volume máximo de 3 a 5 ml e a junção
ureterovesical funciona como uma válvula previne o fluxo retrogrado da urina para o
rim durante a micção ou bexiga excessivamente distendida. A pressão intravesical
habitual tende a manter a válvula fechada. Durante a micção, os ureteres são fechados
pelas contrações musculares da bexiga. Destaca-se que não há músculo liso na parede do
ureter imediatamente acima de sua implantação na bexiga
A bexiga é um órgão muscular oco que armazena a urina que, posteriormente, será
eliminada através da uretra. Tem capacidade que varia de 200 a 400ml e pH em torno de
4,5.
Localização do estoma
O estoma intestinal pode encontrar-se no segmento do intestino grosso ou delgado. No
intestino grosso é denominado de colostomia e pode ser confeccionado no colon
ascendente, transverso, descendente ou sigmoide, podendo receber o nome de
cecostomia, colostomia direita, transversostomia ou colostomia transversa, colostomia
esquerda, sigmoidostomia. No intestino delgado é realizada na porção do íleo, sendo
denominada de ileostomia.
Figura: variação da localização do estoma intestinal.
Fonte: RNAO, 2009.
Derivações urinárias
Figura: conduto ileal com stents. Figura: conduto ileal com stents
Fonte: Ortiz. Fonte: RNAO, 2009.
Os estomas intestinais e a urostomia são exteriorizados no abdome e registro do local de
exteriorização nessa região do corpo é essencial para o cuidado. Para a realização do
exame físico é necessário a divisão topográfica do abdome para facilitar a descrição e a
localização dos órgãos e pontos de referência relativos à dor ou presença de massa. Um
modo de divisão topográfica abdominal simples se faz em quadrantes. Os planos sagital,
mediano e transversal passam pela cicatriz umbilical e dividem a região no quadrante
superior direito (QSD), quadrante inferior direito (QID), quadrante superior esquerdo
(QSE) e quadrante inferior (QIE).
O estoma em alça apresenta duas bocas unidas, geralmente, é criado no colón transverso,
mas pode ser construído na alça do intestino grosso ou delgado. Na construção de uma
ileostomia ou colostomia em alça faz-se liberação do omento numa pequena extensão e a
alça é tracionada para fora do abdome e um pino de apoio, de metal, plástico ou borracha
dura, por exemplo, cateter uretral, é passado através do pertuito do mesocólon, servindo
de suporte para a alça intestinal mantendo a posição sobre a superfície abdominal e
impedindo a sua retração no período de maturação do estoma. O pino, também
denominado de bastão de sustentação, deve ser retirado após período de 7 a 10 dias.
Na ileostomia ou colostomia em alça, a parede anterior da alça intestinal é aberta com um
pequeno corte a fim de eliminar o conteúdo fecal, mas a alça mantém-se unida na parte
posterior. Tem-se um estoma com um segmento funcionante (proximal) e outro não-
funcionante (distal). A alça de ambas as bocas mantêm-se unidas parcialmente e são
exteriorizadas pelo mesmo orifício, uma elimina o efluente e a segunda, apenas muco,
por isso é também denominada de fístula mucosa.
Figura: Estoma de canal duplo com duas bocas exteriorizadas justapostas. Caráter temporário.
Fonte: boloncol.com
Figura: Estoma de canal duplo com duas bocas exteriorizadas em locais distantes. Caráter temporário.
Fonte: portalcodgdh.min-saude.pt
Indicações de ileostomias
Características do estoma
O estoma também deve ser avaliado quanto à altura, o formato e o diâmetro. Essas
características são preponderantes no momento da indicação do equipamento coletor.
Altura do Estoma
Conforme a altura do estoma em relação à pele, ele pode ser classificado em perfil alto
(acima de 2,5 cm), altura normal (entre 1,5 e 2,5 cm), perfil baixo (até 1,5 cm), altura da
pele (sem protrusão), retraído (abaixo do nível da pele).
Para estomas com protrusão estão indicados equipamentos coletores de placa plana e para
aquelas com ligeira protrusão (até 1,5 cm), pode ser necessário o uso de pasta de resina
sintética para auxiliar a fixação do equipamento coletor de placa plana. Os estomas
planos exigem equipamento coletor de placa convexa. Ressalta-se que independente do
tipo da placa, o orifício da parte adesiva do equipamento coletor deve ser o mesmo do
diâmetro e formato do estoma.
Pode ser intermitente – clientes podem relatar que o estoma desaparece quando ficam
sentados ou quando o intestino está funcionando. As causas mais frequentes de retração
são a exteriorização insuficiente ou má fixação da alça intestinal, aumento ponderal,
remoção precoce do bastão de sustentação da alça, ocorrência prévia de descolamento
mucocutâneo ou necrose, infecção crônica da pele periestoma.
Os estomas retraídos exigem equipamento coletor de placa convexa, cujo orifício deve
corresponder ao diâmetro e formato do estoma.
O prolapso é uma complicação à saída parcial ou total da alça intestinal pelo próprio
estoma, cujo comprimento é acima de 5 cm, mas pode variar conforme o paciente. O
prolapso parcial é de aspecto rugoso com preservação do pregueado mucoso da alça
exteriorizada e o prolapso total é de aspecto liso e contém toda a parede da alça,
podendo alcançar grandes volumes.
Formato do Estoma
Estomas podem variar de redondo para oval ou ter formato irregular. Os estomas
terminais que apresentam boca única tendem a ser redondos. O formato do estoma
influencia no tipo de dispositivo coletor a ser indicado.
Figura: Uso do medidor para mensuração Figura: Placa do equipamento ajustada ao tamanho do
do estoma. estoma com edema.
Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal
Cor da pele
A pele pode manter a cor saudável, sem diferença da superfície com a da pele adjacente,
apresentar eritema, nesse caso, a pele fica vermelha ou apresentar lesão, cuja cor pode
variar de lilás a amarela.
Integridade da pele
O turgor pode encontrar-se normal com a pele macia, apresentando boa elasticidade, ou
fraca e flácida ou muito firme.
Figura: estoma com área de pele plana suficiente para adesividade da placa
Fonte: Arquivo pessoal
Hérnia periestomal
A pele do abdome também deve ser avaliada quanto à presença de hérnia peristomal.
Essa é uma das complicações que está relacionada à confecção de um orifício abdominal
grande ou, em caso de pacientes obesos e com mau estado geral ou, ainda pelo aumento
da pressão intra-abdominal e localização do estoma em incisão operatória anterior.
A hérnia periestomal é caracterizada pela saída de vísceras pelo trajeto do estoma,
formando um abaulamento em torno do mesmo. Surge quando há um espaço entre o
segmento intestinal que forma o estoma e o tecido circundante, configurando um defeito
facial. O resultado é a formação de uma saliência total ou parcial na base do estoma.
Durante a criação de estoma é feita uma abertura na fáscia para permitir a exteriorização
do intestino. Em alguns pacientes, pode ampliar esse defeito, permitindo que o intestino
faça protuberância na área.
O abdome de pessoas obesas deve ser avaliado com mais critério. Na presença de prega
cutânea, dobra abdominal ou se o contorno da pele periestoma for irregular, deve-se
aplicar pasta protetora para nivelar a pele. Deixar secar de um a dois minutos antes de
colocar o dispositivo coletor.
A urostomia também tem risco elevado para a ocorrência de dermatite, pois, expõe a pele
circundante ao contato com urina. Esta é agressiva para a pele porque a expõe a uma
umidade constante e porque dependendo da composição química, a urina pode alterar o
ambiente ácido da pele, rompendo o equilíbrio existente. A alcalinidade aumenta a
capacidade irritativa da urina, alimentando um ciclo vicioso que termina em uma maior
frequência de complicações locais como as lesões irritativas dérmicas, ulcerações e
estenoses dos estomas, com agravamento da qualidade de vida dos urostomizados.
Essa dermatite é uma das complicações mais comuns. A dermatite irritativa é causada
pelo contato com efluente ou produtos utilizados na pele periestoma. Estes agentes
causam distúrbios nos mecanismos de defesa da pele, permitindo a penetração de
substâncias nocivas, desenvolvendo processo inflamatório.
Esse tipo de dermatite frequentemente ocorre quando o fluido intestinal ou a urina fica
em contato constante com a pele em torno do estoma, principalmente nos estomas
situadas no plano da pele (raso), sem a adequada protrusão da alça intestinal na parede
abdominal. Associada com outros fatores, pode desencadear um ciclo de agravamento
progressivo de dano na pele, falência da aderência do adesivo do coletor e
extravasamento do efluente.
Dermatite alérgica
Este tipo de dermatite está relacionado ao cuidado do estoma. As causas mais comuns de
dermatite por trauma mecânico incluem a remoção abrupta da bolsa coletora, a limpeza
exagerada da pele, troca frequente da bolsa coletora, fricção ou pressão contínua de
dispositivos mal adaptados.
A Cândida albicans é o agente mais usual da infecção por fungo. Prospera em ambiente
úmido e de pouca luz, o que torna a pele periestoma o local ideal ao desenvolvimento
desse tipo de complicação, dada a umidade resultante da perspiração da pele, e que fica
abafada sob o dispositivo. Outros fatores como diabetes melito e alterações imunológicas
ou da microbiota da pele, por exemplo, imunossupressão, mielossupressão,
corticoterapia, antibioticoterapia sistêmica são condições propícias para o
desenvolvimento da Cândida albicans.
A infecção por esse tipo de fungo limita-se ao estrato córneo. A lesão inicial caracteriza-
se por pústula, que ao romper, leva ao surgimento de pápula e eritema. O sintoma típico é
o relato de prurido local.
A prevenção da dermatite depende de uma boa higienização da pele com água e sabão
neutro e perfeita colocação do equipamento coletor. O tratamento é à base de pó e
pomadas protetoras e cicatrizantes.
Ileostomia e colostomia
Para os estomas intestinais, a drenagem do volume e consistência do efluente tem relação
com os alimentos ingeridos. O volume considerado normal para uma ileostomia é de
500 a 800 ml / dia de consistência líquida à semilíquida, de cor castanha esverdeada. Os
pacientes com ileostomia terminal podem alcançar padrão de eliminação diária entre 200
e 600ml. Há eliminação de grande quantidade de eletrólitos e enzimas, devido à
diminuição de absorção pelo trato digestivo. O pH do efluente é muito alcalino e causa
lesão da pele quando entra em contato com esta. Destaca-se que os gases e cheiros são
reduzidos.
Ileostomia que apresenta eliminação superior a 1.000 ml por / dia é considerada alto
débito, caracterizando diarreia. As causas mais frequentes para o débito aumentado são
ressecção do intestino delgado, doença de Crohn recorrente, obstrução intestinal
(funcional ou mecânica), sepsisintra abdominal, dentre outras. Paciente que mantém
ileostomia com alto débito tem risco de depleção de sódio e água.
Para ileostomia é recomendado o uso de bolsa drenável, opaca, que deve ser esvaziada
quando estiver com um terço ou menos da metade de sua capacidade. O diâmetro do
recorte da placa adesiva deve ficar justo ao estoma para que não haja contato do efluente
com a pele.
Figura: Característica do conteúdo do intestino grosso
Fonte: Ortiz
Derivação urinária
O estoma apresenta fluxo constante da urina, e o seu contato na pele pode ser muito
irritante, por isso o equipamento coletor para urostomia deve apresentar placa capaz de
adaptar-se em torno do estoma para formar barreira de proteção de pele. As bolsas para
urostomia possuem válvulas internas antirrefluxo, as quais evitam que a urina coletada na
bolsa volte para a base do estoma. A bolsa também deve apresentar uma válvula de
drenagem na parte inferior, para que seja possível ser esvaziada quando estiver a um
terço de sua capacidade.
Durante o dia, é necessário esvaziar a bolsa com frequência, à noite, uma bolsa coletora,
denominada de dispositivo coletor urinário de leito, pode ser ligada à válvula de
drenagem da bolsa de urostomia. Isso permitirá que a urina escoe para um coletor
noturno com capacidade 1.500 ml enquanto a pessoa dorme. Muitas pessoas preferem um
coletor noturno ao invés de ter que levantar durante a noite para esvaziar a bolsa.
Referências
WOCN. United States of America, Wound, Ostomy and Continence Nurses Society.
Contém informações institucionais, técnicas, notícias, projetos, publicações e serviços.
Disponível em: <http://www.wocn.org/>. Acesso em: 09 ago. 2013.