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Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


Criada pelo Decreto Executivo nº 44-A/01 de julho de 2001

Faculdade de medicina

Trabalho de Semiologia

Semiologia/Estomatologia
Divisão e classificação da Semiotécnica

Grupo nº 1

Licenciatura: Medicina Dentária

Professor:

viana, março de 2023


Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


Criada pelo Decreto Executivo nº 44-A/01 de julho de 2001

Faculdade de medicina

Trabalho de Semiologia

Semiologia/Estomatologia
Divisão e classificação da Semiotécnica

Grupo nº 1:

1. Adriana Agostinho
2. Guimalda Rodrigues
3. Idaleth do Nascimento
4. Luquênia Calucango
5. Milenia Cassule
6. Olívia Braz
7. Sara Mateus
8. Benvinda

Licenciatura: Medicina Dentária

Professor:
Resumo
O conhecimento da odontologia, especialmente da estomatologia, é fundamental para o
diagnostico correto das doenças da cavidade oral, como as decorrentes da relação
laboral. Desta forma, o dentista tem a necessidade de aprimorar e ampliar o seu
conhecimento em estomatologia para obter uma anamnese mais acurada e um
diagnostico mais preciso dos males que porventura houver.
1.Introdução

A estomatologia ou semiologia é a especialidade da Odontologia que tem como objetivo


a prevenção, diagnostico, prognostico e tratamento das doenças do complexo
maxilomandibular, manifestações bucais de doenças sistémicas e das repercussões
bucais do tratamento antineoplásico.
A promoção e a execução de procedimentos preventivos em nível individual e coletivo
na área da saúde bucal têm início com uma anamnese criteriosa, seguida da realização
ou execução de exames complementares necessários a um adequado diagnostico. Para
isso, o cirurgião dentista é o profissional habilitado nos três níveis de atenção à saúde.
A estomatologia/semiologia está dividida em 3 partes: semiotécnica, que nada mais é
que o ato de examinar o paciente, utilizando, por parte do examinador, de todos os
recursos disponíveis. Desde o mais simples exame até o mais moderno; clínica
Propedêutica, que é encarregada de reunir e interpretar o grupo de dados obtidos através
do exame do paciente. Importante para o estabelecimento do diagnostico; semiogênese
que busca explicar os mecanismos pelos quais os sintomas aparecem e se desenvolvem.
Objetivos
Geral
 Entender o papel da semiologia na área da odontologia e compreender a
importância que desempenha para o diagnostico das doenças odontogénicas.
Específicos
 Saber a divisão da semiologia
 Conhecer de forma geral a história da semiologia até a atualidade
 Saber as técnicas semiológicas para o diagnostico de patologias
 saber, através da semiologia, sintomas bucais de origens sistémicas
A Semiologia
A semiologia é originalmente um campo da Medicina voltada ao estudo dos sinais e
sintomas das doenças compreendendo a anamnese e o exame físico. Baseado nisso, a
semiologia odontológica segue os mesmos preceitos, embora com alguns aspetos
específicos para a ciência odontológica.
A palavra semiologia provem do grego semeion, SINAL + LOGOS= ESTUDO,
CIÊNCIA. A semiologia refere-se à ciência ou ao estudo dos sinais e à arte de
interpretá-los.

A estomatologia
O estudo da estomatologia vem do grego, stómato – boca, e logos – estudo, responsável
por diagnosticar, prevenir e tratar os seguintes casos: doenças dos tecidos mineralizados
e não-mineralizados dos dentes; doenças dos tecidos de suporte e proteção dos dentes;
doenças limitadas aos lábios, língua, mucosa bucal e glândulas salivares; lesões bucais e
dos órgãos contidos na boca como parte dos estados mórbidos generalizados
(MARCUCCI, 2005). No período pré-patogênico de uma doença, ocorrem interações do
agente, hospedeiro e ambiente, que vão dar início ao processo mórbido sem que surjam
quaisquer manifestações percetíveis pelo individuo ou por um profissional.
A estomatologia é a especialidade que tem como objetivo a prevenção, diagnostico e
tratamento de doenças da boca e estruturas anexas, manifestações bucais de doenças
sistémicas, bem como prevenção de doenças sistémicas que possam interferir no
tratamento odontológico. O estomatologista é o profissional formado em odontologia, e
especializado em estomatologia ( PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2022).
São diversas estruturas que compõe a boca e as doenças que podem acomete-las são
inúmeras, este profissional está capacitado para detetar o câncer de boca em estágio
inicial, bem como acompanhar pacientes em tratamento oncológico minimizando os
efeitos.
Para fazer um diagnóstico seguro, o odontologista precisa dominar desde os exames
complementares, exames complementares por imagem, anemias e doenças
hematológicas, doenças renais e hipertensão, diagnósticos e prognósticos, manobras
semiotécnicas, atendimento a gestantes, endocardite bacteriana, exame clínico e físico
DPOC e diabetes.
Sinal
É a manifestação objetiva de uma anormalidade corporal, notada pelo paciente e
observada pelo examinador ou por meios de exames complementares.
 Sinal atípico: é aquele que não é próprio ou particular de uma doença; é
incomum.
 Sinal patognomónico: se refere a sinal específico de uma determinada doença,
diferenciando-as das outras.
 Métodos de exame: inspeção, palpação, percussão e auscultação.
Sintoma
É uma sensação subjetiva anormal percebida pelo paciente e não observada pelo
examinador na inspeção, palpação, percussão e ausculta.
Síndrome
É um conjunto de sintomas e/ou sinais que quando ocorrem juntos remete a uma doença
ou um grupo de doenças e podem ser ocasionados por diferentes causas.
Doença
É um estado nosológico onde se tem bem caracterizado as alterações anatómicas e
funcionais, história natural, o tratamento, o prognostico e uma causa;
 Toda doença vem de uma síndrome;
 Anormalidades corporais;
 Tripé anatómico, funcional e etiológico.
Entidade nosológica
É uma doença bem definida com alteração de função de órgãos ou sistemas, ou mesmo
pera desta função com suas consequências e repercussões. É uma entidade catalogada,
identificada e conhecida.
Diagnostico
Uma serie de conhecimentos de ordem intelectual e operacional através dos quais se
obtém uma resposta a um determinado problema clínico. Depende:
 Conhecimento médico;
 Dados por meio da história clínica e do exame físico;
 Registos organizados;
 Capacidade de integrar dados, seguindo a logica do raciocínio clínico;
 Lista dos achados de ordem de importância;
 Uso racional e criterioso dos exames complementares;
 Busca do diagnóstico final pela selecao da nasologia que explique de maneira
mais adequada todos os achados;
 Revisão do diagnóstico, valorizando os dados positivos.
Tipos de diagnostico
 Clínico: o reconhecimento de uma doença por meio da anamnese e do exame
físico.
 Sindrómico: grupo de sintomas e sinais relacionados entre si, por uma
particularidade anatómica, fisiopatológica ou bioquímica, configurando uma
síndrome.
 Anatómico: quando determinadas enfermidades provocam modificações
anatómicas que podem ser identificadas no exame clinico.
 Funcional: quando um distúrbio da função do órgão atingido pela enfermidade
de expressa principalmente por sintomas.
 Etiológico: é o reconhecimento do agente causal de uma alteração mórbida.
Facilitado com a descoberta dos microrganismos, o conhecimento mais
aprofundado dos processos bioquímicos e metabólicos, imunológicos,
identificando as causas de muitas doenças.
 Radiológico: a utilização rotineira da radiografia e de outros métodos de imagem
como auxiliar quase obrigatório do diagnostico.
 Histopatológico: com o uso do microscópio no estudo dos tecidos.
 Anatomopatológico: análise das pecas cirúrgicas e post mortem, associando a
histopatologia e anatomia.
Diagnostico diferencial
Consiste na análise comparativa das varias enfermidades que podem apresentar quadro
clinico semelhante, procurando-se eliminar sucessivamente as de menor probabilidade
em face dos dados disponíveis.
Prognóstico
É a predição do curso provável de uma doença, vem do antigo grego “ saber
antecipadamente”. É conhecer o desfecho antecipadamente a partir da historia natural da
doenca e da possibilidade de modifica-la por qualquer tipo de intervenção terapêutica.
História natural da doença
É um conjunto de elementos que vao se acumulando com a evolução do processo
mórbido. O diagnostico que fazemos em um dado momento representa apenas um corte
transversal na história natural de uma enfermidade.
Terapêutica
Métodos de tratamento e recuperação:
1. Tratamento cirúrgico;
2. Clínico;
3. Sintomático;
4. Paliativo;
5. Radioterapia;
6. Quimioterapia
7. Fisioterapia;
8. Terapia ocupacional;
9. Placebo.

História da Semiologia
Alguns acontecimentos foram cruciais nos últimos 3.000 anos para o desenvolvimento
do diagnostico clínico na sua forma como conhecemos hoje. O diagnostico clínico teve
suas origens na medicina grega. Hipócrates e seus contemporâneos lançaram as bases
do método clínico, estabelecendo a medicina como uma profissão e declarando que ela
tem uma base racional. Eles colhiam uma história minuciosa e praticavam auscultação
direta. Foram os mestres da observação – suas descrições de pacientes poderiam caber
em textos modernos de medicina sem muitas alterações. Os textos dessa época
demostram um alto nível da medicina, que incluía uma cuidadosa anamnese, inspeção,
palpação, ausculta direta, e exame do escarro e da urina.
A mais antiga referencia da Semiologia Medica parece ter sido feita no Império
Romano; entendia-se a Semiologia como estudo diagnostico dos sinais das doenças. O
medico Galeno de Pergamo (139-199 a.D.) referia-se ao diagnostico como sendo parte
da “semiótica médica”.
Em 1816, um dos maiores acontecimentos pra desenvolvimento da semiologia moderna
aconteceu, a invenção do estetoscópio por Renê Laennec, ele não apenas forneceu uma
ferramenta extraordinária
á medicina, como estabeleceu uma ligação entre o que via e ouvia e a disfunção oculta
do corpo. Laennec anotava diretamente os achados observados no exame físico de todos
os seus pacientes, registrando de que modo o exame se alterava ao longo do tempo.
Quando o paciente morria, algo comum entre os pacientes da época doentes o suficiente
para serem levados ao hospital, Laennec estabelecia as relações entre os achados do
exame físico, incluindo a ausculta, e os da autopsia, descrevendo desde aquela época as
principais manifestações estetoauscultatórias das doenças cardíacas e pulmonares.
Na história da Semiologia Medica, houve ainda inúmeros importantes marcos, como o
modelo de ensino médico à beira do leito, já praticado por Boerhaave em Leiden em
1700; alem do desenvolvimento de instrumentos de precisão como o termómetro,
oftalmoscópio e o esfigmomanómetro.
Desta forma a Semiologia vem se desenvolvendo desde a Grécia antiga, principalmente
graças a médicos que se entregaram de corpos e alma ao exercício pleno da medicina,
sempre se inquietando em fazer mais por seus pacientes- tornando o exame clínico,
ainda hoje, a mais poderosa e confiável ferramenta diagnostica para o clínico.
Divisão da Semiologia
Em termos gerais a semiologia compõe-se de 3 partes, a semiotécnica e a clínica
propedêutica e a semiogênese.
Semiotécnica
Provem do grego semeion, signo e técne, técnica. É a área da semiologia que
corresponde ao conjunto de métodos para identificação de sinais de uma doença durante
o exame físico.
Clínica propedêutica
Em odontologia, assim como em outras áreas da saúde, refere-se especificamente ao
conjunto de dados obtidos sem o uso de procedimentos diagnósticos específicos, via
observação, palpação, medida de temperatura e outros exames simples e inespecíficos.
É o conjunto de técnicas utilizadas para a elaboração de uma base a partir da qual o
medico se orienta para chegar a um diagnostico. As técnicas envolvem: informação
orais, dados de exame físico; outros exames norteados pelo volume de conhecimento
coletado. Todos auxiliam na obtenção de um diagnostico final.

Semiogênese
A semiogênese busca explicar os mecanismos pelos quais os sintomas aparecem e se
desenvolvem.
A propedêutica em odontologia começa com o exame clínico. Ele é ideal para o
profissional entender e analisar os sintomas manifestados pelo paciente. Os exames
clínicos são divididos em anamnese e físico.
Anamnese
Anamnese é uma entrevista. Ou seja, o profissional faz um questionário para ter
informações importantes sobre o paciente. Por isso, o profissional tem como objetivo:
 Descobrir detalhes sobre o paciente: nome, idade, género, profissão, entre outras
informações pessoais;
 Entender por que do paciente ter ido procurar um profissional. Assim, a
principal questão é saber sobre a queixa apresentada;
 Saber sobre a queixa: quando a alteração começou, qual a intensidade do
incomodo, quais os sintomas e se ela evolui;
 Descobrir quais foras as patologias passadas, alem de alterações bucais passadas
que o paciente já apresentou. Assim, isso deve ser notificado mesmo quando não
há uma aparente ligação entre os problemas;
 Possíveis alergias: o paciente precisa informar ao profissional se tem alguma
reação alérgica a medicamentos e produtos odontológicos; e
 Hábitos: o profissional precisa conhecer como o paciente se alimenta, se
exercita, se é fumante e consome bebias alcoólicas. Essas questões explicam a
saúde bucal da boca.
Para se fazer um exame físico é necessário a implementação de uma serie de técnicas
para o diagnostico de patologias:
 Inspeção – avaliação visual sistemática do paciente. O profissional utiliza os
dois tipos de visão, direta (olho nu) e indireta (lentes e espelho). Todas as
características devem ser observadas minuciosamente descritas no prontuário.
 Diascopia – é a pressão de uma lamina de vidro contra alguma lesão para
verificar se ela é vascular ou não. Se a lesão desaparecer com a pressão, ela é
vascular; caso contrário, é pigmentar. Isso ocorre porque o ato de pressionar
comprime os vasculares que estão irrigando a região, empurrando o sangue para
outros capilares, o que faz com que a lesão perca a cor.
 Palpação – exame físico, com toque na cabeça e no pescoço. Essa manobra
permite que o profissional observe o amolecimento ou endurecimento das
estruturas e, com isso, descubra se alguma delas sofre de inflamações e tumores.
Então, ao se realizar a palpação, o dentista toca com as pontas dos dedos e avalia
diversos aspetos, como textura, espessura, consistência, sensibilidade, volume e
temperatura; já as estruturas moles são examinadas por meio de palpação bidigital,
digital e digito-palmar.
 Percussão – é o ato de tocar ou bater em um objeto dentário. Da mesma forma
que a inspeção, pode ser feita de maneira direta ou indiretamente. Normalmente,
é feito com o cabo de um espelho dental.
A percussão é um exame muito comum no diagnostico de odontalgias, em que o
odontologista bate na coroa do dente. Mas também é muito utilizado para verificar e
comparar a sensibilidade dos tecidos periodontais.
 Punção – nessa manobra, o profissional utiliza uma seringa para sugar o
conteúdo líquido de uma lesão. Por isso, é mais utilizada em lesões vasculares.
 Olfação – é a manobra voltada para sentir todos os odores vindos da boca do
paciente. Portanto, permite avaliar fatores como consumo de bebidas alcoólicas,
halitose, pus, lesões, tumores malignos, cheiro cetónico de diabetes e necrose.
 Auscultação – com um estetoscópio. O odontologista ausculta os sons internos
do corpo. Essencial quando se afere a pressão arterial do paciente, a auscultação
também é muito utilizada para ouvir estalidos da ATM.
 Exploração – o dentista utiliza um espelho para analisar problemas no interior de
determinadas estruturas orgânicas.
 Raspagem – o odontologista esfrega áreas da mucosa bucal para avaliar
problemas dentários e estruturais da boca.
Sintomas bucais de patologias sistémicas
Existem sinais de patologias que podem ser diagnosticados pela Semiologia
Odontológica:
 Câncer: muitos tumores malignos podem ser diagnosticados pela boca, como a
leucemia e linfomas. Alguns sinais são o aumento da gengiva, verrugas, lesões e
sensibilidade dentária;
 Doença de Crohn: inchaço da gengiva e dos lábios, alem de úlceras na boca que,
consequentemente, causam dificuldade na hora de comer;
 Aids: inflamações e feridas na gengiva, esbranquiçamento nas laterais da língua
e ferimentos na mucosa interna das bochechas, amígdalas e lábios;
 Bulimia: o ato de provocar o vomito faz com que o acido clorídrico pare na
boca, o que pode causar destruição dos dentes e lesões na mucosa. Outros efeitos
são cáries, bruxismo, alteração da saliva e sensibilidade dentária;
 Lúpus eritematoso sistémico: pequenas úlceras que, num primeiro momento,
podem não causar dor;
 Cirrose hepática: bolhas, erosões, placas, palidez no palato e abaixo da língua,
halitose;
 Sífilis: dor de garganta, edema nos linfonodos, perfurações na cavidade bucal,
cancro na língua ou no palato;
 Diabetes: da mesma forma que o infarto, não há surgimento de lesões, mas sim
do hálito cetónico característico da doença;
 Infarto do miocárdio: não há lesões, mas o infarto tem como um de seus indícios
uma dor que começa na mandibula;
 Psoríase: lesões nos lábios, língua, palato e gengiva.
Conclusão
As mudanças dos extraordinários progressos experimentados pela ciência nos últimos
anos também alcançaram a Semiologia Médica, com novos e sofisticados meios
armados de diagnostico. A semiologia, como ciência, estará em contínuo processo de
evolução e aperfeiçoamento.
A semiologia aplicada a odontologia ou simplesmente Estomatologia é tao essencial
quanto as outras modalidades da odontologia, pois é ela que se encarrega de prevenir e
diagnosticar diversas doenças bucais. Só através de uma anamnese e de um exame
clínico bem detalhado, o profissional consegue diagnosticar inúmeras complicações,
desde a carie ate o câncer bucal.

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