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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 2

2. OBJECTIVOS....................................................................................................... 3

2.1. Objetivo Geral ................................................................................................ 3

2.2. Objectivos Específicos .................................................................................... 3

3. FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA ......................................................................... 4

3.1. Osteogênese .................................................................................................... 4

3.1.1. Tipos de Ossificação ................................................................................ 4

3.2. Mecanismos de crescimento ósseo .................................................................. 5

3.3. Tipos de Crescimento Ósseo ........................................................................... 5

3.3.1. Intramembranoso: ........................................................................................ 5

3.3.2. Endocondral. ............................................................................................... 6

3.4. Teorias do Crescimento Craniofacial............................................................... 6

3.5. Crescimento Maxilar ....................................................................................... 7

3.6. Crescimento Mandibular ................................................................................. 8

3.7. Importância do Desenvolvimento Craniofacial para diagnóstico...................... 9

4. CONCLUSÃO .................................................................................................... 11

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 12

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1. INTRODUÇÃO
Os tecidos primitivos constituem-se por meio da diferenciação celular, a partir dos
três folhetos embrionários: ectoderma, mesoderma e endoderma, dos quais originaram os
tecidos, órgãos e sistemas orgânicos. As células do ectoderma darão origem ao sistema
nervoso, órgãos sensoriais, epiderme, as do mesoderma formarão o esqueleto, músculos
e os sistemas reprodutor, excretor e circulatório, enquanto que as células do endoderma
darão origem ao sistema respiratório, revestimentos do tubo digestório, da vagina, da
bexiga, fígado e pâncreas. (CLÉBER DIAS COSTA, 2022)

Crescimento é definido como aumento significativo da massa tecidual, sendo


caracterizado por um aumento em magnitude quantitativa do tecido. (CLÉBER DIAS
COSTA, 2022)

O crescimento craniofacial é altamente diferenciado. A estrutura facial média e a


cavidade nasal crescem em uma razão que seja proporcional as necessidades do oxigênio,
visto que a maxila e a mandíbula crescem em uma taxa comparativamente elevada para
prosseguir com o aumento do metabolismo que continua até a idade adulta. A base do
crânio é a divisória entre o cérebro e a estrutura facial. A expansão da caixa craniana
durante a infância é seguida por um período de desenvolvimento formativo durante a
adolescência. (Tatiana KREIA, 2011)

Cada parte do complexo craniofacial tem seu próprio padrão de maturação e sua
própria taxa de crescimento. Diante desta situação, para a obtenção de uma face
harmônica e equilibrada é necessário que haja um crescimento sincronizado entre os ossos
que fazem parte do complexo craniofacial, principalmente nas dimensões com orientação
semelhante. (Tatiana KREIA, 2011)

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2. OBJECTIVOS
2.1. Objetivo Geral
• Conhecer o Crescimento craniofacial;

2.2. Objectivos Específicos


• Conceituar o crescimento craniofacial;
• Descrever as principais teorias de crescimento craniofacial;
• Descrever a importância do desenvolvimento craniofacial;

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3. FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA
O desenvolvimento e crescimento craniofacial é um processo embriológico
complexo nas quais as estruturas craniofaciais são formadas na crista neural. Assim que
as estruturas embriológicas relativamente normais tenham sido alcançadas, o feto
normalmente começará a se mover e incluir movimentos faciais. (GIACON, 2012)

Nos vertebrados, a maxila e a mandíbula, como a maioria dos outros ossos


craniofaciais, são derivados das células da crista neural craniana. Essas células são
conhecidas por sua multipotência e sua extensa migração através do embrião. (GIACON,
2012)

O crescimento e desenvolvimento craniofacial é um processo multifatorial


coordenados sob um rígido controle genético, influência interna e ambiental tai como:
nutrição, fatores de crescimento, amamentação, deglutição, respiração, hábitos nocivos e
para funcionais. (CLÉBER DIAS COSTA, 2022)

3.1. Osteogênese
A ossificação é o desenvolvimento do osso dentro do sistema ósseo.

O termo é usado para se referir à formação natural do osso, como no


desenvolvimento de um feto e durante os primeiros anos de vida. Ao mesmo tempo, o
termo também pode ser aplicado à ocorrência de irregularidades no desenvolvimento
ósseo que levam a problemas de saúde em crianças e adultos.

3.1.1. Tipos de Ossificação


Existem dois tipos de ossificação que são:

• Ossificação Intramembranosa: a formação óssea membranosa ocorre a partir de


uma condensação do tecido conjuntivo membranoso, na qual as células
mesenquimatosas diferenciam-se em osteoblastos que produzem a substância
óssea extracelular, denominada matriz osteoide. Essa matriz sofre calcificação,
tendo como resultado o tecido ósseo. (Arnaldo Pizan, 2014)
• Ossificação Endocondral: inicialmente, forma-se uma cartilagem, um esboço
para a peça óssea, que posteriormente será destruída e substituída pelo osso. Em
algumas áreas, essa cartilagem persiste, sendo denominada cartilagem de
crescimento. (Arnaldo Pizan, 2014)

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A maxila, o corpo e o ramo mandibulares se formam a partir da ossificação
intramembranosa. O côndilo mandibular e a base craniana, a qual tem influência no
crescimento facial, formam-se por ossificação endocondral.

3.2. Mecanismos de crescimento ósseo


Todo crescimento ósseo se dá pelos mecanismos básicos de remodelação,
deslizamento e deslocamento.

A remodelação óssea consiste nos processos especializados de aposição óssea em


um lado da superfície cortical (onde há a direção do crescimento) e de reabsorção óssea
na superfície oposta, promovida pelos osteoblastos e osteoclastos, respetivamente.

Há dois tipos de movimentos durante o crescimento: o deslizamento e o


deslocamento.

Deslizamento é o movimento gradual da área de crescimento ósseo provocado


pela combinação dos processos de aposição e reabsorção óssea (remodelação óssea). O
deslocamento é o movimento de todo o osso como uma unidade. (Arnaldo Pizan, 2014)

Todo crescimento ósseo é uma mistura de dois processos básicos: deposição e


reabsorção, que são realizados pelas áreas de crescimento que pertencem aos tecidos
moles que revestem o osso. Quando a quantidade de deposição é maior que a de
reabsorção, ocorre o aumento do osso e o seu deslocamento.

3.3. Tipos de Crescimento Ósseo


Os ossos de origem intramembranosa crescem a partir de tecido conjuntivo
membranoso, como no caso das suturas, periósteo e endósteo, e os de origem endocondral
crescem a partir de tecido conjuntivo cartilaginoso, como na base craniana, sincondroses
e nos côndilos mandibulares. Portanto, o crescimento ósseo pode ser dividido em tipos:

3.3.1. Intramembranoso:
• Aposicional - ocorre através de aposição de osso sobre osso em camadas,
podendo ser dividido em: Subperiosteal - a partir do periósteo que envolve os
ossos. Endosteal - a partir do endósteo, no interior de cavidades ósseas
• Sutural - a partir das bordas das suturas localizadas entre os ossos. (GIACON,
2012)

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3.3.2. Endocondral.
O Periósteo e o endósteo são membranas conjuntivas que revestem internamente
e externamente as superfícies ósseas, e desempenham função de nutrição do osso, pois
são ricamente vascularizadas, além disso, são fonte de osteoblastos e osteoclastos,
responsáveis pela aposição de novo osso e reabsorção, respectivamente. (GIACON,
2012)

3.4. Teorias do Crescimento Craniofacial


Teoria de John Hunter (1771): foi o primeiro a propor uma teoria para o
crescimento craniofacial, baseando-se na capacidade de remodelação óssea. Suas ideias
surgiram quando ao avaliar a porção distal dos segundos molares decíduos em uma
mandíbula infantil, supôs que para que houvesse espaço necessário para os dentes
permanentes era preciso que a mandíbula crescesse em direção posterior por reabsorção
da borda anterior e aposição óssea da borda posterior do ramo ascendente, e que isso
contribuía para o irrompimento dos dentes posteriores permanentes. Posteriormente,
Humphry, em 1871, confirmou essa hipótese utilizando implantes (anéis) metálicos
justapostos inseridos nos ramos ascendentes da mandíbula de porcos. (Arnaldo Pizan,
2014)

Teoria de Sicher (1947): deduziu, após muitos estudos histológicos, que as


suturas eram responsáveis pela maior parte do crescimento facial, desenvolvendo a teoria
da dominância sutural. Ele observou que a proliferação do tecido conjuntivo nas suturas
resultava no afastamento dos ossos (criando espaço entre os ossos para o crescimento
aposicional), deslocando-os na direção de menor resistência.

Essa teoria considerava a proliferação do tecido conjuntivo fator responsável pelo


deslocamento das partes envolvidas em direções opostas. Na maxila, o crescimento das
suturas produziria a separação dos ossos envolvidos causando o deslocamento da maxila
como um todo para frente e para baixo. (Arnaldo Pizan, 2014)

Teoria de Moss (1962): a determinação dos crescimentos ósseo e cartilaginoso é


uma resposta ao crescimento intrínseco de estruturas associadas, chamadas por ele de
matrizes funcionais, observando que o código genético para o crescimento esquelético
está fora do esqueleto ósseo. Para ele, cada componente da matriz funcional desempenha
uma função necessária, como respiração, mastigação, fala, enquanto os tecidos
esqueléticos apoiam e protegem essas matrizes funcionais associadas. O tecido

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esquelético cresce somente em resposta ao crescimento dos tecidos moles, e o efeito é
uma translação passiva dos componentes esqueléticos no espaço. (Arnaldo Pizan, 2014)

Teoria de Enlow (1965): desenvolveu a teoria do crescimento em V, que se


baseia no princípio de que “o crescimento sobre os extremos livres aumenta a distância
entre eles mesmos”. Muitos ossos faciais ou cranianos, ou partes de ossos, têm uma
configuração em forma de V. A deposição óssea ocorre no lado interno do V, e a
reabsorção acontece na superfície externa. A direção do movimento está voltada para a
extremidade ampla do V. Assim, crescimento e alargamento simultâneos se processam
por adição de osso na parte interna e remoção na parte externa. A aplicação desse
princípio pode ser feita em diversas estruturas da maxila e da mandíbula, como o
crescimento da órbita e do palato. (Arnaldo Pizan, 2014)

A medida que o V se movimenta, ele aumenta de tamanho.

Teoria de Von Limborgh (1968, 1970 e 1972): fez uma combinação de várias
teorias na tentativa de confrontar e considerar as muitas complexidades envolvidas na
regulação do crescimento. De acordo com o pesquisador, o crescimento craniofacial é
influenciado por fatores genéticos e ambientais. Faz referência a atuações de hormônios,
condições alimentares, hábitos, influências ambientais e à hereditariedade, que
determinam a qualidade e a quantidade de crescimento. Sua interpretação do crescimento
divide a cabeça em condrocrânio (ossos da base do crânio) e desmocrânio (calvária e
esqueleto facial). (Arnaldo Pizan, 2014)

3.5. Crescimento Maxilar


O processo pelo qual se dá o crescimento tanto da maxila como da mandíbula é
extremamente dinâmico e complexo. A maxila cresce para todas as direções, porém para
um melhor entendimento, costuma-se dividir este processo em partes, comumente
denominados de centros de crescimento. (GIACON, 2012)

Figura nº 1

Fonte: (GIACON, 2012)

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Tuberosidade Maxilar: É a maior área de crescimento da maxila, que cresce por
deposição óssea periosteal em suas superfícies posterior, lateral (ou bucal) e alveolar (para
baixo). O lado endosteal do córtex, no interior da tuberosidade é de reabsorção, fazendo
com que ele acompanhe esse crescimento em direção posterior. (GIACON, 2012)

Processo Alveolar depende das funções dos dentes; cresce em resposta à erupção
dentária, adapta-se e remodela-se de acordo com as necessidades dentárias, e reabsorve-
se quando os dentes são perdidos. Contribui para o aumento da maxila no sentido vertical
e ântero-posterior, pois acompanha o crescimento da tuberosidade. (GIACON, 2012)

Figura nº 2

Fonte: (GIACON, 2012)

Palato: acompanha a direcção de crescimento facial, havendo aposição em sua


superfície bucal e reabsorção na superfície nasal, a teoria de crescimento do princípio em
“V”. de forma que esse osso cresce em direcção a sua maior abertura. (GIACON, 2012)

Seio Maxilar: se localiza profundamente em relação a tuberosidade aumenta de


tamanho também devido a reabsorção endosteal. As superfícies corticais dos seios são
todas de absorção, excepto a parede nasal media, que é de deposição, pois se move junto
com a expansão nasal lateral. (GIACON, 2012)

Figura nº 3

Fonte: (GIACON, 2012)

Suturas: unem os ossos da face entre si e ao crânio são sítios de crescimento e de


ajuste de crescimento, pois se ajustam às diferentes mudanças faciais que ocorrem neste
período, ou seja, se adaptam às tensões produzidas pelo crescimento nos tecidos moles
que se relacionam com elas, como: cérebro, mucosas, olhos, língua, etc. (GIACON, 2012)

3.6. Crescimento Mandibular


Na mandíbula, que é o único osso móvel da cabeça, não há crescimento
intramembranoso aposicional sutural, apenas aposicional de superfície e endocondral. O

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crescimento da mandíbula é um produto de todas as diferentes forças regionais e dos
agentes funcionais regionais que agem sobre ele para produzir a forma topograficamente
complexa desse osso como um todo. (GIACON, 2012)

Côndilos Mandibulares: são grandes sítios de crescimento, que participam da


articulação têmporo-mandibular e, portanto, são cobertos por uma cartilagem articular,
que suporta as pressões sofridas durante a articulação. Dessa forma, o mecanismo de
crescimento é endocondral, pois os côndilos crescem em direção à articulação sofrendo
pressão direta, sendo o crescimento uma resposta a essa condição local. (GIACON, 2012)

Ramo Mandibular: é formado por reabsorção óssea no seu bordo anterior e


aposição no posterior, ou seja, ele sofre uma conversão por remodelamento, onde todo o
ramo é recolocado posteriormente, e a antiga parte anterior do ramo, que sofreu
reabsorção, é transformada em corpo, o qual se alonga por meio desse processo de
remodelamento. (GIACON, 2012)

Rebordo Alveolar: na mandíbula, da mesma forma que na maxila, estão na


dependência dos dentes, crescendo verticalmente e em largura, conforme estes
erupcionam, e acompanhando o crescimento para posterior dos ramos mandibulares, para
que ocorra a erupção dos molares permanentes. Consequentemente, quando da perda dos
dentes, seus rebordos alveolares também desaparecem. (GIACON, 2012)

Figura nº 3

Fonte: (GIACON, 2012)

3.7. Importância do Desenvolvimento Craniofacial para diagnóstico


O processo de crescimento e desenvolvimento craniofacial é de suma importância
para o diagnóstico, o prognóstico e a planificação do tratamento ortodôntico. Seu
entendimento facilita no reconhecimento dos desvios da normalidade, possibilitando a
actuação precisa do ortodontista na época mais oportuna de intervenção. (OrtodontiaSPO,
2019)

A maxila e a mandíbula apresentam comportamento distinto nas fases de


crescimento. A maxila atinge o máximo de velocidade de crescimento na segunda

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infância, acompanhando o crescimento neural, enquanto a mandíbula apresenta maior
potencial de crescimento no período da puberdade, seguindo a curvatura do crescimento
geral. (OrtodontiaSPO, 2019)

As meninas cessam o crescimento mais precocemente que os rapazes e, portanto,


o conhecimento desse processo também auxilia no entendimento do porquê as meninas
devem ser tratadas mais precocemente do que os meninos. (OrtodontiaSPO, 2019)

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4. CONCLUSÃO
Em suma, chegamos a conclusão que o processo de crescimento tal como
desenvolvimento craniofacial é de suma importância porque possibilita ao ortodontista
ter tais informações como suas aliadas e considera-las nos planejamentos dos casos.

Informações relevantes para o prognóstico e para a planificação do tratamento


também são obtidas por meio do conhecimento dos processos de crescimento
craniofacial. O clínico deve estar atento às modificações relacionadas ao crescimento para
decidir entre intervir precocemente ou simplesmente acompanhar os estágios deste
processo. Além disso, durante a planificação do tratamento, o profissional pode optar por
fazê-lo coincidir com os períodos mais favoráveis de crescimento.

É importante que o ortodontista tenha conhecimento do crescimento e realiza


supervisões periódicas destes eventos para interceptar desvios da normalidade que, se não
tratados em idade oportuna, poderão evoluir para discrepâncias esqueléticas mais severas.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Arnaldo Pizan, D. g. (2014). Crescimento e desenvolvimento craniofacial. Em
Introdução a Ortodontia.
2. CLÉBER DIAS COSTA, K. G. (2022). FATORES ENVOLVIDOS NO
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ÓSSEO E TECIDUAL
CRANIOFACIAL. curso de odontoloogia.
3. GIACON, V. V. (2012). Crescimento Craniofacial. Campinas: Faculdade de
Odontologia São Leopoldo Mandic.
4. OrtodontiaSPO. (12 de Outubro de 2019). Obtido de OrtodontiaSPO:
ortodontiaspo.com.br
5. Tatiana KREIA, A. N. (2011). Tendência de crescimento facial em Ortodontia
e Ortopedia Funcional dos Maxilares. revista gaucha de odontologia.

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