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Revisão Textual:
Aline Gonçalves
Patologia: Elementos de uma Doença
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Abordar a Introdução ao estudo da Patologia geral;
• Estudar a Etiopatogênese geral das lesões;
• Compreender os distúrbios do crescimento: atrofia, hipertrofia, hiperplasia e metaplasia.
UNIDADE Patologia: Elementos de uma Doença
Figura 1
Fonte: Fotolia
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Segundo a Lei Orgânica da Saúde n. 8.080/1990, os determinantes e condicio-
nantes da saúde são:
Importante!
Sendo assim, é importante considerar que a saúde envolve o ambiente em que o indi-
víduo convive. Por este motivo, os vários critérios orgânicos necessitam ser analisados e
avaliados dentro das circunstâncias em que o indivíduo está englobado.
Elementos da Patologia
Toda e qualquer doença possui uma ou mais causas que atuam por diversos me-
canismos, gerando disfunções morfológicas e/ou moleculares nas células que acar-
retam disfunções no funcionamento do organismo e resultam em sinais e sintomas.
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UNIDADE Patologia: Elementos de uma Doença
Diagnóstico
Patologia
Prognóstico
Terapêutica
Prevenção
Medicina
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Agressão, Defesa, Adaptação e Lesão
Uma agressão pode ser constituída por meio da capacidade de reação do organis-
mo após qualquer estímulo do meio ambiente, e pode ocorrer variação conforme a
intensidade e o tempo de contato desse estímulo com o organismo humano.
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UNIDADE Patologia: Elementos de uma Doença
Causas
Período Sem
de incubação manifestações
Sem sequela
Cura
Com sequela
Cronoficação
Evolução
Complicações
Óbito
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Acesse a apostila “Noções de Patologia”, e faça a leitura das páginas 1 a 5.
Disponível em: https://bit.ly/2FxcePE
A seguir, será abordado de forma sucinta cada tipo de mecanismo das lesões.
Hipóxia e Anóxia
A redução da oferta de oxigênio é denominada hipóxia, já a cessação de O2 é
chamada anóxia. A redução ou cessação do fluxo sanguíneo consiste em uma isque-
mia; dependendo da potência e da permanência da isquemia e da suscetibilidade das
células à abstenção de O2 e nutrientes, as células deterioram ou morrem. Há dois
tipos de lesões por hipóxia:
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UNIDADE Patologia: Elementos de uma Doença
Radicais Livres
Os radicais livres são moléculas que evidenciam um elétron não conectado no
orbital externo, o que as convertem em muito reativas com outras moléculas. Os
ácidos nucleicos, lipídeos e diversos aminoácidos são essencialmente disponibilizados
para produzir radicais livres. Os radicais livres provocam lesões nas células porque
reagem com ácidos nucleicos, lipídios e proteínas.
Reação Imunitária
O mecanismo de defesa do organismo mais importante contra microrganismos
nocivos é a resposta imunitária, além disso, tem participação na reparação de lesões
ocasionadas pelos mais diversos agressores.
A reação imunitária age por meio de mecanismos celulares e humorais, dos quais
atuam elevada quantidade de moléculas e outros componentes, muitas vezes em
comunicação com outros sistemas de defesa. A reação imunitária morfologicamente
manifesta-se pela reação inflamatória que será abordada na unidade III, fique ligado!
Agentes Físicos
Qualquer agente físico pode produzir lesão à estrutura orgânica. Por serem mais
primordiais, serão abordados os seguintes agentes físicos:
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• Força mecânica: a força mecânica provoca diversas lesões, intituladas lesões
traumáticas. As principais são:
» Agressões por meio da força mecânica: Abrasão, Laceração, Contusão,
Incisão, Perfuração e Fratura.
• Variações da pressão atmosférica: o ser humano tolera melhor a elevação
da pressão atmosférica do que a sua queda. A diminuição de 50% da pressão
atmosférica é capaz de provocar danos significativos. Exemplo: síndrome da
descompressão e efeitos de grandes altitudes;
• Variações de temperatura:
» Ação local de baixas temperaturas: o frio restrito a uma região localizada
provoca lesões que necessitam da velocidade e da intensidade da queda da
temperatura, suficiente ou insuficiente para congelar a água do organismo;
» Ação local de altas temperaturas: o calor provoca lesões chamadas de quei-
maduras, que são classificadas em:
» Primeiro grau: distinguida por dor, hiperemia e edema moderado no tegumento;
» Segundo grau: caracterizada por bolhas e necrose da epiderme;
» Terceiro grau: caracterizada pela necrose de todas as camadas de pele,
podendo alcançar os ossos.
• Eletricidade: as sequelas lesivas da corrente elétrica devem-se à:
» Disfunção elétrica em tecidos: que acontece diretamente no músculo cardíaco,
nos músculos esqueléticos e no tecido nervoso. Produção de calor;
» Radiações ionizantes: no indivíduo são advindas de: inalação ou ingestão de
poeira ou alimentos que possuem fragmentos radioativos; submeter a radiações
para diagnósticos e/ou tratamentos; acidentes com máquinas ou aparelhos que
emitem radiação e bombas nucleares. As radiações ionizantes: danificam os
tecidos diante da ação direta sobre os ácidos nucleicos, carboidratos, lipídeos
e proteínas, podendo acarretar fragmentações, religações e ionização de radi-
cais. Ação indireta, por meio de radicais livres, a partir da ionização da água.
Agentes Biológicos
Agentes biológicos incluem todos os microrganismos que podem penetrar o cor-
po humano e ocasionar doenças infectocontagiosas. Também existem artrópodes
que podem penetrar na pele e ocasionar as lesões. As lesões por agentes biológicos
podem produzir lesões por:
• Vírus: a penetração de um vírus no corpo ocorre por meio do sistema digestó-
rio, respiratório, por inserção na pele, pela mordida de animais, pela picada de
artrópodes, por pequenos traumatismos ou por inserção direta no sangue;
• Bactérias: para ocasionar uma doença, a bactéria primeiramente necessita co-
lonizar o organismo, a partir de sua aglutinação a várias células; logo após,
sucede sua multiplicação bacteriana e a instalação de uma infecção;
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UNIDADE Patologia: Elementos de uma Doença
Agentes Químicos
Os agentes químicos podem ser substâncias tóxicas e medicamentos. Ocorrem
por meio de dois mecanismos:
• Ação direta: por meio da deterioração ou morte celular; deformações do inters-
tício; mutações no genoma, levando à metamorfose maligna. Quando ocorre
durante a gestação, podem acarretar efeitos teratogênicos e, consequentemente,
uma má formação congênita;
• Ação indireta: é uma situação rara, ocorre como antígeno ou como hapteno, es-
timulando resposta imunitária celular ou humoral responsável por variadas lesões.
Contaminantes Alimentares
Durante o processo de preparação, armazenamento e transporte dos alimentos,
é possível ocorrer contaminação por vários tipos de fungos, que possuem a capaci-
dade de liberar toxinas que acarretam lesões. As condições e variações de umidade e
temperatura facilitam a produção de toxinas e, consequentemente, a contaminação
de alimentos.
Assista ao vídeo “Patologia: Aula 9 - Causas das lesões celulares” da Escola CVI, que explica
detalhadamente esse assunto tão importante para a continuidade da nossa matéria.
Disponível em: https://youtu.be/-xjnwmyb8Ko
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Figura 5 – Principais Fatores da Atrofia
Fonte: BRASILEIRO FILHO et al., 2019, p. 175
Atrofia
A atrofia é a redução adquirida do tamanho de uma célula, tecido ou órgão, com
consequente redução da sua atividade metabólica. A escassez de nutrientes ou de
estimulantes que coordenam a atividade celular geram a atrofia e a redução do me-
tabolismo. Os principais fatores da atrofia são:
• Redução da atividade;
• Perdada inervação;
• Redução do suprimento sanguíneo;
• Redução da nutrição;
• Redução da estimulação endócrina;
• Envelhecimento.
A célula atrofiada não possui mais suas funções normais, e sua qualidade e inten-
sidade são diretamente prejudicadas. As mutações ocorrem no citoplasma, porém
com o volume regular no núcleo da célula. Nos tecidos e órgãos há redução do tama-
nho e/ou número de células, com elevação ou não de estroma fibroso.
A célula atrofiada tem quantidade reduzida de retículo endoplasmático e mito-
côndrias. Pode também evidenciar vacúolos autofágicos, englobando fragmentos de
retículo endoplasmático, mitocôndrias membranas. Parte dos resíduos das células
pode tolerar a fagocitose e perdurar como fragmentos residuais. A seguir, veremos
vários mecanismos da atrofia:
• Atrofia por inanição: A deficiência da absorção de nutrientes advinda da falta de
ingestão, absorção ou metabolização de alimentos ocasiona caquexia (emagreci-
mento geral), com danos físicos, mentais e emocionais. Os principais fatores são
a fome, anorexia nervosa e as neoplasias. Os tecidos mais impactados, em ordem
decrescente, são: subcutâneo, muscular e linfático, pele, glândulas e ossos;
• Atrofia senil: Com o envelhecimento, vários órgãos sofrem os efeitos da atrofia,
como os ovários após a menopausa. Os fatores do envelhecimento não estão bem
determinados, todavia deve haver preponderância do catabolismo sobre o anabo-
lismo. Na população idosa ocorre a formação de aterosclerose advinda de uma
circulação ineficiente e a perda da elasticidade da pele, causando enrugamento.
No processo de envelhecimento ocorre diminuição integralizada dos órgãos.
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UNIDADE Patologia: Elementos de uma Doença
Assista ao vídeo “Patologia: Aula 6 – Adaptações celulares – atrofia” e veja outra forma
de explicação sobre a atrofia, com exemplos claros e objetivos para que você fixe bem esse
tópico tão importante para os profissionais de Óptica e Optometria.
Disponível em: https://youtu.be/MlP4JHBqOms
Hipertrofia
A hipertrofia é o aumento dos elementos estruturais e das funções celulares, con-
sequentemente ocorre elevação do volume das células e dos órgãos impactados. Para
que transcorra a hipertrofia, são essenciais: o fornecimento de oxigênio e de nutrien-
tes, o que deve sustentar a elevação de disposição das células; as células necessitam
ter organelas e sistemas enzimáticos completos; células lesionadas não alcançam a
hipertrofia como as células normais; estímulo nervoso, no caso das células dos mús-
culos. Sem inervação, a musculatura não se hipertrofia de maneira adequada.
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• Hipertrofia do miocárdio: Quando há sobrecarga do coração por obstáculo
ao fluxo sanguíneo ou por aumento do volume de sangue, a parede cardíaca
sofre hipertrofia;
• Hipertrofia da musculatura esquelética: como acontece em atletas ou em
trabalhadores que fazem grande esforço físico;
• Hipertrofia da musculatura lisa de órgãos ocos: a montante de um obstáculo,
como ocorre na bexiga quando há obstrução urinária;
• Hipertrofia de neurônios motores no hemisfério cerebral não lesado em caso
de hemiplegia.
Os estimulantes que geram a hipertrofia agem em diversos genes, os quais reú-
nem numerosas proteínas, entre elas: causas de crescimento, receptores de causas
de crescimento e proteínas estruturais.
Os órgãos com hipertrofia apresentam-se com peso e volume elevados. Nas célu-
las com hipertrofia, tanto o citoplasma quanto o núcleo apresentam volume aumen-
tados; em células que não se fracionam, pode haver poliploidia nuclear.
Hiperplasia
A hiperplasia compreende a elevação do número das células de um órgão, por
elevação da proliferação e/ou por redução da destruição de células. A hiperplasia só
ocorre em órgãos que possuem células replicativas. A hiperplasia pode ser fisiológica
ou patológica.
O órgão apresenta-se com volume e peso elevados. Em órgãos hiperplásicos,
transcorre elevação na síntese de elementos de crescimento e de seus receptores,
além de intensificação de rotas intracelulares de incitações da divisão celular. Se a
causa da hiperplasia for eliminada e as condições das células retornarem ao normal,
é denominada hiperplasia reversível.
Para ocorrer hiperplasia são essenciais o suprimento sanguíneo e a integridade
morfológica e funcional das células e da inervação. A hiperplasia é gerada por ele-
mentos que instigam as funções celulares, sendo também uma forma de adequação
das células ao excesso de trabalho.
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UNIDADE Patologia: Elementos de uma Doença
Metaplasia
A metaplasia é a mutação de uma espécie de tecido maduro em outra de mesma
linhagem; uma espécie de epitélio altera-se em outra espécie epitelial, mas um epi-
télio não se altera em tecido mesenquimal. A metaplasia é o resultado da inativação
de alguns genes e desrepressão de outros. A metaplasia é um processo reversível, e
os tipos mais recorrentes são:
• Transformação de epitélio estratificado pavimentoso não ceratinizado em epi-
télio ceratinizado;
• Epitélio pseudoestratificado ciliado em epitélio estratificado pavimentoso, cera-
tinizado ou não;
• Epitélio mucossecretor em epitélio estratificado pavimentoso;
• Epitélio glandular seroso em epitélio mucíparo;
• Tecido conjuntivo em tecido cartilaginoso ou ósseo;
• Tecido cartilaginoso em tecido ósseo.
Em Síntese
A Patologia é a ciência que abrange as causas das doenças, os mecanismos que as cons-
tituem, a localização de sua ocorrência e as modificações funcionais, morfológicas e mo-
leculares, além disso, aprendemos sobre a diferença de saúde e doença, elementos da
Patologia, classificação e terminologias das lesões.
As lesões e doenças são produzidas por variadas agressões. As agressões agem por di-
versos mecanismos: hipóxia e anóxia, radicais livres, alterações em ácidos nucleicos e
proteínas, reação imunitária, contaminantes alimentares e agentes físicos, químicos e
biológicos. Conhecendo os mecanismos das lesões, ficará mais fácil você entender o que
acontece nas células que sofreram lesões e quais são os seus mecanismos de defesa.
Os distúrbios do crescimento são processos complexos e excessivamente controlados, e
cada distúrbio possui as suas características definidoras. Os distúrbios de crescimento
abordados foram a atrofia, hipertrofia, hiperplasia, metaplasia.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Patologia: Aula 4 – Adaptações celulares – hiperplasia
https://youtu.be/o3NfarvbZ_E
Patologia: Aula 5 – Adaptações celulares – hipertrofia
https://youtu.be/QkRo0NRCINs
Patologia: Aula 6 – Adaptações celulares – atrofia
https://youtu.be/MlP4JHBqOms
Patologia: Aula 7 – Adaptações celulares – metaplasia
https://youtu.be/07Si_9EgPkc
Patologia: Aula 9 - Causas das lesões celulares
https://youtu.be/-xjnwmyb8Ko
Leitura
Noções de Patologia
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UNIDADE Patologia: Elementos de uma Doença
Referências
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo: Patologia Geral. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2018.
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