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13/03/2017

Reparo tecidual
Universidade Federal do Oeste da Bahia
Profa. Maria Carolina Martins Mussi

Cicatrização Regeneração
Homeostase normal
(equilíbrio da proliferação e apoptose)

Lesão

O tecido neoformado Tecido lesado é Reparo


Regeneração
originado do estroma substituído por outro
substitui o tecido morfofuncionalmente Tecidos renovados Tecidos estáveis Ferida Inflamação crônica
perdido idêntico

AGENTES LESIVOS

Regeneração completa: Crescimento Cura de ferida, Fibrose


epiderme, epitélio do compensatório: formação de cicatriz
trato GI fígado e rim
Kumar et al., 2005
CICATRIZAÇÃO REGENERAÇÃO

Lóbulo hepático
normal

Proliferação celular
Tríade portal: artéria
hepática, veia porta e
ducto biliar

Sinusoide
Hepatócito Nos tecidos adultos, o tamanho das populações celulares é
Lesão às células Lesão às células e à matriz
determinado pelos índices de proliferação, diferenciação e

morte celular por apoptose. E ainda o número de células

Proliferação das células residuais


na matriz intacta
Proliferação do tecido conjuntivo: das
células residuais na matriz pode ser alterado por índices aumentados ou diminuídos das
desorganizada

células-tronco.

Kumar et al., 2005


REGENERAÇÃO REPARO POR CICATRIZAÇÃO

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Proliferação celular
CÉLULAS PROLIFERAM
LÁBEIS CONTINUAMENTE

PROLIFERAM
CÉLULAS QUANDO
QUIESCENTES
CÉLULAS NECESSÁRIO
PROGENITORAS
(AUTOPERPETUAÇÃO)

CÉLULAS NÃO
PERMANENTES PROLIFERAM
Kumar et al., 2005 Kumar et al., 2005; Wheeler, 2006

Células-tronco
Propriedades importantes das células-tronco:
-autorrenovação
-divisão assimétrica
- divisão simétrica

Células-tronco embrionárias
Células tronco teciduais

PADRÕES GERAIS DE SINALIZAÇÃO PADRÕES GERAIS DE SINALIZAÇÃO

SINALIZAÇÃO SINALIZAÇÃO PARÁCRINA

Kumar et al., 2005 Kumar et al., 2005

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PADRÕES GERAIS DE SINALIZAÇÃO REGENERAÇÃO


SINALIZAÇÃO ENDÓCRINA • Ocorre em células que se renovam constantemente

• Em células estáveis, ocorre a partir de células diferenciadas


em G0, de células tronco ou células progenitoras

Hiperplasia
compensatória

Kumar et al., 2005

AGUDA CRÔNICA
REGENERAÇÃO
• Quase todos hepatócitos replicam após hepatectomia
parcial
No fígado

No fígado

• Levam várias horas para entrar no ciclo e progredir


para G1 e S

• Sincronizada com células não parenquimatosas como


células de Kupffer, endoteliais e estreladas

• Proliferação de hepatócitos desencadeada por


citocinas e fatores de crescimento

Lesão no fígado ou
hepatectomia parcial
REGENERAÇÃO
TGF-B

TGF-α, HGF
No fígado

No fígado

• As células-tronco ou progenitoras intra-hepáticas não


exercem papel no crescimento após hepatectomia parcial
Células de EGF, HGF
Hepatócito Hepatócito Hepatócito
e não há evidência de geração de hepatócito a partir de
Kupffer células derivadas da medula óssea – lesão aguda

Insulina
Noradrenalina
• Células endoteliais e não parenquimatosas podem se
Tireoide Pâncreas
originar de células precursoras na medula óssea
Glândula Duodeno
adrenal

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Matriz Extracelular (MEC)


Hepatite aguda por virus

1- Suporte mecânico (ancoragem, migração e polaridade celular)

2- Controle do crescimento celular

3- Manutenção da diferenciação

4- Arcabouço para renovação celular

5- Estabelecimento de microambientes teciduais

6- Armazenamento e apresentação de moléculas reguladoras

Anatpat

PROTEÍNAS ESTRUTURAIS FIBROSAS GLICOPROTEÍNAS ADESIVAS PROTEOGLICANOS E HIALURANAN


Kumar et al., 2005

Síndrome de Ehlers-Danlos Síndrome de Marfan


Defeito na síntese de colágeno (tipo I, III ou V).
• Mutação de um gene situado no cromossomo 15, a
fibrilina, ou gene FBN1, importante componente na
formação das fibras elásticas

elastina
fibrilina

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Cicatrização Cicatrização
Homeostase normal
(equilíbrio da proliferação e apoptose)
• Quando a lesão é grave ou e resulta em lesão das células
Lesão parenquimatosas e do arcabouço de estroma

Regeneração Reparo

Tecidos renovados Tecidos estáveis Ferida Inflamação crônica


Regeneração Cicatrização

Deposição de colágeno e
outros elementos da MEC

Regeneração completa: Crescimento Cura de ferida, Fibrose


epiderme, epitélio do compensatório: formação de Cicatriz
trato GI fígado e rim cicatriz
Kumar et al., 2005

Cicatrização Cicatrização
• Cura de feridas da pele e outas células • Na maioria dos processos: regeneração + reparo
parenquimatosas
• As contribuições do reparo e regeneração são
influenciadas por:
• Características básicas:
 Capacidade proliferativa das células do tecido
 Inflamação
 Integridade da matriz extracelular
 Angiogênese
 Migração e proliferação de fibroblastos  Resolução ou cronicidade da lesão e da inflamação
 Formação de cicatriz
 Remodelamento de tecido conjuntivo

Angiogênese
Angiogênese
A partir de vasos preexistentes

• Controlada por fatores de crescimento e respectivos


receptores

• O fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) é


considerado o mais importante estimulador de
• VEGF, PDGF e TNF-α ativam células endoteliais que aumentam expressão de VEGFr
angiogênese em tecidos adultos, seja em condições • Ativadas, proliferam e produzem metaloproteases (membrana basal)
• Quimiotaxia células endoteliais (quimiocinas, produtos da MEC e VEGF)
fisiológicas ou patológicas • Degradação de precursor de plasminogênio (na membrana de céls. endoteliais e
fibroblastos gera PRGF– fenótipo de célula móvel e mitogênico
• VEGF (liberado por células do estroma) • Formam broto de células endoteliais que cresce em direção ao coágulo que está
sofrendo deposição de MEC neoformada
• Recrutamento de células periendoteliais (PDGF- células músculo liso e TGF-β estabiliza
vasos produzindo proteínas da MEC) Kumar et al., 2005

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Tecido de Granulação Tecido de Granulação

• Aparência granular, rosada e de consistência mole

• Fase de crescimento do tecido de granulação: proliferação de FIBROBLASTOS

fibroblastos e de células endoteliais dos capilares vizinhos à


zona agredida.

• Proliferação de fibroblastos e síntese de MEC (PDGF, TGF-β) ANGIOGÊNESE

liberados por macrófagos e linfócitos – muito ácido hialurônico


e colágeno tipo III

AnatPat

Tecido de Granulação Imaturo Cicatrização em feridas cutâneas

MARGENS
PRÓXIMAS

CICATRIZAÇÃO
POR PRIMEIRA
VERMELHO INTENÇÃO

NATUREZA DA
FERIDA MARGENS SEPARADAS

FRÁGIL
CICATRIZAÇÃO
POR SEGUNDA
INTENÇÃO
Patoarte AnatPat Kumar et al., 2005

Cicatrização em feridas cutâneas Cicatrização em feridas cutâneas

PRIMEIRA INTENÇÃO

INFLAMAÇÃO PROLIFERAÇÃO MATURAÇÃO

Robbins,2010
dicionariosaude.com

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PRIMEIRA INTENÇÃO PRIMEIRA INTENÇÃO


7- Simultaneamente, angiogênese – TECIDO DE
GRANULAÇÃO
2- Neutrófilos (fibrinopeptídeos,
complemento, CXCL3,4,6,e,8), IL-1, 8- Grande diminuição de leucócitos, edema e vasos.
TNFα
3- Macrófagos (CCL 2,3,5,7 e 8) e 9- Acúmulo de colágeno e regressão dos canais
linfócitos (CXCL 9,10, 11)- 18h vasculares

4- Início da formação de tecido de 10- Ligações transversais das moléculas de colágeno


granulação- 24 a 72 h. (tornando mais resistente e estável)

4- Queratinócitos da borda da ferida 11- Cicatriz avascular, com fibroblastos, colágeno


(CXCR2 para CXCL-8) – Proliferação denso, MEC (remodelação)
(24h)
5- Reepitelização 5 dias após
12- Macrófagos (PDGF, TGF-b) -Miofibroblastos
Robbins,2010
produzem actina (contráteis)
6- FGF, TGF, ativação de fibroblastos,
aumento da deposição de hialuronan e Robbins,2010
Kumar et al., 2005 Kumar et al., 2005 13- Força tênsil: 10% na 2ª semana , 80% no 1º mês
colágeno III e sua substituição por tipo I
(síntese de colágeno ultrapassa a sua degradação)

Cicatrização em feridas cutâneas SEGUNDA INTENÇÃO

SEGUNDA INTENÇÃO

Marques, 2015
Robbins,2010
Robbins,2010 Kumar et al., 2005

FATORES QUE INFLUENCIAM A CICATRIZAÇÃO

FATORES SISTÊMICOS FATORES LOCAIS

 INFECÇÃO
 NUTRIÇÃO
 FATORES MECÂNICOS
 CONDIÇÃO METABÓLICA
 CORPOS ESTRANHOS

 CONDIÇÃO CIRCULATÓRIA  TAMANHO, LOCALIZAÇÃO E TIPO

DE FERIDA

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COMPLICAÇÕES COMPLICAÇÕES
PRODUÇÃO INADEQUADA DE PRODUÇÃO EXCESSIVA
TECIDO DE GRANULAÇÃO PRODUÇÃO EXCESSIVA DE CONTRATURA EM EXCESSO QUE
TECIDO DE GRANULAÇÃO CAUSA DEFORMIDADES DA FERDA E
TECIDOS CIRCUNJACENTES

DEISCÊNCIA E ULCERAÇÃO

Kumar et al., 2005 QUELÓIDE GRANULAÇÃO EXUBERANTE CONTRAÇÃO

Fibrose Fibrose
Homeostase normal
(equilíbrio da proliferação e apoptose)

Lesão
• Deposição excessiva de colágeno e outros componentes da MEC
Regeneração Reparo

Tecidos estáveis Ferida Inflamação crônica


Tecidos renovados
• Em contraste aos estímulos de curta duração que desencadeiam as
respostas coordenadas das feridas cutâneas, o estímulo nocivo (ex.
infecções) persiste nas doenças crônicas podendo causar disfunção e
insuficiência do órgão

Regeneração completa: Crescimento Cura de ferida, Fibrose


epiderme, epitélio do compensatório: formação de
trato GI fígado e rim cicatriz
Kumar et al., 2005

CIRROSE FIBROSE

• Fibrose em que há neoformação conjuntiva,


regeneração nodular de hepatócitos e perda da
arquitetura do órgão

Robbins, 2010
Kumar et al., 2005

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Referências bibliográficas
1 - Descrever as diferenças entre os vários tipos celulares (isto é, células lábeis, estáveis e
permanentes) em termos de seu potencial regenerativo. Listar exemplos de cada tipo celular.
2 - Conhecer os fatores que são mais importantes na determinação de quando a regeneração • BRASILEIRO, Filho G.: Bogliolo: Patologia. 8. ed. Rio de Janeiro. Guanabara
irá restaurar a arquitetura normal tecidual. Koogan, 2011
3- Descrever o processo de cicatrização por primeira e segunda intenção
4- Descrever s importância do tecido de granulação para o reparo
5- Descrever os mecanismos envolvidos na fibrose • ABBAS, Abul K; FAUSTO, Nelson; KUMAR, Vinay; COTRAN, Ramzi S; ASTER,
Jon C; ROBBINS, Stanley L.: Robbins e Cotran: Patologia - Bases patológicas das
doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

• MONTENEGRO, Mario R.; BACCHI, Carlos E.; BRITO, Thales. Patologia


Processos Gerais. 5. ed. São Paulo: Atheneu, 2010.

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