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INSTITUTO VALÉRIA VAZ

CURSOS PROFISSIONALIZANTES

ESTÉTICA FACIAL
Envelhecimento Cutâneo

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ANATOMOFISIOLOGIA DA PELE
A pele é composta de três camadas de tecidos: a epiderme, a derme e a hipoderme ou
tecido subcutâneo. E ela representa mais de 15% do peso corporal e é o maior órgão do
corpo humano.
A epiderme é constituída por um epitélio estratificado queratinizado cuja espessura
apresenta de 0,04 mm nas pálpebras até 1,6 mm nas regiões palmoplantares.
A segunda camada da pele, logo abaixo da epiderme, é a derme, que compreende um
denso tecido conjuntivo fibroelástico, no qual situam-se as estruturas vasculares e
nervosas, e os anexos da pele: as glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas e os
folículos pilosos.
A terceira camada da pele, mais profunda, a hipoderme, compõe-se de tecido adiposo
(Figura 1).



EPIDERME
A epiderme é composta por 5 camadas, da mais profunda para a mais superficial:
Camada germinativa ou basal, malpighiana ou camada espinhosa, camada granulosa,
camada lúcida e a camada córnea ou estrato córneo. Ela é composta pelos
queratinócitos nas camadas mais profundas, cujo processo de amadurecimento é
complexo e multifatorial, influenciado por fatores sistêmicos, genéticos e ambientais. E
conforme a célula vai subindo em direção a superfície da pele, ela muda de conformação


e passa a ser chamada de
corneócitos (queratinócitos
mortos) (Figura 2). Nesse processo
as células partem da camada basal
e vão sendo deslocadas para a
periferia até a camada córnea,
num período de 21 a 28 dias.
Camada Basal
Único estrato de células, em
contato quase direto com a derme
e sendo separa por uma estrutura
chamada membrana basal ou
lâmina basal, que possui quatro espécies de células diferentes: queratinócitos
produtores da queratina que é uma proteína responsável pelo fortalecimento e
impermeabilidade da pele; melanócitos, produtores de melanina, pigmento que ao ser
fagocitado pelos queratinócitos atribuem cor à pele, além de proteger as células contra
os raios solares (Ultravioletas - UV).; células táteis ou células de Merkel, que conferem
a sensibilidade ao sistema tissular; e células de Langerhans, espécie de fagócitos que
englobam bactérias e resíduos estranhos, sendo a primeira proteção contra agentes
agressores. Com exceção das células de Langerhans, as células desta camada sofrem
mitose, ou seja, constantemente multiplicação, para repor as células mortas da
epiderme. As células de Langerhans também são encontradas na derme, nos vasos
linfáticos da derme, nos linfonodos e no timo.
Os queratinócitos basais têm forma
cilíndrica e se organiza com seu maior
comprimento perpendicular à linha
formada pela junção epiderme-derme.
Além disso, apresentam núcleos
alongados, grandes e ovais. As células
basais se unem entre si e às células
espinhosas suprajacentes, que, por sua
vez, unem-se por meio das chamadas
pontes intercelulares (desmossomas).
(Figura 4).
A melanina é encontrada em 2 camadas da epiderme: a camada basal e a espinhosa, e
pode ser encontrada na camada da derme. Quanto aos melanócitos presentes na
camada basal, são células que, à coloração habitual, aparecem como células claras, com
núcleo hipercromático, pequeno e citoplasma transparente. A natureza dendrítica dos
melanócitos, com numerosos prolongamentos longos e ramificados, se relacionam com
células espinhosas suprajacentes, por isso é possível encontrar pigmento na camada
espinhosa. Os melanócitos, em conjunto com os queratinócitos com que f se relacionam,
constituem as unidades epidermomelânicas da pele (Figura 3). A quantidade de
melanócitos não varia em relação às raças; portanto, as diferenças de pigmentação não
dependem do número de células, mas sim da capacidade funcional dos melanócitos.
Além da pele, os melanócitos são encontrados no aparelho ocular; na orelha; no sistema
nervoso central; nas mucosas; e nos pelos. Eles contêm, no seu citoplasma, organelas
especializadas, denominadas melanossomas, onde ocorrem a síntese e a deposição da
melanina por meio do armazenamento de tirosinase sintetizada pelos ribossomos. Os
melanossomas repletos de melanina são injetados no interior dos queratinócitos da

unidade epidermomelânica correspondente, por meio dos prolongamentos dendríticos
do melanócito. O pigmento melânico compreende dois tipos de melanina, que
geralmente se apresentam em mistura: a eumelanina, polímero marrom; e as
feomelaninas, compostos amarelo-vermelhados.
Os queratinócitos influenciam a proliferação, o número de dendritos e a produção
melânica dos melanócitos. Outros fatores que interferem na atividade melanocítica são
hormônios (Hormônio melanotrófico - MSH e hormônios sexuais), mediadores de
inflamação e vitamina D3.
Na epiderme, encontram-se, ainda, ao nível da camada basal, as células de Merkel.
Nessas células, de grânulos eletrodensos característicos, que contêm substâncias
neurotransmissoras, encontradas principalmente nos lábios, nos dedos, na boca e na
membrana externa dos folículos pilosos. Admite-se que sejam estruturas receptivas de
sensações táteis. Outros autores, no entanto, consideram-nas queratinócitos
modificados.
Ao nível da camada basal, há uma única placa de aderência disposta sobre a membrana
basal, ligando a membrana plasmática das células basais à lâmina basal. Essas estruturas
de conexão, por serem constituídas de uma única placa de aderência, são denominadas
hemidesmossomas.
Os desmossomas e hemidesmossomas são estruturas de adesão localizadas, os
primeiros, entre os queratinócitos; e os segundos, entre as células basais e a membrana
basal.
O tempo de maturação de uma célula basal, até atingir a camada córnea, é de

aproximadamente 26 dias.
Figura 4




Camada Espinhosa
A camada espinhosa ou também denominada camada malpighiana, é formada pelas
chamadas células escamosas ou espinhosas, também conhecidas como queratinócitos,
que têm configuração poliédrica, achatando-se progressivamente em direção à
superfície da epiderme e formada por 4 a 10 fileiras. As células são separadas por
espaços cruzados por finos filamentos, denominados pontes intercelulares. A ligação
dessas células também é feita através de estruturas chamadas de desmossomos (Figura
4). No espaço entre as células, há o glicocálix, substância que serve de meio condutor
de substâncias hidrossolúveis do meio externo para o interno.


Camada Granulosa
A camada granulosa é formada pelas células granulosas, assim denominadas por
caracterizarem-se pela presença de grande quantidade de grânulos. Nesta camada há
produção do filamento proteico FILAGRINA, que induz agregação das queratinas
(grânulos queratohialina) e a produção de grânulos lamelares com glicolipídios, que
atuam na impermeabilização da pele. Os queratinócitos encontram-se menos
hidratados, achatados e com núcleo repleto de grânulos que quando expulsos da célula
fazem queratinização da epiderme, tornando a camada granulosa impermeável a água
e a outras moléculas e confere grande resistência à membrana celular. Em áreas de
queratinização imperfeita, a camada granulosa pode estar ausente (Figura 2).
Camada Lúcida
O estrato lúcido, situado entre a camada córnea e a granulosa, composto por duas ou
três camadas de células anucleadas, planas, de aspecto homogêneo e transparente.
Ela é a última camada da epiderme onde há células vivas, já que na córnea está presente
apenas a queratina. É composta por queratinócitos pavimentosos com núcleo
Citoqueratinizado. Nas regiões palmoplantares e nos lábios, existe mais uma camada
compondo a epiderme.
Camada Córnea
A camada córnea é formada pelos corneócitos, produto do amadurecimento dos
queratinócitos, isto é, queratinócitos anucleados, com membranas celulares espessas e
cujo citoplasma corresponde a um sistema bifásico de filamentos de queratina
encerrados em uma matriz amorfa contínua. Nas porções inferiores do estrato córneo,
os filamentos de queratina associam-se à filagrina que, por ação enzimática, desprende-
se da queratina e é degradada a aminoácidos que, osmoticamente, retêm água no
estrato córneo, e são responsáveis pela função de barreira da pele, que exclui diversos
agentes tóxicos e previne a desidratação.
DERME


A derme compreende um verdadeiro gel, rico em mucopolissacarídeos (a substância
fundamental amorfa) e material fibrilar de três tipos: fibras colágenas; fibras elásticas;
e fibras reticulares.
De espessura variável ao longo do organismo, desde 1 até 4 mm, a derme compõe-se
de três porções – a papilar, a perianexial e a reticular:
1. Derme papilar – constitui uma camada pouco espessa de fibras colágenas finas,
fibras elásticas, numerosos fibroblastos e abundante substância fundamental
amorfa, formando as papilas dérmicas, que se amoldam aos cones epiteliais da
epiderme.
2. Derme perianexial – estruturalmente idêntica à derme papilar, dispõe-se,
porém, é encontrada ao redor dos folículos pilo-sebáceos, glândulas e vasos
sendo formado por feixes delgados de colágeno. Compõe, com a derme papilar,
a unidade anatômica denominada derme adventicial.
3. Derme reticular – compreende o restante da derme, sendo sua porção mais
espessa, que se estende até o subcutâneo. É composta por feixes colágenos mais
espessos, dispostos, em sua maior parte, paralelamente à epiderme. Há,
proporcionalmente, menor quantidade de fibroblastos e de substância
fundamental em relação à derme papilar.
A substância fundamental amorfa que é encontrada na derme tem composição de
mucopolissacarideos ácidos, Glicosaminoglicanos livres – ácido hialurônico, 70% de
fibras colágenas, fibras elásticas associadas às colágenas, fibras reticulares também
associadas às colágenas com intensa elasticidade. Estas fibras associadas se entrelaçam
formando uma trama na derme que é responsável pela elasticidade e resistência da
pele.
I. Fibras colágenas: Compreendem 95% do tecido conectivo da derme. O
colágeno da derme é composto por tipos diferentes de fibras – do tipo I até
o tipo XIII.
II. Fibras elásticas: São microfibrilas que, na derme papilar, orientam-se
perpendicularmente à epiderme; e, na derme reticular, mostram-se mais
espessas e dispostas paralelamente à epiderme. É peculiar à espécie humana
a grande quantidade de fibras elásticas na pele. (Figura 5)
III. Fibras Reticulares: Semelhantes às fibras colágenas em sua periodicidade,
mas menores em diâmetro. São encontradas, em grande número na parte
superior da derme papilar, onde atuam como fibrilas fixas ou de ancoragem
para a lâmina basal.


As fibras elásticas mais superficiais estão envolvidas na ligação entre epiderme e derme
e as mais profundas, pelo seu maior teor de elastina, na absorção dos choques e das
distensões que se produzem na pele.
Diferente da epiderme, a derme é vascularizada. Esta rede vascular supre a camada viva
da epiderme, a camada basal que está em constante processo de mitose, e estruturas
como os folículos pilosos e glândulas.
A derme aloja as estruturas anexiais da pele, as glândulas sudoríparas écrinas e
apócrinas, os folículos pilossebáceos e o músculo eretor do pelo. Nela, encontram-se,
ainda, suas células próprias, fibroblastos, macrófagos, mastócitos, células
mesenquimais indiferenciadas e as células de origem sanguínea, leucócitos e
plasmócitos. Em quantidades variáveis, também apresenta vasos sanguíneos, linfáticos
e estruturas nervosas.
Os nervos sensitivos, que sempre são mielinizados, em algumas regiões corpóreas como
palmas, plantas, lábios e genitais, formam órgãos terminais específicos como: (Figura 6)
1. Corpúsculos de Vater-Pacini: Localizam-se, especialmente, nas regiões
palmoplantares e são específicos para a sensibilidade à pressão e captam
especialmente estímulos vibráteis e táteis.
2. Corpúsculos de Meissner: Situam-se nas mãos e nos pés, especialmente nas
polpas dos dedos (como nas partes mais altas das impressões digitais), ao nível
da derme papilar. São específicos para a sensibilidade tátil.
3. Corpúsculos de Krause: também chamados órgãos nervosos terminais-
mucocutâneos, pois ocorrem nas áreas de transição entre pele e mucosas. São
receptores térmicos de frio e se encontram, portanto, na glande, no prepúcio,
no clitóris, nos lábios vulvares e, em menor quantidade, no lábio, na língua, nas
pálpebras e na pele perianal.
4. Meniscos de Merkel-Ranvier: São mecanorreceptores e plexos terminais de
nervos de posição subepidérmica, localizados especialmente nas polpas dos
dedos, ou seja, sensação de tato e pressão superficiais.
5. Corpúsculos de Ruffini: são formados por fibra nervosa que se ramifica,
permeando o colágeno, e relacionam-se à sensibilidade térmica.
Outra estrutura nervosa com funções táteis é o disco pilar, estrutura discoide rica em
células de Merkel, de localização dermoepidérmica, nas proximidades de folículos
pilosos.

ANEXOS CUTÂNEOS


Glândulas sudoríparas écrinas
As glândulas sudoríparas écrinas encontram-se dispersas por toda a pele, mas em maior
quantidade nas regiões palmar, plantar e axilar. São glândulas tubulares que
desembocam na superfície por meio da epiderme e compõem-se de três segmentos:
porção secretora; conduto sudoríparo-intradérmico; e conduto sudoríparo-
intraepidérmico. A porção secretora localiza-se na junção dermo-hipodérmica ou na
porção inferior da derme. A porção secretora das glândulas écrinas é formada por
células grandes, cilíndricas e de citoplasma claro, elas possuem poder contrátil e seriam
responsáveis pela expulsão da secreção sudoral (Figura 7).
A secreção sudoral écrina é incolor, inodora, hipotônica, composta de 99% de água e
solutos encontrados no plasma, além de conter, em concentrações menores,
especialmente sódio, cloretos, potássio, ureia, proteínas, lipídeos, aminoácidos, cálcio,
fósforo e ferro. Em condições adversas de temperatura, a sudorese pode atingir a
produção de 10 a 12 litros em 24 horas.



Glândulas apócrinas
As glândulas apócrinas desembocam, em geral, nos folículos pilossebáceos, e não
diretamente na superfície epidérmica. As glândulas apócrinas distribuem-se em axila,
área perimamilar e região anogenital e, ainda, modificadamente, no conduto auditivo
externo, constituindo as glândulas ceruminosas; nas pálpebras; e, na mama,
constituindo as glândulas mamárias (Figura 7).
Elas são tubulares e compostas de uma porção secretora e uma porção ductal. A luz da
porção secretora das glândulas apócrinas é ampla, cerca de 200 vezes a das glândulas
écrinas e a porção ductal é composta de duas camadas de células epiteliais. Elas liberam
pequenas quantidades de secreção de aspecto leitoso, a longos intervalos de tempo. A
secreção contém proteínas, açúcares, amônia, ácidos graxos e, às vezes, cromógenos,
como o indozil, podendo-se explicar, desse modo, certos casos de cromidrose (é uma
rara condição na qual a pessoa excreta suor colorido). Admite-se que o odor produzido
pela secreção apócrina decorre da ação de bactérias, próprias das regiões topográficas
povoadas pelas glândulas sebáceas, sob as secreções, resultando em produtos
secundários odoríferos. O verdadeiro significado funcional da secreção apócrina no
homem é desconhecido, admitindo-se que represente alguma função sexual vestigial,
desde que surge apenas na puberdade.
APARELHO PILOSSEBÁCEO

• Glândulas sebáceas
As glândulas sebáceas estão presentes em toda a pele, à exceção das regiões
palmoplantares. Desemboam sempre no folículo pilossebáceo, com ou sem pelo. O
tamanho das glândulas sebáceas é, em geral, inversamente proporcional às dimensões
do pelo presente no folículo correspondente. Assim, as maiores glândulas sebáceas são
encontradas nas regiões onde o sistema piloso é menos desenvolvido, por exemplo,
fronte e nariz (Figura 7).
A secreção das glândulas sebáceas é do tipo holócrino, ou seja, é formada pela
destruição das células secretoras e o produto de sua atividade é o sebo (sebum). Estas
glândulas independem de estimulação nervosa.

• Pelos
Os pelos são estruturas filiformes, constituídas por células queratinizadas produzidas
pelos folículos pilosos. Existem dois tipos de pelos: o fetal ou lanugo, que é a pilosidade
fina e clara, idêntica aos pelos pouco desenvolvidos do adulto e denominada vellus; e o
terminal, que corresponde ao pelo espesso e pigmentado, que compreende os cabelos,
a barba, a pilosidade pubiana e axilar. Os pelos compõem-se de uma parte livre, a haste,
e uma porção intradérmica, a raiz.
Anexam-se ao folículo piloso: a glândula sebácea, superiormente; o músculo eretor do
pelo, inferiormente; e, em certas regiões corpóreas, o ducto excretor de uma glândula
apócrina que desemboca no folículo, acima da glândula sebácea. (Figura 7)
O componente principal do pelo é a queratina e participam de sua estrutura cerca de
vinte aminoácidos, sendo particularmente importantes a cisteína, a arginina e a
citrulina, encontrada exclusivamente nos pelos humanos.


Os pelos não crescem continuamente,
havendo alternâncias de fases de
crescimento e repouso, que constituem
o ciclo do pelo. A fase de crescimento,
denominada anágena, caracteriza-se
por intensa atividade mitótica da matriz
e na qual o pelo se apresenta na máxima
expressão estrutural. Sua duração é de
2 a 5 anos, no couro cabeludo. Segue-se à fase catágena, durante a qual os folículos
regridem a 1/3 de suas dimensões anteriores. Interrompe-se a melanogênese na matriz
e a proliferação celular diminui até cessar. As células da porção superior do bulbo
continuam, ainda, sua diferenciação à haste do pelo que fica constituída somente do
córtex e da membrana radicular interna até que o bulbo se reduza a uma coluna
desorganizada de células. A extremidade do pelo assume a forma de clava, constituindo
o pelo em clava, aderido, ainda, por retalhos de queratina ao saco folicular. A fase
catágena dura cerca de 3 a 4 semanas, seguindo-se à fase telógena, de desprendimento
do pelo que, por exemplo, no couro cabeludo, tem cerca de três meses de duração
(Figura 8).
Unhas
Lâminas queratinizadas, recobrem a
última falange dos dedos. Uma unha
tem quatro partes: a posterior ou raiz,
localizada sob a dobra da pele; a lâmina,
aderente ao leito ungueal na sua porção
inferior; as dobras laterais; e a borda
livre.
A raiz ou matriz ungueal é uma área de
células epiteliais proliferativas, parcialmente vedada pela dobra ungueal posterior e
visível, parcialmente, em área mais clara, chamada lúnula. A dobra ungueal posterior
apresenta um prolongamento da camada córnea que recobre a porção proximal da
unha, a cutícula e, abaixo desta, o eponíquio, que adere à lâmina ungueal. Estas
estruturas são importantes porque podem ser destacadas das unhas por processos
inflamatórios. Há uma rica rede vascular, dependente de duas artérias digitais, para a
nutrição da matriz ungueal (Figura 9)
A espessura das unhas varia de 0,5 a 0,75 mm. Seu crescimento é de cerca de 0,1 mm
por dia nos quirodáctilos (dedos da mão), sendo mais lento nas dos pododáctilos (dedos
dos pés). A lâmina ungueal é formada, fundamentalmente, pela matriz ungueal, mas há
participação secundária do leito ungueal nesse processo. O crescimento ungueal sofre
variações individuais e é influenciado por doenças sistêmicas e fatores locais.
Deformidades nas unhas podem, assim, representar lesões da matriz ungueal que
ocorreram até três meses antes das alterações ungueais.





HIPODERME
A hipoderme é uma tela subcutânea, que une a derme aos tecidos e órgãos subjacentes.
A quantidade de tecido adiposo na camada da hipoderme pode variar, dependendo da
região do corpo, da idade e sexo.
A hipoderme, ou panículo adiposo, é a camada mais profunda da pele, de espessura
variável, composta exclusivamente por tecido adiposo, isto é, células repletas de
gordura, formando lóbulos subdivididos por traves conectivo-vasculares. Relaciona-se,
em sua porção superior, com a derme profunda, constituindo a junção dermo-
hipodérmica, em geral, sede das porções secretoras das glândulas apócrinas ou écrinas
e de pelos, vasos e nervos. Funcionalmente, a hipoderme, além de depósito nutritivo de
reserva, participa no isolamento térmico e na proteção mecânica do organismo às
pressões e aos traumatismos externos e facilita a motilidade da pele em relação às
estruturas subjacentes.
Tipos de Tecido Adiposo

O tecido adiposo é classificado levando-se em conta critérios como a pigmentação da


gordura armazenada e a forma de organização. Cada uma das variedades apresenta
diferenças na fisiologia, distribuição no corpo, estrutura e patologia.

• Tecido Adiposo Unilocular

O nome deste tipo de tecido adiposo dá-se devido ao fato de que as suas células
apresentam uma gotícula de gordura predominante, que preenche quase todo o seu
citoplasma. Bastante irrigado por vasos sanguíneos, este tipo de tecido também é
conhecido como tecido adiposo comum ou amarelo, embora sua cor varie entre o
branco e o amarelo-escuro. É o tecido que forma o panículo adiposo, uma camada de
gordura disposta sob a pele, que absorve impactos e atua como isolante térmico. Sua
principal função é armazenamento de triglicerídeos dentro da célula para reserva de
energia. Nos recém-nascidos, este tipo de tecido adiposo é de espessura uniforme; nos
adultos, a distribuição é regulada por hormônios, e o acúmulo se dá em determinadas
posições (Figura 10).


• Adiposo Multilocular

Com a função principal de gerar calor, o tecido adiposo multilocular é formado por
células que possuem vários vacúolos (as gotículas) de gordura e várias mitocôndrias. Os
animais hibernantes, como os ursos polares, possuem grande quantidade deste tecido,
já que o calor produzido manterá a temperatura do corpo durante os longos períodos
de frio. Nos recém-nascidos, este tipo de tecido também é abundante e muito
importante para protegê-los do frio. Apresenta cor castanha devido à abundante
vascularização e ao grande número de mitocôndrias. Também é conhecido
como gordura marrom ou parda (Figura 10).























ENVELHECIMENTO CUTÂNEO
Envelhecimento cutâneo é um conjunto de alterações morfológicas, fisiológicas e
bioquímicas inevitáveis que ocorrem progressivamente no organismo ao longo da vida.
Essas alterações levam à perda gradativa das funções dos vários órgãos que formam o
organismo humano. Entre eles, a pele, que aumenta a vulnerabilidade ao meio ambiente
e diminui a sua capacidade de homeostasia, além das indesejáveis alterações estéticas.
O envelhecimento cutâneo é caracterizado por uma série de alterações estruturais da
pele, decorrentes de fatores próprios do indivíduo, como sua genética (envelhecimento
intrínseco) e fatores externos ao indivíduo, decorrentes da ação de radiações
Ultravioletas (UV) ou fotoenvelhecimento (envelhecimento extrínseco).
O envelhecimento intrínseco é definido por alterações clínicas, histológicas e fisiológicas
que ocorrem na pele não exposta ao sol de indivíduos idosos. O envelhecimento
extrínseco é fundamentalmente representado pelo fotoenvelhecimento normal.
Fatores comportamentais e ambientais também estão relacionados no envelhecimento
extrínseco, como a falta de exercícios físicos, etilismo, tabagismo, poluição, alterações
de temperaturas climáticas, entre outros. Algumas modificações histológicas ocorridas
no tecido cutâneo devido ao envelhecimento como: a camada basal se desorganiza e a
renovação celular diminui; junção dermoepidérmica diminui de volume, reduzindo a
fixação da derme na epiderme, o que diminui as trocas nutritivas entre os dois tecidos;
capacidades de multiplicação dos fibroblastos diminuem; fibras de colágeno tornam-se
mais rígidas e densas; a quantidade de ácido hialurônico diminui, reduzindo poder de
hidratação do tecido; entre outros. Com o envelhecimento, as glicosaminoglicanas
(ácido hialurônico) e proteínas da derme diminuem. A derme fica mais fina e com menor
teor de água. Isso contribui para a formação de rugas. Ressalta-se que o envelhecimento
extrínseco vem alinhado ao envelhecimento intrínseco. O fenômeno mais evidente do
envelhecimento parece ser o retardamento da síntese de proteínas, em virtude do qual
se estabelece um desequilíbrio entre a formação e degradação. Com o envelhecimento,
a pele tende a se tornar delgada em alguns locais, enrugada, seca e ocasionalmente
escamosa. As fibras de colágeno da derme tornam-se mais grossas e as fibras elásticas
perdem parte de sua elasticidade.
Com o envelhecimento cutâneo é possível perceber o aparecimento de rugas e linhas
de expressão, flacidez tissular e muscular, devido as alterações ocorridas nos tecidos
como diminuição do volume muscular. As fibras musculares começam a diminuir o seu
volume e começa a substituir fibras brancas por fibras vermelhas, justificando essa
diminuição do volume muscular e aliado a isso ocorre a diminuição de todo o sistema
da pele na epiderme e derme.








FLACIDEZ TISSULAR E MUSCULAR
Flacidez Tissular
O termo flacidez refere-se à qualidade ou estado de flácido, ou seja, mole, frouxo,
lânguido. A flacidez tem relação com a diminuição do tônus muscular, estando o
músculo pouco consistente. Esta situação pode apresentar-se de duas formas distintas:
a flacidez muscular e tissular. É muito comum que os dois tipos apareçam associados,
piorando o aspecto das partes do corpo afetadas. A falta de exercícios físicos é
considerada a maior causa da flacidez, pois quando os músculos não são solicitados
adequadamente, suas fibras atrofiam-se. O sedentarismo é considerado um dos fatores
mais frequentes para seu aparecimento, seguido pela perda de massa muscular e
aumento do depósito gorduroso.
A pele pode ser entendida como material biológico de comportamento viscoelástico, ou
seja ela tem uma estrutura muito parecido com o elástico de papelaria. Quando o limite
elástico da pele é ultrapassado por algum motivo, como por exemplo, um indivíduo
magro que se torna obeso em um curto período e depois emagrece novamente, ao
cessar o estímulo, a pele não volta ao seu tamanho original, dando origem ao “excesso
de pele” denominado flacidez estética. Neste caso, a pele pode não voltar apenas com
procedimentos estéticos, apenas uma intervenção cirúrgica resolverá a questão.
A flacidez tissular decorre de alterações
na estrutura do tecido conjuntivo de
sustentação, representado pela matriz
extracelular com as suas fibras
colágenas, elásticas e reticulares,
proporcionando tônus e elasticidade à
pele. O colágeno é a proteína mais
abundante (30% do total do organismo)
e importante para a formação das
fibras de sustentação da pele,
apresentando composição bioquímica, morfologia e funções diferentes. Os colágenos
podem ser classificados de acordo com sua estrutura e função:
1. Colágenos formadores de fibrilas: I, II, III, V e XI - conferem resistência ao tecido;
2. Colágenos que se associam a fibrilas: IX e XII - ligam as fibrilas entre si e a outros
componentes da matriz extracelular;
3. Colágeno formador de rede: IV, confere aderência e filtração;
4. Colágeno de ancoragem: VII, prende as fibras colágenas à lâmina basal.




O colágeno é constituído
primordialmente a partir
dos aminoácidos glicina
(33%), prolina (13%) e 4-
hidroxiprolina (9%). A
unidade molecular
madura de colágeno, o
tropocolágeno, contém
três cadeias
polipeptídicas (cadeias
α), entrelaçadas entre si
em tripla hélice. A
possibilidade de se entrelaçar as cadeias α de várias formas distintas, justifica os
diversos graus de força e de resistência.
As fibras elásticas podem ser de três tipos: as
oxitalânicas, encontradas na derme papilar; as
elaunínicas na junção dermoepidérmica; e as
elásticas propriamente ditas, encontradas na
derme reticular. Independentemente do seu tipo,
as fibras elásticas são constituídas por elastina,
uma proteína fibrosa, tendo muitas de suas
cadeias polipeptídicas unidas por ligações
covalentes. A elastina é uma proteína resistente
tanto aos ácidos como às bases, e difere do colágeno, em composição, por não conter
sequências repetidas de glicina –x –prolina ou, glicina – x – 4-hidroxiprolina, e nem
estrutura em hélice ou super hélice.


Com o envelhecimento
natural do organismo, a pele
vai restringindo a produção
das fibras de sustentação,
desencadeando um processo
de flacidez tissular (cutânea).
Outros fatores também
podem incitá-la como o
sedentarismo, tabagismo,
distúrbios hormonais,
emagrecimento rápido, hereditariedade, radiações ultravioletas, entre outros.









Flacidez Muscular
A flacidez é uma “sequela” causada
por vários episódios ocorridos ao
longo dos anos como a inatividade
física, o emagrecimento
demasiado, o envelhecimento,
dentre outros. Nesses casos os
músculos tornam-se flácidos dado
essas circunstâncias. A musculatura
perde a tonicidade e sem contornos
definidos as fibras musculares
tornam-se atrofiadas e flácidas. A flacidez muscular refere-se à diminuição do tônus
muscular, estando o músculo pouco consistente. Os músculos ficam flácidos
principalmente por causa da falta de exercícios físicos. Se eles não são solicitados, as
fibras musculares ficam hipoatrofiadas e flácidas. Como visto anteriormente, é muito
comum que os dois tipos, flacidez muscular e tissular, apareçam associadas, dando um
aspecto ainda pior às partes do corpo afetadas pelo problema.
Com o envelhecimento o sistema muscular sofre uma diminuição no comprimento,
elasticidade e número de fibras. Também é notável a perda de massa muscular e
elasticidade dos tendões e ligamentos (tecidos conectivos), da viscosidade dos fluidos
sinoviais. É evidenciado, que essa perda de tecido muscular resulta numa diminuição de
força muscular e acrescentam que o pico de força máxima aconteça por volta dos 25 a
30 anos, com estabilizações até aos 50 anos e um declínio até por volta dos 70 anos.
Essa redução na
massa muscular
decorre
provavelmente de
uma perda
preferencial das fibras
musculares do tipo II
(contrações rápidas).
Destaca-se que, de
uma média de 60%
em adultos
sedentários, essa
fibra tipo II após os 80
anos de idade vai para
uma média inferior
aos 30%. A atrofia nessa fibra muscular tipo II está relacionada com uma redução na
força. Assim, a perda de força e potência muscular com o envelhecimento está
relacionada com a perda tanto da quantidade quanto da qualidade das proteínas nas
unidades contrácteis do músculo.
A definição da flacidez estética é tema de discussão, uma vez que a flacidez da pele e a
hipotonia muscular são considerados por alguns como entidade única ao passo que para
outros são independentes.

Apesar de sua estrutura ser bem complexa, a pele, tal como todo organismo vivo, passa
naturalmente um processo de envelhecimento chamado involução cutânea, que pode
variar segundo a faixa de idade:

• 14 aos 18 anos: Acontece uma produção maior de hormônio que ocasiona mais
gordura. Nesta fase, a pele é hidratada, o teor de água é bom e em geral a
produção de gordura mais efetiva.
• 18 aos 25 anos: Ocorre a diminuição do colágeno solúvel da pele. Aos que não
sabem, o colágeno, além de dar sustentação à pele, também a hidrata. Já em
peles envelhecidas, o colágeno produz pouca água e começa a se tornar
indissolúvel.
• 25 aos 30 anos: A pele reduz a produção de colágeno solúvel de forma mais
intensa, inclusive a capacidade de retenção de água.
• 30 aos 35 anos: Há um decrescimento na produção de sebo e suor. A pele
também mostra nítidos sinais de deficiência de água, o que prejudica muito a
epiderme, além de reduzir a quantidade de colágeno solúvel. A hipoderme
diminui a sua espessura, o que contribui para o surgimento de rugas e sulcos
profundos.
• 35 aos 40 anos: Cai com rapidez a produção de queratinócitos (o processo de
formação das células é mais lento), a espessura da epiderme diminui, surgem
escamas, rugas na testa, “pés de galinha”, etc.
• 40 aos 45 anos: Há uma diminuição na espessura da hipoderme, que, somada a
uma fragilidade das fibras elásticas e a carência das fibras de colágeno solúveis,
determina um grau maior de rugas. Ocorre a involução da arcada dentária,
ocasionando o aparecimento de sulcos nasogenianos. Os melanócitos diminuem
a produção de pigmentos, surgindo os cabelos brancos.
• 45 aos 55 anos: As fibras de colágeno ficam ainda mais entrelaçadas e ricas em
colágeno insolúvel, a pele torna-se flácida, já que as fibras de elastina também
não conseguem manter as tensões necessárias ao bom funcionamento da pele.
Os melanócitos reduzem a produção em mais de 80%.
• 55 aos 60 anos: A desidratação da camada córnea é bastante acentuada. A
hipoderme é uma lâmina bem fina e irregular. Os sulcos e rugas aprofundam-se
e a pele ganha uma cor acinzentada. A espessura dos lábios é metade da
espessura dos 30 anos.
• 60 aos 90 anos: A circulação sanguínea diminui. A epiderme não acompanha os
movimentos da musculatura, tornando-se lentamente um pergaminho. Cai a
capacidade de regeneração diante das lesões.



ANOTAÇÕES
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