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DESCOMPLICANDO O

SISTEMA TEGUMENTAR
com Carolini Campelo
Importante

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Afinal, o que é o sistema
tegumentar ?
Quando falamos de sistema tegumentar
nos referimos a pele e aos seus anexos.
Precisamos entender primeiro, que a
pele é um órgão formado por um grupo
de tecidos. Kede e Sabatovich (2009)
falam que a pele não somente é um
órgão, como é considerado o maior
órgão do corpo humano, medindo cerca
de 2m2 em um ser humano adulto,
representando cerca de 16% do peso
corpóreo, sendo ora flexível e elástica,
ora mais rígida e inelástica. 
Sistema Tegumentar

Como ja vimos a pele é o maior órgão do corpo


humano e é um órgão mega dinâmico, pois está em
constante renovação. Possui várias funções, sendo
uma das mais importantes a de barreira entre o meio
interno e o meio externo.

O que isso quer dizer ?

A pele é como se fosse esse guarda-chuva nós


protegendo da chuva (microrganismos patogénicos,
danos mecânicos, substâncias tóxicas)

Nosso lindo e maravilhoso


organismo

Agressões
( radiações, bactérias , fungos e
outros microrganismos)

Pele (epiderme)
É através da pele que ocorre a termorregulação,
que é a manutenção da temperatura interna ideal
para o próprio organismo, ocorre a proteção do
meio interno contra agressões e agentes externos,
absorção e secreção de líquidos, proteção contra a
RUV (radiação ultravioleta) através da melanina,
síntese de vitamina D, percepção tátil por meio das
terminações nervosas e função estética.

Quando pensamos nas funções estéticas


podemos falar da aparência em si. Afinal, a
nossa saúde psicossocial como indivíduos é
dependente da nossa aparência externa.
Anatomia da pele

Estruturalmente, a pele é formada por duas camadas distintas:


a epiderme que é a camada mais externa da pele, é compacta
e impermeável (o fato dela ser impermeável é algo muito bom!
Já pensou se ao tomarmos banho aquela água toda fosse
capaz de penetrar para nosso organismo ?! ) E a derme que é
composta por tecido conjuntivo, tem origem mesodérmica e
subdividida em: derme papilar, derme perianexial e derme
reticular.

Kede e Sabotovich (2009) citam que na literatura muitos


autores não consideram a hipoderme como parte da pele,
porém quando estudamos o sistema tegumentar também a
estudamos.

Inclusive, Junqueira e Carneiro (2017) falam que a hipoderme


não faz parte da pele, que ela serve como uma ponte entre a
pele e os órgãos subjacentes. Como a hipoderme faz essa união
por isso a estudamos dentro do sistema tegumentar.
Bioquímica da pele

Gomes e Damazio (2017) destacam como os principais

compostos químicos da pele a água que representa em

media 70% da sua composição química. Os protídios

que são os aminoácidos, colágeno, elastina, queratina,

melanina, glicoproteínas, enzimas etc. Os lipídios que

são os ácidos graxos, colesterol, fosfolipídios e

triglicerídeos. Os glicídeos que são o ácido

hialurônico, glicose e glicogênio. Os sais minerais

mais presentes são o cálcio (Ca), cobre (Cu), enxofre

(S), ferro (Fe), fósforo (P), iodo (I), magnésio (Mg),

manganês (Mn), potássio (K), sódio (Na) e zinco (Z).

Ainda temos a presença de hormônios e de ureia.


Folhetos embrionários
Os Folhetos Embrionários, também chamados de folhetos
germinativos, recebem este nome porque são camadas de células
que formam os primeiros tecidos do corpo. Eles são estruturas
estudadas na Embriologia e, ao se desenvolver, formarão os órgãos,
todos os nossos órgãos e tecidos são originados dos folhetos
embrionários.

Quais são os três folhetos


embrionários e a suas funções ?
Os folhetos embrionários são: Endoderma, mesoderma e
ectoderma. A função dos folhetos embrionários é ser o
suporte para formação dos órgãos e tecidos.
Ectoderma

A Ectoderme é o folheto mais externo do embrião,


em contato com o meio de “fora” (ecto = fora). Este
folheto irá gerar: O sistema nervoso, órgãos sensoriais,
epiderme e pelos

https://beduka.com/blog/materias/biologia/o-que-sao-folhetos-embrionarios/
Mesoderma

Endoderme é o folheto que fica no meio do embrião,


meso é igual a meio. Este folheto irá gerar: A derme,
esqueleto, músculos, sistemas reprodutor, excretor e
circulatório. Além disso, também gera uma parte do
córtex suprarrenal, glândulas importantíssimas para
os rins e funcionamento do corpo.

https://beduka.com/blog/materias/biologia/o-que-sao-folhetos-embrionarios/
Endoderma

A Endoderma é o folheto mais interno do embrião, lembre-se


que endo quer dizer dentro. Este folheto irá gerar: O sistema
respiratório, revestimentos do tubo digestivo, da vagina e da
bexiga, glândulas do tubo digestivo, fígado e pâncreas.

https://beduka.com/blog/materias/biologia/o-que-sao-folhetos-embrionarios/
Pele
Camada basal

erme Camada espinhosa

Epid Camada granulosa


Camada lúcida
Descamação

Camada córnea

Derme Camada papilar


Germinativo
Camada reticular
Epiderme
Soldado de linha de frente

A formação da epiderme inicia-se por volta da 4°/5°


semana de gestação. Ela é um epitélio que vive em
renovação contínua, subdividida em várias camadas ou
estratos: Camada basal, espinhosa, granulosa, lúcida e
camada córnea.

Sua principal função é nós proteger de ameaças,


fornecendo recursos físicos, químicos, bioquímicos
(antimicrobianos, imunidade inata) e imunológicos
adaptativos.

A barreira física consiste principalmente na camada


córnea, embora os componentes das camadas inferiores
forneçam outros componentes importantes nessa
proteção.

A barreira química e bioquímica consiste em lipídios,


ácidos, enzimas
hidrolíticas, peptídeos antimicrobianos e macrófagos.

A barreira imunológica é composta por constituintes


humorais (O termo humoral vem do latim humor, que
quer dizer fluido ou líquido corporal) e celulares do sistema
imunológico.
Tecido epitelial
Origina-se dos três folhetos
germinativos. Função de proteção
Suas células são justapostas Revestimento
Possui pouca matriz extracelular Função de Absorção
É avascular Intestino
É nutrido pelo tecido Função de secreção
conjuntivo por difusão
Glândulas
através da lâmina a basal.

Pode ser classificado pelo seu Epitélio pseudoestratificado


número de camadas ou pelo
aparenta ter mais de uma
formato dessas células.
camada de células, pois os
Epitélio do tipo simples apresenta uma núcleos ficam em diferentes
única camada de células
alturas.
Epitélio do tipo estratificado apresenta
duas ou mais camadas de células
Pseudo = falso

Junqueira e Carneiro (2017) Epitélio Glandular


falam que de acordo com a forma
das suas células o epitélio pode Secreção
ser pavimentoso ( células Glândulas exócrinas
achatadas. Ex: pele), cúbico Ex: suor,saliva
(células em formato de cubo. Ex: Glândulas endócrinas
túbula renal) ou prismático Ex: hormônios
(célula e núcleo alongados. Ex: Glândulas mesócrinas
revestimento da traqueia e dos
Ex: pâncreas
brônquios),
Vamos ver de pertinho os
epitélios de revestimento ?

https://www.todamateria.com.br/tecido-epitelial/
Tipos de glândulas

As glândulas Glândulas
Glândulas
secretam exócrinas
endócrinas
substâncias
para nosso
organismo

São glândulas que não Secretam


possuem ductos e substâncias para
suas substâncias superfície ou
(hormônios) caem cavidades corporais
direto na corrente através de ductos.
sanguínea
Glândulas
mistas
Glândulas sudoríparas
Glândula hipófise Glândulas salivares
Glândula tireoide Glândulas lacrimais
Glândula supra renal Glândulas sebáceas
Realiza tanto a função
endócrina quanto a exócrina

pâncreas
Dependendo de como a  célula
elimina a substância ela pode
ser classificada em merócrinas,
holócrinas ou apócrinas

https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/tecido-epitelial-glandular/
Camada Basal
A camada basal ou estrato germinativo é formada por células-
tronco e células proliferativas. Isso significa que ela possui
grande atividade mitótica. É a camada mais profunda da
epiderme e a que fica mais perto da derme. Essa característica
de fazer mitose, de se de proliferar faz com que a camada basal
dê origem as camadas mais superficiais da epiderme.

Na camada basal existem estruturas


chamadas de hemidesmossomos. Eles
são os responsáveis por manterem a
ancoragem, Ou seja, eles são os
responsáveis por deixarem as células
unidas entre si, mantendo a estrutura
da epiderme. São compostos por
fibras de queratina.
Os melanócitos também são células encontradas na
camada basal e são especializadas em produzir melanina
que é a responsável pela pigmentação e proteção da pele
contra radicações RUV.

Na camada basal também encontramos células de


Langerhans, que são células dendríticas que atuam na
defesa imunológica da pele.
Temos a presença de células de Merkel que estão
distribuídas por toda a epiderme e auxiliam na captação
da sensibilidade cutânea.

Gomes e Damazio (2017) falam que a principal célula da


camada basal é o queratinócito. Ele sintetiza queratina
que é uma proteína fibrosa e maleável.

Os queratinócitos vão passando por algumas


diferenciações graduais em sua forma e composição
química, Que os levaram ao desgaste e descamação.
Quando chegam à superfície já não são mais
queratinócitos e sim corneócitos.
Camada Espinhosa
As células se diferenciam da camada As células de Langerhans estão por toda
basal e se tornam polígonos irregulares epiderme como vimos anteriormente
cuboides grandes quando falamos da cada basal, mas
Gomes e Damazio (2017) citam que é na
camada espinhosa que vamos encontrar
as células de Langerhans em maior
número.

Essa camada é nossa !


RUMMM

O processo de diferenciação celular tem


inicio pelo afastamento da irrigação
A união das células deve-se aos
sanguínea recebida através da derme.
desmossomos o que as oferece coesão,
mantendo-as unidas, fazendo com que a As células de Langerhans estão por toda
camada espinhosa seja uma camada epiderme como vimos anteriormente
quando falamos da cada basal, mas
resistente.
Gomes e Damazio (2017) citam que é na
camada espinhosa que vamos encontrar
Justamente por isso as células ficam com as células de Langerhans em maior
um aspecto espinhoso. Os poros que número.
podemos observar entre as células na
imagem acima, vão permitir a passagem
de nutrientes e vão deixar essas células
com um aspecto esponjoso.
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Camada Granulosa
Na imagem abaixo, podemos ver que Assim como na camada espinhosa a
essa camada da epiderme é rica em granulosa também possui os corpos
grânulos de queratina, por essa lamelares que por exocitose (processo
característica é chamada de granulosa. pelo qual determinado material é
Conforme as células da camada transportado, através de vesículas, para
espinhosa vão amadurecendo elas vão o meio extracelular) esse conteúdo de
perdendo seu núcleo e ficando lipídios vai ser liberado no espaço
achatadas, assim dando origem a intercelular da camada córnea,
camada granulosa. Na camada formando uma importante barreira à
granulosa os desmossomos continuam prova dágua: o manto hidrolipídico.
fazendo com que as células
permaneçam unidas mais de forma
mais compacta ainda,

Na camada granulosa vão ser


sintetizadas importantes proteínas que
estarão envolvidas diretamente na
estrutura da camada córnea: a
profilagrina que passara por alguns
processos bioquímicos e
posteriormente será convertida em
filagrina. Vamos falar da filagrina e do
seu importante papel mais a frente
quando estudarmos sobre a camada
córnea.
Camada Lúcida
A camada lúcida está presente em regiões onde a pele é
mais espessa, como nas regiões de mãos e planta dos pés.
(Tassinary et all, 2019)
É compostas de células achatadas, anucleadas, com membranas
celulares espessas e com grande quantidade de queratina. O que
vai fornecer um maior grau de impermeabilização. Ou seja, as
áreas que tem presença da camada lúcida oferecem mais
resistência e proteção.

Localiza-se entre as camadas granulosa e córnea.


Camada Córnea
A camada córnea também conhecida como Se observamos, acontecem várias
estrato córneo, é a camada mais externa da modificações físicas e bioquímicas
epiderme. Suas células são totalmente cheias nas células da camada basal até aqui
de queratina e embebidas de fosfolípideos.
na camada córnea.

Kede e Sabatovich (2009) citam que isso


Tassinary et all ( 2019) citam
acontece porque enzimas lisossômicas
dissolvem o núcleo e as organelas, fazendo algumas como: a degradação do
com que as células se tornem depósitos núcleo e de organelas, a organização
repletos de queratina, tendo um formato dos filamentos de citoqueratina
plano e largo o que vai facilitar que elas se endurecidos em feixes paralelos,
desprendam. ocorre a liberação do conteúdo dos
grânulos lamelares, a formação da
barreira lipídica e a diferenciação
dos queratinócitos para corneócitos.

A camada córnea possui função de


proteção química e física, atua
também na manutenção do
equilíbrio do corpo em relação a
água e eletrólitos.

Mesmo as células tendo perdido seus


núcleos e organelas elas ainda
permanecem com atividade
metabólica
Na camada córnea não é mais preciso que se tenha uma coesão
tão intensa como nas outras camadas da epiderme, conforme
as células vão se movimentando, acontece a degradação
proteolítica dos desmossomos . Todos esses processos em
conjunto vão fazer com que a descamação das células aconteça
Camada Córnea
Queratinócito x Corneócito

Já vimos que o queratinócitos são as principais células da


epiderme. Se pensarmos neles do ponto de vista histológico,
eles são células que tem todas suas funções celulares ativas, ou
seja, todas as suas organelas funcionam, eles passam pelo
processo de mitose normalmente, é uma célula viva. Conforme
vai acontecendo a diferenciação celular (quando as estruturas
da  célula se modificam com um objetivo). 

Esse queratinócito passa por essa diferenciação celular e o


objetivo é que essa pele consiga se renovar e que tenha uma
barreira impermeável. A queratina produzida vai deixando o
espaço intracelular cada vez mais rígido e isso vai matando as
organelas e degradando o material genético, isso tudo
acontece para que esses queratinócitos possam ficar cheios de
queratina e posteriormente formar a barreira impermeável da
epiderme.

Conforme essa diferenciação vai acontecendo a célula


queratinócito deixa de existir e passa a se chamar corneócito.
Pois no decorrer de todo esse processo ela passou por varias
mudanças, que alteraram  suas características histológicas e
consequentemente mudaram sua função quanto célula.
Célula repleta de queratina
Anucleados
que forma a camada córnea

Possuem características
histológicas diferentes

Corneócito

Não fazem mitose

Não possuem organelas


São queratinócitos que ja
passaram pelo processo final
de diferenciação celular
Pigmentação Cutânea

A melanogênese é todo o processo pelo qual é formada a


melanina. Harris (2016) fala que a pigmentação cutânea
envolve uma série de fatores e estruturas: melanócitos,
queratinócitos, enzimas e proteínas.

A melanina é o pigmento responsável pela coloração da pele,


dos cabelos e dos olhos. Podemos resumir que sua formação
se inicia quando a enzima tirosinase converte a tirosina, que
é um aminoácido, transformando-a em DOPA,
posteriormente em dopa-quinona e, após varias etapas
bioquímicas o pigmento é formado no interior dos
melanócitos.

Os melanócitos são células dendríticas, sua função  é


produção da melanina. No interior dessas células tem
organelas chamadas de melanossomas, são nessas organelas
que ocorrem a produção e o armazenamento do pigmento.
Os melanócitos possuem prolongamentos, e
através desses prolongamentos os
melanossomas (que podem ser comparados
a um saco cheio de pigmento) depositam o
pigmento entre os queratinócitos. Esse
pigmento, que é depositado na epiderme
serve como uma barreira proteção contra as
radiações UVA e UVB.

Dois tipos de melanina quimicamente


diferentes podem ser produzidas: a eumelaina
que é um polímero insolúvel de alto peso
molecular, que apresenta tonalidade do
marrom ao preto. E a feumelanina que é um
polímero solúvel que varia do amarelo ao
vermelho.

De acordo com Borges e Scorza (2016) a


tonalidade da pele vai depender do tamanho
dos melanossomos e da atividade da
tirosinase. Pessoas com tonalidade mais claras
possuem melanossomas menores e o
contrário ocorre em pessoas com tonalidade
mais escura.
Filagrina

Anteriormente tínhamos visto que na camada granulosa


eram sintetizadas algumas proteínas muito importantes.
E ficamos de falar um pouco melhor da filagrina. Então
vamos juntos conhecer a importância dessa proteína.

A filagrina é responsável por maturar os corneócitos e por


promover a coesão da queratina, ou seja, ela mantém a
queratina muito unida através de ligações químicas, que vão
ser como um imã puxando as membranas dos corneócitos
para perto uma das outras..

E qual a importância disso ?


Já imaginou se as células da camada córnea não fossem
assim tão juntinhas ?

Teríamos várias portas de entrada para microrganismos e


tudo o que passássemos na nossa pele iria conseguir
permear sem qualquer barreira.

Além desse papel de suma importância a filagrina é uma


proteína higroscópica (possui capacidade de absorver e
reter água) e após cumprir sua missão junto as
membranas dos corneócitos ela vai ser degradada em
aminoácidos, que vão ser essenciais para a formação do
NMF (fator de hidratação natural)
Harris (2016) Enfatiza como a
filagrina é essencial para a formação
e manutenção da integridade da
barreira cutânea.

Sua carência no organismo pode


ocasionar: dermatite atópica, xerose
tópica, sensibilidade e psoríase.
Fornece
Macromoléculas
ancoragem e não colágenas:
adesão da lamininas,
epiderme com a proteoglicanas,
fibronectina e
derme
entactina
Sintetizada por
queratinócitos
e fibroblastos

Junção
dermo-epidérmica

É vascularizada
e promove a
nutrição
do tecido
Divide-se em epitelial É formada por
macromoléculas de
lâmina lucida, colágeno tipo IV e V e
lâmina densa e macromoléculas não
lâmina colágenas: lamininas,
fibrorreticular. proteoglicanas,
fibronectina e entactina
Tecido adiposo

Características Rígido resistente e


flexível
Grande quantidade Lubrificação
de matriz Crescimento de ossos
extracelular longos
Origem Formação do esqueleto
mesodérmica do embrião
O colágeno é a fibra Vasos sanguíneos
predominante

Cartilaginoso
Denso

Mais fibroso
Tecido
Reserva de energia
Fibroblastos conjuntivo Isolamento térmico
Modelado Adipócitos
Não modelado

Ósseo
Frouxo
Sustentação muscular e
Colágeno elastina e
corporal
fibras reticulares
Proteção
Função de
Deposito de minerais
preenchimento e
Locomoção
imunologia
Fibroblastos
Macrófagos
Participação em
reações alérgicas; Fagocitose de
Produção de
moléculas da matriz destruição de substancias estranhas e
extracelular (fibras e parasitas. bactérias. Secreção de
substância citocinas que participam
fundamental) da inflamação

Eosinófilo
Fibroblastos
Macrófago

Adipócitos Neutrófilo
Células do tecido

conjuntivo

Fagocitose de
Estocam gordura;
substâncias e
reserva de energia;
organismos
produção de calor
estranhos
Mastócitos e
basófilos
Plasmócitos
Linfócitos
Libera moléculas
farmacologicamente
ativas; participa de
Participação na reações alergicas

resposta
imunológica Produção de
anticorpos
Derme
A derme é a segunda camada da pele, espessa, fibrosa e
elástica, feita principalmente de colágeno, elastina e
fibrilina. Confere à pele flexibilidade e força.

Contém grande quantidade de fibras nervosas, vasos


sanguíneos e linfáticos, folículos pilosos e glândulas
sudoríparas e sebáceas.

Funções da Derme

Sustentação e
elasticidade

Preenchimento

Defesa contra
microrganismos

Nutrição da epiderme
Derme Papilar

Localizada logo abaixo da camada basal da epiderme,


constituída de tecido conjuntivo frouxo, tem fibrilas
especiais de colágeno que vão penetrar na membrana
basal e prender a derme á epiderme.

Kede e Sabatovich (2009) citam que na derme papilar o


número de capilares e fibroblastos é maior que na derme
reticular. E que suas fibras de colágeno são mais finas.

Derme Reticularr
Mais espessa que a camada papilar, formada por tecido
conjuntivo denso, não modelado. Encontramos vasos
sanguíneos, vasos linfáticos, nervos, pelos, glândulas
sebáceas e sudoríparas, músculo eretor e unhas.
Fibroblastos

Junqueira e Carneiro (2017) falam que os fibroblastos são as


células que mais encontramos no tecido conjuntivo, estão
envolvidos na manutenção e integridade do tecido epitelial,
sintetizam macromoléculas, proteínas como colágeno, elastina,
fibronectina, glicosaminosglicanos e proteoglicanas, que vão
participar do processo de cicatrização, da sustentação, da
elasticidade e da retenção hídrica.

Expectativa Realidade

https://pt.dreamstime.com/ilustra%C3%A7%C3%A3o-stock-
estrutura-de-pilhas-do-fibroblasto-image49719848
Metaloproteinases

Quando envelhecemos a
As metaloproteinases atividade das MMPs fica
são uma família de mais ativa, o que vai
resultar numa
aproximadamente 20 degradação mais intensa
enzimas que auxiliam na de fibras proteicas. EX:
fibras colágenas.
remodelação da matriz
extracelular, são
dependentes de zinco.

Os níveis de expressão das


MMPs são regulados por
fatores genéticos e
epigenéticos, como
Em situações hormônios, fatores de
normais da fisiologia vão
crescimento, citocinas,
participar de vários
processos fisiológicos podendo ser
como angiogênese, reguladas também por
reparação tecidual, inibidores fisiológicos
morfogênese e
cicatrização de feridas
O colágeno é a proteína
mais abundante do
organismo, representando
30% do seu peso.

O pró-colágeno é liberado
para o meio extracelular
através de vesículas
secretórias.

Existem mais de 22 tipos


de fibras de colágeno no
nosso corpo.

Após a expressão dos genes a


proteína traduzida é
encaminhada para o
complexo de Golgi. Lá a tripla
hélice (pró colágeno) é
montada.

Colágeno

O mais abundante
na derme é o Logo depois uma serie de
colágeno do tipo I. sinalizações acontecem para
que aconteça a expressão dos
genes, que posteriormente
darão origem as fibras de
Sua síntese começa colágeno.

com a sinalização
dos receptores
TGF beta.
Fibras Elásticas

As fibras elásticas são responsáveis pelas propriedades


elásticas da pele, ou seja, são responsáveis pela capacidade
da pele de voltar a sua posição original quando submetida a
força e estiramento.

Segundo diversos autores (Tassinary et all 2019; Borges,


Scorza, 2016; Harris, 2016; Junqueira e Carneiro, 2017)) as fibras
elásticas são compostas por proteínas microfibrilar e elastina,
são encontradas na parede de vasos, em volta do folículo
piloso e na junção dermoepidérmica, até o tecido conjuntivo
da hipoderme
.
O sistema elástico apresenta-se em três tipo de fibras:

As oxitalânicas: são superficiais e perpendiculares a junção


dermoepidérmica, estende-se ate a derme papilar e
reticular.
As elaunínicas: tem posições intermediárias na derme e
conectam as fibras oxitalânicas da derme superficial as
fibras elásticas da derme reticular.
As elásticas propriamente dita: sua composição é
basicamente de elastina e ocupam a derme reticular.
Vascularização da pele

A vascularização sanguínea da pele tem varias funções


importantes como nutrição, termorregulação,
cicatrização e respostas imunológicas.

kede e Sabotovich (2009) falam que a vascularização da


pele se da por dois plexos que se comunicam: o plexo
superficial que forma os capilares, as arteríolas e as
vênulas das papilas dérmicas. E o plexo profundo
encontrado na região dermo- hipodérmica, sendo
composto por vasos maiores. 

Substâcia Fundamental

A substância fundamental, também encontrada na


literatura como matriz extracelular (MEC), conecta
as células e órgãos dando suporte a todo corpo. A
MEC é o principal constituinte do tecido
conjuntivo. É um gel viscoso e altamente
hidrofílico, ela consiste em diferentes combinações
de proteínas fibrosas e um conjunto de
macromoléculas. Como os glicosaminoglicanos.
Hipoderme
A hipoderme ou tecido subcutâneo é a camada mais profunda da pele, é
formada por tecido conectivo chamado de tecido adiposo e por finos septos
conjuntivos onde temos os nervos e vasos sanguíneos.
O tecido adiposo esta envolvido na regulação de temperatura, reservatório de
energia, protege o organismo contra choques e também é considerado um
órgão endócrino.

Tecido Adiposo

Possui várias funções: Branco (unilocular)

Isolamento térmico Células grandes


Barreira física Poucas mitocôndrias
Armazenamento Núcleo deslocado
Encontra-se disperso
- energético
no organismo, sua Reserva de energia
- secreção de proteínas
atividade secretória é
regulada por
mecanismos humorais
e hormonais.

Marrom (multilocular)
O tecido adiposo é o
Células pequenas principal reservatório
Muitas mitocôndrias de triglicerídeos no
Núcleo centralizado
organismo, tem
Pouco expressivo em adultos
origem mesodérmica.
A pele e seus receptores
Uma das funções mais importantes da pele é receber estímulos do
meio ambiente. Para conseguimos sentir os mais diversos
estímulos muitas terminações nervosas livres, receptores
encapsulados e não encapsulados estão envolvidos.

Segundo Junqueira e Carneiro (2017) os corpúsculos de Meisser


estão localizados nas papilas dérmicas, auxiliam na captação da
sensação do toque, detectam pressões mais suáveis.  São mais
abundantes nas pontas dos dedos e regiões mais sensíveis . Os
corpúsculos de Pacini são responsáveis pelas sensações de
vibração intensas e profunda. São considerados
mecanorreceptores de adaptação lenta. Eles detectam
movimentos de alongamento e distensão da pele, como os de
forte pressão. Estão localizados na parte da derme mais profunda
e no tecido subcutâneo. os encontramos nas regiões das palmas
das mãos, planta dos pés e nos órgãos genitais.
Os corpúsculos de Krause são os responsáveis pela captação da
sensibilidade ao frio, são encontrados nas áreas de mucosa, como
boca e nas partes genitais. Já os corpúsculos de Ruffine são os
receptores térmicos de calor.

https://www.anatomia-papel-e-caneta.com/sistema-tegumentar/

Junqueira e Carneiro (2017) Citam que os corpúsculos de Pacini e os de Ruffini são


encontrados também no tecido conjuntivo de órgãos situados nas partes profundas
do corpo, são sensíveis aos movimentos dos órgãos e ás pressões de uns órgãos
sobre os outros.
A pele e seus anexos
Os pelos

Segundo, Junqueira e Carneiro (2017) os pelos são estruturas


queratinizadas que se desenvolvem a partir de uma
imaginação da epiderme. Sua cor, tamanho e a disposição
deles variam de acordo com a cor da pele e a região do corpo.
Podemos observar a presença deles em praticamente toda
superfície corporal

Possuem fases de repouso e fases de crescimento, isso pode


variar de região para região. O folículo piloso é a estrutura que
revesti e origina o pelo, é uma estrutura dérmica.
Junto com o folículo piloso temos a glândula sebácea e o
músculo eretor do pelo.
Os pelos podem ser classificados em velos ou terminais.
Aqueles pelos finos e claros presentes em crianças  é
chamado de velo. Eles também podem estar presente em
mulheres adultas mas nesse caso não se desenvolveram. Já
os pelos terminais são mais espessos, longos e pigmentados.

Os folículos pilossebáceos estão em toda a pele, excerto nas


regiões palmoplantares e em algumas regiões genitálias.

O folículo piloso passa por três fases: anágena, catágena e


telógena.
Na fase de crescimento também chamada de anágena temos
uma intensa atividade mitótica, é produzida uma haste de
pelo terminal. E segundo Tassinary et all (2019) tem duração
de 2 a 5 anos no couro cabeludo.
Quando o crescimento da haste do pelo para, inicia-se a
fase catágena. A atividade mitótica é interrompida e inicia-
se a apoptose da porção inferior do folículo. Então o folículo
passa para a terceira fase, a telógena ou fase de repouso.
As células da papila diminuem e de forma simultânea é
sinalizado para que as células tronco trabalhem
novamente para que a fase anágena se reinicie. 

Os hormônios, fatores nutricionais e emocionais


influenciam no crescimento e na densidade do pelo.

Os folículos pilosos tem funções como sensorial, ou seja,


nos protegem contra o calor e frio, a literatura também cita
sua função contra partículas estranhas e contra raios UV.
Músculos da pele

Os músculos que encontramos na pele na sua maior parte


são do tipo liso, isto significa que são involuntários. São eles
os músculos eretores dos pelos, do escroto e da aréola
mamária.

O músculo eretor da pele esta inserido nas papilas dérmicas,


quando esse músculo se contrai ele desloca o pelo, fazendo
com que fique ereto.
Um exemplo que fica muito fácil observamos isso é aquele
famoso arrepio que sentimos frente a uma mudança de
temperatura.

As unhas
As unhas são placas queratinizadas que ficam na superfície
dorsal das falanges terminais dos dedos. São invaginações da
epiderme na derme. Anatomicamente podemos dividir a unha
em três partes: matriz, lâmina e bordas livres.

Harris (2016) fala que a lâmina fica sobre uma camada que é
rica em terminações nervosas, que ficam próxima da matriz.
As unhas protegem as falanges e auxiliam na parte sensorial.
Glândulas Sebacéas
Normalmente estão associadas aos folículos pilosos. Junqueira
e Carneiro (2017) citam que exceto nas regiões de pálpebras,
mamilos e mucosas as glândulas sebáceas se originam de
forma independente e liberam o seu conteúdo para a
superfície.

As glândulas sebáceas são glândulas holócrinas.  A célula


inteira se transforma em um reservatório lipídico e isso é o que
forma o seu conteúdo. Quando esse "reservatório" se enche ele
explode e libera seu conteúdo lipídico no canal do folículo
piloso.

Ao longo da nossa vida as glândulas sebáceas vão apresentar


atividades diferentes e vão responder a processos hormonais.
Hares (2016) fala que seu surgimento se da entre a 13° a 15°
semana de gestação.

Os hormônios estrogênicos exercem regulação negativa sobre


a produção de sebo, enquanto os hormônios androgênios
aumentam a produção do sebo.

egundo Haris (2016) nas mulheres, as glândulas sebáceas e os


folículos pilossebáceos respondem aos ciclos hormonais.
Durante a fase de ovulação os poros aumentam e com isso
também aumenta a produção de sebo.
O sebo
O sebo é uma mistura lipídica composta de triglicerídeos,
esteres ácidos graxos, ceras, esqualeno e esteres de
colesterol. Sua principal função é a proteção da pele, o sebo
controla a perda de água transepidermal, formando uma
barreira á prova d' água inibindo assim o crescimento de
fungos e bactérias.

Na nossa face podemos encontrar uma média de trezentos a


novecentos folículos pilossebáceos por centímetro quadrado.
Já na região do ombro, do peito e nas costas, esse valor vai
para aproximadamente para cem unidades por centímetros
quadrado.

Muitos são os fatores que estão envolvidos na produção do


sebo e na sua deposição sobre a superfície da pele então não
podemos colocar a glândula sebácea como a única
responsável pela oleosidade da pele.
Glândulas
sudoríparas

As glândulas sudoríparas  são glândulas que produzem


o suor, função muito importante  para regulação
da temperatura do corpo e eliminação de substâncias
tóxicas. O controle da temperatura ocorre tanta pela
perda de água tansepidermal como pela sudorese que
é o processo de transpiração. As glândulas sudoríparas
podem ser écrinas, apócrinas e apoécrinas e estão
presentes em todo o organismo.

Glândulas sudoríparas écrinas

São glândulas que se desenvolvem do terceiro ao quinto


mês de gestação. Sua principal função é o controle de
temperatura quando nosso corpo é exposto a calores
extremos ou a exercícios de atividades intensas por
exemplo. São encontradas em todo o corpo, mas
principalmente nas palmas das mãos, nas solas dos pés,
nas axilas e na testa. Só não estão nas áreas de mucosas.
Glândulas sudoríparas apócrinas

São derivadas da epiderme, estão principalmente


nas regiões da axila e anogenital. Também são
encontradas, mais em menor quantidade nas
orelhas, nas pálpebras e nas auréolas mamárias.

Glândulas sudoríparas
apóecrinas

As glândulas sudoríparas apóecrinas são glândulas


écrinas que recebem enervações adrenérgicas, elas
respondem a impulsos de origem emocional.
Localizam-se nas palmas das mãos, nas solas dos pés
e na testa.
Referências
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5.ed. São Paulp: Editora RD, 2017. 13-19p.

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