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Resumin de Zoologia

1. Introdução aos Bilatéria - Capítulo 04 ou 09


2. Platelmintos - Capítulo 10
3. Nemata - Nemertea - Capítulo 12 ou 18
4. Nemata - Nematodeos

1. INTRODUÇÃO AOS BILATÉRIA

A formação de uma terceira camada germinativa (intermediária ou média), conhecida


como mesoderme verdadeira, e a evolução de um plano corpóreo bilateral abriram vastas
possibilidades de expansão evolutiva entre os animais.
A evolução da mesoderme facilitou a especialização mais ampla dos tecidos
formados, inclusive sistemas de órgãos altamente especializados e sistemas nervosos
condensados (p. ex., sistemas nervosos centrais). Além dos derivados ectodérmicos (pele e
sistema nervoso) e endodérmicos (trato digestivo e seus derivados), os animais triploblásticos
têm derivados mesodérmicos – inclusive musculatura, sistemas circulatório e excretor e
partes somáticas das gônadas.
A simetria bilateral oferece a esses animais dois eixos de polaridade (anteroposterior
e dorsoventral) ao longo de um único plano corpóreo, que divide o corpo em duas partes
simetricamente opostas – os lados esquerdo e direito. A evolução da bilateralidade também
resultou na cefalização, ou seja, na concentração das estruturas alimentares e sensoriais na
extremidade da cabeça. Os bilatérios também desenvolveram um trato digestivo completo,
com boca, ânus e órgãos excretores na forma de protonefrídios e metanefrídios (exceto no
filo Xenacoelomorpha, que provavelmente constitui os bilatérios vivos mais primitivos).

1.1 BILATÉRIO BASAL

O conceito de que os vermes achatados acelomados são os bilatérios vivos mais


primitivos.
Hipótese sincicial, ou ciliar–acelômica - Teoria de que, e os acelomados poderiam ser
os metazoários vivos mais primitivos, depois de terem evoluído de um ancestral protista
ciliado.
Hipótese planuloide–aceloide - Defende que os acelomados sejam o elo de ligação
entre os diploblastos (por meio de uma larva plânula) e os triploblastos. (Mais aceita pelos
pesquisadores).
Hipótese do arquicelomado - Teoria de que, a simplicidade dos acelomados seria
resultante da perda de características derivadas de um ancestral mais complexo.

Muitos filos bilatérios têm um tipo larval descrito como larvas primárias, larvas
ciliadas com um órgão apical característico. O órgão apical é uma estrutura supostamente
sensorial, que se desenvolve a partir dos blastômeros mais apicais durante a embriogênese.
Esse órgão não se enquadra na definição estrita de um gânglio, porque parece incluir apenas
células sensoriais.
Aparentemente, o órgão apical é usado comumente para o assentamento larval e é
perdido assim que isso acontece.

1.2 ARQUITETURA CORPORAL

As partes corporais dos animais bilateralmente simétricos estão orientadas ao redor de


um eixo que se estende da parte da frente (anterior) à extremidade de trás (posterior). Um
único plano de simetria – o plano mediossagital (ou plano sagital mediano) – estende-se ao
longo do eixo do corpo separando os lados direito e esquerdo. Qualquer plano longitudinal
que passe perpendicular ao plano mediossagital e separe a parte superior (dorsal) da inferior
(ventral) é denominado como plano frontal. Qualquer plano que atravesse o corpo
perpendicularmente ao eixo corporal principal e ao plano mediossagital é descrito como
plano transversal (ou simplesmente, corte transversal).
A bilateralidade é encontrada comumente nos animais que apresentam motilidade
altamente direcionada. Nesses animais, a extremidade anterior do corpo entra em contato
primeiramente com o ambiente. A concentração das estruturas alimentares e sensoriais na
extremidade anterior do corpo está associada à simetria bilateral e aos movimentos
unidirecionais. A evolução de uma “cabeça” especializada, contendo essas estruturas e os
tecidos nervosos que as inervam é conhecida como cefalização. Além disso, as superfícies
dos animais diferenciam-se em regiões dorsal e ventral – a primeira especializada em
proteção e a segunda em atividades locomotoras.

Os Metazoa são divididos comumente em dois níveis ou grados principais – os não


bilatérios (animais diploblásticos) e os bilatérios (= animais triploblásticos).
Os metazoários triploblásticos têm três níveis principais de construção: acelomados,
blastocelomados e eucelomados. Nos acelomados, a mesoderme forma massa de tecido mais
ou menos sólida, algumas vezes com aberturas pequenas (lacunas) entre o trato digestivo e a
parede do corpo. Em quase todos os outros animais triploblásticos, entre a parede do corpo e
o trato digestivo forma-se um verdadeiro espaço na forma de uma cavidade preenchida por
líquidos. Em muitos filos (p. ex., anelídeos e equinodermos), essa cavidade origina-se dentro
da própria mesoderme e está completamente envolvida por um revestimento fino conhecido
como peritônio, que é derivado da mesoderme. Essa cavidade é conhecida como celoma
verdadeiro (euceloma). Vale ressaltar que os órgãos do corpo na verdade não estão livres
dentro do próprio espaço celômico, mas estão separados dele pelo peritônio. Em geral, o
peritônio é uma camada epitelial escamosa, ao menos a parte que recobre os órgãos internos e
o trato digestivo.
Vários grupos de metazoários triploblásticos (p. ex., Rotifera, Nematoda, Loricífera,
Priapula, Tardigrada e alguns Kinorhyncha) têm cavidades corporais pequenas ou grandes,
que não são formadas a partir da mesoderme, nem são completamente revestidas pelo
peritônio ou por qualquer outro tipo de tecido originado da mesoderme. No passado, essa
cavidade era conhecida como “pseudoceloma”. Na verdade, os órgãos desses animais estão
soltos dentro da cavidade corporal e são banhados diretamente por seu líquido. Na maioria
dos casos, o espaço representa os remanescentes da blastocele embrionária que persistem, não
havendo, portanto, nada “falso” sobre eles, de modo que, neste texto, usamos o termo mais
descritivo blastoceloma.

1.3 LOCOMOÇÃO E SUSTENTAÇÃO

Muitos invertebrados não têm esqueletos rígidos e podem alterar seu formato corporal
por contração e relaxamento alternados de vários grupos musculares fixados aos tecidos
conjuntivos enrijecidos, ou à parte interna da parede corporal. Esses invertebrados de “corpo
mole” geralmente possuem um esqueleto hidrostático.
O desempenho de um esqueleto hidrostático está baseado em duas propriedades
fundamentais dos líquidos: sua incompressibilidade e sua capacidade de assumir qualquer
forma. Em razão dessas propriedades, os líquidos corporais transmitem mudanças de pressão
rápida e uniformemente em todas as direções. É importante compreender uma limitação física
básica relativa à ação dos músculos – eles só podem realizar trabalho quando se encurtam
(contraindo-se). Nos esqueletos hidrostáticos, uma região do corpo é estendida (ou protraída)
pela força contrátil de um músculo sendo transmitida para dentro de um compartimento
corporal preenchido por líquido, gerando uma pressão hidrostática que desloca a parede do
compartimento. O confinamento de uma câmara cheia de líquido (p. ex., celoma) dentro dos
limites de camadas musculares opostas cria um sistema, no qual os músculos de uma parte do
corpo podem contrair, forçando os líquidos corporais para dentro de outra região do corpo, na
qual os músculos relaxam; desse modo, o corpo é estendido ou, caso contrário, muda sua
forma.
No plano corpóreo mais comum, duas camadas de músculos circundam uma cavidade
corporal cheia de líquido, e as fibras dessas camadas estendem-se em direções diferentes (p.
ex., uma camada de músculos circulares e outra de músculos longitudinais). Um invertebrado
de corpo mole pode movimentar-se para frente utilizando seu esqueleto hidrostático da
seguinte forma. Os músculos circulares da extremidade posterior do animal se contraem; em
seguida, a pressão hidrostática gerada pressiona a região anterior do corpo, distendendo os
músculos longitudinais relaxados da parte anterior do corpo. Então, a contração dos músculos
longitudinais posteriores puxa a extremidade de trás do corpo para frente. Essa sequência de
contrações musculares resulta num movimento para frente, direcionado e controlado.
A contração dos músculos circulares de uma das extremidades de um animal
vermiforme pode, na verdade, ter quatro efeitos possíveis: a extremidade contraída pode
alongar-se, a extremidade oposta pode alongar-se ou engrossar, ou ambas as extremidades
podem alongar-se.
A maioria dos animais que dependem do movimento hidrostático também tem fibras
musculares diagonais enroladas helicoidalmente, em grupos dispostos à esquerda e à direita,
que se interceptam em ângulos entre 0 e 180º. Os músculos diagonais permitem extensão e
contração, mesmo com um volume constante sem estiramento, impedindo ao mesmo tempo
dobras e torções.

1.4 SISTEMA EXCRETOR

O termo excreção refere-se à eliminação de escórias metabólicas do corpo, incluindo


dióxido de carbono e água (produzida principalmente pela respiração celular), além do
excesso de nitrogênio (produzido na forma de amônia originada da desaminação dos
aminoácidos).
O sistema excretor é responsável pela eliminação de água, sais e resíduos,
principalmente nitrogenados (amônia, uréia e ácido úrico).
O sistema excretor realiza ultrafiltração, reabsorção e eliminação.
Nefrídios. Embora alguns invertebrados metazoários não tenham estruturas excretoras
conhecidas, a maioria tem algum tipo de nefrídio derivado da ectoderme, que serve para
excreção, osmorregulação ou ambas.
Provavelmente, o primeiro tipo de nefrídio a surgir ao longo da evolução dos animais
foi o protonefrídio. Os sistemas protonefridiais caracterizam-se por um arranjo tubular que se
abre ao exterior do corpo por meio de um ou mais nefridiósporos e que termina internamente
em unidades unicelulares fechadas. Essas unidades são as células capuz (ou células
terminais), que podem ocorrer individualmente ou em grupos. Cada célula é dobrada em
forma de taça, criando uma concavidade que leva a um ducto excretor (nefridioducto) e, por
fim, ao nefridióforo. Os dois tipos geralmente reconhecidos de protonefrídios são os
bulbos-flama, que têm um tufo com numerosos cílios dentro da cavidade, e os solenócitos,
geralmente com apenas um ou dois flagelos. Existe certa evidência de que vários tipos
diferentes de protonefrídios do tipo bulbo-flama derivaram independentemente de solenócitos
precursores, mas ainda existem controvérsias quanto aos detalhes da evolução dos nefrídios.

Os protonefrídios são comuns nos acelomados adultos, muitos blastocelomados e


alguns anelídeos, mas são raros na maioria dos celomados adultos (embora ocorram
frequentemente em vários tipos larvais). Os protonefrídios provavelmente são mais
importantes para a osmorregulação que para a excreção. Na maioria desses animais, as
excretas nitrogenadas são eliminadas primariamente por difusão através da superfície geral
do corpo.
Metanefrídio é o segundo tipo de estrutura excretora dos invertebrados e,
possivelmente, também o mais avançado. Existe uma diferença estrutural crítica entre os
protonefrídios e os metanefrídios: ambos se abrem para o exterior, mas os metanefrídios
também se comunicam internamente com os líquidos corporais. Além disso, os metanefrídios
também são pluricelulares. Nos casos típicos, a extremidade interna tem um funil ciliado
(nefróstoma) e o ducto comumente é alongado e convoluto e pode incluir uma região de
armazenamento semelhante a uma bexiga. Os metanefrídios atuam recolhendo grandes
quantidades de líquido corporal através da abertura do nefróstoma e, em seguida, absorvem
seletivamente a maior parte dos componentes não excretáveis de volta aos líquidos corporais
através das paredes da bexiga ou do ducto excretor.
Em termos muito gerais, podemos relacionar as diferenças estruturais e funcionais
entre os protonefrídios e os metanefrídios aos planos corpóreos, com os quais estão
comumente associados. Enquanto os protonefrídios podem servir adequadamente aos animais
que têm corpos sólidos (acelomados), cavidades corporais de pequeno volume
(blastocelomados) ou corpos muito pequenos (p. ex., larvas), os metanefrídios não podem.

1.5 SISTEMA CIRCULATÓRIO

Em todos os metazoários, os líquidos intercelulares dos tecidos desempenham uma


função fundamental como meio de transporte. Mesmo onde existem condutos circulatórios
complexos, os líquidos dos tecidos ainda são necessários para que os materiais dissolvidos
fiquem em contato com as células – um processo vital à manutenção da vida.
Os invertebrados blastocelomados utilizam os líquidos da cavidade corporal como
meio de circulação. A maioria desses animais (p. ex., rotíferos e nematódeos) é muito
pequena, ou longa e fina, de forma que a circulação adequada é conseguida por movimentos
do corpo contra os líquidos corporais, que estão em contato direto com os tecidos e os órgãos
internos. Vários tipos de células geralmente estão presentes nos líquidos corporais dos
blastocelomados. Essas células podem desempenhar atividades como transporte e
acumulação de escórias metabólicas, mas suas funções ainda não foram bem estudadas.
Alguns poucos invertebrados celomados (p. ex., sipúnculos e a maioria dos equinodermos)
também dependem, em grande parte, das cavidades corporais como câmara circulatória.

1.5.1 SISTEMAS CIRCULATÓRIOS

Além dos mecanismos circulatórios relativamente rudimentares descritos antes,


existem duas configurações ou planos estruturais principais para a realização do transporte
interno. Esses dois planos de organização são os sistemas circulatórios abertos e fechados,
ambos contendo um líquido circulatório ou sangue.
Nos sistemas circulatórios fechados, o sangue permanece dentro de vasos
bem-delimitados e talvez em câmaras revestidas; a troca do material circulante com as partes
do corpo ocorre em áreas especiais do sistema, como nas redes capilares. Como o próprio
sangue fica fisicamente separado dos líquidos intercelulares, os locais de troca precisam
oferecer resistência mínima à difusão; desse modo, observam-se capilares de paredes
membranosas com somente uma camada de células de espessura. Os sistemas circulatórios
fechados são comuns nos animais que têm compartimentos celômicos bem-desenvolvidos ou
espaçosos (p. ex., anelídeos, foronídeos, vertebrados). Essas configurações facilitam o
transporte de materiais de uma área do corpo a outra que, de outro modo, estariam isolados
pelos mesentérios ou pelo peritônio da cavidade corporal. Nessas condições, o sangue e o
líquido celômico podem ser muito diferentes entre si, tanto no que se refere à composição
quanto à função. Por exemplo, o sangue pode transportar nutrientes e gases, enquanto o
líquido celômico pode acumular escórias metabólicas para que sejam eliminadas pelos
nefrídios, e também desempenha a função de um esqueleto hidrostático.
Muitos invertebrados com sistemas fechados dependem dos movimentos corporais e
da aplicação da pressão celômica nos vasos (que frequentemente contêm valvas
unidirecionais) para movimentar seu sangue. Em muitos casos, essas atividades são
suplementadas pelos músculos das paredes dos vasos sanguíneos, que contraem em ondas
peristálticas. Além disso, pode haver áreas especializadas altamente musculares de
bombeamento ao longo de certos vasos.
Os sistemas circulatórios abertos estão associados à redução do celoma do adulto,
incluindo a perda secundária da maior parte do revestimento peritoneal em torno dos órgãos e
na superfície interna da parede corporal. Em geral, o sistema circulatório propriamente dito
inclui um coração distinto, como órgão bombeador primário e vários vasos, câmaras ou seios
pouco definidos. O grau de sofisticação desses sistemas depende basicamente do tamanho, da
complexidade e, até certo ponto, do nível de atividade do animal. Entretanto, esse tipo de
sistema é “aberto” no sentido de que o sangue (frequentemente referido como hemolinfa)
drena dos vasos para dentro da cavidade do corpo e banha diretamente os órgãos. A cavidade
corporal é conhecida como hemocele.

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