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Aula Introdução aos

Annelida/Polychaeta
Disciplina: Invertebrados II (CH 873)
Professor: Paulo Cascon
Departamento de Biologia
Universidade Federal do Ceará
Metazoa

Ecdysozoa
Lophotrochozoa
Spiralia Protostomia

Deuterostomia

Bilateria Triblástico

Diblástico – ocorre Gastrulação

Durante o desenvolvimento ocorre estágio de Blástula


Uma única camada de células germinativas
= Lophotrochozoa

Brusca, R. C., W. Moore


and S. Schuster (2016).
Invertebrates, 3rd ed.
Sinauer Associates,
Sunderland, MA.
Triblásticos
Simetria Bilateral
Annelida
• Latim: annellus ou annelus, diminutivo de
anulus = anel + ida= sufixo plural.
• 16.500 espécies: marinhas, terrestres e de
água doce.
• Monofilético se incluir, também, ECHIURA e,
possivelmente, SIPUNCULA.
Filo Annelida
• Eucelomados (esquizocelomados).
Formação do Mesoderma

Protostômios

Deuterostômios
Vantagens proporcionadas
pelo Celoma (blastoceloma
ou euceloma):
Vantagens proporcionadas pelo Celoma:

• Tubo digestivo fica separado da parede do


corpo, permitindo que ambos se movam
independentemente.
• Cavidade do corpo cheia de líquido torna o
transporte interno mais efetivo, possibilitando
o aumento de tamanho e atividade.
• Órgãos excretores, gônadas e seus produtos
podem ser contidos no celoma.
• Celoma constitui um esqueleto hidrostático
contra o qual os músculos podem contrair
possibilitando um movimento peristáltico.
Vantagens proporcionadas pelo Celoma:

• O CELOMA PROPORCIONA E DEMANDA


MAIOR COMPLEXIDADE: uma extensa
separação dos tecidos internos e externos,
torna necessário um sistema de transporte e
órgãos respiratórios e excretores elaborados,
o que, por sua vez, possibilita maior
diferenciação estrutural e aumento de
tamanho.
VANTAGEM ADICIONAL PROPORCIONADA PELO
EUCELOMA MAS NÃO PELO PSEUDOCELOMA:

• Nos eucelomados o celoma se situa dentro do


mesoderma e os órgãos ficam suspensos por
membranas mesodérmicas, os MESENTÉRIOS,
permitindo um arranjo mais estável dos órgãos, com
menos aglomeração destes.
VANTAGEM ADICIONAL PROPORCIONADA PELO
EUCELOMA MAS NÃO PELO PSEUDOCELOMA:

• Os MESENTÉRIOS proporcionaram uma localização


ideal para redes de vasos sanguíneos, e o canal
alimentar pôde se tornar mais muscular, mais
altamente especializado e mais diversificado, sem
interferir com outros órgãos.
Celoma Annelida

• CELOMA: preenchido
por um líquido,
funciona como um
ESQUELETO
HIDROSTÁTICO
contra o qual os
músculos agem para
mudar a forma do
corpo (volume do
fluido se mantém
constante).
Filo Annelida
• Segmentados.
Evolução da Segmentação
• Surgimento de uma série de partições
(SEPTOS) dividindo a cavidade celômica
em uma série de compartimentos => corpo
segmentado.
Celoma Annelida
• CAVIDADE CELÔMICA de cada segmento
dividida em uma metade esquerda e uma direita
por MESENTÉRIOS LONGITUDINAIS, um dorsal
e um ventral ao tubo digestivo.

mesentério
Segmentação Annelida

• Divisão do CELOMA em uma série de


compartimentos pelos SEPTOS levou a uma
repetição dos componentes da maioria dos
sistemas do corpo em cada segmento formado.
Segmentação Annelida

• Os cordões nervosos, os vasos sanguíneos


dorsal e ventral e o tubo digestivo
estendem-se ao longo dos segmentos,
atravessando os septos.
Segmentação Annelida

• Segmentos delimitados externamente


por sulcos circulares = ÂNULOS.
Segmentação Annelida
Segmentação
Táxons Segmentados
Segmentação
Vantagens proporcionadas
pela Segmentação:
Evolução da Segmentação

• A segmentação provavelmente evoluiu como uma


adaptação para a ESCAVAÇÃO PERISTÁLTICA
em substratos macios => a segmentação do
esqueleto celomático hidrostático possibilita aos
animais segmentados se enterrar mais
eficientemente que as formas não segmentadas.
Evolução da Segmentação

• Movimentação Peristáltica:
– Ondas alternadas de contrações das
musculaturas longitudinal e circular.
– Contração da MUSCULATURA LONGITUDINAL:
encurtamento e alargamento do segmento.
– Contração da MUSCULATURA CIRCULAR:
alongamento e afilamento do segmento.
Vantagens Adaptativas da Segmentação

• Nos vermes NÃO SEGMENTADOS a força de


contração muscular em uma área era transferida
para todo corpo pelo fluido do celoma não
dividido.

Não Segmentado Segmentado


Vantagens Adaptativas da Segmentação
• Nos vermes SEGMENTADOS os septos permitem que
cada um dos segmentos preenchidos por fluido
respondesse individualmente a uma contração
muscular local => um segmento poderia estar curto e
largo enquanto outro estava longo e estreito.

Não Segmentado Segmentado


Segmentação

• Vantagens adicionais proporcionadas pela


Segmentação (além da escavação peristáltica
mais eficiente):
– Repetição de partes do corpo =>
REDUNDÂNCIA MODULAR: se um
segmento faltar, os outros levam adiante
suas funções.
– Cria um potencial para uma maior
ESPECIALIZAÇÃO das partes do corpo:
série de compartimentos, que podem ser
regulados, mais ou menos
independentemente, uns dos outros.
• O corpo dos anelídeos é dividido em:

• Prostômio.
• Tronco
Segmentado.
• Pigídio.
• PROSTÔMIO:
• Parte Anterior do
corpo.
• Apresenta o
cérebro
(condição basal)
e órgãos
sensoriais.
• Não é
considerado um
segmento.
•TRONCO::
• Alongado e
constituído por uma
série de unidades
corporais similares
chamados de
segmentos
(=metâmeros ou
somitos).
• TRONCO::
• PERISTÔMIO = 1o
segmento (também o
mais antigo), situa-
se imediatamente
atrás do prostômio,
circundando a boca
ventralmente.
• TRONCO:
• Zona de
crescimento
(adição de novos
segmentos)=>
imediatamente à
frente do pigídio.
• PIGÍDIO::
• Porção terminal do
corpo.
• NÃO é considerado
um segmento.
• Apresenta o ânus.
Regiões corporais correspondentes de uma larva
trocófora e de um anelídeo adulto.
Parede do Corpo Annelida

• CUTÍCULA: revestimento externo, secretada


pela epiderme subjacente; colágena e fibrosa;
reforça a parede do corpo.
Parede do Corpo Annelida

• EPIDERME: glandular e composta por


uma única camada de células.
Parede do Corpo Annelida
• MUSCULATURA:
– CAMADA CIRCULAR EXTERNA.
– CAMADA LONGITUDINAL INTERNA.
Parede do Corpo Annelida
• Parede do corpo com musculatura circular
e longitudinal.
Parede do Corpo Annelida
• CERDAS: quitinosas; projetam-se da epiderme;
papel na locomoção (tração no rastejamento e
natação) e outras funções, como defesa.
• Cerdas ausentes em Hirudinea (sanguessugas).

Cerdas

Cerdas
Proscoloplos
(Orbiniidae).
Bondi,
Australia.
SEM and
Light
micrographs.
Sistema Nervoso Annelida
• Um par de
• Cérebro conectivos
anterior dorsal circunfaríngeos
(acima do tudo ligam o cérebro
digestivo), dorsal ao par de
geralmente cordões nervosos
bilobado. longitudinais
ventrais.
• Um par de
cordões • Um par de gânglios
nervosos em cada segmento.
longitudinais • Um nervo
ventrais, transversal
geralmente (comissura) ligando
fundidos em os gânglios em cada
graus variados. segmento => arranjo
em “escada”.
Sistema Nervoso Annelida
Transporte Interno Annelida

• Sistema duplo de transporte: fluido


celomático e sistema circulatório
fechado.
Trocas Gasosas Annelida

• Trocas gasosas através da superfície do


corpo, apêndices e brânquias.
Excreção Annelida

• Nefrídios filtradores
de dois tipos:

– METANEFRÍDIOS.

– PROTONEFRÍDIOS.
Excreção Annelida

• “Polychaeta”: apresentam
protonefrídios (todas larvas e alguns
poucos adultos) ou metanefrídios (a
grande maioria dos adultos).

• Clitellata (“Oligochaeta” e Hirudinea):


apresentam apenas metanefrídios.
Excreção Annelida
• METANEFRÍDIOS:
– Originalmente um par por segmento, podendo
estar reduzido a poucos pares ou mesmo a
apenas um par.
Excreção Annelida
• Cada METANEFRÍDIO apresenta um túbulo que
atravessa o septo anterior e abre-se no celoma do
segmento imediatamente anterior através do
NEFRÓSTOMA.
Excreção Annelida
• O NEFRIDIÓPORO se abre ao exterior no segmento
onde se localiza o nefrídio (segmento posterior à
aquele onde se abre o nefróstoma no celoma).
Polychaeta
e
Oligochaeta
são
parafiléticos
POLYCHAETA
❖ Grego: poly = muitas;
chaeta = cerdas.
❖ Grupo PARAFILÉTICO
=> Polychaeta= termo
descritivo, mas não
taxonômico.
❖ Grande diversidade:
80 famílias; cerca de
10.000 espécies
descritas (800
registradas para o
Brasil).
Polychaeta
❖ Quase todos
marinhos, da faixa
entre-marés até
profundidades
abissais.
❖ Maioria bentônica,
com algumas
formas pelágicas.
Polychaeta
❖ Maioria com
menos de 10 cm
de comprimento e
2 a 10 mm de
diâmetro.
❖ Algumas formas
intersticiais com
menos de 1mm.
❖ As formas
maiores podem
chegar a até 3m.
Estrutura dos Poliquetas
• PROSTÔMIO pré-oral, dorsal e apresentando
internamente os gânglios cerebrais e externamente
os seguintes órgãos sensoriais:
– Olhos.
– Tentáculos (cirros).
– Palpos.
Peristômio
Prostômio

Faringe
não
Evertida.

Faringe

Faringe
Evertida.
Estrutura dos Poliquetas
• PERISTÔMIO: (segmento bucal; 1º segmento verdadeiro)
– Forma as margens laterais e ventral da BOCA.
– Apresenta, freqüentemente, cirros tentaculares
sensoriais ou dois longos apêndices alimentares,
chamados de palpos tentaculares.
Estrutura dos Poliquetas

• “Cabeça” de um poliqueta = prostômio ou


prostômio + peristômio ou prostômio +
peristômio + um ou mais segmentos.
Estrutura dos Poliquetas
• BOCA: localiza-se no lado ventral do corpo, entre o
prostômio e a região pós-oral chamada de
peristômio (o primeiro segmento verdadeiro).

• PROSTÔMIO:
forma a margem
superior da
PROSTÔMIO
boca.
• PERISTÔMIO:
formas as
margens laterais BOCA
e inferior da
boca.
PERISTÔMIO
Estrutura dos Poliquetas
• PIGÍDIO: região não segmentar terminal, portadora
do ânus. Primitivamente com um par de cirros
pigidiais (sensoriais).
Parapódios Polychaeta
• PARAPÓDIOS: projeções laterais carnosas que
se estendem a partir da parede corporal, sendo
mais ou menos lateralmente comprimidos. Um par
por segmento.
Parapódios Polychaeta
Parapódios Polychaeta
• BIRREMES: apresentam dois ramos, lobos ou
divisões, primitivamente, cada um com um
feixe de cerdas.
• NOTOPÓDIO (lobo dorsal).
• NEUROPÓDIO (lobo ventral).
Parapódios Polychaeta
• ACÍCULAS = bastões quitinosos que, em número de
um ou mais, sustentam internamente cada lobo de um
parapódio. Músculos parapodiais presos às acículas
movimentam os parapódios.
Parapódios Polychaeta

• Funções dos PARAPÓDIOS:


• Locomoção.
• Superfície de trocas gasosas.
• Produção de correntes de água
(respiração ou alimentação).
Parapódios Polychaeta
Parapódios Polychaeta

• CERDAS QUITINOSAS:
– Se projetam em feixes em ambos lobos
dos parapódios.
Parapódios Polychaeta
Funções das Cerdas: (também funções dos parapódios)
– Tração para a locomoção (maioria).
– Escavação (cerdas espatuladas = páleas).
– Fixação às paredes internas dos tubos e dos
buracos.
– Defesa.
Parapódios Polychaeta
Funções das Cerdas:
• DEFESA: cerdas quebradiças, tubulares e
calcárias, e que contém veneno, encontradas nos
membros da família Amphinomidae, predominante
tropical, que vivem em corais e debaixo de pedras.
Polychaeta Amphinomidae
SEGMENTOS CORPORAIS POLYCHAETA

• O número de segmentos varia de pouco


menos que 10 a mais de 200, dependendo
da espécie.
Segmentos Corporais Polychaeta
• Os segmentos são geralmente, semelhantes
entre si, mas em algumas formas escavadoras e
tubícolas, existe uma tendência para que o corpo
se especialize regionalmente em regiões
distintas (tórax e abdome) como resultado de
variações nos parapódios ou da presença ou
ausência de brânquias.
POLIQUETAS ERRANTES
POLIQUETAS
TUBÍCOLAS

POLIQUETAS HABITANTES
DE BURACOS
Tubos de Polychaeta
Recifes de Areia
produzidos por
Polychaeta tubícolas
(Phragmatopoma)
Recifes de Areia
produzidos por
Polychaeta tubícolas
(Phragmatopoma)
Recifes de Areia
produzidos por
Polychaeta tubícolas
(Phragmatopoma)
Recifes de Areia
produzidos por
Polychaeta tubícolas
(Phragmatopoma)
NUTRIÇÃO POLYCHAETA

• Predadores.
• Herbívoros.
• Onívoros.
• Saprófagos.
• Consumidores de depósito (sedimentívoros)
não seletivos (diretos).
• Consumidores de depósito (sedimentívoros)
seletivos (indiretos).
• Consumidores de material em suspensão na
água = Filtradores ou Suspensívoros.
Predadores Polychaeta
• Formas que vivem sobre o substrato, formas
pelágicas e algumas tubícolas ou habitantes de
buracos.
• Presas: vários invertebrados pequenos,
inclusive outros poliquetas.
Predadores Polychaeta

• Presas geralmente capturadas por uma faringe


eversível que normalmente ostenta duas ou mais
MANDÍBULAS córneas que podem conter um canal
que libera veneno de uma glândula.

faringe evertida de
um Nereididae,
Neanthes vaalii,
exibindo as
mandíbulas.
Faringe evertida de um
Nereididae, Neanthes vaalii,
exibindo as mandíbulas.
Quando retraídas (direita) as
mandíbulas dos Nereididae,
são alojadas dentro do corpo.
Polychaeta
Eunicidae
Eunice sp.
Predador
Polychaeta
Nereis sp.
Nutrição Polychaeta

Herbívoros, Onívoros e Saprófagos


• Muitos poliquetas errantes com mandíbulas,
semelhantes às formas carnívoras.

Platynereis dumerilii
herbívoro
Nutrição Polychaeta

CONSUMIDORES DE DEPÓSITO NÃO SELETIVOS:


• Ingerem areia ou lama diretamente, aplicando
a boca contra o substrato e retiram as
partículas alimentares do sedimento dentro do
tubo digestivo.

• Poliquetas escavadores
e tubícolas.
Nutrição Polychaeta
Consumidores de depósito não seletivos:
Nutrição Polychaeta
• Consumidores de Depósito Seletivos:
• Estruturas especiais da
cabeça se estendem
sobre ou no interior do
substrato.
• O material do depósito
adere a secreções
mucosas na superfície
destas estruturas
alimentares e é depois
transportado até a boca
ao longo de tratos ou
sulcos ciliados.
Polychaeta Terebellidae
Thelepus crispus
Polychaeta Terebellidae
Suspensívoros (Filtradores) Polychaeta

Comum entre
muitas formas
tubícolas e
escavadores
sedentários.

Sabellidae
Eudistylia polymorpha
Suspensívoros (Filtradores) Polychaeta
• Muitos apresentam tentáculos ciliados
(RADÍOLOS) com ampla superfície para
aprisionar partículas em suspensão (ex.
Sabelidae).
• As partículas aderem à superfície e são
depois transportadas até a boca ao longo
de sulcos ciliados.
Suspensívoros (Filtradores) Polychaeta

• RADÍOLOS formam as coroas e também


funcionam nas trocas gasosas.
• Radíolos com projeções laterais = PÍNULAS.

Sabellestarte
australis
Austrália; faixa
intertidal; 15 cm
de diâmetro.
Myxicola infundibulum
(Renier, 1804)
Trocas Gasosas Polychaeta
• Em geral ocorrem
através da superfície
do corpo.

• BRÂNQUIAS
frequentemente
presentes, variando
entre as diversas
formas de poliquetas
em estrutura e
localização, indicando
que elas surgiram
independentemente
várias vezes.
Sistema Nervoso Polychaeta
• GÂNGLIOS PEDAIS:
– Gânglios adicionais,exclusivos dos poliquetas.
– Comumente associados aos nervos segmentares
nas bases dos PARAPÓDIOS.
– Importantes centros de controle dos complexos
movimentos parapodiais.
Sistema Nervoso Polychaeta
Sistema
Nervoso
Polychaeta
Sistema Nervoso Polychaeta

Cérebro e cordão nervoso anterior de Nereis


Órgãos Sensoriais Polychaeta
• OLHOS (OCELOS):
– Na superfície do prostômio =>
2, 3 ou 4 pares, mais
desenvolvidos nas formas
errantes.
– Na maioria das formas
detectam apenas a fonte de luz
e variações na intensidade; em
algumas formas são
formadores de imagens.
– Manchas ocelares e
fotorreceptores nos radíolos
(retrai a coroa com a sombra)
e no pigídio (fuga para trás) de
algumas formas.
Órgãos Sensoriais Polychaeta

• ÓRGÃOS NUCAIS:
– Exclusivos dos Polychaeta.
– QUIMIORRECEPTORES;
localização de alimento; mais
desenvolvidos nas formas
predadoras.
Órgãos Sensoriais Polychaeta
Numerosas células sensoriais (MECANO e
QUIMIORRECEPTORAS) nos tentáculos e
palpos do prostômio, nos cirros tentaculares do
peristômio, nos cirros dorsais e ventrais dos
parapódios e nos cirros pigidiais.
A phyllodocid, Sige fusigera, Sweden, anterior end in dorsal view,
arrows indicate palp, paired antenna (P ANT) and nuchal organ (NO) on
the left side.
A nereidid, Hediste diversicolor, Sweden, anterior end in ventral view.
Arrows indicate paired antenna (PA), palpostyle (PS) and palpophore
(PP), right side.
Regeneração Polychaeta

• Capacidade de REGENERAÇÃO é
relativamente grande entre os poliquetas.

• Tentáculos, palpos, cirros e parapódios


podem ser regenerados por quase todos
os poliquetas.

• Dodecaceria (Cirratulidae) é capaz de


fragmentar o corpo em segmentos
individuais, sendo que cada um deles
pode regenerar um indivíduo completo
(=reprodução assexuada).
Reprodução Assexuada (Clonal) Polychaeta
• Ocorre em algumas formas por
BROTAMENTO ou por FISSÃO
TRANSVERSAL.

Brotamento
Reprodução Clonal / Polychaeta

Vejdovskyella sp. undergoing asexual reproduction by paratomic fission


(note the second head, with eyespots, formed in the middle of the worm)
Reprodução Sexuada Polychaeta

• O único tipo de reprodução da maioria dos


poliquetas.

• A grande maioria das espécies é DIÓICA


(existem algumas formas hermafroditas).

• Gônadas não são permanentes,


geralmente ocorrem no tecido conjuntivo
associadas com estruturas como septos,
vasos sanguíneos e revestimento do
celoma. Gametas surgem por proliferação
de células do peritônio.
Epitoquia Polychaeta
• EPITOQUIA: Fenômeno
reprodutivo característico
de muitos poliquetas e
que garante elevadas
taxas de fertilização.
• Consiste na formação de
um indivíduo reprodutor
pelágico, o EPÍTOCO, a
partir de um indivíduo
não reprodutor bentônico,
o ÁTOCO.
Epitoquia Polychaeta
• EPÍTOCOS reprodutivos podem
surgir a partir de ÁTOCOS não-
reprodutivos, através dos seguintes
processos:
– Transformação direta de um
indivíduo inteiro átoco em epítoco
(Nereididae).
– Diferenciação e separação da
extremidade posterior do átoco
(Eunicidae).
– Produção de novos epítocos a
partir de átocos através de
reprodução assexuada (Syllidae).
Epitoquia Polychaeta

• Transformação direta do
indivíduo inteiro (Nereididae).
– Os segmentos posteriores
reprodutivos, que formam a
REGIÃO EPITOQUIANA, se
enchem de gametas e ficam muito
aumentados, além de poderem
apresentar também parapódios
providos de leques de cerdas
natatórias longas e espatuladas.
– Devenvolvimento de olhos grandes
e atrofia do tubo digestivo.
Epitoquia Polychaeta

• Diferenciação e separação da
extremidade posterior do ÁTOCO
(Eunicidae).
Epitoquia Polychaeta
– Produção de novos epítocos a partir de
átocos através de reprodução assexuada
(Syllidae).
• Brotamento na extremidade caudal do átoco.
• Clones em uma série linear.
Epítoco de Hediste diversicolor
(Polychaeta: Eunicidae).
Enxameamento Polychaeta
• ENXAMEAMENTO: fenômeno em que as
formas epítocas nadam de forma sincronizada
para a superfície durante a eliminação dos
óvulos e dos espermatozóides, desta forma
aumentando a probabilidade de fertilização.
Enxameamento Polychaeta

• Machos e fêmeas se
atraem e estimulam a
liberação de gametas
dos indívíduos do outro
sexo.

Polychaeta Syllidae durante o


enxameamento. O macho está
nadando ao redor da fêmea e
liberando esperma.
Enxameamento Polychaeta

• Estímulos do ambiente
como luminosidade e
fases lunares podem
induzir o
enxameamento.
The portion containing the reproductive gametes (the
epitoke) of the palolo worm, Palolo viridis, is considered a
delicacy in Samoa and other Pacific islands. (Photo:
Smithsonian Institution)
Desenvolvimento Polychaeta

✓O embrião
geralmente se
desenvolve em
uma LARVA
TROCÓFORA
planctônica,
em forma de
pião.
Desenvolvimento Polychaeta

✓ LARVAS TROCÓFORAS PLANCTOTRÓFICAS:


Maior desenvolvimento das estruturas larvais;
alimentam-se de plâncton.
✓ LARVASTROCÓFORAS LECITOTRÓFICAS:
Não se alimentam (se nutrem da provisão
materna de vitelo que trazem no ovo); curta
existência larval passada próxima ao fundo.

Em algumas formas a fase de larva trocófora


ocorre dentro do ovo (desenvolvimento “direto”).
Biologia Populacional Polychaeta

• Baía de Tampa, Flórida: densidade


média de 13.425 indivíduos / m2
pertencentes a 37 diferentes espécies.
• Papel significativo nas cadeias
alimentares marinhas, sendo predados
por muitos animais.
SIBOGLINIDAE
Descobertos pela primeira
vez em 1900. Exemplares
completos (com opistossoma)
só em 1964.
Anteriormente considerados
um ou dois Filos à parte
(POGONOPHORA e
VESTIMENTIFERA).
Atualmente considerados um
táxon (SIBOGLINIDAE) de
Annelida.
SIBOGLINIDAE
Cerca de 164 espécies, todas
marinhas.
Em todo o mundo, em
profundidades de 100 a
10.000 m (maioria entre 1.000
e 10.000 m).
Vivem associados a sistemas
hidrotermais, fontes de
hidrocarbonetos (nascentes
frias ou “cold seeps”) e
carcaças de baleias.
Sésseis, freqüentemente em
densas agregações com até
200 ind./m2.
SIBOGLINIDAE
Vivem em tubos secretados (proteína + quitina).
Tubos são geralmente rígidos e fixos
verticalmente no lodo do fundo.
Os Siboglinidae podem se mover dentro dos
tubos que podem ser de 3 a 4 vezes mais
compridos que o animal.
Nutrição Siboglinidae
• Boca, ânus e trato digestivo ausentes nos
adultos.
Nutrição Siboglinidae
• Tubo digestivo reduzido ao intestino médio que
constitui o TROFOSSOMA = massa tecidual
central repleta de bactérias simbiontes, presente
no tronco.
Nutrição Siboglinidae
• Bactérias no trofossoma oxidam compostos
sulfurosos (gás sulfídrico = sulfeto de
hidrogênio-H2S) ou metano (CH4) e usam a
energia resultante para fixar carbono
(QUIMIOSSÍNTESE).
• Ácido sulfídrico, metano, oxigênio e gás
carbônico chegam ao trofossoma através do
sistema circulatório.
• O hospedeiro-Siboglinidae obtém a sua nutrição
a partir da produção dos compostos orgânicos
por parte das bactérias (quimiossíntese) e por
parte da lise e da absorção subseqüente dos
componentes bacterianos.
Nutrição Siboglinidae

• Pode haver, também,


graus variados de
nutrição suplementar
por meio da absorção
de compostos
orgânicos dissolvidos
na água marinha
circundante (glicose,
aminoácidos, etc),
através dos tentáculos
e superfície do corpo.
Nutrição Siboglinidae
• Larvas de alguns Siboglinidae
(Vestimentifera) apresentam um intestino
completo semelhante ao dos demais
anelídeos.
NUTRIÇÃO SIBOGLINIDAE
• Outros organismos, que vivem nas mesmas
comunidades, também dependem de bactérias
simbiontes para nutrição, como bivalves sem
tubo digestivo e outros Annelida.

Bathymodiolus
platifrons
colony
(-1600 m)
Fontes de Hidrocarbonetos (nascentes
frias ou “cold seeps”)

• Cold Seeps – são áreas do fundo do


oceano onde gás sulfídrico (H2S),
metano (CH4) e outros fluídos ricos em
hidrocarbonetos ocorrem na forma de
uma lagoa saturada de sal com
salinidade de 3 a 5 vezes maiores que
da área ao redor.
fontes de hidrocarbonetos (nascentes frias ou “cold seeps”)
fontes de hidrocarbonetos (nascentes frias ou “cold seeps”)
Ridgeia piscesae Jones, 1985, Siboglinidae, Fontes
Hidrotermais
Ridgeia piscesae Jones, 1985, Siboglinidae, Fontes
Hidrotermais
Fontes Hidrotermais
• Resultam do aparecimento de fissuras na
crosta do fundo do mar em grandes
profundidades.
• A água penetra nestas fissuras em
direção ao magma, reagindo com os
minerais presentes, e sofrendo alterações
físico-químicas no caminho.
• Como o aumento da temperatura, em
função do gradiente geotérmico, a água
retorna à superfície, emergindo em fontes
hidrotermais.
Fontes Hidrotermais
Fontes Hidrotermais

Quando sai, a mais ou menos 400 graus Celsius, o


líquido parece fumaça, de tão carregado de partículas
que está. Não borbulha porque a pressão é muito
alta.
Parte das partículas cai sobre
o topo da chaminá e ela vai
aumentando de tamanho. Aquecido a cerca de 1.000 graus, o caldo
é empurrado para cima de novo através de
diques.

A medida que vai esquentando e passando


pelas rochas vulcânicas, a água vai dissolvendo
e carregando substâncias químicas.

A 2 graus Celsius, água do mar


escoa pelas pequenas rachaduras e
caminha em direção ao magma.
Reação de O2
Redução CALOR

Compostos de
enxofre do
basalto ou de Ácido
sulfatos Sulfídrico
dissolvidos na
água

Quimiossíntese Bacteriana (oxidação de


moléculas inorgânicas como fonte de energia)

4H2S + CO2 +O2 → CH2O (=carbohidrato) + 3H2O + 4S


Osedax (Siboglinidae)

• Perfuram ossos
de baleias
mortas para
obter seu
alimento.
• Descobertos em
2002.
• 2 a 7 cm de
comp. (fêmeas).
Osedax (Siboglinidae)

• Osedax não tem boca ou tubo digestivo,


dependendo da simbiose com bactérias
para digestão de proteínas e lipídios
absorvidos dos ossos de baleias por
estruturas que se assemelham a raízes.

• Osedax secreta ácido para perfurar os


ossos da baleia e conseguir os nutrientes.

• Osedax apresenta estruturas na forma de


plumas que funcionam como brânquias.
Osedax (Siboglinidae)
• O sexo é determinado pelo ambiente.
• Quando uma larva de Osedax se instala em um
osso de baleia, ela se transforma em uma
fêmea.
• quando uma larva de Osedax se instala
próximo da larva fêmea ou sobre ela, a larva se
transforma em um macho anão microscópico.
• Os Osedax machos são anões microscópicos
que vivem dentro de tubos gelatinosos que
circundam cada fêmea. Cada fêmea pode ter
até 200 machos em seu tubo.
Osedax (Siboglinidae)
Osedax (Siboglinidae)
Figure 7. Schematic illustration of O2 distribution in the internal and external environments of
Osedax mucofloris.

Huusgaard RS, Vismann B, Kühl M, Macnaugton M, Colmander V, et al. (2012) The Potent
Respiratory System of Osedax mucofloris (Siboglinidae, Annelida) - A Prerequisite for the Origin
of Bone-Eating Osedax?. PLOS ONE 7(4): e35975. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0035975
http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0035975

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