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Centro de Ciências da Saúde

Curso de Ciências Biológicas


Disciplina de Zoologia dos
Deuterostômias

Filo Chordata
Classe Chondrichthyes

Professora: Maria Goretti


Monitores: Beatriz, Gabi e Luma.

Fortaleza, 2023.1
VERTEBRATA
CRANIATA
64 mil espécies 119 espécies

1.200 espécies

31 mil
espécies

6.184
GNASTHOTOMATA
Peixes com maxilas;
Evolução das maxilas a partir dos arcos viscerais anteriores.
1º avanço evolutivo
Aumento e adaptação dos primeiros arcos
branquiais para funcionar como maxilas.
GNATOSTOMADOS

Romer (1976)
Pois elas permitem:
• Capacidade de agarrar firmemente
objetos;
• Cortar o alimento em pedaços;
• Moer alimentos duros;
• Escavar galerias;
• Transportar seixos e vegetação para
construção de ninhos;
• Agarrar parceiros durante a curte e
juvenis durante o cuidado parental.
Sem mandíbulas, os cordados estavam restritos à filtração, à sucção
de alimentos ou à captura de pequenos invertebrados.
Fig. Classes de Gnastomata. (UIEDA, V.)
CHONDRICHTHYES
• 1100 espécies – 500 tubarões e 600 raias – 30 holocephali
• Notocorda e vértebras completas e separadas;
• Caixa craniana sólida;
• Mandíbulas presentes.

Subclasse Holocephali
(aparência íntegra da cabeça) =
Subclasse Elasmobranchii
quimera
(brânquias lamelares) = tubarões e raias
Lamelas branquiais - lateral Lamelas branquiais - ventrais

Tubarão-baleia: 13 metros (Etmopterus perryi) 20 cm


Características dos condrictes
• Corpo fusiforme ou comprimido dorsoventralmente, com uma nadadeira
caudal heterocerca (tubarões e raias) ou dificerca (quimeras);

• Nadadeiras - peitorais e pélvicas;

• Pele com escamas placoides de origem dérmica ou nua;

• Esqueleto cartilaginoso; notocorda presente, mas reduzida; vértebras


distintas;

• Mandíbulas presentes com dentes polifiodontes; estômago grande (ausente


nas quimeras); intestino com válvula espiral;

• Fígado - normalmente grande e preenchido por óleo;


Características gerais dos condricties

• Encéfalo bem desenvolvido: 10 pares de nervos craniano;


• Sentidos de olfato, recepção de vibração (sistema da linha lateral), visão e
eletrorrecepção bem-desenvolvidos; três pares de canais semicirculares;
• Sexos separados; fecundação interna com clásperes;
• Ovíparo ou vivíparo; embrião da espécie de vivíparo nutrido pela placenta,
saco vitelino (ovoviviparidade) ou canibalismo; desenvolvimento direto;
• Sistema excretor de rins opistonéfricos, que drenam via o ducto arquinéfrico
para a cloaca; alta concentração de ureia e óxido de trimetilamina no sangue;
• Glândula retal presente;
• Cinco a sete pares de brânquias levando a fendas branquiais nas raias e
nos tubarões ou cobertas por um opérculo na quimeras; sem bexiga natatória
ou pulmão;
• Coração com seio venoso, átrio, ventrículo e cone arterial; circulação única.
TUBARÕES
• 11 ordens e 34 famílias; - No Ceará: 37 espécies de 14 famílias.
• Bentônicos ou pelágicos;
• Brânquias lamelares;
• Cinese craniana (movimentação do crânio – mandíbula protrátil);
• 5 a 7 fendas branquiais nas laterais das cabeças;
• Corpo fusiforme;
• Esqueleto cartilaginoso calcificado ;
• Escamas placóides (escamas recobertas por esmalte e uma placa
basal de dentina no interior da derme).
PADRÕES GERAIS QUE ENFATIZAM
SEU GRANDE SUCESSO COMO
PREDADORES
● Tamanho grande;
● Aumenta a chance de captura de presas menores e reduz a
vulnerabilidade a predadores;
● 90% > 30 cm;
● 50% = 1 metro;
● 20% > 2 metros.
Alimentação
MORFOLOGIA EXTERNA
● Corpo fusiforme
● BOCA ventral e rosto (parte frontal) pontudo;
● Extremidade posterior coluna vertebral desvia-se para cima terminado lobo superior da
cauda - CAUDA HETEROCERCA.

● Nadadeiras pares:
● peitorais e pélvicas (macho clásper)1 ou 2 dorsais
● 1 caudal
● 1 anal (maioria tubarões)
Morfologia interna
• Escamas placoides ou dentículos dérmico de condrictes origem
derme – epidérmica;
TIPOS DE CAUDA
Cavidade bucal abre-se na faringe (fendas branquiais) - Esôfago curto
quase não se diferencia do estômago forma J (ausente nas quimeras);

Nos elasmobrânquios – INTESTINO (reto e curto) dividido em 2


porções:
1ª presença válvula espiral – aumenta superLcie de absorção

Fígado e pâncreas – presentes – abre-se intesOno;

Fígado - auxilia flutuação tubarões – glândula grande contendo


hidrocarboneto gorduroso – ESQUALENO
Fígado atua com grande bolsa de óleo flutuante – compensa peso
tubarão

Glândula retal – única nos cartilaginosos – secreta fluído incolor


contendo alta concentração de cloreto de sódio
Evolução de válvula espiral
Evolução de válvula espiral
DEPENDE DA DIETA

Existem três tipos de classificações básicas para dentes de


tubarões:
1) Triangular e largo com bordas serrilhadas.
2) Finos e longos em forma de adaga.
3) Achatados e agrupados em placas.
Placa Bucal

Dentes em fileiras
Respiração
Fases da ventilação:

• Expansão da cavidade bucal;

• Aumento do volume, água entra na cavidade


bucal através da boca e espiráculos;

• Boca e espiráculo se fecham;

• Músculos ao redor da cavidade bucal se


contraem, forçando a água através das
brânquias;

• Na faringe, os arcos branquiais sustentam as


brânquias. Essas brânquias são constituídas
pelo arco branquial (sustentação) e
filamentos branquiais (onde ocorrem as
trocas gasosas ou hematose).
SISTEMA CIRCULATÓRIO
• Sistema simples – o sangue não-oxigenado passa pelo coração é
bombeado para brânquias - oxigenado e distribuído para corpo;
• Oxigênio é transportado para tecidos pela hemoglobina contida nas
hemácias e transportada para todas partes do corpo.
• A circulação, como em todos os peixes, é simples pois o sangue só
passa uma vez pelo coração. A hematose não ocorre no coração e sim
nas brânquias. No coração só corre sangue venoso.
SISTEMA ESQUELÉTICO
● Crânio cartilaginoso completo – conhecido como condrocrânio;

● Crânio parcialmente calcificado – ausência de osso verdadeiro;

● Tubarões e raias - maxila superior liga-se frouxamente ao crânio e


sustentada na parte posterior pelo 2º arco branquial;

● Quimeras - maxila superior firmemente fundida ao crânio.


ÓRGÃOS SENSORIAIS
● Olhos laterais e sem pálpebras, cuja retina geralmente apenas contém bastonetes
(fornecendo uma visão preto e branco mas bem adaptada a uma baixa luminosidade .
● Receptores olfatórios localizadas ventralmente na extremidade arredondada da cabeça, são
capazes de detectar moléculas dissolvidas na água em concentrações mínimas;
● Ouvidos com três canais semicirculares dispostos perpendicularmente uns aos outros
(funcionando como um órgão de equilíbrio, tal como em todos os vertebrados superiores);

Membrana nictitante
- Carcharhiniformes -

Tubarão cabeça chata, tubarão


tigre, tubarão limão, tubarão
martelo, tubarão azul.
ÓRGÃOS SENSORIAIS
Tubarões podem localizar presas a longas
distâncias pelos:

● Mecanorreceptores do sistema da
linha lateral – percepção de vibrações
de baixa frequência;

● Sistema composto por órgãos receptores


especiais – neuromastos – em tubos
interconectados e poros estendendo-se
ao longo dos lados do corpo e sobre a
cabeça.
ÓRGÃOS SENSORIAIS
● Ampolas de Lorenzini, localizadas na zona ventral da cabeça, são eletrorreceptores capazes
de detectar as correntes elétricas dos músculos de outros organismos;

● Eletrorrecepção os ajuda a encontrar alimento e pode funcionar mesmo quando as


condições ambientais tornam os cinco sentidos comuns praticamente inúteis. Ela funciona
em água turva, escuridão total e mesmo quando a presa se esconde sob a areia.
● Tubarões utilizam eletrorrecepção para encontrar presas
enterradas na areia (percepção campos elétricos mínimos).

● ELETRORRECEPTORES – as ampolas de Lorenzini são


localizadas na cabeça do animal
SENTIDOS DOS TUBARÕES

smell hearing lateral line organ vision ampullae of Lorenzini touch and taste
OSMORREGULAÇÃO:
• A concentração salina de seus fluidos pela adição de ureia no sangue favorece
que eles mantenha sua concentração osmótica igual ou superior a do ambiente;

• A ureia é um produto final do metabolismo proteico em mamíferos, porém o rim do


tubarão reabsorve ativamente a ureia, de forma que ele fica retido no sangue
TMAO - trimetilamina e encontrado em muitos animais marinhos, esse composto
tem um efeito inibitório da ureia sobre enzimas era antagonizada pelo TMAO.

Sais

Peixes cartilaginosos (maioria marinho)


Sais
Sistema excretor
● Os condrictes possuem capacidade de conservar alta
concentração de dejetos nitrogenados em forma em
forma de ureia na corrente sanguínea. A grande
quantidade de ureia eleva a pressão osmótica no
corpo, aproximando-a do meio marinho, evitando
assim a desidratação das células.
SISTEMA MUSCULAR
• Os músculos do tronco e da cauda têm caráter segmentar e servem
para produzir as ondulações laterais.
• Músculos muito mais especializados movem as nadadeiras pares, a
região branquial e estruturas da cabeça.
FLUTUAÇÃO
Ordens -TUBARÕES

Não ocorrem no Brasil: PrisCoforiformes e HeterodonCformes


Raias
• Nadam por ondulações das nadadeiras peitorais muito
expandidas.
• Escamas placóides: fileiras rígidas e afiadas na linha dorsal
mediana.
Anatomia
• Geralmente a boca é protraída muito rapidamente, fornecendo
uma sucção poderosa, utilizada para desalojar os invertebrados
com conchas do substrato;
• Dieta Invertebrados - dentes formados por coroas os arredores;
• As maiores espécies nadam em mar aberto e alimentam-se de
plâncton.
Quando os rastros branquiais filtrar e reter alimento, eles recolhem o
plâncton da água e o empurram de volta para o esôfago. A água então
corre pelas brânquias para oxigenação e sai pelas fendas branquiais no
lado ventral.
Curiosidade

• As raias de água doce são exclusivas da América do Sul.


Elas evoluíram a partir de um ancestral marinho que
penetrou no continente durante invasões marinhas
ocorridas no Eoceno, há 50 milhões de anos, até
possivelmente o Mioceno, há 20 milhões de anos Os
quatro gêneros de raia reúnem 34 espécies. Apenas o
gênero Potamotrygon compreende 27 espécies, sendo
que 21 ocorrem no Brasil e 11 delas são endêmicas nos
rios do país.
Curiosidade
• Não existe antídoto ou tratamento específico para o
veneno da raia de água doce, apesar de acidentes
envolvendo ferroadas do animal serem comuns em rios
amazônicos e de outras regiões.
• A mudança na composição da peçonha, dependendo do
estágio de vida ou do sexo, já era conhecida entre as
serpentes. De acordo com as autoras, é a primeira vez
que o mesmo fenômeno é constatado entre as raias,
sejam marinhas ou fluviais.
Elasmobranquios Pleurotremata Elasmobranquios Hypotremata
(Ordem Selachii – Squaliformes) (Ordem Batoidea - Rajiformes)

Tubarões, cações Raias

360 espécies 456 espécies

Base das nadadeiras pares estreitas Base das nadadeiras peitorais alargadas

Cauda heterocerca Cauda reduzida

Dentes geralmente triangulares e afiados Dentes geralmente em forma de placas triturantes


(aurofagia)

Corpo fusiforme Corpo achatado dorso-ventralmente

Espiráculos geralmente ausentes ou vestigiais Espiráculos amplos e funcionais com localização dorsal

Escamas placóides sobre todo o corpo Escamas placóides restritas a linha mediana dorsal do
corpo

Olhos laterais Olhos dorsais

5 a7 pares de fendas branquiais nos lados da cabeça 5 pares de fendas branquiais ventrais

Marinhos Marinhos e água doce


Holocephali
● Cabeça comprimida;

● Um espinho à frente da primeira nadadeira dorsal, cuja base é maior que o


espaço que a separa da segunda dorsal;

● Nadadeira anal separada da caudal;

● Habitat: 200 a 2000m profundidade, possui cor acastanhada ou


acinzentada com manchas escuras longitudinais; na costa do Canadá e
até mesmo nas costas temperadas do sudoeste do sul da Austrália e da
Nova Zelândia.

● Dimensões: 1 m;
Anatomia

• As placas dentígeras duram por toda a vida;


• Algumas espécies marinhas apresentam como estruturas de defesa, uma
glândula de veneno associada a um espinho dorsal robusto e, também, a um
clásper cefálico, de forma similar a um bastão, nos machos;
• Pele sem escamas pele lisa e escorregadia.
• Ovíparos;
• Maxila superior completamente fundida ao crânio;
• Alimentação: algas marinhas, moluscos, equinodermas, crustáceos e peixes.
Chimaera monstrosa (peixe-rato);

● Cabeça comprimida;
● Um espinho à frente da primeira
nadadeira dorsal;
● Habitat: 200 a 2000m profundidade,
possui cor acastanhada ou acinzentada
com manchas escuras longitudinais; na
costa do Canadá e até mesmo nas
costas temperadas do sudoeste do sul
da Austrália e da Nova Zelândia;
● Dimensões: 1 m;
● Ovíparos;
● Maxila superior completamente fundida
ao crânio;
● Alimentação: algas marinhas, moluscos,
equinodermas, crustáceos e peixes.
Curiosidade
1. (Holocephalii) têm apenas 4 pares de aberturas branquiais nas
laterais da cabeça coberta por um opérculo membranoso.

2. Diferença fundamental na dentição de quimeras e tubarões?


Seus dentes não caem!
Dimorfismo sexual
REPRODUÇÃO
● SEXOS SEPARADOS
○ Ovíparos, Ovovivíparos ou Vivíparos;
○ Macho: clásper;
○ Fecundação interna;
○ Desenvolvimento direto.
Dimorfismo sexual
REPRODUÇÃO
Modos reprodutivos

• Aproximadamente 40% das espécies de condricties são


ovíparas e as demais vivíparas;
• Oviparidade;
• Oviparidade – capsulas ovígenas contendo os fetos
eclodem fora do corpo da mãe;
• Viviparidade os fetos são eclodidos pela mãe sem a cápsula
ovígena.
REPRODUÇÃO
Ovíparos
Viviparidade lecitotrófica
• A maioria dos grupos de tubarões e raias;
• Embriões se alimentam exclusivamente da reserva interna do
saco vitelínico.

Viviparidade ovofágica
• Embriões se alimentam também de ovos não fecundados
lançados no útero - Lamniformes - tubarão branco.
● Viviparidade Adelfofágica - embriões comem uns
aos outros de modo que apenas um ocupa o útero no
estágio final (canibalismo intra-uterino).
Placentários A maioria dos Carcharhiniformes, mamíferos nesta
estratégia reprodutiva o vitelo contido no ovo é reduzido.
Após ser consumido, o saco vitelino conecta-se à parede
uterina formando uma conexão entre o corpo materno e o
PLACENTA corpo do embrião, por onde os nutrientes serão transferidos.
EPITELIOCORIAL Essa projeção formada é muito semelhante a um cordão
umbilical, visto nos mamíferos. Ocorre em poucas espécies
da ordem Carcharhiniformes, como Mustelus canis.

A placenta dos tubarões é análoga à placenta dos


mamíferos, mas não homóloga. Contudo, a placentotrofia
em tubarões deve ser vista como uma forma altamente
modificada de histotrofia.

ESTRUTURA DA PLACENTA EPITELIOCORIAL EM TUBARÕES e Sua interação materno-fetal


Epitheliochorial placental structure in sharks and its materno-fetal interaction Revista mv&z, São Paulo, v.18,
n.2, 2020, Doi 10.36440/recmvz.v18i2.38067
● Maturidade tardia,
● Adulto com longa expectativa de vida;
● Pequeno numero de descente ( baixa fecundidade);
● Grande investimento pela fêmea (gestação longa).
Conservação
● Não são capazes de superar altas taxas de mortalidade impostas
pela exploração comercial;
● Muitas populações sofreram declínios de 70 a 90 % nas ultimas
duas décadas exploração das nadadeiras;
● Características reprodutivas;
● Maturação tardia;
● Períodos de gestação longo;
● Prole geralmente em numero reduzido;
● Intervalos longos entre gestações.

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