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Complemento - 1

Complemento de Biologia para Perito Criminal


Reino dos Metazoários

Poríferos (espongiários)

Os PORÍFEROS são também conhecidos como ESPONJAS. Existem cerca de cinco mil espécies de poríferos predo-
minantemente marinhos sendo apenas 150 espécies dulcícolas.

Variedade de Esponjas

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2 - Complemento

Dentro da escala zoológica as esponjas são os representantes mais simples, em termos estruturais. A maioria desses
animais é marinha e não apresenta órgãos bem definidos. Talvez, seja essa uma característica que favoreça a grande
capacidade de regeneração desses animais. Mesmo se cortássemos em vários pedaços, certamente uma esponja po-
deria reconstituir vários novos indivíduos. A reprodução mais comum é o brotamento, mas também ocorre a formação de
gametas, com o zigoto originando uma larva (anfiblástula).

Estrutura e fisiologia
As esponjas são animais filtradores. Capturam partículas suspensas na água, gerando um fluxo de água que entra
pelos poros ao longo do corpo, até chegar numa cavidade chamada de átrio ou espongiocele. No átrio estão as células
que geram o fluxo de água, através de movimentos contínuos dos flagelos. Essas células são chamadas de coanócitos,
por apresentarem um aspecto de colarinho. Os coanócitos também capturam as partículas e as digerem. A água é enviada
para o meio externo por uma abertura maior, central, chamada de ósculo.
O alimento é digerido no interior de vacúolos e, posteriormente, distribuído para todas as células vivas. Externamente
a parede corpórea é revestida por células epidérmicas achatadas denominadas pinacócitos.

Entre a camada de pinacócitos e a de coanócitos existe uma região intermediária que é preenchida pelo mesênquima,
uma estrutura gelatinosa que contém: inúmeras células livres denominadas amebócitos; uma rede de proteínas denomi-
nada espongina e espículas de carbonatos de cálcio ou sílica, que se prestam a sustentação das partes moles. Quando
adultos são sésseis vivendo fixos principalmente a substratos rochosos e conchas.
Existem três tipos estruturais de esponjas áscon (saco), sícon (figo) e lêucon (branco) que apresentam gradual au-
mento da superfície de contato dos coanócitos com a água. Portanto as esponjas tipo lêucon estão mais adaptadas a
promover uma filtração mais eficiente da água e aproveitam melhor os nutrientes disponíveis.

Observe os esquemas das três principais formas de poríferos.

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Considerando que os poríferos sejam organismos mui- Enquanto as esponjas não apresentam tecidos espe-
to simples a digestão é do tipo intracelular, a excreção é cializados, os animais que se aproximam dos primeiros a
realizada por difusão para o meio externo e a respiração é formarem tecidos mais organizados e órgãos são os ce-
aeróbica sendo realizada diretamente pelas células. Não lenterados ou cnidários, embora mais complexos. Entre
existe sistema nervoso. esses animais estão as águas-vivas, as anêmonas, as
hidras e os corais. Esses animais reproduzem-se assexu-
Reprodução adamente por brotamento e estrobilização (fragmentação
As esponjas podem se reproduzir de forma sexuada ou longitudinal do corpo), mas formam gônadas e gametas.
assexuada. Podem-se encontrar larvas em algumas espécies. Há dois
padrões de formas nesses animais: pólipo e medusa.
Reprodução sexuada: ocorre a união de gametas mas-
culino e feminino formando um zigoto que origina uma lar- PÓLIPOS: têm corpo tubular e apresentam duas extremi-
va ciliada (anfiblástula), nas esponjas dos tipos sícon. dades: uma é fechada e permite a fixação ao substrato; a
outra contém a boca, geralmente circundada por um ema-
Reprodução assexuada: pode ocorrer por brotamento, ranhado de tentáculos. Podem viver isolados ou formar
regeneração e através de gêmulas que aparecem mais colônias. Ex: anêmonas-do-mar, hidra e corais.
em esponjas de água doce. * A maioria é fixa, mas podem se locomover. Um exemplo
é a hidra de água doce que se locomove por cambalhotas.
· Surgimento da cavidade gástrica (gastrovascular):
CELENTERADOS OU CNIDÁRIOS

MEDUSAS: possuem o corpo em forma de guarda-chuva:


a boca localiza-se na região central da superfície côncava
e tentáculos pendem dos bordos. São móveis e de corpo
gelatinoso, daí serem conhecidas como águas-vivas. O
movimento deve-se aos tentáculos em torno da boca, ou
por jato-propulsão, quando apresenta um véu, que permi-
te manter a água sob pressão.
Os celenterados receberam esse nome, devido ao fato
de serem os primeiros ou mais próximos dos ancestrais
dos primeiros seres com uma cavidade digestiva. (Cele =
cavidade; enteron = digestiva).

São organismos predominantemente aquáticos mari-


nhos, podem nadar livremente (medusas) ou viver fixos
(pólipos) no fundo do mar ou dos rios, sozinhos ou forman-
do colônias.
Este grupo compreende as hidras, os corais e as anê-
monas-do-mar. Estes animais são todos predadores, com
tamanho variando desde formas microscópicas até outras
macroscópicas de vários metros.

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O significado e a importância da cavidade digestiva


Cavidade digestiva significa que o animal produz um suco digestivo, com enzimas que degradam o alimento, na cavi-
dade, só absorvendo substâncias menores. Pense no seu estômago, ele é um órgão que produz suco gástrico e digere
o alimento, antes de enviar para o intestino. Afirma-se que apresentam digestão extracelular e intracelular. A vantagem
desse sistema é permitir a captura de alimentos maiores.

Tanto os pólipos como as medusas são animais carnívoros e capturam suas presas descarregando uma substância
urticante (que queima), presente em células nos tentáculos, os cnidócitos. A presença característica dessas células, nesse
grupo, permitiu nomeá-los de cnidários.
Esses animais apresentam reações a estímulos externos, que os permitem se defenderem ou capturarem sua presa.
Isso se deve ao fato de terem uma rede de células nervosas que conduzem impulsos ao longo de todo o corpo do animal.

Os Cnidoblastos
O cnidoblasto é dotado de uma cápsula, o nematocisto, que abriga em seu interior um tubo filamentoso enovelado,
portador de um líquido urticante, contém ainda um cílio sensorial que funciona como um “gatilho”, ao ser estimulado, o
nematocisto “dispara” o filamento urticante, injetando a substância urticante no corpo da vítima, causando-lhe sérios feri-
mentos ou mesmo a morte.

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Complemento - 5

Podemos distinguir três classes principais dentro dos celenterados:

Classe de Celenterados
Classe Relação Pólipo / Medusa Representantes
Hydrozoa Pólipos predominantes Hydra (dulcícolas), Obelia (colonial, Physalia) (caravelas e coloniais).
Scyphozoa Medusas predominantes (águas-vivas) Aurélia
Actínia (anêmonas-do-mar), Corais (com exoesqueletos calcários que
Ranhozão Exclusivamente polipoides
participam da formação de recifes).
Apesar dos celenterados já apresentarem certa organização nos sistemas digestivo e nervoso, ainda não possuem
sistema circulatório e respiratório bem definido.

A METAGÊNESE

Reprodução
A reprodução dos celenterados pode ser assexuada e sexuada. Abaixo, observamos o BROTAMENTO em Hidra,
representando um processo assexuado. O Broto formado pode se destacar, fixar-se ao substrato e crescer como um
indivíduo separado, ou permanecer ligado ao indivíduo original e formar uma COLÔNIA.

Há uma grande variedade de espécies de celenterados e alguns grupos apresentam uma peculiaridade na reprodu-
ção. Ao completar o ciclo reprodutivo, surgem duas formas de vida que se alternam uma forma de pólipo, que dá origem a
medusas, por reprodução assexuada. As medusas geram gametas que formam um zigoto. Esse zigoto dá origem a uma
larva ciliada, que se fixa e forma um novo pólipo. Essa alternância de gerações, onde uma fase se reproduz assexuada-
mente e a outra sexuadamente é conhecida como METAGÊNESE.
Fase sexuada: é representada pela forma de medusa. Essas produzem gametas que se encontram externamente, ge-
rando uma larva plânula. A larva origina a forma polipoide.
Fase assexuada: é representada pela forma poliploide, que ocorre por brotamento ou por estrobilização (fragmentação).

Abaixo, o ciclo reprodutivo da Aurélia spp, um cifozoário.

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Veja agora, o ciclo de vida da Obelia spp, um hidrozoário.

ASPECTOS EMBRIOLÓGICOS

São organismos diblásticos, com órgãos apresentando funções bem definidas. Os celenterados possuem a parede
do corpo formada externamente por uma camada epidérmica com função protetora e sensorial. Internamente existe
uma camada de células a gastroderme que tem função digestiva. Entre a camada epidérmica e a gastroderme existe a
mesogleia, estrutura gelatinosa que serve de apoio para o corpo.
Entre a mesogleia e a epiderme existem células nervosas que, em conexão funcional com outras células, aparecem
então mais uma vez determinam o surgimento, pela primeira vez nos animais, de um mecanismo sensitivo-neuromotor.
Apesar disso, não há uma centralização desse sistema que é chamado de rede nervosa difusa.

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· O surgimento da simetria bilateral e de três folhetos germinativos: PLATELMINTOS

Quando se fala em vermes, é comum considerá-los como “inimigos”. Apesar disso, muitos desses animais são de vida
livre, como as planárias. Entre os representantes dos platelmintos pode-se citar: a planária (Turbellaria), o esquistossomo
(Trematoda) e a tênia (Cestoda). O primeiro é de vida livre e os dois últimos são parasitas.

Esses vermes, que apresentam um corpo achatado na região dorsoventral, são os representantes mais próximos dos
primeiros seres com uma simetria bilateral.

A simetria bilateral Uma característica importante, derivada dessa simetria é


Simetria corresponde a similar, idêntico. Plano de simetria que a região anterior apresenta uma especialização no sistema
corresponde a um plano imaginário, que passando no meio do nervoso. Há a formação de gânglios nervosos, que correspon-
animal, poderia dividi-lo em duas metades semelhantes. dem a uma centralização do sistema nervoso, na região ante-
Assim, um peixe, um inseto, um cachorro, apresentam rior. Lembre-se que nos celenterados havia apenas uma rede
simetria bilateral, da mesma forma que os platelmintos. difusa, sem qualquer centralização. A centralização abriu cami-
nho para uma maior complexidade do sistema nervoso.

Outros tipos de simetria


Sim, no caso de uma anêmona-do-mar (cnidário), a sime-
tria é dita radial. Há mais de um plano imaginário que divi-
de o ser em metades semelhantes.

Observe no ciclo abaixo, a presença de estágios lar-


vais distintos: miracídio – esporocisto - cercária, eviden-
ciando o desenvolvimento indireto desses seres.

Com o surgimento dos bilaterais, podemos falar em região


anterior, posterior, dorsal ou ventral. Tente achar a região dor-
sal de uma anêmona. Certamente, não será possível.

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A planária apresenta características interessantes, tais como: parece ter olhos, absorve alimentos por um tubo, que
parece um aspirador de pó, e se regenera com uma facilidade incrível.
As estruturas que parecem olhos, na verdade são ocelos. Eles não formam imagem, mas percebem as alterações de
luz. A planária apresenta um tubo digestivo mais ramificado, mas como os celenterados, só apresentam boca, sem ânus
(tubo digestivo incompleto). Para se alimentá-la everte a faringe, formando um tubo.

A planária apresenta inúmeras células especializadas em eliminar excretas e realizar o controle hidros salino, as
células-flama ou solenócitos. O fato de terem um corpo achatado facilita a difusão de substâncias com o meio externo.
Abaixo, um detalhe de solenócitos.

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Outra particularidade é o fato de ter a capacidade de se regenerar. Estudos feitos em laboratório já permitiram formar
planárias com mais de seis cabeças. Ao se dividir uma planária em duas partes, pode-se ter a formação de duas novas
planárias. As planárias são hermafroditas (monoicas), mas a fecundação é cruzada.

Aspectos embriológicos
Esses animais apresentam mais tecido especializados que os cnidários. Lembre-se que os cnidário são animais diblás-
ticos, onde os folhetos germinativos: endoderme e ectoderma originaram, respectivamente, gastroderme e a epiderme.
Nos platelmintos, ao realizar um corte transversal, observa-se a presença de três folhetos embrionários ou germinativos, a
ectoderma, a endoderme e a mesoderma. Por isso, esses animais são chamados de triblásticos. A ectoderma origina a
epiderme, a endoderme o revestimento interno de tubo digestivo e a mesoderma os demais tecidos, como a musculatura.

Outro aspecto é o destino do blastóporo da gástrula, que origina a boca, por isso classificados como protostômios.

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O surgimento do tubo digestivo completo - OS AS- humanos. Boa parte dos casos de verminoses, por esses
QUELMINTOS (Nematelmintos) animais, deve-se a falta de saneamento básico, pois a
continuidade do ciclo de vida desses animais depende do
destino dos ovos, que estariam no intestino e sairiam com
as fezes da pessoa parasitada.
Uma novidade evolutiva desse grupo é o aparecimento
de um tubo digestivo completo, ou seja, com boca e ânus.
Isso permite que o animal possa ingerir alimento, enquan-
to processa outro ingerido anteriormente. Nos celentera-
dos e nos platelmintos o tubo digestivo é dito incompleto e
a digestão é dita extracelular e intracelular.
Esses vermes diferenciam-se dos anteriores pela forma do
corpo. Além de corpo alongado, apresentam um corpo cilíndri-
co, sem segmentação. Vermes de corpo cilíndrico e “liso” (não
segmentado) definem o nome do grupo, Asquelmintos (asco =
em forma de saco; helminto = verme). Como exemplo, temos
os rotíferos, as lombrigas, os ancilóstomos, os oxiúros.

O grupo mais estudado desses animais é o dos ver-


mes nematoides (Nematelmintos), que parasitam os seres

Aspectos embriológicos
Os nematelmintos são triblásticos e formam uma cavidade delimitada por mesoderma e por endoderme, o pseudo-
celoma. Nesses vermes essa cavidade é preenchida por fluido pseudocelomático, que sob pressão funcionam como um
esqueleto hidrostático, além de permitir uma circulação de substâncias ao longo do corpo. O destino do blastóporo na
gástrula é originar a boca, por isso são animais protostômios.

O surgimento do celoma e do sistema circulatório: os moluscos


Esse grupo parece ter surgido anteriormente aos anelídeos. Mas, o que importa é reconhecer exemplos e particula-
ridades nesses animais. Lembre-se que já apareceram sistemas digestivo, respiratório e nervoso. Nesses animais, no
desenvolvimento embrionário, surge uma cavidade totalmente revestida por mesoderma, o CELOMA. Acredita-se que o
celoma representa uma ampliação do espaço dentro do animal, o que permitiu o desenvolvimento de mais órgãos.

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O grupo dos moluscos é caracterizado por apresentar corpo “mole”, dividido em cabeça, pé e saco visceral. Em geral,
formam conchas, produzidas por uma dobra da pele desses animais, conhecida como manto. Entre os exemplos, temos:
gastrópodes - caramujo, caracol e lesma.
bivalves (pelecípodes) - ostra, mexilhão, marisco etc.
cefalópodes - polvo, lula, sépia, náutilo.
escafópodes - dentálio
anfineuros - quítons

Os caramujos (gastrópodes) podem ser terrestres, aquáticos ou até ocupar os dois ambientes. Há caramujos que
apresentam brânquias, para ambientes aquáticos e um saco pulmonar, que funciona como um pulmão, eficaz no meio ter-
restre. É comum apresentarem dois tentáculos com olhos, na região anterior. Locomovem-se através de um pé musculoso
ventral. As vísceras localizam-se protegidas por uma concha calcária, que serve de proteção, quando molestados.

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As ostras e os mexilhões (bivalves) apresentam cabeça reduzida, com um pé e vísceras protegidas por uma con-
cha dividida em duas valvas. As valvas mantêm-se fechadas por fortes músculos. A maioria deixa de se locomover após
fixação em algum substrato. Esses animais filtram o alimento, puxando água com um sifão inalante e eliminado por outro
sifão, o exalante. As partículas são capturadas e o oxigênio é trocado. Os mexilhões têm uma capacidade de capturar
partículas alimentares pelas brânquias e as encaminham até a boca. Alguns bivalves geram uma proteção, quando uma
partícula estranha se aloja internamente. É secretado uma substância, que isola a partícula estranha. Esse processo
também ocorre com a formação de pérolas.

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Os cefalópodes como as lulas e os polvos são os únicos representantes que não exibem concha calcária. Apresentam
uma cabeça com olhos extremamente desenvolvidos e braços em forma de tentáculos habilidosos. Esses animais respiram
por brânquias, dentro da cavidade do manto, puxando água através de um sifão. Na boca, existem dentes rígidos. Quando
um polvo ou uma lula são molestados, estes liberam uma tinta e se locomovem rapidamente, por jato-propulsão.

Os dentálios (escafópodes) apresentam concha cô-


nica e vivem enterrados na areia de praias.

Os quítons (anfineuros) apresentam vários escudos


calcários, no dorso e são muito adaptados a sobrevive-
rem em regiões que recebem impacto de ondas, pois são
achatados e aderem fortemente às rochas. Eles repre-
sentam a linhagem de moluscos mais próxima dos seus
ancestrais. Hoje em dia, os anfineuros foram divididos em
dois grupos: os monoplacóforos e os poliplacóforos.
Os quítons fazem parte do segundo grupo.

A METAMERIA: OS ANELÍDEOS

São organismos que vivem em ambiente terrestre, ma-


rinho e dulcícola. Possuem o corpo alongado, cilíndrico e
dividido em anéis (segmentos ou metâmeros). A divisão
em metâmeros ocorre tanto externa como internamente.
Cada anel abriga diversos órgãos individualizados como
nervos, estruturas musculares e excretoras.
Dividem-se em três grupos, utilizando-se como critério
a presença ou quantidade de cerdas ao longo do corpo.
Como exemplos têm:
– grupo dos oligoquetos (poucas cerdas) - (Lumbricus
terrestris), minhoca-louca (Pherentima hawaiana) e a
minhocaçu (Glossoscolex giganteus).
– grupo dos poliquetas (várias cerdas) - Ex. Eunice viri-
dis e Nereis spp.
– grupo dos aquetos (sem cerdas) ou hirudíneos - (Hiru-
do medicinalis)

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Apresentam uma estrutura mais complexa, com um sistema de vasos por onde percorre o sangue com hemoglobina
dissolvida no plasma. O sangue passa a ser um importante transportador de nutrientes para as células e de gases, seja
pela epiderme, no caso da minhoca ou de brânquias, no caso de poliquetas. O sangue é bombeado por cinco pares de
vasos pulsáteis ou corações laterais na região anterior e a difusão dos nutrientes e gases ocorre no nível dos capilares. A
presença de capilares sugere um sistema circulatório fechado.

A minhoca é o exemplar mais citado e tratado em cursos ou concursos. Esses animais vivem sobre o solo úmido,
perfurando-o. Alimenta-se de detritos orgânicos e elimina partículas menores, facilitando a ação de bactérias e fungos, na
decomposição.

REPRODUÇÃO
Outra característica é o fato de serem hermafroditas (monoicas), mas a fecundação é cruzada. Os casulos com os
ovos originam minhocas de forma direta, ou seja, sem fase larval, característico do desenvolvimento dos poliquetas, por
exemplo. Os poliquetas têm hábitos diversos. Há espécies que vivem errantes, em busca de alimento, outros formam
tubos e praticamente não saem mais, capturando partículas. Eles apresentam expansões do corpo, conhecidas como
parapódios, de onde partem inúmeras cerdas. Essas auxiliam na tração do animal, permitindo caminhar em um substrato.
As sanguessugas vivem em água doce e com sua ventosa, fixa-se em um hospedeiro e retira sangue dele. São ecto-
parasitas (parasitas externos) de vertebrados.

ASPECTOS EMBRIOLÓGICOS
São organismos triblásticos, celomados (são os únicos vermes com esta característica) e possuem simetria bilateral.
A cavidade celômica possui um líquido que transporta nutrientes, gases e resíduos do metabolismo entre o sistema
circulatório e as células do organismo.
Possuem o corpo revestido por um tecido epitelial simples, que secreta uma cutícula delicada cuja função é proteger
o organismo contra a desidratação. A maioria dos anelídeos tem respiração cutânea, isto é, as trocas gasosas são efetu-
adas através da pele. Entre os representantes aquáticos existem as brânquias que retiram o O2 dissolvido na água por
difusão. A parede do corpo possui musculatura bem desenvolvida, que associada a cerdas quitinosas por contração e
expansão permite o movimento do animal.
Os anelídeos possuem sistema digestivo completo, com papo (armazena e amolece) e moela. Nas minhocas o intes-
tino tem uma prega longitudinal dorsal “tiflossoles, cuja função que indica uma ampla superfície de absorção”.

A excreção é realizada por estruturas denominadas nefrídeos que eliminam as excretas através da superfície do corpo.

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Complemento - 15

Esquema de nefrídeos em minhoca.

O sistema nervoso é ganglionar ventral, com um par de gânglios em cada segmento.

REPRODUÇÃO
Muitas espécies de anelídeos possuem clitelo. Esta estrutura produz um casulo do qual são eliminados os óvulos madu-
ros. O casulo então se desliga do clitelo e desloca-se para a extremidade da minhoca, onde recebe o espermatozoide de
outra e ocorre a fecundação. As minhocas são hermafroditas, mas realizam fecundação cruzada. Após a fecundação, o
casulo separa-se do corpo, e em seu interior os óvulos são fecundados e desenvolvem-se originando minhocas jovens
sem estágio larval, caracterizando desenvolvimento direto.

Esquema de reprodução de minhoca

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Comercialmente as minhocas são muito utilizadas artrópodos. Todos os artrópodes têm em comum o fato
como “arados naturais”, pelo seu hábito de construir ga- de terem pares de apêndices articulados (patas, ante-
lerias subterrâneas, revolvendo o solo, aumentando a ae- nas, quelíceras, palpos etc.), corpo segmentado e um
ração e a drenagem da água. Colaboram também com esqueleto externo rígido, revestido por quitina (exoes-
a adubação orgânica produzindo húmus além de serem queleto quitinoso).
incluídas em rações animais como fonte de proteínas. Com a presença de exoesqueleto, a dificuldade do
crescimento foi resolvida com a presença de mudas ou
OS APÊNDICES ARTICULADOS > ARTRÓPODES ecdises. Assim, os artrópodes, na ocasião da muda, au-
Os artrópodes (artro = articulação; podes = patas) re- mentam rapidamente o volume de seu corpo, rompendo
presentam, sem dúvida, o grupo de maior sucesso na face a camada fina de quitina que não foi reabsorvida. Logo,
da Terra. Afirma-se isso, pelo fato de que mais de 75% começa a reestruturação dessa proteção.
das espécies existentes são de artrópodes. Eles coloniza-
ram todos os ambientes. Apresentam ciclo de vida rápido,
geram milhares de descendentes, têm uma variada adap-
tação para a alimentação. São organismos triblásticos,
protostômios, celomados e de simetria bilateral.
Existem cerca de 900.000 espécies adaptadas para a vida
no ar, na terra, no solo, em água doce e salgada. Podemos
citar como principais representantes deste filo as classes:
Crustáceos - camarão, lagosta, siri, caranguejo, tatuzi-
nho-de-jardim, micro crustáceos (dáfnia, copépodes etc.).
Aracnídeos - aranha, escorpião, ácaro, carrapato, opilião.
Insetos - traça-de-livro, tesourinha, barata, gafanhoto,
louva-a-deus, cigarra, libélula, formiga, cupim, abelha, be-
souro, borboleta, mariposa, pulga, piolho, mosca, mosquito.
Diplópodes - piolho-de-cobra (embuá)
Quilópodes - lacraia
Dentro do Filo dos Artrópodes as classes dos dipló-
podes e quilópodes, juntamente com os Onicóforos têm
importância evolutiva porque estes organismos apre-
sentam características intermediárias entre anelídeos e

A variedade desses animais é subdividida em cinco principais grupos. Os critérios principais para a classificação dos ar-
trópodes devem-se ao tipo de segmentação do corpo, o número de antenas e o número de patas. Assim, temos:

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Complemento - 17

Os Crustáceos apresentam corpo segmentado em ce-


falotórax e abdômen, cinco ou mais pares de patas e dois
pares de antenas. Há sobre o corpo, além do exoesqueleto
quitinoso, uma camada de carbonato de cálcio. A maioria é
marinha, mas, há representantes de água doce e terrestres.
S. Digestivo: completo: estômago com dentes para triturar o ali-
mento (molinete gástrico), glândulas anexas (hepatopâncreas).
S. Circulatório: aberto ou lacunar, plasma provido de he-
mocianina para transporte de gases.
S. Respiratório: branquial.
S. Excretor: glândula verde, localizada abaixo das antenas
retira excretas do celoma e lançam para o meio externo.
S. Reprodutor: dioicos, fecundação interna, desenvolvi- S. Digestivo: completo, com digestão extracelular e extra
mento direto ou indireto com sucessivos estágios larvais. intestinal. Os sucos gástricos são injetados no corpo da
presa e quando estiver digerido será aspirado e absorvido
Os aracnídeos apresentam corpo dividido em cefalotó- pelo intestino.
rax e abdômen, quatro pares de patas, que saem do cefalo- S. Circulatório: aberto, coração dorsal, com hemocianina
tórax e não apresentam antenas. No entanto, encontramos para transporte dos gases.
apêndices próximos à boca, chamados de palpos e as que- S. Respiratório: composto por um pulmão e traqueias que
líceras, que nas aranhas, contém uma glândula de veneno. distribuem os gases para a hemolinfa, sistema filotraqueal.
No abdômen das aranhas encontramos fiandeiras, que se- S. Excretor: através de glândulas coxais que se abrem na
cretam um fio ou teia. Nos escorpiões, a glândula de veneno base das patas e também por túbulos de Malpighi.
está localizada no último segmento do abdômen (télson). As S. Reprodutor: dioicos, fecundação interna e desenvolvi-
garras de um escorpião correspondem a palpos modificados. mento direto.

- a sarna é causada pelo (Sarcoptes scabei);


- os cravos causados pelo (Demodex folliculorum) que infecciona os folículos e glândulas sebáceas da pele humana;
- espécies como (Dermatophagoides farinae) que se nutrem de detritos orgânicos encontrados no ambiente causam alergia;
- carrapato (Amblyomma cafennense), hematófagos que sugam o sangue de animais selvagens e do homem podendo
causar prejuízos em criações de boi, cavalos, porcos, cachorros, etc.

INSETOS

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18 - Complemento

Os insetos representam a maior variedade de espé-


cies na face da Terra. Apresentam um corpo dividido em
três partes: cabeça, tórax e abdômen. Na cabeça, além de
olhos e na base destes, encontram-se um par de antenas.
No tórax, saem três pares de patas e podem desenvol-
ver dois pares de asas. Nas moscas e mosquitos aparece
apenas um par de asas e por isso são chamados de dípte-
ros (di = dois; pteri = asa).

S. Digestivo: completo com glândulas anexas (salivares


e cecos gástricos).
S. Circulatório: aberto ou lacunar, dorsal, ausência de
pigmentos respiratórios.
S. Respiratório: tipo traqueal, tubos que comunicam um
orifício externo chamado espiráculo diretamente com os
tecidos.
S. Excretor: túbulos de Malpighi, que removem excretas
do sangue e lançam no tubo digestivo.
S. Reprodutor: dioicos, fecundação interna, desenvolvi-
mento direto ou indireto.

Os diplópodes como o embuá ou piolho-de-cobra,


apresentam um corpo com uma cabeça, contendo um par
de olhos e de antenas. Destaca-se um tronco longo, cilín-
drico e segmentado com patas articuladas que partem do
ventre do animal. Na maioria desses segmentos há dois
A grande adaptação dos insetos, além da reprodução pares de patas. Esses animais caminham lentamente e
rápida e enorme número de descendentes, são justamen- têm hábito detritívoro.
te, as asas. Outra particularidade é o tipo de desenvolvi-
mento do ovo até chegar ao adulto. Veja os tipos a seguir:

Ametábolos – sem metamorfose. O ovo eclode e libera o


indivíduo jovem com forma semelhante ao adulto. Ex. traça

OVO FORMA JOVEM IMAGO


(semelhante ao adulto) (adulto)

Hemimetábolo – com metamorfose incompleta: o ovo


eclode libera uma ninfa (forma jovem diferente do adulto),
sem asas e sem órgãos sexuais. Esta ninfa sofre ecdises
sucessivas adquire características adultas. Ex. gafanhoto,
barata, louva-a-deus, cigarra, libélula.

OVO eclosão NINFA mudas IMAGO


(forma jovem ) (forma adulta)

Holometábolo - com metamorfose completa. O ovo eclo-


de libera uma larva que libera grande quantidade de ali-
mento e realizam mudas originando a pupa (casulo ou
crisálida) que sofre grande transformações adulta. Ex.:
formiga, cupim, abelha, besouro, borboleta, mariposa, pul-
ga, piolho, mosca, mosquito.

OVO eclosão LARVA ecdises


PUPAS transformações IMAGO (forma adulta) Os quilópodes como as lacraias ou centopeias, tam-
bém, apresentam corpo dividido em cabeça e tronco, mas
há apenas um par de patas por segmento. O tronco é mais
achatado dorso-ventralmente e as patas partem pratica-
mente, da lateral do corpo. São animais que caminham
rápido, predadores e com um par de apêndices, as forcí-
pulas que injetam veneno.

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Complemento - 19

O SISTEMA AMBULACRAL E A DEUTEROSTOMIA: OS


EQUINODERMOS

Os equinodermos correspondem a um grupo de animais


que só habitam os mares. Apresentam como características
básicas um corpo revestido por espinhos, com um esqueleto
interno (endoesqueleto) calcário. Apresentam uma simetria
radial, quando adultos, mas as larvas têm simetria bilateral.
São animais triblásticos, celomados e deuterostômios.
Como exemplos de equinodermos podem citar os grupos:

asteroides - a estrela-do-mar

equinoides - o ouriço-do-mar e a bolacha-do-mar

crinoides - o lírio-do-mar ofiuroides - a serpente-do-mar ou ofiúro holoturóides – pepino do mar

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20 - Complemento

As estrelas, os ouriços e as holotúrias locomovem-se através de pequenos pés tubulosos, conhecidos como pés ambu-
lacrais. A particularidade desse sistema é o fato de que a musculatura se move em função água, pois os pés tubulosos estão
ligados a um sistema de canais cheios de água. A água penetra pelo madreporito, distribuindo-se pelos canais radiais.
As estrelas apresentam grande capacidade de regeneração e por muito tempo causaram prejuízos a comercialização
de pérolas, pois, sendo predadoras destes, os pescadores, ao encontrarem esses animais na criação de bivalves, que-
bravam a estrela em algumas partes e as jogavam de volta ao mar. Daí surgia mais e mais estrelas.

ASPECTOS EMBRIOLÓGICOS
Você já viu que os equinodermos apresentam esqueleto interno, mas a outra característica marcante está no desen-
volvimento embrionário (transformações do ovo, a formação do embrião, até as primeiras formas de vida livre). Tanto nos
cordados como nos equinodermos, o ânus surge de uma estrutura (o blastóporo), que nos demais grupos forma a boca.
Grosso modo podemos dizer que na maioria dos animais, a boca surge antes (na verdade, deriva do blastóporo), enquan-
to que em equinodermos e cordados o ânus é que surge antes (deriva do blastóporo). Essa característica aproxima os
dois grupos, equinodermos e cordados em termos evolutivos.

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Complemento - 21

OS CORDADOS

Em termos de classificação biológica, os vertebrados correspondem a um subgrupo do Filo dos Cordados. Esses ani-
mais fazem parte do Reino dos metazoários (animal), filo dos cordados e subfilo dos vertebrados. Quando nos referimos
a peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos, estão falando de classes.
Então, poder-se-ia afirmar que um chimpanzé pertence ao Reino dos Metazoários, Filo dos Cordados, Subfilo dos
Vertebrados e Classe dos Mamíferos.
O Filo dos Cordados compreende animais que apresentam, pelo menos durante uma fase da vida, uma estrutura cha-
mada de notocorda. Outras duas caraterísticas são: a presença de um tubo nervoso na região dorsal e fendas branquiais
na faringe.
Por exemplo, o anfioxo, animal aquático, com cinco cm de comprimento, vive no fundo de mares, filtrando partículas
alimentares. Esse animal apresenta durante a vida toda a notocorda. O anfioxo é classificado como pertencente ao subfilo
dos cefalocordados.

As ascídias apresentam notocorda apenas na fase larval móvel e quando adultos são fixas, com dois sifões por onde
a água é bombeada e filtrada.

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22 - Complemento

Características gerais dos Cordados

Os vertebrados apresentam, quando embrião, essa notocorda, mas, no decorrer do desenvolvimento ela desaparece.

OS VERTEBRADOS
Os animais considerados vertebrados são aqueles que apresentam um esqueleto interno formando uma coluna ver-
tebral. Ao longo da coluna, parte do esqueleto é formado pelas vértebras. Na região da cabeça dos animais destaca-se
a caixa craniana ligada, também, à coluna vertebral. Essa caixa craniana protege o encéfalo e apresenta, na maioria dos
casos mandíbulas com dentes. A coluna vertebral protege a medula espinhal, ligada ao encéfalo. Muitas partes desse
esqueleto, seja ósseo ou cartilaginoso, são articulados, permitindo grande mobilidade. Há grupos de vertebrados com
membros que favorecem o deslocamento em ambientes terrestres, possibilitam voo ou são transformados em nadadeiras.

Fazem parte desse grupo animais denominados de ciclóstomos, peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.

VERTEBRADOS SEM MANDÍBULAS (AGNATOS): OS CICLÓSTOMOS


Os ciclóstomos (ciclo= circular; estoma = boca) são animais alongados, sem mandíbulas (amandibulados) ou nada-
deiras pares. Só existem representantes aquáticos. Esses animais são próximos, evolutivamente, aos vertebrados mais
primitivos. Os representantes mais comuns são as lampreias e as feiticeiras. A maioria desses animais sobrevive como
parasitas externos de outros vertebrados, especialmente peixes.

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Complemento - 23

As feiticeiras são todas marinhas que vivem em águas profundas e se alimentam frequentemente de poliquetas
(anelídeos), rastejando e perfurando o substrato lodoso. A boca circular é circundada por tentáculos e apresenta dentí-
culos que se expandem ou se afastam, lateralmente, funcionando como uma pinça, quando saem e entram na boca. As
feiticeiras são atraídas, especialmente, por peixes doentes e moribundos e os atacam na região das brânquias e ânus.
Esses animais formam ovos, que ao eclodirem estão totalmente formadas, ou seja, não passam por qualquer estágio
larval (desenvolvimento direto) e chegam a atingir 1m de comprimento.

As lampreias também apresentam boca circular, com dentículos, mas sem tentáculos em torno dela. As lampreias
são parasitas e fixam-se no corpo de outros vertebrados por sucção, fazendo uma ferida rasa, na superfície do corpo do
hospedeiro. Na reprodução, formam-se ovos, que ao eclodirem, originam larvas conhecidas como amocetes. A maioria
desses animais migra, quando adulto, da água do mar para a água doce. A espécies menores têm um comprimento de 25
cm, mas, podem alcançar até um metro. As feiticeiras parasitam brânquias de peixes.

ASPECTOS EVOLUTIVOS DOS VERTEBRADOS COM MANDÍBULAS (GNATOS)


A descoberta e estudo dos fósseis, somados aos conhecimentos sobre as camadas do solo e atmosfera terrestre,
evidenciaram que muitos animais foram extintos ao longo dos milhões de anos, dentro dos aproximados cinco bilhões
de anos da existência da Terra. Muitos desses fósseis mostram uma semelhança com os animais existentes hoje, o que
sugere um grau de parentesco entre todos os vertebrados. Outros estudos reforçam essas ideias, pois, mostram que os
sistemas internos dos vertebrados são muito parecidos; o desenvolvimento de embriões de forma comparada, também,
mostra grande similaridade até certo estágio.

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24 - Complemento

OS PRIMEIROS VERTEBRADOS COM MANDÍBULAS: OS PEIXES


As evidências fósseis indicam que os primeiros peixes apresentavam uma carapaça óssea e a maioria apresentava
pequeno porte. Esses eram chamados de ostracodermos. A partir deles surgiram os peixes cartilaginosos (condrictes) e
os peixes ósseos (osteíctes).

OS PEIXES CARTILAGINOSOS (CONDRÍCTES)


Esses peixes, também conhecidos como elasmobrânquios ou condrictes, apresentam um esqueleto interno formado
de cartilagem, mais leve que esqueleto ósseo. Como exemplos típicos têm-se os tubarões, as raias e as quimeras. Esses
animais são os atuais representantes mais próximos dos primeiros vertebrados com mandíbulas. Esses peixes respiram
por brânquias, que retiram o oxigênio da água. A boca localiza-se na região ventral e apresenta inúmeros dentes. Em
cada lado do corpo observam-se fendas branquiais (cinco ou mais). A pele é revestida por escamas microscópicas, obten-
do um aspecto áspero. Alguns desses peixes cartilaginosos nascem a partir de ovos depositados pelas fêmeas, enquanto
que em outras espécies, os ovos eclodem dentro da mãe e terminam o seu desenvolvimento dentro dela.
Os tubarões, apesar da fama de violência e crueldade, são carnívoros fundamentais para o equilíbrio de populações
de outros peixes, nos mares.

As quimeras não são comuns no litoral brasileiro, mas surge em abundância em outros mares do hemisfério norte, principalmente.

OS PEIXES ÓSSEOS (TELEÓSTEOS OU OSTEÍCTES)

Esses peixes apresentam um esqueleto interno ósseo, com algumas cartilagens e o corpo pode ser revestido por es-
camas ou por couro. Entre esses animais encontramos uma enorme variedade, como: sardinha, salmão, dourado, tilápia,

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Complemento - 25

carpa, traíra, pintado, linguado, baiacus, pirarucu, jaú, bagre, pacu, namorado, piranha, acará-bandeira, paulistinha, neon,
anchova, atum, lambari, cavalo-marinho etc. São peixes que colonizaram ambientes marinhos e de água doce, entretanto,
alguns são capazes de migrar do mar aos rios para se reproduzirem e os filhotes fazem o caminho inverso.
Os peixes ósseos respiram também por brânquias, mas apresentam uma membrana óssea (opérculo) que as protege.
A boca se posiciona na região anterior e há uma variedade de adaptações, seja para raspar, morder, capturar alimento
no fundo ou na superfície. Na reprodução, geram inúmeros ovos e o ciclo de vida é rápido. Apesar de muitos filhotes, a
maioria morre nos primeiros anos de vida.

Os osteíctes apresentam uma vesícula gasosa interna, que ao se encher de gases, vindos do sangue, torna o peixe
mais leve. Isso permite que ele controle o movimento vertical na água, podendo parar facilmente.

Muitos desses peixes vivem em cardumes e conseguem se manter equilibrados pela presença de uma linha lateral,
de cada lado, que permite captar as vibrações na água.

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Alguns peixes de água doce apresentam incrível adaptação a períodos de seca. Os peixes “pulmonados”, como a
piramboia conseguem sobreviver sob o lodo, quando o rio abaixa o seu nível. Isso é possível, devido a vesícula gasosa,
presente nesses animais, ter a capacidade de realizar a respiração como se fosse um pulmão. Alguns cientistas acreditam
que os primeiros anfíbios tenham derivado de peixes com essa adaptação.

O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO DOS AMBIENTES TERRESTRES PELOS VERTEBRADOS:

OS ANFÍBIOS
Os estudos indicam que os primeiros vertebrados a ocuparem o ambiente terrestre foram os anfíbios, na verdade os
ancestrais dos atuais, os primeiros tetrápodes. Parte desse sucesso deve-se ao esqueleto com duas cinturas de ossos
(escapular e pélvica) de onde se ligam membros (patas).

Esses animais só são encontrados em ambientes de água doce ou terrestre úmido. Os anfíbios como os sapos, as
pererecas, as salamandras, entre outros, quando jovens vivem na água e podem, quando adultos, ocupar o ambiente
terrestre, embora muito úmido. Os sapos e pererecas são chamados de anuros (sem cauda); as salamandras, urodelos
(com cauda) e as cobras-cegas, ápodes (sem patas).

O que restringe os anfíbios a tais ambientes?


Em primeiro lugar, os ovos sem casca desses animais, quando eclodem, formam uma fase larval (desenvolvimento indire-
to), por exemplo, o girino (larva dos sapos). O girino é aquático e respira por brânquias, alimenta-se de larvas de insetos e de
outros microrganismos nos rios, lagos, lagoas e pântanos. Na medida em que cresce, o girino sofre uma metamorfose, redu-
zindo a cauda e desenvolvendo membros para locomoção no ambiente terrestre. Quando atinge a fase adulta, o sapo respira
por pulmões, mas principalmente, através da pele delgada (fina), úmida e altamente vascularizada. Um sapo, por exemplo,
depende da sua pele sempre úmida para que possa retirar oxigênio da atmosfera e eliminar o gás carbônico.

O AVANÇO DOS RÉPTEIS NO AMBIENTE TERRESTRE


A partir de ancestrais dos anfíbios primitivos (tetrápodes) surge um variado grupo, os répteis. Os répteis não apresen-
tam fase larval e desenvolvem-se a partir de um ovo com casca rica em cálcio (casca calcária). Os adultos apresentam
uma pele grossa, seca e impermeável. Essa pele impermeável tem a vantagem de impedir a perda de água por transpi-
ração, que ocorre em grande intensidade nos anfíbios.
Assim, os répteis perderam a capacidade de realizar trocas gasosas pela pele, mas, apresentam em compensação,
pulmões eficazes.

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Complemento - 27

Conhecemos como répteis animais tais como:


- Quelônios: as tartarugas (aquáticas), os cágados (terrestres) e jabutis (água doce), com uma carapaça rígida (plastrão);
- Crocodilianos: os jacarés e crocodilos;
- Lacertídeos e ofídios: os lagartos e as cobras;
- os extintos dinossauros, entre outros.

A IMPORTÂNCIA DO OVO COM CASCA CALCÁRIA


O ovo de répteis apresenta outras adaptações importantes, além da casca calcária. Na formação do embrião, surgem
anexos embrionários que permitem o desenvolvimento do animal com menor perturbação no ambiente.
Veja o esquema com os anexos embrionários e as respectivas funções:

A EXTENSÃO DOS DOMÍNIOS TERRESTRES PELAS AVES E MAMÍFEROS


Observando a distribuição de aves e mamíferos percebe-se que eles ocupam regiões em que os répteis não aparecem.

Que regiões são essas e quais as características que limitam a distribuição dos répteis nesses ambientes?
As aves e os mamíferos apresentam pelo menos duas características em comum, que permitem a esses animais sobrevi-
verem em regiões mais frias: uma camada adiposa (de gordura), sob a pele e o controle interno da temperatura do corpo.
As aves e os mamíferos são considerados animais de “sangue quente” ou mais apropriadamente, endotermos (endo
= interno) ou homeotermos. Isso se deve ao fato de que esses animais conseguem acelerar o metabolismo do corpo
(reações químicas nas células), gerando mais calor, principalmente, em temperaturas mais baixas. O calor é gerado nas
células, que se difunde para o sangue, sendo distribuído ao longo de todo o corpo. Há também, uma camada de tecido
adiposo (reserva de gordura) que retém mais o calor, pois funciona como um isolante térmico.

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Há inúmeras diferenças, mas destacamos algumas que são suficientes para caracterizar bem tais animais em grupos distintos.

AS AVES

As aves são conhecidas por apresentarem: corpo revestido por penas, bico, membros anteriores transformados em
asas, postura bípede com duas patas, cada uma com três garras. A maioria possui a capacidade de voar, outras como as
emas e os avestruzes são excelentes corredoras em campo; já os pinguins as utiliza como nadadeiras muito eficazes. A
diversidade de bicos permite uma grande variedade de formas de alimentação, seja como carnívoros ou como herbívoros.
As aves têm um comportamento de proteção aos filhotes, como os mamíferos. Eles cuidam da sua prole até que possa
sobreviver por si mesma, acompanhando e ensinando o filhote nas primeiras fases da vida.

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Complemento - 29

ADAPTAÇÕES AO VOO
As aves que voam chamadas de aves de rapina apresentam algumas estruturas que as permitem esse feito:

OS MAMÍFEROS

Os mamíferos são conhecidos, principalmente, por apresentarem um corpo revestido por pêlos e mamas. Outra carac-
terística é a presença de uma membrana musculosa que separa o tórax do abdômen e auxilia na inspiração e expiração, o
diafragma. A maioria habita ambientes terrestres e caminham sobre quatro patas, como cavalos, os bovinos, os canídeos,

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os felinos, os roedores; outros são bípedes, como os ho- perissodáctilos: anta, cavalo, zebra, rinoceronte.
mens, alguns macacos e os cangurus. As baleias e os gol- Esse grupo se caracteriza pela redução do número de
finhos e as focas são exemplos de mamíferos com corpo dedos de cinco para três, e o cavalo para apenas um. Muitos
hidrodinâmico, aptos a ambientes aquáticos, com mem- são excelentes corredores, pois apresentam pernas longas,
bros transformados em nadadeiras. O morcego é único com uma articulação extra, com alongamento dos ossos da
mamífero com asas e capacidade de voo. Alguns primatas palma e da sola. São incluídos nos grupos de ungulados, isto
apresentam a capacidade de se locomover saltando em é, as garras deram lugar aos cascos. Quanto a alimentação
árvores. Existem mamíferos com grandes tamanhos como são herbívoros. Foram bem sucedidos no princípio da idade
o elefante, o rinoceronte, o hipopótamo, a baleia, o urso, dos mamíferos, porém, hoje são reduzidos.
o leão marinho e a girafa, e existem mamíferos extrema-
mente pequenos como camundongos, esquilos, hamsters, artiodáctilos: javali, porco, veado, camelo, dromedário,
entre outros. girafa, bovídeos.
Os cangurus, coalas e gambás são exemplos de ma- Esse grupo se caracteriza pelo número par de dedos e
míferos marsupiais, isto é, os filhotes saem do útero e também são considerados ungulados e aptos a corridas.
chegam a uma mama, dentro de uma bolsa, o marsúpio, A redução dos dedos chega até o ponto de apresentarem
onde completam o desenvolvimento. um “casco fendido”. De forma contrária aos perissodácti-
los, aumentaram sua população e distribuição no mundo.
Os prototérios: Os animais deste grupo são os mamífe- Os suínos apresentam hábito onívoro, mas o hipopótamo
ros que põem ovos ou monotremados, que não possuem é herbívoro. Os mais bem sucedidos artiodáctilos foram os
lábios nem dentes. Os filhotes alimentam-se da secreção herbívoros, com molares com cúspides características em
de um tipo de leite que a mãe produz na sua superfície meia lua e aperfeiçoaram o estômago com várias câma-
ventral. Na fase adulta consomem invertebrados de água ras, associado à ruminação.
doce, portanto são aquáticos. A fêmea constrói seus ni-
nhos numa espécie de galeria e na primavera põe de três Os ruminantes: Este grupo se caracteriza pela dieta com-
a quatro ovos. Os representantes mais conhecidos perten- posta de vegetais, sendo, portanto, herbívoros; um exem-
cem a fauna australiana: o ornitorrinco e a équidna. plo típico é o cavalo. A homogeneidade maior quanto à
dentição é uma identidade importante.

endentados: preguiça, tamanduá, tatu.

São considerados formas aberrantes em diversos senti-


dos. Sua história parece restrita a América do Sul. Há evidên-
cia de que preguiças gigantes, que viviam no chão invadiram
a América do Norte. Eles apresentam articulações adicionais
nas vértebras que levou a serem também chamados de Xe-
nartros. As preguiças alimentam-se de folhas de árvores, os
tatus que são onívoros e apresentam uma carapaça dorsal
rígida e os tamanduás se caracterizam pelo focinho longo
apto a invadir cupinzeiros e formigueiros.

Os oricteropos e os pangolins eram classificados nesse


grupo, mas atualmente são considerados distintos e classi-
ficam-se como Tubulidentados. O primeiro é encontrado na
África, apresentam um focinho afilado, o corpo é recoberto
por escamas córneas superpostas, que lhe dão um aspec-
to de uma pinha de conífera. Ele têm o hábito de invadir
cupinzeiros, com as garras. Os pangolins, na América do Sul
alimentam-se de formigas perderam seus dentes, enquanto
que os oricteropos conservam alguns molares.

Os metatérios: Conhecidos também como marsupiais ou


mamíferos com bolsa. Durante o primeiro período de seu
desenvolvimento, o embrião permanece no interior da mãe;
depois de pouco tempo o filhote sai ao exterior e se refugia
dentro da bolsa da fêmea, conhecida também como marsú-
pio ou bolsa ventral, onde estão as mamas. Lá permanece
o recém-nascido, alimentando-se até que se desenvolva
totalmente. Então vai para o exterior, e às vezes retorna à
bolsa materna para mamar ou refugiar-se. O marsupial mais
conhecido é o canguru australiano, assim como as diversas
espécies de gambás e cuícas, que vivem em nossas matas.

Os eutérios: A principal característica deste grupo é que lagomorfos: coelho, lebre.


as fêmeas formam placentas, e por causa disso o embrião Os exemplos mais característicos deste grupo são os
e depois o feto, desenvolve-se plenamente no interior da coelhos e a lebre. Estão sempre roendo ou mastigando,
mãe. Para facilitar o estudo, existem várias ordens dentro e seus incisivos compensam esse desgaste constante,
do grupo dos eutérios: crescendo continuamente. Donos de uma rapidez repro-

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Complemento - 31

dutora impressionante calcula-se que uma coelha pode ter um radar. Assim ele nunca se choca contra os obstácu-
até 50 filhotes num só ano. Se todos estes descendentes los que encontra durante o voo noturno. No inverno vive
conseguirem sobreviver e, por sua vez tivessem filhotes, a em estado de letargia, pendurado permanentemente de
família inteira somaria um milhão de indivíduos, num perí- cabeça para baixo, nas cavernas e vãos escuros. Outros
odo de apenas quatro anos. quirópteros são o “orelhudo” e o “vampiro”, que podem ser
hematófagos, ou seja, alimentar-se de sangue de animais
proboscídeos: elefante domésticos como o dos rebanhos. Os morcegos são ex-
Recebem esse nome devido à tromba característica, tremamente importantes na conservação das matas tropi-
atualmente representados pelos elefantes. Anteriormente, cais por dispersarem as sementes de inúmeras espécies
existiram os mastodontes, que apresentavam incisivos em de árvores, ao se alimentarem de seus frutos.
bisel e molares apropriados para a trituração. Posterior-
mente, os mastodontes aumentam o seu tamanho e de- sirênios: peixe-boi, manati.
senvolvem maxilares longos com presas curtas em cima e Animais ‘pastadores’ de águas rasas do Atlântico tro-
embaixo. Nos elefantes houve uma redução dos maxilares pical e do Oceano Índico. Apresentam os membros ante-
e aumento das presas. Os mastodontes na idade do Gelo riores transformados em remos, os posteriores reduzidos
se distribuíam por todos os continentes, exceto América a vestígios e a cauda formando uma nadadeira horizontal.
do Sul e Austrália. Após grande proliferação no período Terciário, reduziram
se drasticamente e hoje são raros. A origem desses ani-
primatas: chimpanzé, homem, orangotango, sagui, gori- mais parece estar associada a algum ungulado.
la, gibão etc.
Os primatas mais conhecidos, além dos humanos são: cetáceos: baleia, golfinho, boto, orca
o chimpanzé ou macaco antropomorfo, ou seja, que tem São mamíferos adaptados à vida aquática. Possuem
forma semelhante à do ser humano. Seu hábitat é a flo- respiração pulmonar como todos os mamíferos e preci-
resta equatorial da África: Guiné e Congo. Tem a cabeça sam subir à superfície de vez em quando para respirar. O
pequena e achatada; apesar de ser facilmente domesticá- maior de todos é a baleia, que tem forma hidrodinâmica,
vel, tem aspecto feroz, por causa dos seus grandes olhos. como a dos peixes, mas peso e tamanho bem diferentes.
Cada uma das quatro extremidades que possui tem cinco Costumam medir até uns 30 metros de comprimento e pe-
dedos e o posicionamento do polegar oponível permite sar mais de 150 toneladas. Na parte superior da cabeça
que use a mão como se fosse uma pinça, para pegar ob- estão as fossas nasais, que é por onde ela expele aquele
jetos e comida com agilidade. esguicho de água. Não tem dentes, e sim, uma série de
A alimentação é variada: frutos, sementes, pássaros lâminas que funcionam como um filtro na hora de capturar
etc. É bem adaptado à vida arborícola e raramente cami- seu alimento: peixes e crustáceos. Vive na zonas árticas
nha a pé. O orangotango de Sumatra e Bornéu, que chega (polos) e possui uma camada de gordura grossa - hipo-
a medir até 135cm de altura; o gibão da Índia, de 90cm de derme, que protege o corpo do frio exterior. Atualmente a
altura, que pula de uma árvore para outra com facilidade baleia está em perigo de extinção devido a intensa caça
e rapidez, mas é um pouco lento quando está no chão e predatória pelo homem. A indústria pesqueira japonesa é
quando está de pé os braços continuam tocando o chão; a principal responsável pela diminuição das populações
o gorila vive nas florestas da África Ocidental e Centro de baleias, na busca de matérias primas como o óleo,
Oriental. Os machos medem até 1,70m de altura e pesam âmbar gris, carne e ossos. Por isso existem sociedades
200kg. Vivem em família e no chão. A pele e o pêlo são ecológicas que tentam proteger essa espécie e evitar
pretos e não costumam atacar o ser humano, apesar de que continuem com a exploração, de finalidade comercial
possuírem uma força imensa. No Brasil, o número de es- e industrial. Ao longo do litoral brasileiro existem alguns
pécies de macacos pequenos e médios é grande e entre pontos que beneficiavam o óleo de baleia, principalmen-
eles temos o macaco-prego, os micos-leões, o macaco- te na época colonial. Também pertencem a este grupo os
aranha, o bugio e os saguis. Todos eles em perigo de ex- golfinhos e cachalotes. A foca e o lobo-marinho formam
tinção pela destruição maciça de seus habitats florestais. um grupo à parte: os pínipedes, que se caracterizam por
terem barbatanas no lugar das extremidades.
carnívoros: canídeos (lobo, cão, raposa), felídeos (gato, leo-
pardo, leão, onça, lince), lontra, urso, quati, foca e leão-marinho. roedores: capivara, rato, esquilo, paca, preá, ouriço-cacheiro
Apresentam uma heterodontia - ligada diretamente ao Os ratos e ratazanas também são roedores . Têm hábi-
hábito carnívoro e generalista, e estrutura óssea típicas. tos subterrâneos e são importantes para a Saúde Pública,
Os dentes estão preparados para triturar, perfurar e ma- por poderem transmitir ao homem patógenos como pulga,
cerar. São representantes o cachorro, o gato, a raposa, o bactérias e fungos. Além, de poderem contaminar depó-
lobo-guará, o quati, a jaguatirica, a onça pintada, o lince, sitos de alimentos e causar prejuízos financeiros. Outros
o leopardo africano, o leão, o tigre e a pantera asiáticos. mamíferos conhecidos são os insetívoros, que moram de-
também pertencem a este grupo: o arminho, a ariranha, a baixo da terra, como a toupeira. o ouriço e o camundongo.
irara e a lontra, cujas peles são muito valorizadas, e tam-
bém o urso e a hiena. insetívoros: toupeira, mussaranho, ouriço
Esse grupo de pequenos mamíferos representa aque-
quirópteros: morcego les que mais se aproximam dos ancestrais remotos dos
São os únicos mamíferos voadores. Os morcegos, mamíferos. Os mussaranhos arborícolas do oriente são os
que são os exemplos mais característicos alimentam-se que menos sofreram alterações em relação aos seus an-
de insetos, frutos e sementes. O esqueleto do morcego se cestrais. A toupeira é conhecida pelas fortes patas usadas
prolonga numa membrana grande chamada patágio situ- para cavar e perseguem larvas de insetos e minhocas no
ada entre as extremidades e a cauda, o que lhes confere subsolo. As evidências mostram que os morcegos deriva-
uma “asa”. Possuem a visão atrofiada e para caçar à noite ram desse grupo.
se orientam usando o sentido da audição, que é capaz de - marsupiais: canguru, coala, gambá
captar os ultra-sons que ele mesmo produz como se fosse - monotremados: ornitorrinco e équidna

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32 - Complemento

A PLACENTA

Uma das razões do grande sucesso dos mamíferos, deve-se à formação de um anexo embrionário, a placenta, que
permite a mãe carregar o filhote até o seu nascimento. Na verdade a placenta é uma estrutura formada pelo cório do
embrião e pelo útero materno. A placenta permite uma interação maior entre mãe e filho, na medida em que o feto recebe
da mãe os nutrientes, oxigênio e anticorpos. Essa ligação se dá pelo cordão umbilical, que liga a placenta ao feto. As
espécies placentais produzem menos filhotes, em comparação com aves e répteis, que ficam mais expostos à predação.
No entanto, os mamíferos mais primitivos botavam ovos, como os répteis e as aves.

EVIDÊNCIAS DE ANCESTRALIDADE COM OS RÉPTEIS


Tanto aves como mamíferos apresentam pulmões eficazes, têm a pele seca e impermeável. Aparece queratina nas
penas, nos pêlos, nos bicos, nas garras, nos chifres, na pele. Queratina é uma proteína que também aparece no corpo de
répteis. Quanto à reprodução, a maioria dos répteis colocam ovos com casca calcária, como as aves e alguns mamíferos.
Talvez seja novidade para você, mas os mamíferos mais primitivos formavam ovos com casca. Entre os represen-
tantes atuais desses animais estão o ornitorrinco e équidna, que encontramos na região australiana. O ornitorrinco, por
exemplo, apresenta bico, patas com membranas entre os dedos, que facilitam o nado, no entanto, têm pêlos e células no
ventre materno, que secretam leite. O ovo eclode e surge um filhote que depende do leite materno.

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Complemento - 33

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34 - Complemento

Drogas – Efeitos no Corpo Humano a ser o sinônimo de droga, natural ou sintética. A toxicomina
é um estado de intoxicação periódica ou crônica, causado
Introdução pelo uso exagerado e repetido de drogas. E droga é qualquer
As drogas são produtos químicos que se usam no tra- substância que, introduzida no organismo, modifica alguma
tamento ou prevenção de doenças ou deficiências dos se- função. Além de acarretar dependência, provoca desvios da
res vivos. Os remédios são feitos com drogas. Podem ser conduta, e é usada tanto pelo seu efeito como para neutrali-
administradas por via oral, pela respiração, por meio de zar os fenômenos desagradáveis da abstinência.
injeções intradérmicas, intramusculares ou venosas, por Várias são as causas da toxicomania: congênita, viciamen-
absorção através da pele ou das mucosas, por enemas. to estrógeno, espírito de imitação, exibicionismo, dor moral.
O estudo científico da ação das drogas começou há São características da toxicomania: impulso irresistível para o
muitos anos; chama-se Farmacologia. Cada droga deve uso; tendência a aumentar as doses, devido ao fenômeno de
ser bem conhecida e experimentada, antes de ser usada imunização progressiva conhecido como mitridatismo (Mitrida-
com propósitos medicinais. tes VI Eupátor, rei do Ponto de 123 a 63 a.C., conseguiu-se
A ação de algumas drogas é o resultado de efeitos físi- imunizar-se contra venenos vegetais consumindo-os habitual-
cos ou químicos. Esta ação depende da absorção das dro- mente em doses cada vez mais fortes); dependência psíquica
gas e sua passagem para a corrente sanguínea. O sangue (psicológica) e, às vezes, física, mais aguda no período de
as transporta para os diferentes tecidos do corpo, onde se abstinência. A suspensão da droga dá lugar ao que se cha-
produz a reação. É difícil determinar a ação de algumas ma em medicina síndrome de abstinência (tremores, vômitos,
destas drogas. O médico e o cientista devem saber de diarreia, dores várias, excitação, delírio, colapso).
Na intensidade desses fenômenos e no fato de nem
quanto tempo a droga precisa para agir, qual a quantidade
todas as drogas implicarem na necessidade do aumento
necessária para produzir o resultado desejado. Também,
crescente das doses reside a diferença entre o uso dos
deve saber como o corpo elimina a droga. Há drogas que
opiáceos de um lado e do álcool e barbitúricos de outro.
mudam a cor das fezes ou da urina. São poucas as que
Além dos estupefacientes mais conhecidos e capazes de
se eliminam pela saliva, através da pele, ou por meio do
causar dependência - ópio, heroína, os alucinógenos, as
aparelho respiratório.
anfetaminas - mais de duzentos produtos farmacêuticos
As drogas se obtêm das plantas, dos microrganismos,
correntes são utilizados com fins idênticos, o que dificulta
de outros animais e de produtos químicos naturais ou ar-
uma conceituação exata do que seja droga.
tificialmente fabricados. A digitalina, droga usada no trata-
mento da insuficiência cardíaca, é retirada da folha seca Histórico das drogas
da dedaleira (Digitalispurpurea). A vacina para a varíola A ação das drogas sobre o organismo é estudada pela
é obtida do vitelo inoculado com o vírus vacínico, ou a Farmacologia, ciência bastante antiga, que entre os primiti-
partir do cultivo do vírus em ovo embrionado de galinha. vos se misturava com a magia. Conhecia-se a ação curativa
As drogas que se obtêm de processo metabólico dos ou anestésica de certos extratos vegetais e os alteradores da
microrganismo e que são eficientes na destruição de outros consciência tinham as vezes funções mágico-religiosas.
organismo, chamam-se antibióticos. Os antibióticos podem Há mais de 4.000 anos a.C. os Sumerianos (atual Irã),
classificar-se como de espectro amplo ou espectro estrei- utilizavam a papoula de ópio como a “planta da alegria”,
to. As drogas de espectro amplo são eficazes contra gran- que traduzia o contato com os Deuses.
de número de organismo, como as tetraciclinas. A penicilina Há 500 anos a.C. o povo Cita (habitantes do Rio Da-
é uma droga de espectro estreito, já que só atua sobre os núbio / Rio Volga - Europa Oriental), queimavam a maco-
agentes causadores de algumas doenças. nha (cânhamo) em pedras aquecidas e inalam os vapores
As drogas podem agir localmente ou em forma genera- dentro de suas barracas ou tendas.
lizada. Quando aplicamos creme para suavizar a pele das Na Antiguidade, o álcool ou mais comumente o vinho,
mãos irritadas, a ação se processa localmente. A aspirina era conhecido como a dádiva de todos os deuses, sendo
é uma droga que tem ação geral. Algumas drogas, como Baco o Deus do Vinho.
a cafeína e a adrenalina, aceleram o funcionamento dos Aproximadamente no ano de 1500, o CactusPeyote
órgãos. Estas se chamam estimulantes. Drogas como a era utilizado em cerimônias religiosas (no descobrimento da
morfina e o fenobarbital tornam mais lento o funcionamen- América). O ópio foi por muito tempo cultivado livremente por
to dos órgãos; chama-se depressores. As pílulas para camponeses, por volta do século XVI, como fonte de alívio de
dormir são depressoras e uma dose exagerada pode pro- sua triste realidade sofredora. Na mesma época, os espanhóis
vocar estado de coma. utilizavam as drogas alucinógenas como uma forma de auto-
Nenhuma droga deve ser usada sem prescrição médica. castigo, pois para este povo, Droga significa “Demônios”.
Certas pessoas se acostumam a tomar drogas. O corpo Ainda no século XVI, junto com drogas realmente eficazes,
das pessoas, normalmente, não depende de drogas e é pos- como digitalina e beladona, os médicos receitavam pó de asa
sível então quebrar esse hábito sem muito esforço. Algumas, de morcego, ou pedras preciosas trituradas, que feriam a mu-
porém, chegam a depender tanto delas, que é muito difícil cosa do intestino e devem ter matado muitos pacientes.
abandonar o costume de tomá-las. As doenças provocadas Nos séculos XVIII e XIX, a Farmacologia tornou-se
pelas drogas chamam-se farmacogênitas ou farmacoses. mais científica, comprovando o efeito de vária drogas tra-
dicionais como a cânfora, quina ou coca, e descartando
Conceito de droga e tóxico segundo a OMS as ineficazes. A descoberta de medicamentos naturais
Segundo a OMS, em grego, tókson quer dizer ‘arco’, prosseguiu com os antibióticos, extraídos de fungos, e os
‘flecha’, ‘arco e flecha’; e a forma adjetiva toksikós, ‘relativo tranquilizantes, extraídos de plantas.
a arco, flecha, arco e flecha’. Assim, toksikónphármaconé O ópio (morfina/anestésico) incentivado na guerra civil
‘veneno para flecha’. Curiosamente, o significado de phárma- americana (1776) era utilizado para fornecer alívio à dolo-
con estendeu-se a toksikón; e quando Ovídio fala em toxicum, rosa vida dos soldados.
quer dizer ‘veneno para flecha’. Em Horácio e Columela a pa- A primeira droga sintética utilizada pela medicina foi o
lavra já tem sentido mais amplo: quer dizer veneno em geral. hidrato de cloral, em 1869. A partir daí os remédios, antes
O sentido ficou nas línguas modernas, em que a intoxi- extraídos de ervas pelo boticário, começaram a ser fabri-
cação quer dizer envenenamento. Finalmente, tóxico passou cados por grandes indústrias.

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Complemento - 35

Em 1890, iniciou-se a livre comercialização de vinho, A maioria dos hipnosedativos constitui-se de depres-
elaborado com extratos de coca e xaropes, com as mes- sores gerais, atacando o sistema nervoso central e uma
mas composições. série de atividades celulares vitais. Por isso é indispensá-
Em 1914, deu-se a proibição da livre negociação, com vel um profundo conhecimento da ação e dos riscos pro-
isto iniciou-se o Mercado Negro - ilícito (EUA faturou cerca piciados por esses medicamentos, para que sua utilização
de 100 a 200 bilhões de dólares). reverta em benefício e não em prejuízo do paciente.
Por volta de 1920, os EUA instauraram a “LEI SECA” Estes tipos de drogas podem atuar sobre o estado de
- Proibição do comércio de álcool - lei esta que prorrogou- vigília (noolépticos), onde ficam incluídos os hipnóticos
se por 13 anos. (soníferos), barbitúricos ou não; ou sobre o humor (timo-
Durante a 2ª Grande Guerra, receitas de anfetaminas lépticos), subgrupo em que se incluem os neurolépticos
(estimulantes) eram utilizadas para combater a fadiga. (fenotiazina, reserpínicos e butirofenonas) e os tranquili-
Barbitúricos/Hipnóticos tiveram seu auge em 1950 “VIVA zantes (meprobamato, diazepínicos).São:
MELHOR COM A QUÍMICA” (Lema utilizado pelos laboratórios).
1960 foi o auge do LSD (a era dos ácidos), muitos psiquiatras álcool
receitavam impiedosamente o consumo deste tipo de droga. hipnóticos: combatem a insônia
Em 1970 proliferação da cocaína e seus derivados, barbitúricos (Ex: Gardenal)
entre eles o “crack”, e mais recentemente aparecendo o não-barbitúricos (Ex: Mogadon, Dalmadorm, Dormo-
ecstasy, mais popular entre as classes média e alta. nid, Sonebon)
A atuação desses medicamentos no organismo varia ansiolíticos: calmantes que diminuem a ansiedade
conforme o indivíduo e a dose aplicada. Uma substância ca- narcóticos ou hipnoanalgésicos: apresentam três pro-
paz de livrar o homem de uma doença mortal pode tornar-se priedades farmacológicas fundamentais, como aliviar
extremamente perigosa se o seu emprego for incorreto. a dor, produzir hipnose e induzir à dependência.
opiáceos naturais (ex: morfina e codeína)
As drogas na sociedade atual opiáceos semi-sintéticos (ex: heroína)
(As drogas mais usadas) opiáceos sintéticos (ex: Metadona)
Há dois tipos de drogas: As Lícitas e as Ilícitas. solventes (cola de sapateiro, benzina, acetona)
Lícitas: São aquelas legalmente produzidas e comercializadas
(álcool, tabaco, medicamentos, inalantes, solventes), sendo Benzodiazepínicos
que a comercialização de alguns medicamentos é controlada, São medicamentos usados para controlar a ansiedade
pois há risco de causar dependência física/psíquica. e o nervosismo das pessoas, causando dependência físi-
Ilícitas: São aquelas substância cuja comercialização é ca e psicológica.
proibida por provocar altíssimo risco de causar dependên- Efeitos psíquicos: Tranquilidade, relaxamento, indução
cia física e/ou psíquica (cocaína, maconha, crack, etc.). ao sono, redução do estado de alerta.
Efeitos Físicos: Hipotonia muscular (a pessoa fica
Drogas psicotrópicas “mole”), dificuldade para andar, diminuição da pressão
Medicamentos que agem sobre o psiquismo. Agrupam sanguínea e dos reflexos psicomotores.
quatro categorias: tranquilizantes (diminuem a ansiedade
e a tensão nervosa), antidepressivos (evitam ou atenuam Barbitúricos
a depressão), neurolépticos (produzem estado de indife- O grupo mais importante de sedativos e hipnóticos
rença psicomotora e suprimem surtos psicóticos) e sonífe- deriva do ácido barbitúrico, cujos medicamentos são por
ros (provocam sono). Todos têm propriedade diferentes e isso, reunidos sob o nome genérico de Barbitúricos. O
podem causar dependência. ácido barbitúrico (malonilureia) resulta da combinação do
No seu conjunto, os psicotrópicos formam a psicofarmaco- éter dietílico do ácido malônico com a ureia e foi obtido
logia, campo de rápido desenvolvimento e que tem trazido im- pela primeira vez por Adolph von Bayer, em 1864.
portantes contribuições ao conhecimento dos processos psicó- Entretanto, a propriedade de depressor do sistema ner-
ticos e do funcionamento do sistema nervoso central em geral. voso central não se relaciona com o próprio ácido barbitúrico,
Substâncias psicotrópicas são conhecidas e usadas mas sim com a substituição de dois átomos de hidrogênio do
desde a mais remota antiguidade na forma de sedativos e carbono em posição 5, por grupos alcoíla ou arila.
tranquilizantes. O primeiro barbitúrico hipnótico, o barbital foi suplan-
tado por inúmeros barbitúricos de ação mais curta. Assim,
Drogas psicolépticas em 1912, surgiu o fenobarbital (comercialmente, Luminal)
Também chamados de Sedativos, são as drogas que di- que, além de bom hipnótico, possui propriedades que o tor-
minuem a dor e combatem a insônia, os estados de ansieda- nam útil como anticonvulsivo e sedativo. Posteriormente,
de e de agitação psicomotora. Muitos deles possuem efeito foram sintetizados mais de 2.500 barbitúricos, dos quais
hipnótico, induzindo ao sono. Classificados também como cerca de cinquenta chegaram a ser comercializados.
hipnosedativos, são apropriados para os diversos tipos de agi- Os barbitúricos são depressores gerais, que atuam so-
tação e ansiedade, mesmo nos casos de convulsão psicótica, bre as atividades dos nervos, músculos esqueléticos lisos e
embora não possuam efeitos antipsicóticos específicos. músculos cardíacos, diminuindo o consumo de oxigênio em
Os hipnosedativos, utilizados para produzir sonolên- vários tecidos de mamíferos. Devido à grande suscetibilida-
cia, constituíram, juntamente com o álcool, os opináceos de do sistema nervoso central aos barbitúricos, ele pode ser
e a beladona, os únicos medicamentos conhecidos com deprimido por um pequena dose do medicamento, sem que
propriedades de sedação, isto é, de acalmar pacientes outros sistemas sejam afetados. Embora a ação dos barbi-
ansiosos e agitados. Seu papel como sedativo ainda é im- túricos na condução e transmissão dos impulsos nos nervos
portante, apesar do arsenal terapêutico contar com grande periféricos seja conhecida ainda há controvérsia em atribuir-
número de agentes tranquilizantes, que se distinguem por se a esse mecanismo a ação hipnótica do medicamento.
produzirem menos sonolência. entretanto, alguns desses O grau de depressão produzido pelos barbitúricos no sis-
medicamentos, preponderante ansiolíticos na ação (seda- tema nervoso central varia da leve depressão ao estado de
tivos), são utilizados também como hipnóticos. coma. Tal variação depende não só da dose e do tipo de

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36 - Complemento

barbitúricos empregados, como também na suscetibilidade - Analépticos: Os estimulantes analépticos são indicados
do sistema nervosos central no momento da administração. no tratamento da depressão produzida por doses exces-
Essa suscetibilidade pode estar diminuída devido à tolerân- sivas de barbitúricos ou morfina. Quando são usados em
cia decorrente de repetidas administrações do medicamento, grandes doses, estimulam também as áreas motoras ce-
com a consequente resistência do indivíduo. rebrais, causando convulsões acompanhadas de incons-
Em muitos aspectos, o sono induzido pelos barbitúri- ciência. Diferem entre si na maneira de dosar e na potên-
cos é semelhante ao sono normal (fisiológico). A diferença cia e duração de efeito. O leptazol é administrado em dose
principal está na diminuição da fase fundamental do sono única, de ação rápida e efeito breve. Menos potentes, mas
fisiológico, conhecida por sono paradoxal, cuja privação efeitos mais prolongados, a niquetamida e a bemegrida
acarreta vários efeitos nocivos. Nessa fase, há aumento são administradas em doses fracionadas.
da atividade eletroencefalográfica, acompanhada de mo-
vimentos oculares rápidos, movimentos das extremidades - Medulares: A estricnina é o mais importantes dos es-
e diminuição da tensão muscular. Com o uso contínuo de timulantes medulares. Em grande quantidade, ela pode
barbitúricos, diminui a ação do medicamento sobre a fase causar a morte por depressão do centro respiratório, sem
paradoxal e, com a retirada do mesmo, há um aumento res- produzir nem mesmo convulsões. Em doses menores,
saltado dessa fase, com irregularidades do ciclo do sono, aguça os sentidos da audição, olfato e tato. Os efeitos de
ocorrendo pesadelos e sensação de ter dormido mal. sua intoxicação são semelhantes aos da toxina tetânica.
Os barbitúricos acarretam uma série de efeitos secundá- Também com ação sobre a medula espinhal, a bruci-
rios, que vão desde alterações sutis do humor e da capacidade na e tebaína, alcaloides obtidos da Strychonosnuxvomi-
de julgamento e coordenação motora até depressão do centro ca, são menos potentes do que a estricnina.
respiratório. Podem causar também dependência, da mesma
forma que diversos outros hipnosedativos não barbitúricos. Drogas psicodislépticas
Efeitos psíquicos: Sonolência, sensação de calma e re- Também conhecidas como alucinógenos, são drogas
laxamento, sensação de embriaguez. perturbadoras da atividade do SNC. São os chamados
Efeitos físicos: Afeta a respiração, o coração e a pressão despersonalizantes, porque desestruturam a personalida-
do sangue, causando dificuldade para se movimentar e de, também conhecidos por psicomiméticos, porque mi-
sono pesado. metizam uma psicose.
Alucinógenos primários (principal efeito: alucinação)
Drogas psiconalépticas sintéticos (Ex: LSD)
Psiconalépticas ou psicoestimulantes, ou estimulantes naturais
centrais, são drogas que provocam o aumento da ativida- derivados da maconha (haxixe, THC)
de motora ou psíquica. derivados indólicos (de plantas e cogumelos)
Já algo comum entre o estudante que toma café para derivados do peiote
ficar acordado e ler, o índio boliviano que masca tranqui- Alucinógenos secundários (Alucinação: efeito secundário)
lamente sua folha de coca à beira da estrada, o suicida anticolinérgicos
que ingere grande dose de estricnina e o artista que ex- outras substâncias em doses elevadas
perimenta LSD para ter visões: todos eles estão usando A nicotina foi incluída nas drogas psicoestimulantes
substância psiconalípticas. O uso de drogas que altera o pelo Dr. Augusto Jorge Cury. Ela ela pode afetar todos os
humor e o comportamento do homem é conhecido desde órgãos através da ação estimuladora, em pequenas do-
a Antiguidade e difundiu-se por todo o mundo. ses, e ser depressiva, em doses maiores, sobre todos os
Os estimulantes do sistema nervoso central podem ser nervos que são ativados pela acetilcolina.
divididos em três classes principais, segundo a região afe-
tada por sua dosagem mínima efetiva: Álcool
O álcool é a droga mais antiga utilizada pelo homem. A pe-
- Psicomotores: Em pílulas são encontradas as anfetaminas, quena estória acima ilustra como esta droga pode ter surgido,
que também podem aumentar a capacidade de concentração através da fermentação da água da chuva em uma fruta sob
e de realização de trabalho mecânico, especialmente a me- os efeitos do sol e do tempo. O vinho e a cerveja desenvolve-
tanfetamina. De efeitos semelhantes, porém mais fracos exis- ram-se praticamente junto com a agricultura. No antigo Egito,
tem o metilfenidato, o pipadrole e o dianol. Um dos problemas a embriaguez fazia parte dos ritos e cerimônias religiosas em
das anfetaminas é que, após o período de estimulação, pode louvor à Osiris, deus protetor da agricultura. Na tumba de um
seguir-se uma depressão profunda. Para esse tipo de proble- faraó que morreu aproximadamente há 5.000 anos constava
ma existem outras drogas, de efeito antidepressivo como a o seguinte epitáfio: “Sua estada terrestre foi devastada pelo
imipramina, que substitui o emprego de choques elétricos. vinho e pela cerveja, e o espírito lhe escapou antes que fosse
Outras substâncias antidepressivas agem como inibido- chamado”. As referências bíblicas sobre bebidas alcoólicas
ras da monoaminoxidase (MAO). O principal grupo delas é são inúmeras. Filósofos da antiguidade como Hipócrates, Só-
derivado da hidrazina que antagonizam a depressão, produ- crates e Platão já alertavam para os malefícios do álcool. Com
zem sensação de bem-estar e aumento da capacidade mo- o aperfeiçoamento das técnicas de destilação e fermentação,
tora. São, entretanto, muito perigosas para o fígado, espe- espalharam-se pelo mundo diversas qualidades de bebidas
cialmente a ipronizida, que causa necroses hepáticas fatais. alcoólicas, disseminando seu uso.
Os inibidores da MAO podem ter uma multiplicidade Os tipos de álcool existentes são os seguintes:
de efeitos: estimular o apetite, agir como analgésico, au- - Etílico: Obtido por fermentação de substâncias açuca-
mentar as ações cardiovasculares das aminas, reforçar a radas ou amiláceas (que contém amido), ou mediante
potência de outras drogas, como os barbitúricos. processos sintéticos. Este é o álcool encontrado em
Os estimulantes psicomotores estão presentes no café, bebidas alcoólicas.
chá e cacau, eles estimulam a atividade mental e diminuem a - Cetílico: Álcool saturado, sólido e incolor.
fadiga, alteram o funcionamento cardíaco e tem efeito diuré- - Isoamílico:Com odor pouco agradável, presente no
tico. Consumidas em excesso, essas drogas originam dores resíduo de algumas fermentações, usado como sol-
de cabeça, inquietação, insônia e confusão mental. vente e em sínteses orgânicas.

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Complemento - 37

- Isopropílico: Líquido incolor, volátil, com odor carac- do: retardamento mental, deformidades da face ou da cabe-
terístico, usado como solvente ou antisséptico. ça, doenças cardíacas, retardo do crescimento e problemas
- Metílico (metanol): Líquido incolor com cheiro etílico, de coordenação motora são alguns efeitos que podem surgir
formado na destilação da madeira, usado como sol- nestes casos. São frequentes ainda as ocorrências de difi-
vente ou combustível. Mais tóxico. culdades do aprendizado e problemas psicológicos à medida
que a criança cresce. Se a mãe é alcoolista, existe a possi-
- Pirúvico: Líquido incolor com cheiro agradável. bilidade de que a criança apresente síndrome de abstinên-
cia alcoólica e convulsões. A natimortalidade também ocorre
Portanto, para o que se propõe este texto, quando a com maior frequência nas gestantes que bebem demais.
palavra álcool for utilizada estará subentendido que é uma Segundo dados da Organização Mundial da Saúde,
referência ao álcool etílico. cerca de 9,8% da população brasileira bebe em excesso.
Cada tipo de bebida tem uma concentração diferente de Isto significa que aproximadamente 16 milhões de pesso-
álcool por volume. Convencionou-se então que o álcool puro as tem problemas com a bebida no país. As perdas daí
existente em cada dose de bebida seria conhecido por uni- resultantes são assustadoras. Não existem muitas pesqui-
dade de álcool, equivalente a aproximadamente oito gramas. sas confiáveis no Brasil, mas estima-se que um quinto dos
Por exemplo: um copo de chope ou cerveja equivale a uma acidentes de trabalho são provocados pelo álcool, e geral-
mente acontecem no início dos turnos ou após o almoço,
dose de cachaça, vodca, rum, gim ou uísque, que são iguais ocasiões em que o trabalhador está sob o efeito de bebida
a uma taça de vinho ou um cálice de xerez. Para o homem, alcoólica. Isto sem falar na impontualidade, faltas repeti-
o limite considerado seguro para beber é de no máximo 21 das, mau desempenho, ocorrências disciplinares, longas
unidades distribuídas nos dias da semana; para a mulher, e frequentes licenças-saúde e a aposentadoria precoce.
este limite é de 14 unidades semanais. O alcoolismo é uma doença incurável; pode apenas
Esta diferença acontece porque o homem possui maior ser controlada como o diabetes, a hipertensão e as artro-
quantidade de água no organismo do que a mulher e o álcool, ses. A única maneira realmente eficaz de controlá-lo atual-
ao ser distribuído pelos líquidos orgânicos, apresenta maior mente conhecida é parar de beber.
concentração nos indivíduos que possuem menor quantidade
desses líquidos. Outros fatores que influem nesta diferença é Tetra-Hidro-Carbinal (THC)
o tamanho geralmente menor das mulheres e o fato de que
seus corpos contém mais gordura, onde o álcool se concentra.
Alguns estudos também mostram diferenças enzimáticas que
retardam o metabolismo do álcool na mulher. Mas é importan-
te saber que estes são limites de segurança para o organismo.
Ao ingerir bebidas alcoólicas, a pessoa sofrerá diminuição dos
reflexos, predispondo-a a acidentes de todo tipo, desde um
pequeno tropeço até graves acidentes automobilísticos.
Exemplo: se um uísque tiver 35% de álcool, significa que
100 ml (1/2 copo) terá 35g de álcool. O álcool ingerido
é metabolizado pelo fígado e desdobrado em outros ele-
mentos, sendo então neutralizado e eliminado pela urina
e suor. Esse processo leva em média uma hora para cada É a substância psicoativa encontrada na maconha e
unidade de álcool ingerida e é cumulativo, ou seja, duas no haxixe - delta-9-tetrahidrocannabinol. O THC é encon-
unidades levariam duas horas e assim sucessivamente. trado, também, em tipos mais potentes de maconha, como
A ingestão de álcool ocasiona vasodilatação (aumento o skank, teor de até 33% de THC, enquanto os habituais
do diâmetro dos vasos) e perda de calor pela pele, dimi- não passam de 8% de teor de THC.
nuindo a temperatura corporal. Uma pessoa alcoolizada O THC pode provocar alterações em várias áreas do
não deve ser exposta ao frio (banhos frios, ficar ‘pegando ar aparelho psíquico: memória, atenção, concentração, âni-
fresco’). Pelo contrário, deve ser aquecida com agasalhos. mo, capacidade de realização, noção de tempo e espaço,
O nível alcoólico máximo permitido para motoristas é de percepção dos sentidos, etc.
80mg% que é atingido em uma hora, quando um adulto bebe Se considerarmos as alterações na percepção dos sen-
o correspondente a 2 copos de cerveja. É preciso salientar tidos, a visão, por exemplo, temos que a sensação visual
ainda que, por causa da tolerância, o organismo das pesso- pode passar de normal, a ilusória ou alucinada. Na sensa-
as que bebem regularmente acaba acostumando-se com o ção visual ilusória, pode-se ver um objeto modificado em
álcool, demorando mais para surtir os mesmos efeitos. seu tamanho, cor e movimentos; na alucinada enxergar um
Os danos causados pelo álcool são inúmeros. Pode- objeto que não existe. Ora, o THC pode então provocar um
mos catalogá-los em três categorias, sejam elas: exagero visual que varia desde o aumento da luminosida-
- Problemas sociais: desajustes no lar e separação de e intensidade de cores até a alucinação, passando pela
conjugal, perda de emprego, incapacidade de desem- ilusão. Portanto, tendo em conta que o efeito de um cigar-
penhar papéis sociais, endividamento, acidentes de ro de maconha dura de duas a três horas, nesse período,
trânsito e demandas legais. o “canabizado” em geral fica prostrado (corpo mole), sem
- Distúrbios psíquicos: empobrecimento da auto-ima- concentração suficiente para produzir algo que necessite
gem, perda de memória, problemas de orientação tem- de atenção e memória, com a iniciativa diminuída, prejudi-
poral e espacial, delírio alcoólico, desestruturação da cando a realização de qualquer trabalho corporal.
personalidade, ciúme patológico, alienação e demência. O tabaco não apresenta as características provocadas
- Doenças físicas: hepatite, cirrose hepática, inflamação pelo THC, pois o organismo tem mais tolerância pelos cigar-
dos nervos dos braços e pernas (polineurite), problemas do ros e nicotina é rapidamente eliminada do corpo, o que, aliás,
coração, disfunções do pâncreas, gastrites e úlceras esto-
macais, deficiências vitamínicas, traumatismos, redução da permite que muitos cigarros sejam fumados em um só dia.
coordenação motora, impotência sexual e lesões cerebrais. Já a maconha é menos consumida nesse mesmo pe-
ríodo, porque, além de seus efeitos serem mais duradou-
Durante a gravidez, o álcool não deve ser consumido em ros, o organismo tem menos tolerância a eles, embora
qualquer quantidade. Os problemas decorrentes da ingestão algumas pessoas, com uso, crie maior tolerância. Os pre-
de bebidas alcoólicas podem ser inúmeros no recém-nasci- juízos a que a maconha causa, porém, são muito maiores

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que os do tabaco. Por exemplo: com tantas alterações psi- apenas das flores das plantas fêmeas, que são preparadas
cológicas, o rendimento escolar cai, e o aluno ou repete através de aparos de modo que uma maior concentração de
de ano, ou muda para uma escola mais fraca. Repetência THC ocorra nas inflorescências. Mais potente que o anterior
provocadas pelo tabaco são praticamente nulas. (teor de 6% de canabinoides), também é fumada.
Em longo prazo, a maconha é dez vezes mais cance- O haxixe é um composto obtido por grande pressão nas
rígena que o tabaco. Como a maioria dos canabistas são inflorescências. Obtêm-se uma pasta semi-sólida, normal-
também tabagistas, tem-se atribuído ao tabaco a “respon- mente moldada sob a forma de bolotas, com alta concentra-
sabilidade” pelo alto índice de câncer de pulmão, que na ção de canabinoides (cerca de 8%). É mascado ou fumado.
realidade pode ter sido provocado pela maconha.
Acidentes de carro são muito frequentes em canabiza- Erytroxylon cocal - Cocaína
dos, pela alteração que o THC provoca na noção de tempo
e de espaço, alterando consequentemente a percepção da
velocidade e diminuindo a atenção. Estatísticas canaden-
ses apontam a maconha como a segunda maior causa de
acidentes automobilísticos; em primeiro lugar está o álcool.
Tudo isso não significa que o cigarro é inofensivo. O ci-
garro é prejudicial à saúde, mas comparado à maconha faz
menos mal. Dizer que a maconha faz menos mal que o cigarro
Pó branco, normalmente inalado (cheirado) ou diluído
também é discurso de canabistas que, para se defenderem,
em água para ser injetado nas veias (administração intra-
atacam o cigarro: desse modo, pensam que pais tabagistas
venosa). Quase sempre vendida em pequenas quantidades
não teriam como condenar em seus filhos o uso da maco-
(aproximadamente 1 grama), embrulhada em pedaços de
nha. Dizer também que a maconha é um produto artesanal
plástico ou papel alumínio, conhecidos como papelote. Em
e natural e que o cigarro, por ser industrializado, é cheio de
doses reduzidas ocorre euforia, excitação, inquietação, con-
“químicas” e faz mal à saúde, é outra inverdade. O fato de ser
fusão, apreensão, ansiedade, sensação de competência e
natural não garante que seja bom, pois existem muitos menos
habilidade, diminuição da fome e da sede. O tempo de dura-
que são naturais. Quando a ser artesanal, isso também não
ção destes efeitos é de uma a duas horas.
dá nenhuma garantia de equilíbrio de qualidade.
A cocaína é um alcaloide, substância com propriedades
de base, extraído de uma planta originária da América do Sul
Cannabis Sativa - Maconha
e Central conhecida como Erytroxylon coca. Conhecida há
cerca de sete mil anos entre os povos dos Andes, seu uso
estava ligado à religiosidade, servindo ainda para combater a
fadiga e a sensação de fome. Com a chegada dos conquista-
dores espanhóis foi levada para a Europa, onde se propagou
seu consumo. Estes mesmos conquistadores disseminaram
o uso da coca entre os índios escravizados, com o intuito de
Derivada de um arbusto da família Moraceae que pode
fazer-lhes trabalhar mais e comer menos.
chegar a dois ou três metros de altura chamado Cannabis
Vários tipos de preparação de cocaína:
sativa, também conhecido como cânhamo, a maconha é a
droga mais discutida atualmente em nosso país, fortalecendo
e aumentando os mitos existentes em torno deste alucinóge-
no. Cresce praticamente em todos os tipos de solo e clima,
e este é um dos motivos pelos quais esta droga tornou-se
utilizada em culturas tão diferentes como a África do Sul, os
Estados Unidos e o Brasil, entre dezenas de outros países.
Planta dioica (ou seja, tem espécimes masculinos e fe-
mininos), sintetiza várias substâncias (chamadas coletiva-
mente de canabinoides) dentre as quais os três principais
são o canabinol, e uma substância conhecida como delta-9-
tetrahidrocanabinol (ou simplesmente THC), que provocam
alterações psíquicas importantes no usuário. Normalmente,
a droga é fumada sob a forma de cigarros (conhecidos por
diversos nomes como baseado, fino, fininho, finório, erva,
pacau, charão, vela, etc.), mas também pode ser ingerida por
via oral. Dependendo do tipo de preparo, muda a concentra-
ção de canabinoides na droga. Vejamos quais são eles: a) Folhas de coca: podem ser mascadas ou ingeridas,
Na sua utilização mais comum, são fumadas as folhas nas quais é adicionado carbonato de cálcio, o que permite
e flores secas (algumas vezes também sementes), com uma liberação sustentada e lenta da droga pela mucosa
um teor aproximado de 2% de canabinoides. Conhecida bucal. Os níveis sanguíneos atingidos e o risco de depen-
por marijuana, marihuana, diamba, liamba ou banguê. dência são baixos. No chá de cocaína, prática comum no
Efeitos psíquicos: Sonolência, alterações na percepção, Peru, há pouca quantidade do alcaloide.
alucinações, dificuldades para concentração, compulsão, b) Pasta de coca: é fumada em mistura com maconha e
síndrome amotivacional, prejuízos de memória e atenção. tabaco, também conhecida como “basuco” na Colômbia. É
Efeitos físicos: Conjuntivite crônica, relativa impotência um extrato bruto da folha de coca, preparado pela adição
sexual, insônia, taquicardia, sede e náuseas, boca seca. de solventes orgânicos, como querosene, gasolina ou me-
tanol, combinados com ácido sulfúrico. Contém 60 a 80%
Cannabis Indica - Haxixe de sulfato de cocaína, acrescido de alcaloide de coca,
A ganja ou sensimilla (sem sementes) é um subprodu- ecgonina, ácido benzoico, metanol, querosene, compos-
to de uma variedade conhecida como Cannabis indica. Re- tos alcalinos, ácido sulfúrico e algumas impurezas.
sistente a temperatura baixas e atingindo pouca altura, é c) Cloridrato de cocaína em pó: é cheirado ou injetado.
cultivada no Afeganistão e Paquistão. Obtida utilizando-se Obtido pelo tratamento da pasta de coca com ácido clorídri-

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co (rendimento de 98%). No mercado ilícito aparece com 12 das pupilas, suor intenso, tremor muscular e excitação acen-
a 75% de impurezas, após adição de contaminantes, como tuada, sensações de aparente bem-estar, aumento da capa-
açúcar, anestésicos locais, anfetaminas, cafeína. cidade física e mental, indiferença à dor e ao cansaço.
d) Cocaína alcaloide: também conhecido como “rock” ou Os sintomas O comportamento do usuário de crack,
“crack” é fumado. O cloridrato de cocaína é convertido em muda rápido e intensamente. Tem um sono altamente per-
alcaloide pelo tratamento com álcali (amônia ou bicarbonato turbado, emagrece muito, isola-se dos outros e começa
de sódio) e éter; o produto extraído chama-se base livre. Di- a apresentar sintomas de paranoia. Acha que está sendo
fere do cloridrato de cocaína por não ser prontamente solúvel seguido ou que caiu alguma pedra de crack no chão.
na membrana da mucosa nasal ou no sangue. Mas, como A compulsão para o uso da droga (fissura) parece ser
possui baixo ponto de vaporização, pode ser fumada, sendo mais forte que a desenvolvida pela cocaína nas outras for-
que 84% se mantém após a combustão. mas de consumo (aspirada, injetável), impedindo qualquer
Além de causar dependência, a cocaína afeta o siste- uso controlado.Em menos de um mês, instala-se a depen-
ma nervoso central, reduzindo a capacidade intelectual e dência, que para muitos traz também a necessidade de
o desempenho profissional, causando ainda paranoia e de- roubar e/ou prostituir-se para sustentar o vício.
pressão. Seu uso contínuo perfura o septo nasal, causando O material utilizado para o consumo desta droga é o
hemorragia, dores de cabeça, problemas pulmonares e cardí- cachimbo, normalmente produzido artesanalmente com
acos. Em quantidades maiores, podem ocorrer tonturas, náu- uma lata de refrigerante com um furo na lateral para in-
seas, vômitos e tremores. Em alguns casos podem acontecer serção do canudo por onde a fumaça será aspirada, colo-
convulsões, por causa do aumento da temperatura. A over- cando-se a pedra de crack no orifício superior da lata por
dose acontece por superdosagem, ou seja, o usuário utiliza- onde o refrigerante é bebido. Copos de água mineral com
se de uma dose maior do que a habitual ou adquire cocaína tampa de papel de alumínio também são muito utilizados.
mais “pura” do que normalmente consome. Neste último caso,
apesar de fisicamente parecer a mesma quantidade, ele está
utilizando várias vezes a quantidade pretendida.
Na overdose, o usuário passa a ter taquicardia, que
evolui para uma fibrilação ventricular e à morte.
O risco de se adquirir AIDS ou hepatite é bastante alto
entre os usuários de cocaína injetável, tornando-os um
grupo de alto risco para estas doenças.
Existem dúvidas se a cocaína desenvolve ou não tolerância
no organismo, ou seja, se há ou não a necessidade de tomar do-
ses cada vez maiores para que o usuário sinta os mesmos efeitos.
Existem dúvidas ainda se a parada abrupta do uso continu- Papaversomniferum - Opináceas
ado de cocaína leva a uma síndrome de abstinência, mas é cer- Entre a farta variedade de drogas de que o homem vem
to que a fissura pela droga permanece durante algum tempo, se servindo há milhares de anos, o ópio é uma das mais an-
variável de acordo com o paciente e o tempo de uso da droga. tigas de que se tem notícia. No quarto milênio a.C., os sumé-
Além disto, observa-se neste primeiro período de abstinência rios conheciam esse tóxico, obtido do látex das flores da pa-
muito sono, cansaço, aumento do apetite e depressão. poula (Papaversomniferum), planta nativa da Ásia Menor.
Também os egípcios e os gregos sabiam dos efeitos
Crack do ópio. Os médicos árabes utilizava-no para o tratamento
de diarreias e tosses.
E, através dos comerciantes árabes, a droga foi intro-
duzida na China. No começo da era cristã, apareceu, em-
pregada terapeuticamente, como analgésico e sonífero.
Na Renascença, o ópio era utilizado para tratamento de
histeria, o que comprova a existência de conhecimentos so-
bre as influências psicológicas da droga. Até o século XIX,
era consumida “terapeuticamente”, misturada com uísque ou
álcool (láudano). Poucos médicos - todos de reputação du-
vidosa - receitavam, e os grandes consumidores (além dos
Pequenas pedras de formatos irregulares, fumadas em próprios médicos) eram intelectuais e artistas.
cachimbos na maioria das vezes improvisados. O crack é Acredita-se que o ópio começou a ser fumado em ca-
uma mistura de cocaína em pó, convertida em alcaloide pelo chimbos por volta do século XVII. Mas a Guerra do Ópio
tratamento com um álcali (amônia ou bicarbonato de sódio). (1840/42), entre chineses e ingleses, constitui um pretexto
Recebeu este nome porque faz um pequeno estalo na com- para a abertura dos portos de Hong Kong, cidade que se
bustão quando fumado. Mais barato que a cocaína, produz tornou um dos maiores centros de tráfico.
um efeito forte que dura muito pouco tempo, aumentando o
consumo rapidamente e encarecendo a dependência. Morfina: É o primeiro derivado do ópio produzido em labo-
Os efeitos produzidos no usuário são basicamente iguais ratório (1803). Isolada em 1805, recebendo esse nome pela
ao da cocaína, porém muito mais intensos. Causa irritabilida- associação com os poderes de Morfeu, deus grego do sono.
de, depressão e paranoia, algumas vezes levando o usuário Inicialmente, suas propriedades foram tão mal compreendi-
a ficar violento. Afeta a memória e a coordenação motora, das que chegou a ser indicada para tratamento de opiôma-
provocando um emagrecimento acentuado, debilitando o nos. E o vício do ópio era realmente curado: os pacientes
organismo como um todo. Atualmente, é a droga que mais transferiam sua dependência de uma droga para outra. A
causa devastação no organismo do usuário. morfina está entre os mais eficazes analgésicos usados pela
medicina para o combate de dores de fraturas, queimadu-
As reações que esta droga provoca no organismo: ras e na cirurgia. Pequenas doses produzem uma sensação
O crack leva 15 segundos para chegar ao cérebro e já de tranquilidade e em doses maiores verifica-se um estado
começa a produzir seus efeitos: forte aceleração dos bati- geral de euforia, seguida de uma fase de sonolência e tor-
mentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação por físico e mental. O dependente apresenta como sintoma

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geral: sonolência, redução das atividades físicas, como con- Mescalina - cacto
tração das pupilas, depressão do ritmo respiratório. Em está- A mescalina, conhecida como peyote, é um alcaloide
gios mais avançados, podem registra-se náuseas e vômitos. extraído do cacto (Lophophorawilliamsii). É nativa de
O processo intoxicação-tolerância é rápido e de difícil cura, uma pequena área da fronteira entre os EUA e o México,
uma vez que a morfina leva a dependência física e psíquica. nas margens do rio Grande, é uma das mais curiosas e
mais bem estudadas plantas alucinogênicas. Ainda nos
Heroína: Também criada em laboratório, durante a busca dias atuais é objeto de uma espécie de culto, não obstante
de substituto seguro para a morfina. Em 1898, o Laboratório a pressão contrária das autoridades governamentais dos
Bayer, na Alemanha, anuncia ter encontrado a deacetilmorfi- dois países, por tribos de indígenas americanos e mexi-
na, três vezes mais potente que a morfina. Por sua potência, canos. Foi isolado em 1896, e sua semelhança estrutural
a Bayer dá à substância o nome de heroína. Hoje está prova- com a adrenalina ficou estabelecida em 1919. É prepara-
do que a heroína vicia ainda mais que a morfina. Geralmente da por extração e purificação, ou seja, o caule do cacto é
injetada, a droga modera as emoções e provoca sensação cortado em fatias transversais, que, uma vez secas, cons-
temporária de bem-estar. A abstinência causa diarreias, vô- tituem os ‘botões de mescal’.
mitos fortes e leva ao risco de morte por desidratação. Cada participante masca certo número de botões, se-
cos ou mesmo frescos, até o amolecimento, engolindo-
Codeína: é frequentemente empregada para aliviar a tos-
os depois em pequenos pedaços. Em seguida, atinge um
se, já que age sobre uma zona do encéfalo de que depende
estado de intensa excitação cerebral, ou transe, sucedido
essa manifestação. De todos os derivados do ópio, a codeí-
na é a que tem menores possibilidades de criar o vício. por perturbações visuais, marcadas por alucinações do
tipo caleidoscópio, com uma sequência de imagens colori-
Alucinógenos das de grande beleza.
Doses demasiadamente fortes resultam, por vezes, na
LSD - Ácido Lisérgico produção de alucinações dec aráter desagradável.
Dietilamida do ácido lisérgico, de fórmula C20H25N3O,
principal alucinógeno entre os derivados indólicos. Psilocibina - cogumelos
Obtido inicialmente através de síntese por F. Hofmann e A.
Stoll em 1938, o LSD foi em seguida encontrado no esporão do
centeio (deformação do grão causada pelo fungo Claviceps-
purpurea). A absorção digestiva do alucinógeno é rápida e o
indivíduo, em geral, sente três tipos de efeitos sucessivos: ve-
getativos (ligados à ação simpático-mimética da droga), que
compreendem midríase, aceleração do coração, elevação da
pressão arterial e da tensão muscular, problemas digestivos:
perceptivos, que incluem distorções perceptivas que podem
se transformar em alucinações, sobretudo visuais (as auditivas
são mais raras); psíquicos, como distorção da apreensão do
tempo, confusões no curso do pensamento, modificações no
estado de espírito, estado de confusão onírica, sentimento de
despersonalização. Estas modificações agudas podem pro- Alguns tipos de cogumelos possuem agentes (normal-
vocar estados de pânico com impulsos auto ou heteroagressi- mente a psilocibina) que causam reações alucinógenas
vos. O LSD, como outras drogas de estrutura semelhante, age quando ingeridos. As espécies mais utilizadas no Brasil são
bloqueando a ação da seretonina, uma neuroindoalamina. No o Paneoulusdispersuse o Psilocybecubensis. Já o Psilocy-
entanto, seu modo de ação ainda não foi completamente escla- be mexicana, cogumelo encontrado na América Central,
recido. Seu uso é permitido para fins terapêuticos e experimen- era muito utilizado pelas civilizações pré-astecas e maias,
tais, sob o controle dos órgãos competentes. ingeridos pelos sacerdotes para suas adivinhações e para
Nos anos 60, este alucinógeno foi proposto para o trata- o aconselhamento dos membros das tribos. Seus efeitos e
mento de neuroses. Também foi utilizado no tratamento do malefícios são basicamente os mesmos do LSD.
alcoolismo, para reduzir o sofrimento em doentes terminais
de câncer e no tratamento de crianças autistas. É principal- Cola - Benzeno
mente utilizado por toxicômanos, não provoca dependência A cola de sapateiro é uma mistura de vários solventes
física e dependência psíquica é ainda objeto de discussão. orgânicos, entre eles há o tolueno, que é tóxico e destrói
Entretanto, parece ter um papel importante na eclosão de do- os neurônios, diminuindo a capacidade intelectual e limitan-
enças psicóticas. Também na década de 60 foi utilizado por do, desse modo, a memória, a atenção, a concentração, o
milhares de jovens em todo o mundo e se encontra na raiz do ânimo e a produtividade. Um estudante, por exemplo, não
movimento psicodélico em função de seus efeitos alucinató- consegue mais estudar; repete o ano e acaba abandonan-
rios (visão de imagens caleidoscópicas, sinestesia, etc.). do os estudos. Há alguns anos, um rapaz de família rica
estava cheirando cola em seu quarto, quando desmaiou em
cima da droga, continuando assim a aspirá-la de maneira
incontrolada; acabou morrendo porque os centros nervosos
responsáveis pela respiração pararam de funcionar.
É preciso estar atento aos perigos da cola de sapatei-
ro, pois, como se trata de um solvente, evapora-se facil-
mente, podendo ser inalada de modo acidental. Mas, por
acidente ou não, numa intoxicação aguda, seus sintomas
aprecem em quatro fases. É bom conhecê-los.
1ª fase: euforia, excitação, exaltação, tonturas, perturba-
ções auditivas e visuais, náuseas, espirros, tosse, saliva-
ção, fotofobia, rubor na face.

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2ª fase: depressão inicial do sistema nervoso central Ecstasy (Alucinógeno + Anfetaminas)


(SNC) com confusão, desorientação, perda de autocontro-
le, obnubilação (visão embaçada e nebulosa), diplopia (vi-
são dupla), cólicas abdominais, dor de cabeça e palidez.
3ª fase: depressão média do SNC, incoordenação ocular e
motora, ataxia, fala pastosa, reflexos deprimidos e nistagmo.
4ª fase: depressão profunda do SNC, atingindo a incons-
ciência, que vem acompanhada de sonhos estranhos, po-
dendo ocorrer convulsões.
Nos casos crônicos, surgem prejuízos na memória,
na destreza manual (alteração na reação dos estímulos),
cansaço, dor de cabeça, confusão mental, incoordenação Seu principal elemento ativo, a metilenedioximetan-
motora, fraqueza muscular, quedas (provocadas por lesão fetamina (MDMA) é uma substância sintética criada em
dos nervos motores), lesões irreversíveis no córtex cere- laboratório na Alemanha em 1913. Ganhou notoriedade
bral, lesões nos brônquios e nos rins. ao ser utilizada de várias formas: inibidor de apetite, no
tratamento do mal de Parkinson (durante a década de 40),
Lança-Perfume como antidepressivo (década de 60), e até mesmo como
Trata-se de uma mistura de clorofórmio, éter, cloreto desinibidor durante as sessões de psicoterapia. Todas
de etila e um pouco de essência perfumada inofensiva. sem sucesso, exceto talvez para os fabricantes e alguns
Embalado em forma líquida, pressurizado dentro de um terapeutas que, sem maiores cuidados, receitaram a dro-
vasilhame, quando entra em contato com o ar, evapora- ga para seus pacientes. Há cerca de onze anos, o Ecstasy
se rapidamente, exalando um gás, que é o que as pes- começou a surgir nas festas clubbers da Europa e dos
soas aspiram. Estados Unidos, tornando-se presença quase obrigatória
O lança-perfume era uma brincadeira dos antigos car- e associado à housemusic e ao tecnopop, desembarcan-
navais: esguichava-se o produto nos outros, causando, do no Brasil no início dos anos 90. No início uma droga
por segundos, uma gostosa sensação “de geladinho”. Por restrita a uma pequena elite (até pelo preço, que varia de
ser lançado e perfumado, daí seu nome: lança-perfume. US$ 30 a US$ 60), a droga começou a preocupar as au-
Com o tempo, porém, o costume de cheirar lança-per- toridades com as primeiras grandes apreensões, ocorri-
fume tornou-se um vício: em vez de lançado nos outros das a partir de 1995. Em sua maioria, os comprimidos tem
como brincadeira, passou a ser esguichado em lenço, que chegado ao Brasil pelas mãos de turistas europeus.
as pessoas levam ao nariz, para assim aspirar seu gás. A ingestão desta droga aumenta a produção de serato-
Na falta do lança-perfume - quando acabava o carna- nina, o hormônio que regula a atividade sexual (provocan-
val ele sumia do mercado - foi descoberto o quelene, um do um estado de excitação quase incontrolável no usuário),
anestésico local, também a base de cloreto de etila, facil- humor e sono, ajudando a romper os bloqueios emocionais
mente encontrado nas farmácias. do usuário, aflorando a libido e fornecendo uma sensação
Em pequenas doses, o lança-perfume e o quelene pro- de bem-estar. Causa enrijecimento dos músculos e aumen-
vocam euforia e torpor. Em doses maiores, podem provo- to dos batimentos cardíacos, que pode levar a um supera-
car tonturas, falta de coordenação motora, voz “amoleci- quecimento do corpo e desidratação. Apesar do aumento
da”, marcha instável e desmaios. Esses desmaios duram da libido, o orgasmo torna-se mais difícil de ser atingido. O
pouco, e, quando a pessoa volta a si, não se lembra do uso contínuo do Ecstasy pode provocar paralisia cerebral e
que se passou. Seu grande risco é de a pessoa morrer de morte. A overdose pode acontecer não apenas por doses ex-
parada cardíaca, provocada pelo clorofórmio ou pelo clo- cessivas da droga, mas também quando estiver associada a
reto de etila. Um cardíaco raramente resiste a taquicardia outras drogas como álcool e cocaína.
ocasionada pelo lança-perfume, portanto, sua possibilida-
de de morrer é ainda maior. Outros tipos de drogas
Após muitas mortes por parada cardíaca, decorrentes do
abuso do quelene e do lança-perfume, o governo brasileiro, Tabaco
por volta de 1965, proibiu a fabricação desses produtos. Atualmente, o tabaco é preparado para ser fumado de
Os efeitos do lança-perfume são passageiros e seu uso várias maneiras: cigarros, cachimbo, charuto, fumo em
depende do ato voluntário de manter um lenço embebido pró- corda, palheiro e rapé; todas apresentando substâncias e
ximo às narinas. Seu maior risco é causar parada cardíaca. malefícios ao organismo muito semelhantes.
Em geral, esse efeito é imediato e efêmero. Dura tão Entre estas substâncias vamos destacar o alcatrão,
pouco que o cheirador precisa repetir a dose com muita fre- que causa sérias lesões pulmonares, e a nicotina, que
quência. Isso pode ocasionar um desmaio, que também pas- possui efeitos excitantes no cérebro e que pode levar o
sa muito depressa, e a pessoa às vezes nem percebe que usuário à dependência.
desmaiou. Poucos apresentam ressaca no dia seguinte. Os componentes gasosos da fumaça como o monóxi-
do de carbono (CO) e o dióxido de carbono (CO2) são os
Chá de Saia Branca responsáveis pela diminuição de oxigênio para os órgãos
A Daturaarberea é um arbusto conhecido como trombe- dos fumantes.
ta, trombeteira, saia branca, aguadeira, buzina, zabumba ou Nicotina e alcatrão compõem a porção particulada da
lírio. Com suas folhas pode-se fazer um chá, cujos sintomas fumaça e depositam-se nos pulmões. A nicotina é respon-
iniciam-se alguns minutos depois de ser bebido. O poder tó- sável pelos efeitos prazerosos do cigarro, pela dependên-
xico se deve a presença de muitas substâncias. As alucina- cia e pelo cheiro e cor marrom característicos do tabaco.
ções são muito variadas e as vezes são terríveis. As pupilas Além da nicotina presente nas folhas do tabaco, cerca de
dilatam-se, a atividade intestinal diminui e a boca seca. Em 4.000 compostos são produzidos pela queima do cigarro,
casos graves pode haver coma profunda e morte. sendo o mais importante o alcatrão.
O alcatrão é o que resta da remoção da umidade e da ni-
cotina e consiste de hidrocarbonetos aromáticos, alguns dos

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quais são cancerígenos. Os cigarros brasileiros contêm 15 a Física: É um estado anormal, produzido pelo uso repetido
20mg. de alcatrão por cigarro; 0,8 a 1,5 mg. de nicotina por da droga. Com o passar do tempo, o organismo não con-
cigarro; 20mg. de monóxido de carbono por cigarro. segue funcionar sem o uso da droga.

Seguem os problemas ocasionados pelo fumo: Psíquica: É um estado psicológico de vontade incontrolá-
- Diminuição dos batimentos cardíacos, da pressão vel de ingerir drogas periódica ou continuamente.
arterial e da respiração.
- Câncer do pulmão, da boca, da garganta, do esôfa- Síndrome de Abstinência: É um conjunto de sintomas
go, da laringe e da bexiga. que se apresenta quando o indivíduo interrompe o uso
- Angina de peito e infarto do miocárdio. de drogas, ocorrendo um estado de mal-estar. A síndro-
- Isquemias ou hemorragias cerebrais. me pode ocasionar calafrios, tremores, vômitos, náuse-
- Doença pulmonar obstrutiva crônica. as, diarreia, sudorese, confusão mental, delírios, dores
- Maior risco de contrair câncer dos rins, pâncreas e generalizadas, etc.
estômago.
- Tosse típica. Tolerância: É a adaptação do organismo ao consumo da
- Maior probabilidade de sofrer bronquite crônica e droga, obrigando o usuário a aumentar a dosagem para
enfisema. obter os mesmos resultados. Pode ocorrer a tolerância
cruzada, isto é, quando uma determinada droga confere
O uso do fumo durante a gravidez traz consequências ao organismo a tolerância a outras drogas.
ainda mais terríveis, pois afeta também a criança. A nico-
tina diminui a quantidade de oxigênio e de nutrientes para Sinergismo: É a soma ou potencialização dos efeitos de
o feto. Eis algumas destas consequências: certas drogas semelhantes ou diferentes, como por exem-
- Aumenta a probabilidade de abortos, partos pre- plo a ingestão de barbitúricos e/ou álcool.
maturos e mortalidade fetal.
- Maior risco de morte súbita do bebê, problemas Conclusão Consequências do uso dos tóxicos:
pulmonares e anomalias fetais. As drogas que viciam rapidamente são: morfina, heroí-
- Quanto maior o número de cigarros fumados, me- na, crack, cocaína, barbitúricos, etc. O álcool pode também
nor o peso do recém-nascido. viciar rapidamente uma pessoa, porém sua consequên­cia
- Pode haver intoxicação pela nicotina durante a leva muito tempo para se manifestar. Muitas drogas po-
amamentação, causando agitação, diarreia, irrita- dem provocar a overdose:
bilidade e taquicardia no bebê.
- Aumenta a probabilidade de o recém-nascido con- Heroína e cocaína: como provocam alterações profundas
trair pneumonia e bronquite. no sistema nervoso central, podem levar à morte por de-
- Desenvolvimento físico e mental em geral inferior pressão respiratória (heroína) e por ataque cardíaco (co-
aos filhos de mães não fumantes. caína), Causam ainda convulsão, crises de hipertensão,
hemorragia cerebral, etc;
A dimensão dos problemas causados pela dependên-
cia do tabaco é gigantesca. Os sintomas físicos e psico- Crack: seu quadro é um agravamento da cocaína, pois é
lógicos da droga no organismo do usuário são os gran- derivado;
des responsáveis pela dificuldade de largar o vício. Entre
eles estão maior clareza de pensamentos, maior atenção, Álcool: geralmente o coma alcoólico provoca morte se o indi-
maior capacidade de concentração, aumento da memó- víduo não for atendido, e é mais frequente quando se misturam
ria, diminuição da irritabilidade e da agressividade, relaxa- álcool e calmantes, principalmente barbitúricos. Pelo vômito,
mento da musculatura e diminuição do apetite. porém, o alcoolizado pode eliminar o excesso de álcool de seu
organismo e acabar dormindo antes de chegar à dose letal;
Esteroides anabolizantes
Os esteroides começaram a ser utilizados na década Barbitúricos: provocando uma depressão (diminuição) da ati-
de 60 por atletas que se dopavam para melhorar a força e vidade cerebral, de maneira generalizada, induz a uma seda-
o desempenho do corpo. ção inicial; o aumento da dose leva ao coma e depois à morte;
Os efeitos imediatos no uso de esteroides podem ser im-
pressionantes: aumento da massa muscular, força redobra- Codeína: está presente em xaropes infantis, como o Be-
da e uma sensação confiante de agressividade e invulnera- lacodid, Setux, etc. Podem ocorrer intoxicações acidentais
bilidade. Os atletas, sob os efeitos dos anabolizantes, podem principalmente em crianças, apresentando torpor, sono-
apresentar a “psicose do halterofilista”, isto é, alucinações, lência, miose (pupila contraída), reflexos diminuídos, pele
delírio de poder, episódios paranoides (relaciona tudo o que fria, depressão respiratória, coma e morte. Crianças de
esteja acontecendo à sua volta com a sua própria pessoa), dois e três anos não têm ainda formados os mecanismos
comportamento motor extravagante e violência incontrolável. da barreira protetora do cérebro, por isso são mais vulne-
O uso crônico pode trazer doenças cardíacas, enfermidade ráveis aos psicotrópicos que os adultos;
do fígado, problemas urinários, disfunções sexuais, calvície,
acne, alterações na aparência, impotência, esterilidade, di- Morfina: apresenta um quadro semelhante ao da codeína,
minuição da expectativa de vida. Em alguns casos pode ser porém muito mais intenso e grave. A morte é previsível pelo
fatal, e a interrupção do seu uso pode conduzir à depressão uso abusivo. Os morfinômanos sabem desse risco, que ali-
e a uma profunda sensação de fraqueza. ás, é muito diferente das intoxicações codeínicas infantis.
Os esteroides anabolizantes são proibidos em ativida-
des atléticas amadoras ou profissionais.
A dependência, ou vício, é um estado de necessidade
física e/ou psíquica de uma ou mais drogas, resultante de
seu uso contínuo ou periódico. A dependência pode ser:

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Complemento - 43

Quadros – Resumos
Para não esquecer!

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BIBLIOGRAFIA
ANDREUCCI, RICARDO ANTONIO. Tudo o que Você Precisa Ouvir Sobre Drogas Como Prevenir - Audiolivro - Editora:
EDITORA SARAIVA JURIDICO. Ano de Edição: 2010
DETON, MÁRCIA. Guia Prático Sobre Drogas - Conhecimento, Prevenção, Tratamento, Editora Rideel, 2011.
LEITE, EDUARDO A. FURTADO. Drogas, Concepções, Imagens: Um Comentário Sobre Dependência a partir do Modelo
Usual de Prevenção - 2005
VASCONCELLOS, J.L. & GEWANDSZNAJDER, F. Programas de saúde. São Paulo, Ática, 1989.18. ZEINUM, R. Ciên-
cias, corpo humano: saúde-ecologia.São Paulo, IBEP, s.d.

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Complemento - 45

Questões 04. Em uma aula prática de Biologia, foram anali-


sados três diferentes animais, e os resultados
observados foram utilizados para construir a se-
01. Os invertebrados se diferenciam a partir de di- guinte tabela.
versas características morfológicas, incluindo a
presença e número de patas.
Animal I Animal II Animal III
Considerando uma barata, uma aranha, um escor- Superfície externa
pião e um ácaro, pode-se afirmar que o número de Corpo subdividido
Corpo segmentado do corpo recoberta
pares de patas desses animais é, respectivamente, em cabeça, tórax
em anéis por poros e grande
a) 3, 4, 3 e 3. e abdome
cavidade central
b) 3, 4, 3 e 4.
Três pares de Locomoção por Fixos ao substrato
c) 3, 4, 4 e 4.
patas articuladas arrastamento marinho
d) 4, 3, 4 e 4.
e) 4, 4, 3 e 3. Não apresentam ór-
Um par de asas Ausência de asas
gãos especializados
02. O gráfico abaixo mostra uma curva (A) que represen- Respiração Respiração
ta o crescimento de um artrópode e uma curva (B) Filtradores
traqueal cutânea
que representa o crescimento de outros animais.
Esqueleto de fibras
Esqueleto externo Presença de
e espículas de
de quitina cerdas de quitina
calcário ou sílica
Presença Presença
Presença de clitelo
de antenas de coanócitos

Os animais representados por I, II e III podem ser,


respectivamente,
a) abelha, formiga e coral.
b) mosca, minhoca e esponja.
c) abelha, sanguessuga e esponja.
d) mosca, piolho de cobra e anêmona.
e) formiga, minhoca e água-viva.
Com relação ao crescimento do corpo dos artró-
podes, podemos afirmar que: 05. Os artrópodes compõem o grupo com maior núme-
a) é contínuo e acompanha o crescimento do exoesqueleto. ro de espécies (cerca de 1.100.000) do reino animal,
b) ocorre durante a muda. o que corresponde aproximadamente a 70% de
c) é contínuo e não envolve muda. toda a biodiversidade conhecida. Esse grupo pos-
d) é descontínuo e ocorre um pouco antes da muda. sui grande plasticidade fenotípica e ampla distribui-
e) é descontínuo e ocorre logo após a muda. ção, sendo encontrado desde profundidades com
cerca de dez mil metros até altitudes de aproxima-
03. É comum, quando pessoas entram em lagoas do damente sete mil metros. Entre os representantes
Pantanal, anelídeos sanguessugas se fixarem na desse grupo, encontram-se os quelicerados (ex.:
pele para se alimentarem. Para isso, utilizam uma aranhas, escorpiões e carrapatos), os insetos (ex.:
ventosa oral que possui pequenos dentes afiados gafanhotos, joaninhas e abelhas) e os crustáceos
que raspam a pele, provocando hemorragia. (ex.: caranguejos, lagostas e camarões).

Com relação às sanguessugas, considere as afir- Considerando as características gerais dos artró-
mativas a seguir. podes, é correto afirmar:
I. Contêm um par de nefrídio individualizado para a) Aranhas e escorpiões possuem um par de antenas.
cada segmento corporal. b) Caranguejos e lagostas apresentam respiração branquial.
II. São celomados com inúmeros segmentos iguais c) Abelhas e joaninhas apresentam sistema circulatório
separados internamente por septos transversais fechado.
membranosos. d) Lagostas e camarões possuem corpo dividido em ca-
III. Da mesma forma que as minhocas, as sangues- beça e tórax.
sugas apresentam cerdas para a locomoção. e) Gafanhotos e camarões possuem túbulos de Malpigh
IV. Assim como nas minhocas, os órgãos são irriga- como estruturas excretoras.
dos por uma rede contínua de capilares que se
estende sob a epiderme.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

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06. Leia a tira abaixo. O gráfico a seguir representa a variação apresen-


tada pelas três espécies estudadas, desconside-
rando-se a escala.

Invertebrados como os citados na tira têm em comum


a) exoesqueleto de quitina.
b) circulação fechada.
c) respiração traqueal.
d) excreção por meio de nefrídeos.
e) corpo metamerizado.

07. Os animais do grupo dos cordados caracterizam-


se pela presença, durante o desenvolvimento em-
brionário, de notocorda, tubo nervoso dorsal, fen-
das branquiais e cauda pós-anal muscular. São
exemplos de cordados: De acordo com as observações feitas, os alunos
a) peixes, anfíbios e equinodermos. formularam três afirmações.
b) aves, peixes e equinodermos. Afirmação A: O crescimento desses animais está re-
c) peixes, moluscos e répteis. lacionado às estações do ano.
d) artrópodes, peixes e anfíbios. Afirmação B: O crescimento só acontece após a tro-
e) peixes, anfíbios e répteis. ca do exoesqueleto.
Afirmação C: O padrão de crescimento apresentado
08. Em uma aula de Ecologia, o professor falou sobre no gráfico é típico dos artrópodes.
a importância de alguns representantes do grupo
dos anelídeos para o meio ambiente e de sua lar- Está correto o contido
ga utilização no cultivo de produtos orgânicos. a) na afirmação A, apenas.
b) na afirmação C, apenas.
Sobre esses organismos, é correto afirmar que são c) nas afirmações A e B, apenas.
a) acelomados, possuem sistema digestório completo e d) nas afirmações B e C, apenas.
corpo formado por vários metâmeros. e) nas afirmações A, B e C.
b) acelomados, possuem sistema circulatório aberto e
respiração cutânea. 11. O grau de semelhança entre os organismos sempre
c) celomados, possuem sistema circulatório fechado e foi o principal critério para os seus agrupamentos.
liberam amônia como produto de excreção. Com o advento da ideia de evolução entre os seres
d) celomados, diploblásticos e possuem reprodução do vivos, o grau de semelhança também passou a signi-
tipo sexuada e assexuada. ficar grau de parentesco evolutivo. O grau de paren-
e) celomados, deuterostômios e possuem sistema nervo- tesco evolutivo entre os metazoários é determinado
so formado por gânglios ligados por cordões nervosos. por semelhanças exclusivas fundamentais que carac-
terizam os grupos. As letras A, B e C representam as
09. Muitos animais passam por um processo conheci- seguintes características, RESPECTIVAMENTE:
do como ecdise. Assinale a alternativa que contém
somente animais que substituem periodicamente
seus exoesqueletos durante o seu crescimento.
a) cobras, ostras e caranguejos
b) aranhas, baratas e caranguejos
c) caranguejos, corais e aranhas
d) baratas, cobras e aranhas

10. Um grupo de estudantes do Ensino Médio acom-


panhou, durante algumas semanas, a variação do a) Simetria bilateral; Boca derivada do blastóporo; Pre-
tamanho do corpo das três diferentes espécies sença de notocorda
animais a seguir. b) Simetria radial; Boca derivada do blastóporo; Tegu-
mento quitinoso
c) Simetria bilateral; Ausência de celoma verdadeiro;
Presença de um pseudoceloma
d) Presença de celoma; Metamerizados; Ausência de
apêndices articulados
e) Simetria radial; Com três folhetos germinativos; Au-
sência de metameria

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12. Um determinado animal adulto é desprovido de crânio e 17. A placenta é responsável pela fixação do saco amnió-
apêndices articulares. Apresenta corpo alongado e cilín- tico ao útero e encarregada de promover as trocas nu-
drico. Esse animal pode pertencer ao grupo dos tritivas entre o sangue materno e o sangue fetal, além
a) répteis ou nematelmintos. de produzir vários hormônios. Assinale a alternativa que
b) platelmintos ou anelídeos. contém o grupo de animais que apresentam placenta:
c) moluscos ou platelmintos. a) Répteis.
d) anelídeos ou nematelmintos. b) Aves.
e) anelídeos ou artrópodes. c) Peixes.
d) Anfíbios.
13. Assinale a alternativa incorreta quanto ao reino animal. e) Mamíferos.
a) Os animais, em sua maioria, são celomados.
b) Os platelmintos são organismos acelomados. 18. Os vertebrados são animais que possuem coluna
c) Os anelídeos são organismos pseudocelomados. vertebral. Apesar de representarem apenas cerca
d) Os nematódeos são organismos pseudocelomados. de 1% do Reino Animal, eles são os seres vivos
e) Animais diblásticos possuem apenas dois folhetos que mais conhecemos.
embrionários: ectoderma e endoderma. Com base nas informações existentes sobre os
grupos de vertebrados, marque a alternativa que
14. Sobre os platelmintos, é correto afirmar que todos são: julgar CORRETA:
a) poliquetas, celomados, não possuem células-flama e a) As aves são os vertebrados que apresentam penas e,
pertencem à classe de hirudíneos. por isso, são os únicos vertebrados capazes de voar.
b) poliquetas, acelomados possuem células-flama e b) Os répteis são vertebrados que dependem da água
pertencem à classe dos tremátodos e céstodes. para a deposição de seus ovos.
c) triblásticos, celomados, possuem células-flama e c) Os anfíbios vivem tanto no ambiente terrestre como
pertencem à classe dos tremátodos e céstodos. no aquático, mas são independentes da água, utili-
d) triblásticos, acelomados, possuem células-flama e zando este ambiente somente para resfriar o corpo.
não pertencem à classe dos tremátodos e céstodos. d) Os mamíferos são os vertebrados que apresentam en-
e) triblásticos, acelomados, possuem células-flama e tre outras características, glândulas mamárias e pelos.
pertencem à classe de tremátodos e céstodes. e) Os peixes são vertebrados exclusivamente marinhos.

15. Evidências moleculares, baseadas em sequên- 19. No filo cordados, estão incluídos os animais ver-
cias de RNA, sugerem o parentesco entre molus- tebrados e também um grupo mais primitivo, o
cos anelídeos. Esses dados reforçam a hipótese dos protocordados, esses que os antecederam
de que esses grupos apresentam um ancestral na história evolutiva. Entre os animais relaciona-
comum. Parentesco entre esses grupos pode ser dos a seguir, pertencem ao filo cordado:
evidenciado também levando-se em considera- 1) Tubarão
ção características biológicas tais como: 2) Peixe ósseo
a) Protostomia, cordão nervoso dorsal e desenvolvi- 3) Sapo
mento direto. 4) Caracol
b) Metameria, presença de celoma e desenvolvimento indireto. 5) Estrela-do-mar
c) Presença de celoma, simetria bilateral e clivagem espiral. 6) Minhoca
d) Pseudoceloma, simetria bilateral e respiração branquial. 7) Medusa
e) Protostomia, clivagem espiral e metameria. 8) Cobra
9) Tartaruga
16. Os insetos reúnem maior número de espécies ani- Estão corretas apenas:
mais conhecidas, sendo, portanto, o grupo mais di- a) 3, 4, 6, 7 e 8
versificado dentro dos artrópodes e, consequente- b) 1, 2, 4, 5 e 6
mente, dentre todos os animais. Os diferentes grupos c) 2, 4, 5, 6 e 7
de artrópodes podem ser identificados com base nas d) 1, 2, 3, 8 e 9
características de sua morfologia externa. A tabela a e) 1, 2, 5, 6 e 9
seguir descreve as características das classes Insec-
ta, Chilopodas, Diplopoda e Arachinida. 20. Com relação aos animais do grupo Chordata,
além da presença da notocorda (ou corda) e da
Características
Classes cauda propulsora, quais dos caracteres a seguir
Divisão do corpo Número de pernas os distinguem de outros grupos de animais?
A Cabeça e tronco 1 par por segmento do tronco a) Fendas faringeanas e tubo nervoso dorsal
Cefalotórax e abdome ou
b) Respiração pulmonar ou branquial e sistema circula-
B
prossoma e opistossoma
4 pares tório com coração
C Cabeça, tórax e abdome 3 pares
c) Celoma derivado do arquêntero e clivagem radial in-
determinada
2 pares por segmento de
D Cabeça e tronco
tronco d) Simetria bilateral e triblásticos
e) Enterocelomados e corpo metamerizado
Assinale a alternativa que identifica corretamente
as classes A, B, C e D respectivamente. Gabarito
a) Arachinida, Insecta, Chilopoda e Diplopoda
b) Chilopoda, Diplopoda, Arachinida e Insecta 01. C 02. E 03. D 04. B 05. B
c) Chilopoda, Arachinida, Insecta e Diplopoda 06. E 07. E 08. C 09. B 10. D
d) Diplopoda, Chilopoda, Insecta e Arachinida 11. A 12. D 13. C 14. E 15. C
e) Diplopoda, Arachinida, Chilopoda e Insecta 16. C 17. E 18. D 19. D 20. A

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