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Manual de Preparatório, Discipilina:Biologia

Formador: Félix Fernando D. Panzo

Origem dos Animais e suas características

Acredita-se que animais e fungos tenham derivado de microrganismos eucariontes


unicelulares, que formavam colónias, e que viviam em ambiente aquático. Alem disso,
esse ancestral comum era heterotrófico e apresentava flagelos em pelo menos uma
fase do seu ciclo de vida. Com o passar do tempo, a colónia passou a possuir células
interdependentes, constituindo um ser multicelular. Todos os animais são
multicelulares e podemos caracterizá-los de acordo com a presença/ ausência de
tecidos. Tipo de sistema digestório e como se reproduzem.

Os parazoários não apresentam tecidos verdadeiros ( células especializadas que


desempenham determinada função em conjunto), como é o caso das esponjas. Os
eumetazoários, por sua vez, apresentam células organizadas em tecidos e representam
os demais grupos animais.

A alimentação de todos os grupos animais é por ingestão. Aqueles que possuem


sistema digestória incompleto apresentam apenas boca e cavidade digestósia, são eles
os cnidários e platelmintos. Os que possuem sistema digestório completo apresentam:
boca, tubo digestório e ânus. São eles os nematelmintos, anelídeos, moluscos,
artópodes, equinodermos e cordados.

Quanto à reprodução, pode ser assexuada ou sexuada. A reprodução sexuada possui


meiose gamética. A morfologia do espermatozóide é geralmente relacionada ao
deslocamento e os óvulos são células grandes e imóveis com reserva de nutrientes
para o desenvolvimento do embrião (vitelo).

Em animais hermafroditas pode ocorrer a autofecundação (fecundação do óvulo pelo


espermatozóide do mesmo indivíduo); ou, se houver mecanismos que impedem este
processo, pode ocorrer o fenómeno conhecido como fecundação cruzada (óvulos de
indivíduo são fecundados por espermatozóides de outro indivíduo da mesma espécie).
Quando a fecundação acontece no ambiente ela é denominada externa. Esse processo
tem um alto custo energético para produção dos gâmetas, pois muitos gâmetas têm
de ser liberados no meio esterno para que, ao acaso, haja fecundação. Quando a
fecundação ocorre dentro do corpo do indivíduo que produz óvulos, ela é chamada
fecundação interna – cujo custo energético de produção gamética é menor, pois
menos células são produzidas.

O custo energético com o desenvolvimento do embrião depende de o animal ser


ovíparo (aqueles que botam ovos e cujo desenvolvimento embrionário ocorre fora do
corpo materno, dependendo do vitelo para que seja viável. Ex.: aves), ovovivíparo (
animais que retém os ovos dentro do corpo materno até a eclosão, e os embriões
também se alimentam das reservas nutritivas contidas no ovo. Ex.: lebistes, que são
peixes de água doce) ou vivíparo (animais cujo desenvolvimento embrionário

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completa-se dentro do corpo materno e o embrião depende diretamente da mãe para


nutrição, o que ocorre por trocas fisiológicas. Ex.: espécie humana).

Em relação ao desenvolvimento, ele pode ser considerado direto ( quando não há


passagem por um estágio de larva no ciclo de vida) ou indireto ( quando há uma ou
mais fases larvais. Ex.: anfíbios). As larvas são morfologicamente diferentes dos adultos
(por possuírem hábitos diversos) e não possuem gônadas diferenciadas. Ainda durante
o desenvolvimento embrionário dos animais, ocorrem fases específicas que
determinam como esse animal vai ser. Na fase em que se delimita quais órgãos serão
formados a partir dos folhetos embrionários (organogênese), na maior parte dos
animais que possuem os três folhetos, sãoformadas as cavidades corporais. Essas
cavidades são chamadas de celoma e são cheias de um líquido que atua como
amortecedor mecânico entre as paredes do corpo e tubo digestório. Ela é delimitada
por células derivadas da mesoderme. Os animais celomados são aqueles que possuem
essa cavidade. Os pseudocelomados apresentam essa cavidade formada a partir da
balstocele. Já os acelomados não possuem celoma.

Os animais também são classificados pela simetria corporal que apresentam. essa
simetria é a divisão imaginária do corpo de organismo em metades especulares ( em
que uma é o espelho da frente). Eles podem apresentar simetria radial (radiada) e
bilateral (animais diblásticos têm simetria primária – do embrião ou da larva -
bilateral). Se o animal não puder ser dividido em metades especulares, ele é chamado
assimétrico . A organização interna do corpo pode dar origem, em animais bilaterais,
as estruturas que se repetem ao longo do eixo Antero-posterio. Assim, o corpo fica
organizado em metameros ou segmentos. São algumas vantagens proporcionadas pela
metameria a formação de estruturas repetidas que podem se especializar em outra
função e formação de blocos musculares que podem se contrair independentemente
de outro segmento, proporcionando amplitude de movimentos

Principais Filos do Reino Animal

Vamos começar dos seres com estruturas mais simples para os mais complexos.
Seguindo a lógica evolutiva os animais mais simples foram os primeiros a surgirem no
planeta Terra.Vamos considerar aqui os principais filos do reino animal:

 poríferos: são as esponjas do mar.


 cnidários: são as águas vivas, polipos, caravelas, hidras.
 platelmintos: são as planárias, tênias etc.
 nematelmintos: são as lombrigas, ancilóstomas etc.
 anelídeos: são as minhocas, poliquetas, sanguessugas.
 artrópodes: são os insectos, aranhas, crustáceos etc.

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 moluscos: são as lulas, polvos, lesma, caracóis etc.


 equinodermos: são as estrelas do mar, ouriços etc.
 cordados: são os peixes. anfíbios, répteis, aves e mamíferos
Veremos logo abaixo, mais detalhes e exemplos de cada um desses filos.

Poríferos

Os poríferos são os animais mais antigos que conhecemos. Sua estrutura é muito
simples, pois não possem órgão e nem tecidos definidos.São sesseis e em seu
organismos estão presentes poros que realizam a filtragem da água pra obtenção de
alimentos. Devido a presença de poros por todo o seu corpo são chamado de
poríferos. Também podemos encontrar o nome como espongiários ou ainda
como esponjas do mar.A saída de água recebe o nome de ósculo e também podemos
citar as células coanócitos e pinacócitos nesses animais.

Cnidários ou celenterados

Os cnidários são também criaturas bem simples. São animais importantíssimos para a
ecologia marinha, pois os corais fazem parte deste filo. Os mais conhecidos são as
águas vivas, as anêmonas do mar e a hidra, que é a unica representante de água doce.
Os cnidários também são conhecidos como celenterados.Os celenterados (cnidários
também podem ser chamados de celenterados) possuem um sistema digestório
incompleto, ou seja, o alimento entra cavidade oral e os detritos do processo
digestivos e saem pelo mesmo lugar.Estes animais possuem um tipo celular chamado
cnidócito que é utilizado para armazenar e injetar veneno em presas ou em
predadores.

Platelmintos

Os platelmintos é o filo dos vermes achatados e alguns de seus representantes podem


causar algumas doenças em seres humanos. Possuem um par de olhos muito simples,
vivem em ambientes aquáticos ou muito úmidos. O principal representante desse filo
são as planárias, as tênias e o esquistossomo.Suas verminoses estão geralmente
associadas ao baixo saneamento básico e aparecem em regiões onde não há o devido

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tratamento de água. Doenças como esquistossomose, teníase e cisticercose estão


entre algumas verminoses causados por animais desse filo.São os primeiros animais a
apresentarem sistema nervoso ganglionar, ou seja, há o aparecimento de gânglios
nervosos na região da cabeça.

Nematoides

As lombrigas, o ancilóstoma, são os representantes mais conhecidos. Podem causar


doenças tanto em humanos e em outros animais. Outras doenças causadas por
nematoides são a ancilostomose e a filariose mais conhecida popularmente como
elefantíase. Verminoses como o bicho geográfico erroneamente chamado de micose
também é causada por estes animais.Possuem aproximadamente 90 mil espécies já
catalogadas e podem ser de vida livre ou parasitas. São os primeiros animais a
apresentarem sistema digestório completo, com boca e ânus bem definidos.

Anelídeos

As minhocas são os representantes mais conhecidos. Sanguessugas e poliquetas são os


outros representantes. Uma característica marcante nesses animais é a presença de
anéis por todo o corpo. daí vem o nome do filo.

O Filo dos anelídeos é o primeiro do Reino animal em que a circulação aparece. vários
corações rudimentares bombeiam o sangue que possui hemoglobina pelo corpo do
animal. Seu sistema digestório é completo pois possui boca e ânus.

As minhocas desempenham um papel ecológico muito importante na saúde do solo.


Como diz o ditado, “solo bom é solo com minhoca” vem do fato desses animais
digerirem os resto de matéria orgânica e transformar em húmus, além de fazer túneis
no solo que possibilita a circulação do ar.

Moluscos

Os Moluscos são animais que podem ser encontrados tanto em ambientes aquáticos
quanto terrestres. São animais de corpo mole. Entre alguns de seus representantes
marinhos estão o polvo, a lula, ostras e mexilhões . As lesmas caracóis são terrestres
porém precisam de um ambiente úmido, pois sua respiração se dá pela pele.Os

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moluscos possuem um sistema nervoso bastante desenvolvido, seu sistema digestório


é completo e também possuem um sistema circular fechado.Possuem uma grande
importância econômica, pois podem ser utilizados como como alimentos e como
ornamentos. há os que causam prejuízo e doenças também.Os moluscos podem ser
divididos em três classes principais: os cefalópodes, gastrópodes e bivalves

Equinodermos

Equinodermo são os animais de pele dura e seus representantes mais conhecidos são
as estrelas do mar, as bolachas do mar e o ouriços. Possuem sistema digestivo
completo e sua respiração se dá por meio de branquias. São animais exclusivamente
marinhos e bentônicos. Possuem um sistema único no Reino Animal, é o sistema
ambulacral, que permite a locomoção e alimentação do animal. Possuem um
endoesqueleto calcário revestido por uma membrana epidérmica muito fina.

Artrópodes

Os artrópodes são o maior grupo dentre todos os animais. São os mais abundantes e
podem ser considerados como um verdadeiro sucesso evolutivo devido a sua
distribuição em todos os cantos do globo terrestre. O nome artrópode vem do fatos
que esses animais possuem pés articulados. Há 3 classes principais, sendo elas a
dos Insetos, aracnídeos e crustáceos.Esses possuem como características um forte
exoesqueleto, a presença de apêndices motores articulados, que alias, por essa
característica, dá nome ao filo. Outra característica marcante é fenômeno da muda ou
ecdise, que consiste na troca do exoesqueleto de tempos em tempos para permitir
que o animal continue crescendo.Em relação a sua fisiologia e anatomia, possuem
sistema digestório completo e a presença dos sistemas circulatório, respiratório
excretor e nervoso.
Cordados

Os cordados são os representantes vertebrados do Reino Animal. São os que possuem


maior complexidade orgânica do reino. Alguns de seus representantes possuem
sangue frio e outros podem regular a própria temperatura. Nos seres humanos
fazemos parte do filo dos cordados, cuja característica comum a todos e possuir

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notocorda em alguma fase do desenvolvimento da vida. São 5 as classes desse filo


sendo ela os peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.

EMBRIOLOGIA ANIMAL

Gametogênese

Gametogênese,que é a formação dos gametas, e a embriologia animal,que


corresponde ao estudo do desenvolvimentode um organismo a partir da célula inicial.
No próximocapítulo, analisaremos a histologia, o estudodos tecidos.Nos animais, os
gametas masculinos são chamadosespermatozoides e os gametas femininos, óvulos.Os
gametas são formados em órgãos especializadosdenominados gônadas. Existem,
portanto,dois tipos de gônadas:

› femininas – os ovários;

› masculinas – os testículos.

Os ovários produzem óvulos e os testículos


produzemespermatozoides.Analisaremos os dois tipos de gametogênese:

› ovogênese (ou ovulogênese) – origem e formaçãodo óvulo;

› espermatogênese – origem e formação doespermatozoide.

Vamos ter, a seguir, uma visão geral desses doisprocessos. Contudo, é


importante lembrar que existemdiversas estratégias reprodutivas entre os animaise
que os detalhes da ovogênese e da espermatogênesevariam de acordo com a
espécie.Em muitas espécies de anfíbios, por exemplo, asfêmeas produzem centenas de
óvulos a cada estaçãoreprodutiva, a partir de células que se dividem continuamenteao
longo da vida do animal. Em comparação,as fêmeas de mamíferos produzem poucos
óvulosao longo de sua vida. Na espécie humana, a mulher jánasce com um
determinado número de células precursorasde óvulos; muitas dessas células morrem e
degeneramao longo dos anos e poucos gametas femininossão efetivamente
produzidos por uma mulher.

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Vamos iniciar o estudo da gametogênese considerando a espécie humana e


ascaracterísticas dos gametas produzidos pelos homens e pelas mulheres. Tanto
osóvulos quanto os espermatozoides são células haploides, mas formam-se a partirde
células somáticas diploides chamadas, respectivamente, ovogônias e
espermatogônias.Observe nos esquemas a seguir as principais fases do
desenvolvimentodessas células diploides, até a formação dos gametas haploides

A espermatogênese divide-se em quatro fases: Fase de proliferação ou de


multiplicação: Tem início durante a vida intra-uterina, antes mesmo do nascimento do
menino, e se prolonga praticamente por toda a vida. As células primordiais dos
testículos, diplóides, aumentam em quantidade por mitoses consecutivas e formam as
espermatogônias .

Fase de crescimento: Um pequeno aumento no volume do citoplasma das


espermatogônias as converte em espermatócitos de primeira ordem, também
chamados espermatócitos primários ou espermatócitos I, também diplóides. Fase de
maturação: Também é rápida, nos machos, e corresponde ao período de ocorrência da
meiose. Depois da primeira divisão meiótica, cada espermatócito de primeira ordem
origina dois espermatócitos de segunda ordem (espermatócitos secundários ou
espermatócitos II). Como resultam da primeira divisão da meiose, já são haplóides,

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embora possuam cromossomos duplicados. Com a ocorrência da segunda divisão


meiótica, os dois espermatócitos de segunda ordem originam quatro espermátides
haplóides. Espermiogênese: É o processo que converte as espermátides em
espermatozóides, perdendo quase todo o citoplasma. As vesículas do complexo de
Golgi fundem-se, formando o acrossomo, localizado na extremidade anterior dos
espermatozóides. O acrossomo contém enzimas que perfuram as membranas do
óvulo, na fecundação. Os centríolos migram para a região imediatamente posterior ao
núcleo da espermátide e participam da formação do flagelo, estrutura responsável
pela movimentação dos espermatozóides. grande quantidade de mitocôndrias,
responsáveis pela respiração celular e pela produção de ATP, concentram-se na região
entre a cabeça e o flagelo, conhecida como peça intermediária.

A Ovogênese

Nos ovários, encontram-se agrupamentos celulares chamados folículos


ovarianos de Graff, onde estão as células germinativas, que originam os gametas, e as
células foliculares, responsáveis pela manutenção das células germinativas e pela
produção dos hormônios sexuais femininos. Nas mulheres, apenas um folículo
ovariano entra em maturação a cada ciclo menstrual, período compreendido entre
duas menstruações consecutivas e que dura, em média, 28 dias. Isso significa que, a
cada ciclo, apenas um gameta torna-se maduro e é liberado no sistema reprodutor da
mulher. Os ovários alternam-se na maturação dos seus folículos, ou seja, a cada ciclo
menstrual, a liberação de um óvulo, ou ovulação, acontece em um dos dois ovários.

Fase de multiplicação ou de proliferação: É uma fase de mitoses consecutivas,


quando as células germinativas aumentam em quantidade e originam ovogônias. Nos
fetos femininos humanos, a fase proliferativa termina por volta do final do primeiro
trimestre da gestação. Portanto, quando uma menina nasce, já possui em seus ovários
cerca de 400 000 folículos de Graff. É uma quantidade limitada, ao contrário dos
homens, que produzem espermatogônias durante quase toda a vida.

Fase de crescimento: Logo que são formadas, as ovogônias iniciam a primeira


divisão da meiose, interrompida na prófase I. Passam, então, por um notável
crescimento, com aumento do citoplasma e grande acumulação de substâncias

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nutritivas. Esse depósito citoplasmático de nutrientes chama-se vitelo, e é responsável


pela nutrição do embrião durante seu desenvolvimento. Terminada a fase de
crescimento, as ovogônias transformam-se em ovócitos primários (ovócitos de
primeira ordem ou ovócitos I). Nas mulheres, essa fase perdura até a puberdade,
quando a menina inicia a sua maturidade sexual.

Fase de maturação: Dos 400 000 ovócitos primários, apenas 350 ou 400
completarão sua transformação em gametas maduros, um a cada ciclo menstrual. A
fase de maturação inicia-se quando a menina alcança a maturidade sexual, por volta
de 11 a 15 anos de idade. Quando o ovócito primário completa a primeira divisão da
meiose, interrompida na prófase I, origina duas células. Uma delas não recebe
citoplasma e desintegra-se a seguir, na maioria das vezes sem iniciar a segunda divisão
da meiose. É o primeiro corpúsculo (ou glóbulo) polar. A outra célula, grande e rica
em vitelo, é o ovócito secundário (ovócito de segunda ordem ou ovócito II). Ao sofrer,
a segunda divisão da meiose, origina o segundo corpúsculo polar, que também morre
em pouco tempo, e o óvulo, gameta feminino, célula volumosa e cheia de vitelo. Na
gametogênese feminina, a divisão meiótica é desigual porque não reparte igualmente
o citoplasma entre as células-filhas. Isso permite que o óvulo formado seja bastante
rico em substâncias nutritivas. Na maioria das fêmeas de mamíferos, a segunda divisão
da meiose só acontece caso o gameta seja fecundado. Curiosamente, o verdadeiro
gameta dessas fêmeas é o ovócito II, pois é ele que se funde com o espermatozóide.

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Fecundação

Fecundação é a união do espermatozoide ao óvulo, formando a célula-ovo ou zigoto. O


zigoto é, portanto, uma célula diploide, pois contém cromossomos originados do pai e
cromossomos originados da mãe. O zigoto sofre sucessivas divisões mitóticas,
originando novas células diploides e desse desenvolvimento resulta a formação do
embrião, que se desenvolverá até o nascimento.A fecundação é interna em alguns
animais e externa em outros. Na espéciehumana, por exemplo, a fecundação é
interna. Os animais que realizam fecundação interna podem ser:

a) vivíparos: o desenvolvimento ocorre, até o nascimento, dentro do


organismomaterno, como acontece na espécie humana.

b) ovíparos: o desenvolvimento embrionário ocorre dentro do ovo, fora do


organismomaterno, como acontece com as aves.

c) ovovivíparos: o embrião se desenvolve dentro do ovo, mas ainda no


organismomaterno, até a eclosão. Depois, deixa o corpo materno, de forma
semelhanteao que ocorre com os vivíparos verdadeiros. Exemplos: alguns peixes,
algunsanfíbios e alguns répteis.Completada a fecundação, inicia-se o desenvolvimento
embrionário.

Fases do desenvolvimento embrionário

Após a fecundação, a célula-ovo ou zigoto passa a sofrersucessivas divisões mitóticas,


dando origem a várias células,que permanecem unidas.O desenho esquemático ao
lado representa o que aconteceapós as primeiras divisões celulares sofridas pelo
zigoto:significativo aumento do número de células, mantendo-sea dimensão inicial
ocupada pelo zigoto. Esse processo, emque o volume não aumenta, embora as células
se multipliquem,caracteriza a segmentação ou clivagem. A fase seguinte do
desenvolvimento embrionário é a gastrulação.Nessa fase, o aumento do número de
células éacompanhado pelo aumento do volume total. Na gastrulaçãoocorre a
formação dos folhetos embrionários (folhetosgerminativos), que darão origem aos
diversos tecidos doorganismo em formação. A diferenciação desses tecidos(originados

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dos folhetos) e dos órgãos formados por elesconstitui a fase conhecida por
organ
ogêne
se.

Gastrulação

Após a formação da blástula, inicia-se a gastrulação, processo em que as


célulasembrionárias continuam a se dividir, ocorrendo aumento do volume total.Ao
final desta fase, forma-se a gástrula.

No embrião em fase de blástula podemos distinguir opolo animal e o


polo vegetativo. No início da gastrulação, ocorre uma invaginaçãodo polo vegetativo,
como se essas células fossem empurradas para a região internado embrião. Essa
invaginação é possível porque a velocidade com que essas células semultiplicam é
menor do que a velocidade de multiplicação das células do polo animal.A insinuação
das células do polo vegetativo na blastocele é a característica que deua esse tipo de
gastrulação o nome de gastrulação por invaginação ou por embolia.Em função da
invaginação, a blastocele diminui de volume e ocorre a delimitaçãode um novo espaço,
o arquêntero (intestino primitivo).A blastocele pode diminuir muito, a ponto de
praticamente desaparecer. O arquênteromantém um orifício de comunicação com o
exterior, denominado blastóporo.

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Na gastrulação, diferenciam-se os folhetos germinativos ou embrionários, que


darão origem a todos os tecidos e órgãos. Esses folhetos são: ectoderma (o mais
externo), mesoderma (o intermediário) eendoderma (o mais interno).
Os animais que possuem três folhetos germinativos sãochamados triblásticos
ou triploblásticos, como é o caso dos cordados. Existem entretanto, animais que
possuem apenas dois folhetos germinativos: o ectoderma e o endoderma. Esses
animais são chamados diblásticos ou diploblásticos, como e o caso dos cnidários.
O esquema acima descreve de forma simplificada a gastrulação em anfioxo. Neste
caso, a camada interna que reveste diretamente o arquêntero é chamada
mesentoderma e dará origem, logo a seguir ao mesoderma e ao endoderma. (Há quem
considere o mesentoderma como endoderma e o mesoderma formado a partir do
endoderma.)

Histologia Animal

Multicelularidade

Os seres unicelulares constituem aproximadamente a metade da matéria orgânica


existente no planeta. No caso dos unicelulares, como o corpo todo do indivíduo é
formado por uma única célula, esta realiza todas as funções necessárias à conservação
da vida, incluindo a reprodução, que possibilita a preservação da espécie.

Nos multicelulares, ocorre a formação de grupos especializados de células que


realizam determinadas funções. Cada conjunto especializado de células constitui um
tecido. Como regra geral, as células de um tecido têm a mesma origem embrionária,
são interdependentes e em conjunto realizam uma função bem definida.

Ser multicelular, no entanto, não significa possuir tecidos, pois existem multicelulares
em que, apesar de existir certa divisão de trabalho entre as células, não chegam a se
formar tecidos. É o que acontece com os fungos, com as algas multicelulares e com as
esponjas, sendo estas últimas os únicos animais não formados por tecidos. Mas o que
define um tecido? Cada tecido é formado não somente pelas células, mas também por
substâncias intercelulares produzidas por elas, ou seja, substâncias que ocupam os
espaços entre as células. Os tecidos podem se reunir, formando órgãos, podendo estes
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formar conjuntos maiores, denominados sistemas. Os tecidos muscular, epitelial e


conjuntivo fazem parte de órgãos como a faringe, o esôfago, o estômago e os
intestinos, que são órgãos do sistema digestório.

O ramo da Biologia que estuda os tecidos é a Histologia (histo = tecidos; logia =


estudo). Costumamos dividir os tecidos em quatro grupos: tecido epitelial,tecido
conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso.

Tecido muscular
O tecido muscular, por meio de contraçõese distensões, possibilita a locomoçãodo
corpo e outros movimentos,como o batimento do coração e os
movimentosperistálticos do esôfago, estômagoe intestinos.Existe trêstipos de tecido
muscular: o estriado esquelético,o não estriado, ou liso, e oestriado cardíaco.Os
tecidos musculares são formadospor células fusiformes denominadas fibrasmusculares
ou miócitos.Existem estrias transversais nas fibrasdos tecidos estriados, tanto
noesquelético quanto no cardíaco. Nãoocorrem estrias nas fibras do tecidomuscular
não estriado.

As estrias visualizadas nos corteshistológicos correspondem ao arranjode


determinadas proteínas envolvidasna contração muscular, dispostas no citoplasmadas
fibras musculares.O tecido muscular estriado esqueléticoforma músculos que podem
secontrair de forma voluntária, ou seja,controlados por nossa vontade. Elesprendem-
se ao esqueleto e possibilitama movimentação do corpo.O tecido muscular não
estriado formaos músculos involuntários, ocorrendoem estruturas como as artérias,
oesôfago, o estômago e os intestinos.

Os movimentos peristálticos dos órgãosdo sistema digestório, por exemplo,são


causados pela musculaturanão estriada desses órgãos.O tecido muscular estriado
cardíacoestá presente apenas no coração, formandoo miocárdio, que é o
músculocardíaco. Este músculo é responsávelpelos batimentos vigorosos e
constantesdo coração, que garantem a circulaçãodo sangue por todo o corpo.
Omúsculo cardíaco tem contração independentede nossa vontade.

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Sistema Circulatório
O sistema circulatório participa do transporte de gasesrespiratórios, de
nutrientes, de resíduos metabólicos, de hormônios ecomponentes do sistema de
defesa.Os animais de pequeno porte podem trocar substâncias com o meiopor
difusão, enquanto os animais de grande porte geralmente possuemum sistema de
distribuição de fluido, mais eficiente. Esse fluidocirculante – o sangue – flui pelo
sistema circulatório.
Sistema circulatório aberto ou lacunar
O sistema circulatório aberto ou lacunar aparece nos moluscos,artrópodes e
protocordados. O sangue circula dentro dos vasos, saindo lentamente para lacunas (ou
hemocelas) encontradas nos tecidos,entrando em contato direto com as células. O
sangue desses animais édenominado hemolinfa, devido à presença de pequena
quantidade decélulas.Nestes animais, o coração é pouco musculoso, bombeando o
sangue lentamente para os vasos sanguíneos.
Sistema circulatório fechado
O sistema circulatório fechado ocorre nos anelídeos e vertebrados.Nesse sistema, o
sangue flui no interior de vasos sangüíneos, impulsionado pelo coração (muito
musculoso), desenvolvendo umapressão sangüínea alta e constante.A contração do
músculo cardíaco é denominada sístole, e orelaxamento (do miocárdio) que ocorre
entre as sístoles é denominadodiástole.
Sangue humano
O sangue é formado por duas partes : o plasma (parte líquida) e oselementos figurados
(glóbulos vermelhos, glóbulos brancos eplaquetas).
Plasma :O plasma é formado por 90% de água e 10% desubstâncias como as proteínas,
aminoácidos, açúcares, lipídios esubstâncias resultantes da digestão, que são
distribuídas as células.Encontramos também, no plasma sangüíneo, os gases
respiratórios (O2, CO2), excretas (uréia ), hormônios, enzimas, etc.
Hemácias ou glóbulos vermelhos: são células discóides, bicôncavas e anucleadas nos
mamíferos. Nos demais vertebrados, as hemácias sãonucleadas. As hemácias são
produzidas no interior dos ossos longos (medula óssea) pelo tecido conjuntivo
hematopoiético mielóide. A função das hemácias é transportar os gases respiratórios
(O2 eCO2).

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Leucócitos ou glóbulos brancos : são células esféricas, produzidaspelo tecido


hematopoiético mielóide e linfóide.A principal função dos leucócitos é a defesa do
organismo contra aação de um agente estranho (antigeno).Através da fagocitose, os
leucócitos englobam o corpo estranho erealizam a sua digestão.

Plaquetas :As plaquetas são produzidas na medula óssea, com forma variável,
anucleada. Participam do processo de coagulação sangüínea, produzindo a
tromboplastina, proteína com função enzimática. O mecanismo de coagulação
sangüínea envolve várias reações enzimáticas.

Sistema Digestório
….

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