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Catequese DEPÓSITO DA FÉ (Catecismo 50 até 140)

50. Pela razão natural, o homem pode conhecer Deus com certeza, a partir das suas
obras. Mas existe outra ordem de conhecimento, que o homem de modo nenhum
pode atingir por suas próprias forças: a da Revelação divina (1). Por uma vontade
absolutamente livre, Deus revela-Se e dá-Se ao homem. E fá-lo revelando o seu
mistério, o desígnio benevolente que, desde toda a eternidade, estabeleceu em Cristo,
em favor de todos os homens. Revela plenamente o seu desígnio, enviando o seu Filho
bem-amado, nosso Senhor Jesus Cristo, e o Espírito Santo.

I. A Tradição apostólica

75. «Cristo Senhor, em quem toda a revelação do Deus altíssimo se consuma, tendo
cumprido e promulgado pessoalmente o Evangelho antes prometido pelos profetas,
mandou aos Apóstolos que o pregassem a todos, como fonte de toda a verdade
salutar e de toda a disciplina de costumes, comunicando-lhes assim os dons divinos»
(39).

A PREGAÇÃO APOSTÓLICA ...

76. A transmissão do Evangelho, segundo a ordem do Senhor, fez-se de duas maneiras:

– oralmente, «pelos Apóstolos, que, na sua pregação oral, exemplos e instituições,


transmitiram aquilo que tinham recebido dos lábios, trato e obras de Cristo, e o que
tinham aprendido por inspiração do Espírito Santo»;

– por escrito, «por aqueles apóstolos e varões apostólicos que, sob a inspiração do
mesmo Espírito Santo, escreveram a mensagem da salvação»

77. «Para que o Evangelho fosse perenemente conservado íntegro e vivo na Igreja, os
Apóstolos deixaram os bispos como seus sucessores, "entregando-lhes o seu próprio
ofício de magistério"» (41). Com efeito, «a pregação apostólica, que se exprime de
modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se, por uma sucessão
ininterrupta, até à consumação dos tempos» (42).

78. Esta transmissão viva, realizada no Espírito Santo, denomina-se Tradição, enquanto
distinta da Sagrada Escritura, embora estreitamente a ela ligada. Pela Tradição, «a
Igreja, na sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo
aquilo que ela é e tudo em que acredita» (43). «Afirmações dos santos Padres
testemunham a presença vivificadora desta Tradição, cujas riquezas entram na prática
e na vida da Igreja crente e orante» (44).

79. Assim, a comunicação que o Pai fez de Si próprio, pelo seu Verbo, no Espírito
Santo, continua presente e activa na Igreja: «Deus, que outrora falou, dialoga sem
interrupção com a esposa do seu amado Filho; e o Espírito Santo – por quem ressoa a
voz do Evangelho na Igreja, e, pela Igreja, no mundo – introduz os crentes na verdade
plena e faz com que a palavra de Cristo neles habite em toda a sua riqueza»

80. «A Tradição sagrada e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e compenetradas entre si. Com
efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo
fim» (46). Uma e outra tornam presente e fecundo na Igreja o mistério de Cristo, que prometeu estar
com os seus, «sempre, até ao fim do mundo» (Mt 28, 20).

Os fiéis, lembrando-se da palavra de Cristo a seus apóstolos: "Quem vos ouve a mim ouve" (Lc 10,16),

Em1 Cor 11,2, por exemplo, lemos: “Eu vos felicito por vos lembrardes de mim em toda ocasião e
conservardes as tradições tais como eu vo-las transmiti”4. São Paulo está claramente recomendando
que mantenham a tradição oral, e deve ser notado em particular que ele congratula os fiéis por fazê-lo
(Eu vos felicito...).

2 Ts 2,15, onde os cristãos são enfaticamente advertidos: “Assim, pois, irmãos, ficai inabaláveis e
guardai firmemente as tradições que vos ensinamos, de viva voz ou por carta”.

cf. Jo 16,13

É importante primeiro saber que Deus reuniu-nos para sermos seu povo, um povo eleito, para ser uma
nação Santa, afim de que publiquemos as virtudes (ver em 1Pedro 2,9).

[Agora, se queres se conformar no pecado e pensar que basta crêr, fica saber que na hora do juízo, Jesus
vai falar o seguinte: não te conheço ( Mateus 24, 11-12) não fazes parte deste povo.]

Para fazer parte deste povo de Deus, raça eleita, sacerdocio régio, nação Santa (1Pedri 2,9), deves
nascer da água e do Espírito (Jo 3, 5) ou seja, da fé mediante ao batismo (Gálatas 3,27-28).

Este povo de Deus é a Igreja, que é o corpo de Cristo ( 1Coríntios 12,27), tendo como a cabeça o próprio
Cristo e nós, somos os seus membros ( Cl 1,18).

95) “A Tradição, a Escritura, e o Magistério da Igreja, segundo o plano


prudente de Deus, estão unidos e ligados, de modo que nenhum deles pode
subsistir sem os outros; os três, cada um segundo seu caráter, e sob a ação do
único Espírito Santo, contribuem eficazmente para a salvação das almas” (10,3).

Catecismo de São Pio X nos expõe de maneira excepcional a Sagrada Tradição:

§ 5º - Da Tradição

890 - Dizei-me: o que é a Tradição?

A Tradição é a palavra de Deus não escrita, mas comunicada de viva voz por Jesus
Cristo e pelos Apóstolos, e que chegou inalterada, de século em século, por meio da
Igreja, até nós.

891 - Onde estão contidos os ensinamentos da Tradição?


Os ensinamentos da Tradição estão contidos principalmente nos decretos dos
Concílios, nos escritos dos Santos Padres, nos atos da Santa Sé, nas palavras e nos usos
da Sagrada Liturgia.

882 - Em que consideração se deve ter a Tradição?

A Tradição deve ser tida na mesma consideração em que se tem a palavra de Deus
contida na Sagrada Escritura.

O Primeiro Concílio Vaticano, ao tratar da Revelação no segundo capítulo da


Constituição Dogmática sobre a Fé Católica, de 24 de abril de 1870, citou o
ensinamento de Trento sobre as duas fontes de Revelação, Escritura e Tradição. Não
há evidentemente qualquer contradição entre aceitar que Deus é a única fonte de
Revelação e crer que Ele a transmite para nós por meio de duas maneiras ou fontes.
Protestantes que insistem em que as Escrituras são a única fonte de Revelação
certamente achariam difícil explicar o fato de que a pregação inicial dos apóstolos
tenha sido baseado somente na Tradição Oral. Nosso Senhor não deixou para a sua
Igreja nenhum livro escrito, mas apenas a Tradição oral para guiá-la.

Proclamou o Concílio Vaticano II: “A única Igreja de Cristo(…) é aquela que nosso Salvador,
depois da sua Ressurreição, entregou a Pedro para apascentar (Jo 21,17) e confiou a ele e aos
demais apóstolos para propagá-la e regê-la (Mt 28,l8ss), levantando-a para sempre como
coluna da verdade (1Tm 3,15). Esta Igreja(…) subsiste na Igreja Católica governada pelo sucessor
de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele” (Lumen Gentium

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