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O que é a Igreja?
Oração inicial
Preparar o ambiente: organizar o ambiente com bíblia, velas, imagem de
Jesus e fotos de igrejas, do papa e do povo reunido em celebração. Um
cartaz com a pergunta: “O que é ser Igreja?”
Canto:
1. Celebremos co'alegria nosso encontro. Jesus Cristo é nosso ponto de
união. É o caminho que nos leva para a vida. A verdade que nos traz
libertação.
Refrão: Formamos a Igreja viva, que caminha para o Reino do Senhor.
Vivendo em comunidade, nós faremos este mundo ser melhor.
2. Vamos juntos construir fraternidade. Trabalhando pela paz univer-
sal. Ser semente de uma nova sociedade. Gente unida para combater o
mal.
3. Jesus Cristo realiza a unidade. E não quer que nós vivamos separados.
Na união teremos força pra vencer. E ajudar o nosso irmão desampara-
do.
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o fogo do Vosso Amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado e renova-
reis a face da terra.
Oremos: Ó Deus que instruíste os corações dos vossos fiéis, com a luz do
Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o
mesmo Espírito e gozemos da sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso.
Amém.
Dirigente: (após um pequeno instante de silêncio)
Olhando os símbolos e imagens convido neste momento a conversarmos
um pouco respondendo a pergunta que está no cartaz: Para você o que é ser
Igreja? (momento de partilha)
Dirigente: Rezemos como o Senhor nos ensinou: Pai Nosso...
Canto:
1. Quando chamaste os doze primeiros pra te seguir/
Sei que chamavas a todos os que haviam de vir.
Tua voz me fez refletir / Deixei tudo pra te seguir / nos teus mares eu
quero navegar.
2. Quando pediste aos doze primeiro: Ide ensinai/
Sei que pedias a todos nós: Evangelizai!
3. Quando enviaste os doze primeiro de dois em dois/
Sei que enviavas todos os que viessem depois.
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palavras: o ser da Igreja e a missão (apostolado) da Igreja no mundo. Há,
pois toda a uma história e uma Tradição percorrida, não somente em seus
aspectos culturais, temporais, geográficos, mas sobretudo, um percurso de
fé eclesial, sob a guia do Espírito Santo, uma vez que a Igreja foi instituída
pelo próprio Cristo, e desejada por Ele: “tu és Pedro, e sobre esta pedra cons-
truirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (Mt
16,18). E é o Espírito Santo quem perpetua na história a obra de Cristo no
mundo através da Igreja.
O arcebispo italiano e teólogo Bruno Forte, faz uma leitura eclesioló-
gica interessante em relação à Santíssima Trindade: “a Igreja é o ícone da
Trindade”, ou seja, manifesta o mistério de Deus por sua sacramentalidade.
E a partir da mesma constituição dogmática acima citada, entende-se que a
Igreja é: Povo de Deus (em referência ao Pai), Corpo Místico de Cristo (em
referência ao Filho) e Templo do Espírito (em referência ao Espírito Santo).
Diz o mesmo teólogo que “a chave para a compreensão da mensagem ecle-
siológica do Concílio, voltada para a superação de vários reducionismos
possíveis, por meio de uma percepção renovada e plena do mistério eclesial,
reside na leitura trinitária da Igreja” (FORTE, A Igreja – Ícone da Trindade –
Breve Eclesiologia, p. 18).
Nas Sagradas Escrituras, é possível notar diversas imagens e metá-
foras para melhor compreender o mistério da Igreja e seu alcance sacra-
mental:
Assim a Igreja é o redil, cuja única porta e
necessário pastor é Cristo (Jo 10, 1-10). E tam-
bém o rebanho do qual o próprio Deus predisse
que seria o pastor (cf. Is 40,11; Ez 34,11ss), e
cujas ovelhas, ainda que governadas por pasto-
res humanos, são contudo guiadas e alimenta-
das sem cessar pelo próprio Cristo, bom pastor
e príncipe dos pastores (cf. Jo 10,11; 1Pd 5,4), o
qual deu a vida pelas suas ovelhas (cf Jo 10,11-
15).
A Igreja é a agricultura ou o campo de Deus
1Cor 3,9). Nesse campo cresce a oliveira antiga
de que os patriarcas foram a raiz santa e na
qual se realizou e realizará a reconciliação de
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judeus e gentios (Rm 11,13-26). Ela foi plantada
pelo celeste agricultor como uma vinha eleita
(Mt 21,33-43)... A Igreja é também muitas vezes
chamada construção de Deus (1Cor 3,9). O pró-
prio Senhor se comparou à pedra que os cons-
trutores rejeitaram e se tornou pedra angular
(Mt 21,42; par.; At 4,11; 1Pd 2,7; Sl 117,22). Sobre
esse fundamento é a Igreja construída pelos
Apóstolos (cf. 1Cor 3,11), e d'Ele recebe firmeza e
coesão. Esta construção recebe vários nomes:
casa de Deus (1Tm 3,15), na qual habita a Sua
«família»; habitação de Deus no Espírito (cf. Ef
2,19-22); tabernáculo de Deus com os homens
(Ap 21,3); e sobretudo «templo» santo, o qual,
representado pelos santuários de pedra e lou-
vado pelos Santos Padres, é com razão compa-
rado, na Liturgia, à cidade santa, a nova Jerusa-
lém. Nela, com efeito, somos edificados cá na
terra como pedras vivas (cf. 1Pd 2,5). Esta cida-
de, S. João contemplou-a «descendo do céu, de
Deus, na renovação do mundo, como esposa
adornada para ir ao encontro do esposo» (Ap
21,1ss).
A Igreja, chamada «Jerusalém do alto» e «nossa
mãe» (Gl 4,26; cf. Ap 12,17), é também descrita
como esposa imaculada do Cordeiro imaculado
(Ap 19,7; 21,2. 9; 22,17), a qual Cristo amou e por
quem Se entregou, para a santificar» (Ef 5,25-
26), uniu a Si por um indissolúvel vínculo, e sem
cessar «alimenta e conserva» (Ef 5,29)... (LG, n.
6).
Feita esta introdução, é possível agora, mesmo sucintamente, apre-
sentar as características da Igreja, com seus predicados teológicos, esclare-
cendo alguns fundamentos que constituem a identidade (ontologia)
mesma da Igreja. Essas propriedades eclesiais são claramente expressas na
Profissão de Fé, no Símbolo Niceno-Constantinopolitano: “Creio na Igreja,
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una, santa, católica e apostólica”.
A Igreja é Una
A palavra una, logicamente se refere à unidade, e a unidade por sua
vez, pressupõe pluralidade, pois somente se une a diversidade de elemen-
tos, uma vez que unidade não é isolamento, exclusividade, afastamento ou
fechamento, mas antes a organização, justaposição de variedades. Assim, a
Igreja é una porque há diversidade; e nesta diversidade acontece pela ação
do Espírito Santo a unidade, o que não significa uniformidade ou padroni-
zação. A unidade da Igreja é muito bem expressa em várias passagens neo-
testamentárias (cf. Jo 15,1-8; 1Cor 12,12-27; Ef 4,1-6 etc). E o Catecismo da
Igreja Católica bem explica o que significa a unidade da Igreja e na Igreja,
como mistério sagrado, que se principia teologicamente na unidade da Trin-
dade (cf. CIgC 813-822).“Crer que a Igreja é «santa» e «católica», e que é «una»
e «apostólica» (como acrescenta o Símbolo Niceno-Constantinopolitano), é
inseparável da fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo. No Símbolo dos Após-
tolos fazemos profissão de crer a Igreja santa («Credo... Ecclesiam»), e não na
Igreja, para não confundir Deus com as suas obras e para atribuir clara-
mente à bondade de Deus todos os dons que Ele próprio pôs na sua Igreja”
(CIgC 750). Deste modo, dizer que “creio na Igreja” como una, é expressão de
que enquanto eu(nós) sou(somos) Igreja, professo(professamos) a fé. Por
ocasião da convocação do Ano da Fé, em 2011, Bento XVI assim se expres-
sou com a Carta Apostólica Porta Fidei:
A própria profissão da fé é um ato simultanea-
mente pessoal e comunitário. De fato, o primei-
ro sujeito da fé é a Igreja. É na fé da comunidade
cristã que cada um recebe o Batismo, sinal efi-
caz da entrada no povo dos crentes para obter a
salvação. Como atesta o Catecismo da Igreja
Católica, “Eu creio”: é a fé da Igreja, professada
pessoalmente por cada crente, principalmente
por ocasião do Batismo. “Nós cremos”: é a fé da
Igreja, confessada pelos bispos reunidos em
Concílio ou, de modo mais geral, pela assemble-
ia litúrgica dos crentes. “Eu creio”: é também a
Igreja, nossa Mãe, que responde a Deus pela
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sua fé e nos ensina a dizer: “Eu creio”, “Nós cre-
mos” (PF, n. 10).
A Igreja é Santa
Ao dizer acerca da santidade da Igreja, é válido recordar que ela também é
pecadora. Mas bem distinta é a questão: a Igreja é santa por sua origem divi-
na, mas pecadora por seus membros humanos, marcados pelo pecado. Em
1964, Paulo VI promulgou a Carta Encíclica Ecclesiam Suam, acerca dos
caminhos a ser seguidos pela Igreja. Desta Carta, podem ser extraídos múl-
tiplos textos para clarificar a santidade da Igreja em sua gênese e natureza,
proveniente de Cristo Redentor. É sempre salutar rememorar os funda-
mentos bíblicos e teológicos da santidade da Igreja (cf. Jo 19,34; At 2,1-11
etc).
Vem à Igreja a necessidade nobre e quase impa-
ciente de se renovar, isto é, emendar os defei-
tos, que aquela reflexão, como exame interior
feito diante do modelo, que nos deixou Cristo de
si mesmo, descobre e repele. Qual é hoje para a
Igreja o dever de corrigir os defeitos dos própri-
os membros e de os levar a tender a maior per-
feição, e qual o método para chegar com segu-
rança a esse renovamento? (Ecclesiam Suam, n.
4).
A santidade da Igreja se deve ao seu caráter mistérico. Tal cará-
ter jamais pode ser deslembrado na consideração de ser santa, e vocaciona-
da a esta santificação contínua até a perfeição escatológica (no final dos
tempos). Conhecer a identidade da Igreja neste aspecto é fundamental:
Bem sabemos que é um mistério, é o mistério da
Igreja. Se nós, com a ajuda de Deus, fixarmos o
olhar da alma neste mistério, conseguiremos
muitos benefícios espirituais, aqueles exata-
mente que agora julgamos mais necessários
para a Igreja. A presença de Cristo, mais, a pró-
pria vida dele, tornar-se-á operante em cada
uma das almas e no conjunto do Corpo Místico,
pelo exercício da fé viva e vivificante, que fará:
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«Cristo habitar pela fé em vossos corações",
segundo a palavra do Apóstolo (Ef 3,17). A cons-
ciência do mistério da Igreja é um fato próprio
da fé adulta e vivida. Produz nas almas aquele
"sentir da Igreja", que penetra o cristão formado
na escola da palavra divina, alimentado pela
graça dos sacramentos e pelas inspirações ine-
fáveis do Espírito Paráclito, habituado a prati-
car as virtudes evangélicas, embebido da cul-
tura e do modo de ser da comunidade eclesial, e
cheio de alegria vendo-se revestido daquele
sacerdócio real que é próprio do povo de Deus
(cf. 1Pd 2,9).
O mistério da Igreja não é simples objeto de
conhecimento teológico, deve ser fato vivido,
em que a alma fiel, antes de ser capaz de definir
a Igreja com exatidão, a pode apreender numa
experiência conatural...Cristo derrama nos
seus membros místicos as comunicações admi-
ráveis da sua verdade e da sua graça, e dá ao seu
Corpo Místico, peregrino no tempo, a organi-
zação visível, a unidade ilustre, a funcionalida-
de orgânica, a variedade harmônica e a beleza
espiritual. As imagens não conseguem tradu-
zir-nos, em conceitos acessíveis, toda a realida-
de e profundeza deste mistério. Ainda assim,
depois da imagem recordada do Corpo Místico,
sugerida pelo Apóstolo São Paulo, deveremos
fazer especial menção de outra, porque é do
próprio Cristo: a do edifício de que Ele é arqui-
teto e construtor; edifício fundado sobre um
homem, frágil por natureza, mas por Ele trans-
formado milagrosamente em pedra sólida, isto
é, dotado de prodigiosa e perene indefectibili-
dade...(Mt 16,18) (Ecclesiam Suam, n. 16).
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A Igreja é santa porque “unida a Cristo, é santificada por Ele. Por Ele
e n'Ele torna-se também santificante. Todas as obras da Igreja tendem, como
seu fim, para a santificação dos homens em Cristo e para a glorificação de
Deus. É na Igreja que se encontra a plenitude dos meios de salvação. É nela
que nós adquirimos a santidade pela graça de Deus” (CIgC 824). Por isso, é
impossível dissociar a Igreja, de Cristo (o Corpo – povo de Deus – deve estar
sempre unido à Cabeça – Cristo); não tem sentido querer entender a Igreja
fora deste princípio: na e da Pessoa de Jesus Cristo (em Seu Mistério Pascal).
A Igreja é Católica
A palavra “católica” advém da língua grega Katholikó (καθολικό) e se
traduz por universal. Isto demonstra que no nome mesmo da Igreja Católi-
ca se encontra o alcance de seu apostolado: a Comunidade de Fé não pode se
fechar sobre si mesma num gueto, de modo sectário, mas se abre por sua
própria natureza a todos os homens e mulheres, segundo o desejo salvífico
de Deus para com a humanidade toda (cf. 1Tm 2,4). Esta abertura missioná-
ria, dialógica, evangelizadora e pastoral participa da identidade da Igreja,
nesse processo permanente de autoconhecimento teologal:
Pensamos que hoje é necessário à Igreja apro-
fundar a consciência que ela deve ter de si mes-
ma, do tesouro de verdades de que é herdeira e
guarda, e da missão que deve exercer no mun-
do...a Igreja deve neste momento refletir sobre
si mesma, para se confirmar no conhecimento
dos desígnios divinos a seu respeito, para
encontrar maior luz, nova força e maior alegria
no cumprimento da própria missão, e para esco-
lher o melhor modo de estreitar, ativar e
melhorar os seus contatos com a humanidade a
que pertence, embora possua caracteres pró-
prios inconfundíveis (Ecclesiam Suam, n. 7).
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nidade e salvação. Precisa experimentar Cris-
to em si mesma... (Ecclesiam Suam, n. 10).
Da catolicidade da Igreja se extrai a enorme abrangência de seu apos-
tolado, bem como a responsabilidade da expressão latina: ecclesia semper
reformanda (“Igreja em reforma sempre”), isto é, em constante atualização
teológica e pastoral para bem evangelizar, para ser sempre a mesma Igreja
de Cristo, fiel a Ele e ao seu mandato. E deste compromisso participam, cada
um a seu modo é claro, todos os membros em prol da unidade universal da
Igreja: “todos os homens são chamados a esta unidade católica do Povo de
Deus, a qual anuncia e promove a paz universal; a ela pertencem, de vários
modos, ou a ela se ordenam, quer os católicos quer os outros que acreditam
em Cristo quer, finalmente, todos os homens em geral, pela graça de Deus
chamados à salvação” (LG, n. 13).
Uma das implicâncias da catolicidade da Igreja se encontra na sua
missionariedade, assim bem elaborada, fundamentada no diálogo, na
inculturação do Evangelho, na paciência histórica, na criatividade pastoral
ao se empregar novas linguagens e metodologias para uma evangelização
mais atraente e relevante aos interlocutores da fé cristã:
Pela sua própria missão, a Igreja faz a cami-
nhada de toda a humanidade e partilha a
sorte terrena do mundo. Ela é como que o fer-
mento e, por assim dizer, a alma da sociedade
humana, chamada a ser renovada em Cristo e
transformada em família de Deus. O esforço
missionário exige, portanto, paciência. Come-
ça pelo anúncio do Evangelho aos povos e gru-
pos que ainda não acreditam em Cristo; pros-
segue no estabelecimento de comunidades
cristãs, que sejam sinais da presença de Deus
no mundo e na fundação de Igrejas locais;
compromete-se num processo de incultura-
ção, para encarnar o Evangelho nas culturas
dos povos; e também não deixará de conhecer
alguns fracassos. Pelo que diz respeito aos
homens, aos grupos humanos e aos povos, a
Igreja só pouco a pouco os atinge e penetra,
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assim os assumindo na plenitude católica
(CIgC 854).
A Igreja é Apostólica
O vocábulo apostólico procede do grego apostolikí (αποστολική) e se
traduz por enviado, mensageiro. A Igreja é apostólica porque enviada pelo
próprio Cristo para evangelizar os povos (cf. Mt 28,16-20; Mc 16,15-20). E
dentre os aspectos do mandato de Cristo aos seus discípulos-apóstolos, está
o de manifestar a caridade, como identidade e testemunho da fé cristã (cf. Jo
13,35). Nesta ótica, Bento XVI, na Carta Apostólica Intima Ecclesiae Natura,
mostra a importância do serviço da caridade, desde os primórdios da Igreja:
A natureza íntima da Igreja exprime-se num
tríplice dever: anúncio da Palavra de Deus
(kerygma-martyria), celebração dos Sacramen-
tos (leiturgia), serviço da caridade (diakonia). São
deveres que se reclamam mutuamente, não
podendo um ser separado dos outros.
Portanto, também o serviço da caridade é uma
dimensão constitutiva da missão da Igreja e
expressão irrenunciável da sua própria essên-
cia; todos os fiéis têm o direito e o dever de se
empenharem pessoalmente por viver o manda-
mento novo que Cristo nos deixou (cf. Jo 15,12),
oferecendo ao homem contemporâneo não só
ajuda material, mas também refrigério e cuida-
do para a alma. A Igreja é chamada à prática da
diakonia da caridade também a nível comunitá-
rio, desde as pequenas comunidades locais pas-
sando pelas Igrejas particulares até à Igreja uni-
versal.
Esses elementos tão claramente apontados por Bento XVI, mostram
a unidade da Igreja em sua Tradição, aprendida e apreendida do Senhor,
como sinal testemunhal da sua apostolicidade no mundo, uma vez que a
Igreja não existe para si mesma, mas encontra sua razão de ser no permane-
cer com Cristo (cf. Jo 15) e anunciá-Lo ao mundo, em todos os tempos e luga-
res da história. Deste modo,
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A Igreja é apostólica, porque está fundada
sobre os Apóstolos. E isso em três sentidos:
– foi e continua a ser construída sobre o «alicer-
ce dos Apóstolos» (Ef 2,20), testemunhas esco-
lhidas e enviadas em missão pelo próprio Cris-
to;
– guarda e transmite, com a ajuda do Espírito
Santo que nela habita, a doutrina, o bom depó-
sito, as sãs palavras recebidas dos Apóstolos;
- continua a ser ensinada, santificada e dirigida
pelos Apóstolos até ao regresso de Cristo, gra-
ças àqueles que lhes sucedem no ofício pasto-
ral: o colégio dos bispos, assistido pelos presbí-
teros, em união com o sucessor de Pedro, pastor
supremo da Igreja (CIgC 857).
E esta verdade da fé eclesial vai denotar mais uma vez sua organiza-
ção teológica e não meramente jurídica. Os elementos constituintes da Igre-
ja, conforme estão sendo tratados neste texto, estão intimamente unidos
entre si, uma vez que participam todos da unidade da Igreja, de sua nature-
za, de sua sacramentalidade, querida por Cristo, em vista da salvação:
A Igreja é una, santa, católica e apostólica na sua
identidade profunda e última, porque é nela
que existe desde já, e será consumado no fim
dos tempos, «o Reino dos céus», «o Reino de
Deus», que veio até nós na Pessoa de Cristo e
que cresce misteriosamente no coração dos
que n'Ele estão incorporados, até à sua plena
manifestação escatológica. Então, todos os
homens por Ele resgatados e n' Ele tornados
«santos e imaculados na presença de Deus no
amor», serão reunidos como o único povo de
Deus, «a Esposa do Cordeiro», «a Cidade santa
descida do céu, de junto de Deus, trazendo em
si a glória do mesmo Deus». E «a muralha da
cidade assenta sobre doze alicerces, cada um
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dos quais tem o nome de um dos Doze apóstolos
do Cordeiro» (Ap 21,14) (CIgC 865).
Mais recentemente, no Pontificado de Francisco, de certa forma
numa atualização teológica à Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, de
Paulo VI, de 1975, com o documento pontifício de mesmo teor, apresenta
metáforas de índole pastoral, com o intuito de renovar a missão evangeliza-
dora da Igreja, recordando sua apostolicidade na contemporaneidade:
A Igreja «em saída» é uma Igreja com as portas
abertas. Sair em direção aos outros para chegar
às periferias humanas não significa correr pelo
mundo sem direção nem sentido. Muitas vezes
é melhor diminuir o ritmo, pôr de parte a ansie-
dade para olhar nos olhos e escutar, ou renun-
ciar às urgências para acompanhar quem ficou
caído à beira do caminho... (EG, n. 46).
A Igreja é chamada a ser sempre a casa aberta
do Pai...todos podem participar de alguma
forma na vida eclesial, todos podem fazer parte
da comunidade... Estas convicções têm tam-
bém consequências pastorais, que somos cha-
mados a considerar com prudência e audácia...
(EG, n. 47).
Se a Igreja inteira assume este dinamismo mis-
sionário, há de chegar a todos, sem exceção...
(EG, n. 48). Saiamos, saiamos para oferecer a
todos a vida de Jesus Cristo... Se alguma coisa
nos deve santamente inquietar e preocupar a
nossa consciência é que haja tantos irmãos nos-
sos que vivem sem a força, a luz e a consolação
da amizade com Jesus Cristo, sem uma comu-
nidade de fé que os acolha, sem um horizonte
de sentido e de vida... (EG, n. 49).
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A Igreja é Romana
Expressar o último “predicado” da Igreja, traz consigo a distinção
que se deve fazer desde o início: de que a “romanidade” não constitui um
elemento da identidade da Igreja; mas aponta para sua historicidade: Pedro
foi morto em Roma, e a maioria dos papas viveram em Roma. Considerado
o maior comando da história por muitos pensadores, o Império Romano,
que era pagão, trouxe muitos elementos culturais que posteriormente
foram cristianizados pela Igreja (a escolha da data do Natal, por exemplo).
Vale recordar neste interim, que o Apóstolo Paulo conhecia muito bem a
cultura romana e com ela se preocupou, fundando inclusive, uma Comuni-
dade Cristã naquela cidade, e escrevendo a sua carta mais elevada teologi-
camente: a Carta aos Romanos (cf. Rm 1,7). Roma ainda aparece em desta-
que em At 27 – 28, por ocasião da viagem apostólica de Paulo àquela cidade.
Em Roma, muitos cristãos foram martirizados. Em 313, sob o impé-
rio de Constantino, o cristianismo se tornou a religião oficial do Império. E
historicamente, a Liturgia da Igreja é assim chamada de Romana. Por essas
e outras razões histórico-culturais, o termo “Romano(a)” foi empregado e
consolidado no nome completo da Igreja: Igreja Católica Apostólica Roma-
na.
Por extensão, e a título de ilustração catequética, na referência litúr-
gica a Roma, é válido lembrar que a expressão “Romano ou Romana”, ainda
aponta à unidade da Igreja. A sede da Igreja está em Roma (Vaticano).
Ainda neste sentido, mencionando o Missal Romano, a Oração Eucarística
VI-A (Diversas Circunstâncias I – A Igreja a caminho da unidade), em seu
Prefácio próprio, mostra belamente este itinerário da unidade salvífica de
Cristo em Sua Igreja: “Pela Palavra do Evangelho do vosso Filho reunistes
uma só Igreja de todos os povos, línguas e nações. Vivificada pela força do
vosso Espírito, não deixais, por meio dela, de congregar na unidade todos os
seres humanos. Assim, manifestando a aliança do vosso amor, a Igreja
transmite constantemente a alegre esperança do vosso reino e brilha como
sinal da vossa fidelidade que prometestes para sempre em Jesus Cristo,
Senhor nosso”.
Do dado histórico, cultural e até mesmo geográfico da sede da Igreja
em Roma (Vaticano), compreende-se então, a unidade (comunhão) eclesial
e sua organização estrutural. Eclesiologicamente, se subentende a visibili-
dade da Igreja Universal e seu apostolado no mundo.
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Consideração final
Certamente, muitos outros aspectos poderiam ser abordados acerca
da Igreja. Conforme dito no início do texto, a Igreja é uma realidade ampla e
complexa à reflexão teológica. À característica da unidade, por exemplo,
abundantemente poderia ser falado sobre a comunhão, termo extrema-
mente valioso à eclesiologia. Mas para não delongar o texto, para-se por
aqui. E que esses pontos teológicos e pastorais sobre a Igreja ajudem aos lei-
tores, agentes de pastoral, a aprofundar o conhecimento da realidade da
Igreja, a sentirem-se afetiva e efetivamente membros dela, e amá-la com
aquele amor com que Cristo a amou e se entregou por ela (Cf. Ef 5,25b-
27.29b-30).
Conversa em grupo:
O que é Igreja?
Como ser Igreja nos dias de hoje?
Quando falamos: Igreja Una Santa Católica Apostólica Romana, realmente
compreendemos o seu significado?
Oração Final:
Imaculada, Maria de Deus
Coração pobre acolhendo Jesus
Imaculada, Maria do povo
Mãe dos aflitos que estão junto à cruz
Um coração que era sim para a vida
Um coração que era sim para o irmão
Um coração que era sim para Deus
Reino de Deus renovando este chão
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Uma Igreja sinodal
Sínodo: Caminhar juntos
1- PREPARAÇÃO
Duração:
A proposta é de uma tarde de formação (das 13h às 17h).
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2- Conscientizar as lideranças sobre o que significa a sinodalidade da Igreja;
3- Motivar nossas comunidades para a realização do I Sínodo Arquidioce-
sano;
3- Momento de reflexão
Basta seguir o próprio esquema do texto. Este resumo, se possível, pode ser
distribuído aos presentes:
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juntos. A sinodalidade é uma característica da Igreja, lembra aquilo que a
Igreja é: mistério de comunhão com Deus e entre todos os seus membros
(ovelhas e pastores); povo de Deus; corpo de Cristo. Na história da Igreja, a
realização de um Sínodo é uma forma concreta, um meio, um instrumento
para se viver na prática aquilo que a Igreja é: caminhar juntos, à luz da fé,
discernindo os sinais dos tempos na história e vida do povo de Deus.
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c) Elementos formais (aquilo que concretamente é importante para
a realização do Sínodo)
- Consulta ampla a todo o povo de Deus: o início do processo do síno-
do se dá através da escuta das pessoas. “Uma Igreja Sinodal é uma
Igreja da escuta”, diz o Papa Francisco. No Sínodo, diálogo e escuta
são fundamentais e não podem faltar em todos os níveis. Por isso,
nas bases é preciso favorecer a participação de todos no processo.
Caminhar juntos!
- A missão sinodal dos pastores. Nas Dioceses, os bispos são os res-
ponsáveis por convocar, propor o tema e conduzir a realização do
Sínodo. Após todo processo de consulta ao povo de Deus, cabe a eles
a conclusão e as orientações finais, geralmente, sob a forma de um
documento.
- O voto. Como o Sínodo se realiza por meio do diálogo e da escuta do
Povo de Deus, para promover a participação de todos, utiliza-se do
voto consultivo sobre aquilo que é refletido, para ajudar o Bispo nas
decisões e encaminhamentos finais. No Sínodo, o voto não se trata
de quem ganha ou perde, de quem decide ou não, muito menos do
que se deva crer ou não, ele é um instrumento de discernimento
sobre a vida e a missão da Igreja.
4- Trabalho de grupo:
- Dividir os participantes em cinco (5) grupos (aproximadamente, de acordo
com o número de participantes).
- Entregar para cada grupo, por escrito, a seguinte atividade a ser realizada:
1- Escolher alguém para representar o grupo na plenária, para apresentar
apenas a última questão.
2- Ler a passagem de At 15,1-35 (A grande reunião em Jerusalém).
3- O que o texto diz? Qual era a situação da Igreja apresentada no texto?
Quem eram as pessoas envolvidas em todo o processo?
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4- Quais foram os meios e o caminho percorrido pela Comunidade Eclesial
no discernimento da situação?
5- À luz do texto bíblico, que inspirações e ensinamentos temos para nos
ajudar na realização do nosso I Sínodo Arquidiocesano?
5- Plenária
Um por vez, cada grupo é chamado ao centro para partilha da reflexão. A
cada apresentação, cantar o refrão: “Formamos a Igreja viva, que caminha
para o reino do Senhor! Vivendo em comunidade, nós faremos esse mundo
ser melhor”!
6- Oração final
- Canto: Me chamaste... (Durante o canto, distribui-se uma vela para cada
participante)
- Proclamação do Evangelho: Mc 16,9-19 (o Ressuscitado envia os apóstolos
para a missão)
- Momento de silêncio
- Motivação: Para ser missionário é preciso ser iluminado pelo Espírito do
Ressuscitado. Convidar os presentes a acenderem suas velas no Círio
Pascal e formar um grande círculo em torno dele e da Palavra. Enquanto
isso se pode cantar: “Ó luz do Senhor”; “Tu anseias eu bem sei”; “Vinde
Espírito de Deus”; (ou à escolha...)
- Depois de todas as velas acesas, cada um, em silêncio, faça um pedido a
Deus pela realização do Sínodo Arquidiocesano e por todas as pessoas que
irão participar desse processo.
- Juntos, elevando as velas, canta-se a oração do Pai-Nosso, reza-se uma
Ave- Maria e canta-se: “Pelas estradas da vida...”.
- Apagando-se as velas, conclui-se o encontro com o abraço da paz.
7- Lanche
21
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora
da Igreja no Brasil 2019-2023
Objetivo: este encontro tem por objetivo auxiliar a liderança a
conhecer os pontos principais das Diretrizes da CNBB, para compreen-
der que ela será suporte para uma Igreja Sinodal e para o Primeiro Sínodo
Arquidiocesano.
Oração inicial:
Dirigente: Sejam todos bem vindos a este encontro. Hoje vamos
conhecer um pouco mais sobre as Diretrizes da Ação Evangelizadora do
Brasil. Cantemos:
Canto:
Eis-me aqui, Senhor! Eis-me aqui, Senhor!
Pra fazer Tua Vontade, pra viver do Teu Amor
Pra fazer Tua Vontade, pra viver do Teu amor
Eis-me aqui, Senhor!
O Senhor é o Pastor que me conduz
Por caminhos nunca vistos me enviou
Sou chamado a ser fermento, sal e luz
E por isso respondi: aqui estou!
Canto:
É como a chuva que lava! É como o fogo que arrasa!
Tua palavra é assim, não passa por mim sem deixar um sinal!
Tenho medo de não responder! De fingir que eu não escutei!
Tenho medo de ouvir o teu chamado, virar do outro lado e fingir que não
sei!
22
Proclamação da Palavra: Mc 3,13-15
(silêncio para interiorizar e meditar)
Dirigente: Encerremos nossa oração com a prece ensinada por Jesus: Pai
Nosso...
Canto:
Me chamaste para caminhar na vida contigo
Decidi para sempre seguir-te, não voltar atrás
Me puseste um brasa no peito e uma flecha na alma
É difícil agora viver sem lembrar-me de ti
PROPOSTA DE FORMAÇÃO:
Distribuir para todos os participantes o Objetivo Geral da Ação evangeliza-
dora: Fazer um cópia com os seguintes destaques:
Objetivo Geral
EVANGELIZAR no Brasil cada vez mais URBANO, pelo anúncio da
PALAVRA DE DEUS, formando DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS de JESUS
CRISTO, em COMUNUDADES ECLESIAIS MISSIONÁRIAS, à luz da evan-
gélica opção preferencial pelos POBRES, cuidando da CASA COMUM e
testemunhando o REINO DE DEUS rumo à plenitude.
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Partilha: Será interessante os participantes interagirem partilhando o
debate feito.
Introdução
1. Jesus Cristo, o missionário do Pai, veio anunciar a Boa-Nova do Reino de
Deus, que instaurou, com a sua encarnação, vida, morte e ressurreição e é o
“Reino da verdade e da vida, Reino da santidade e da graça, Reino da justiça,
do amor e da paz”. Confirmados pelo Espírito Santo, em Pentecostes, os
apóstolos começaram a anunciar, fiéis ao mandato recebido e confiaram a
outros a mesma missão: “Ide pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a
toda criatura” (Mc 16,15). Essa responsabilidade missionária chega até nós.
2. Na busca de ser fiel a esse mandato, São João XXIII convidou, com insis-
tência, os bispos do Brasil a prepararem o primeiro plano pastoral e, “daque-
le início, cresceu uma verdadeira tradição pastoral no Brasil, que fez com
que a Igreja não fosse um transatlântico à deriva, mas tivesse sempre uma
bússola”. As diretrizes para a ação Evangelizadora da Igreja do Brasil
(DGAE) constituem uma das expressões mais significativas da colegialida-
de e da missionariedade da Igreja do Brasil.
3. As DGAE 2011-2015, no processo de recepção do Documento de Apareci-
da, organizaram-se a partir de cinco urgências: estado permanente de mis-
são, iniciação à vida cristã, animação bíblica da vida e da pastoral, comuni-
dade de comunidades, serviço à vida plena para todos. Enriquecidas pelo
início do Magistério do Papa Francisco, as DGAE 2015-2019 mantiveram as
mesmas urgências e continuaram inspirando o planejamento da pastoral
de conjunto das nossas igrejas particulares.
4. Avançando nesse processo, especialmente diante da cultura urbana,
cada vez mais abrangente, as DGAE 2019-2023 estão estruturadas a partir
da Comunidade Eclesial Missionária, apresentada com a imagem da “casa”,
“construção de Deus” (1Cor 3,9). Casa, entendida como “lar” para os seus
habitantes, acentua as perspectivas pessoal, comunitária e social da
24
evangelização, inserido, no espírito da Laudato Si, a perspectiva ambiental.
Em tudo isso, convida todas as comunidades eclesiais a vivenciarem a
missão como escola de santidade (NMI, 30-1).
5. “Criar um lar, em suma, é criar uma família; é aprender a se sentir unidos
aos outros mais além dos vínculos utilitários ou funcionais, unidos de tal
maneira que sintamos a vida um pouco mais humana. Criar lares, casas de
comunhão, é permitir que a profecia tome forma e torne as nossas horas e
nossos dias menos inóspitos, menos indiferentes e anônimos. É tecer laços
que se constroem com gestos simples, cotidianos e que todos nós podemos
realizar. Um lar, todos o sabemos muito bem, precisa de cooperação de
todos. Ninguém pode ser indiferente ou alheio, já que cada um é pedra
necessária em sua construção. E isso implica pedir ao Senhor que nos dê a
graça de aprender a termos paciência, de aprender a perdoar a si mesmo;
aprender todos os dias a recomeçar”. (ChV, n. 217)
6. Casa é aqui a imagem de maior proximidade às pessoas, ou lugar onde
vivem, mesmo àquele que só tem a rua como casa. Ela indica a proximidade
relacional entre as pessoas que ali convivem. Indica igualmente a necessi-
dade da Igreja se fazer cada vez mais presente nos locais onde as pessoas
estão, seja onde for.
7. Essa casa é a comunidade eclesial missionária. Suas portas estão continu-
amente abertas para o duplo movimento permanente: entrar e sair. São
portas que acolhem os que chegam para partilhar suas alegrias e sanar as
suas dores. Estão igualmente abertas para sair em missão, anunciando
Jesus Cristo e seu Reino, indo ao encontro do outro, especialmente dos
pobres e sofredores. Em tudo isso, o rosto de misericórdia do Cristo Senhor
é manifestado (MV, n. 1) Assim, missão e comunidade são dois lados da
mesma moeda. A comunidade eclesial autêntica é, necessariamente, missi-
onária e toda missão se alicerça na vida de comunidade e tende a gerar
novas comunidades.
8. A comunidade eclesial missionária é sustentada por quatro pilares: Pala-
vra, Pão, Caridade e Ação Missionária. Em cada um deles, as urgências ante-
riores são reagrupadas e permanecem mostrando sua atualidade:
Palavra – iniciação à vida cristã e animação bíblica;
Pão – liturgia e espiritualidade;
Caridade – serviço à vida plena
Ação missionária – estado permanente de missão
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9. A Igreja no Brasil, recordando sua longa tradição de contemplar o
momento histórico presente e sabendo de sua importância, busca, mais
uma vez, identificar causas de discernir consequências evangelizadoras.
Por isso, ela volta a se perguntar: “o que é feito em nossos dias, daquela ener-
gia escondida consciência dos homens? Até que ponto e como é que essa
força evangélica está em condições de transformar verdadeiramente o
homem deste nosso século? Quais os métodos que hão de ser seguidos para
proclamar o Evangelho de modo que a sua potência possa ser eficaz?” (EM,
n. 4) “Trata-se de pôr a missão de Jesus no coração da Igreja, transforman-
do-a em critério para medir a eficácia de suas estruturas, os resultados de
seu trabalho, a fecundidade de seus ministros e a alegria que eles são capa-
zes de suscitar. Porque, sem alegria, não se atrai ninguém”.
Oração Final:
Dirigente: Rezemos a oração do primeiro Sínodo Arquidiocesano prepa-
rando para acontecimento tão importante de nossa Igreja.
Oração do sínodo
Ó Trindade Santa, fonte da comunhão e da missão, a Vós confiamos nosso
primeiro Sínodo Arquidiocesano. Dai-nos, ó Pai de amor, sabedoria para
compreendermos a vossa vontade em meio a tantos desafios do tempo
presente; Bom Jesus, que vos aproximastes dos discípulos e com eles cami-
nhastes, permanecei conosco e alimentai nossas comunidades eclesiais
missionárias com a vossa Palavra e com o Pão da Vida; Espírito Santo, Alma
da Igreja, derramai sobre nós a vossa luz, para que, na comunhão, testemu-
nhemos a fé como alegres discípulos missionários. Amém!
Maria, Mãe da Igreja, e São Sebastião, padroeiro de nossa Arquidiocese,
modelos de servidores do Reino, rogai por nós!
26
Canto final:
1. O Senhor me chamou a trabalhar, a messe é grande ceifar. A ceifar, o
Senhor me chamou, Senhor, aqui estou! Senhor aqui estou!
Vai trabalhar pelo mundo afora! Eu estarei até o fim contigo! Está na hora,
o Senhor me chamou. Senhor, aqui estou! Senhor, aqui estou!
2. Dom de amor é a vida entregar, falou Jesus e assim o fez. Dom de amor é a
vida entregar, chegou a minha vez! Chegou a minha vez!
3. Todo o bem que na terra alguém fizer, Jesus no céu vai premiar. Cem por
um, já na terra ele vai dar, no céu vai premiar! No céu vai premiar!
4. Teu irmão a tua porta vem bater, não vai fechar o teu coração. Teu irmão
ao teu lado vem sofrer, vai logo socorrer! Vai logo socorrer.
Mapa da Arquidiocese
de Pouso Alegre - MG
27
1° Sínodo Arquidiocesano da
Arquidiocese de Pouso Alegre
Preparando o ambiente:
No ambiente que for realizado o encontro colocar em lugar de destaque:
mapa da arquidiocese de Pouso Alegre, Bíblia, Documento 109 da CNBB
e uma gravura ou maquete de uma casa.
Oração inicial:
Canto:
Somos gente da esperança
Que caminha rumo ao Pai.
Somos povo da Aliança
Que já sabe aonde vai.
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o fogo do Vosso Amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado e renova-
reis a face da terra.
Oremos: Ó Deus que instruíste os corações dos vossos fiéis, com a luz do
Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o
mesmo Espírito e gozemos da sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso.
Amém
Canto:
Juntos como irmãos, membros da Igreja,
vamos caminhando, vamos caminhando,
juntos como irmãos, ao encontro do Senhor!
2. Na unidade caminhemos:
foi Jesus quem nos uniu.
Nosso Deus hoje louvemos:
seu amor nos reuniu.
29
onde reinará o amor.
O QUE É UM SÍNODO?
“O Sínodo é profundo convite à conversão pessoal, pastoral e eclesi-
al diante da constatação de que os objetivos da evangelização não estão
sendo plenamente atingidos” (CONRADO, Sérgio. Vida Pastoral, n. 331).
A palavra “Sínodo” tem origem no grego “Syn + hodós” e significa:
caminho feito com os mesmos pés, isto é, caminhar juntos. Uma assembleia
sinodal reúne clérigos, leigos e consagrados desta Igreja Particular, para
auxiliar o bispo diocesano no exercício da sua função, para o bem de toda a
comunidade cristã. É um caminho de reflexão, avaliação, renovação, pla-
nejamento e programação, feito em conjunto, com a participação de todos.
30
O Sínodo, portanto, não somente manifesta a comunhão diocesana, mas
também é destinado a edificá-la.
NATUREZA DO SÍNODO
O cânon 460 do Código de Direito Canônico descreve o Sínodo Dio-
cesano como uma “assembleia (coetus) de sacerdotes e de outros fiéis da
Igreja Particular, escolhidos para auxiliar o bispo para o bem de toda a comu-
nidade diocesana”. É também um ato de governo episcopal e um evento de
comunhão hierárquica. Com suas declarações e seus decretos, compilados
no Documento Sinodal, o Sínodo contribui para configurar a “fisionomia
pastoral da Igreja Particular”.
Com a compreensão de que a missão permanente é a razão de ser da
Igreja, a sinodalidade, desde o início mostrou ser necessário sempre rever a
ação pastoral, seus métodos e instrumentos, e ter a conversão pastoral
como sustento da missão.
OBJETIVOS DO SÍNODO
· Renovação da evangelização e da vida pastoral da Arquidiocese, à
luz da Palavra de Deus, da Igreja em saída e da realidade na qual vive
e age a Igreja Particular;
· Prestar ajuda ao bispo diocesano no exercício da função que lhe é
própria, de guiar a comunidade cristã;
· Oferecer ao bispo ocasião de chamar a cooperar com ele, juntamen-
te com os sacerdotes, leigos e religiosos escolhidos para um modo
peculiar de exercício da comum responsabilidade dos fiéis na edifi-
cação do Corpo de Cristo;
· Contribuir para configurar a fisionomia pastoral da Igreja Particu-
lar, dando continuidade à sua tradição litúrgica, espiritual e pasto-
ral;
· Fomentar a comum adesão à doutrina salvífica e estimular todos os
fiéis ao seguimento de Cristo;
· Favorecer o dinamismo apostólico de todas as energias eclesiais sob
a guia dos legítimos pastores.
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que todas as comunidades, pastorais e movimentos estarão envolvidos
neste processo de escuta.
Este tema quer refletir sobre dois aspectos fundamentais da nossa Igreja
Particular de Pouso Alegre: a primeira parte: 'Igreja: caminho de comu-
nhão' será um convite a olharmos as nossas estruturas internas, a nossa
organização pastoral, comunidades, pastorais, movimentos e grupos. Uma
Igreja só é Igreja de Jesus Cristo se houver comunhão entre seus membros.
32
Não uniformidade, mas comum união. A segunda parte do lema: 'para a
missão' nos aponta a verdadeira essência da Igreja que é anunciar o Nome
de Jesus. Uma boa organização só tem razão de ser se for missionária. Nos-
sas pastorais, movimentos, comunidades, associações, grupos são real-
mente missionários? Esse movimento da organização interna da Igreja
para a realização de sua ação evangelizadora será a linha guia nesse tempo
sinodal.
Todo o caminho sinodal será regido por um Regulamento, onde estarão pre-
vistas as diversas ações, competências e objetos a alcançar.
CONCLUSÃO
Segundo o Papa Francisco, “a sinodalidade é elemento inerente ao
ser eclesial”. Trata-se, na realidade, de verdade programática e empenha
dora dentro da Igreja, que visa reformar sua vida em busca de uma saída
cada vez mais missionária. A sinodalidade, de fato, sendo “dimensão cons-
33
titutiva da Igreja”, é “aquilo que o Senhor nos pede”, e, de certa forma, “está
tudo contido na palavra 'Sínodo'”.
Já que a sinodalidade se caracteriza pela comunhão, todos os mem-
bros da Igreja, sem exceção, são chamados a fazer com que esta se torne a
casa e a escola da comunhão. Sem a conversão do coração e da mente e sem
uma disponibilidade ascética para o acolhimento e para a escuta recíproca,
muito pouco adiantarão os instrumentos externos da comunhão, que se
transformarão, sem dúvida, em máscaras sem coração e sem rosto. Nin-
guém tem o direito de dizer que o Sínodo não lhe diz respeito. Pelo contrá-
rio, ou estamos com Cristo e sua Igreja na verdade e no compromisso, ou
renegamos o nosso batismo. (CONRADO, Sérgio. Vida Pastoral, n. 331).
Os Sínodos, sobretudo os diocesanos, têm buscado constatar até que
ponto a mensagem de Cristo, por meio da Igreja Católica, alcança os católi-
cos e quais os métodos mais usuais, bem como as lacunas e os pontos fortes
da evangelização. Através do discernimento do Espírito, queremos reco-
nhecer a situação pastoral em que nos encontramos e, consequentemente,
proporcionar uma reflexão comprometedora acerca da situação que quere-
mos alcançar.
Trabalho em grupo:
Quais dúvidas temos em relação ao sínodo?
Como podemos nos organizar para viver intensamente esse tempo em
nossa Arquidiocese?
Oração Final:
Dirigente: Rezemos a oração para o primeiro Sínodo Arquidiocesano:
Oração do Sínodo
Ó Trindade Santa, fonte da comunhão e da missão, a Vós confiamos nosso
primeiro Sínodo Arquidiocesano. Dai-nos, ó Pai de amor, sabedoria para
compreendermos a vossa vontade em meio a tantos desafios do tempo
presente; Bom Jesus, que vos aproximastes dos discípulos e com eles
caminhastes, permanecei conosco e alimentai nossas comunidades
eclesiais missionárias com a vossa Palavra e com o Pão da Vida; Espírito
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caminhastes, permanecei conosco e alimentai nossas comunidades eclesi-
ais missionárias com a vossa Palavra e com o Pão da Vida; Espírito Santo,
Alma da Igreja, derramai sobre nós a vossa luz, para que, na comunhão,
testemunhemos a fé como alegres discípulos missionários. Amém!
Maria, Mãe da Igreja, e São Sebastião, padroeiro de nossa Arquidiocese,
modelos de servidores do Reino, rogai por nós!
PROGRAMAÇÃO
A comissão responsável por motivar e organizar o jubileu arquidiocesano
oficializou no dia 27 de agosto, durante a reunião do clero, a PROGRAMAÇÃO PARA
A CELEBRAÇÃO DOS 120 ANOS DA ARQUIDIOCESE DE POUSO ALEGRE.
Com o tema "120 anos de evangelização e missão como Igreja diocesana.
Tempo de misericórdia e memória de todos" e o lema "Eu vos darei futuro e esperan-
ça"(Jr 29,11), algumas atividades serão propostas às paróquias e comunidades.
FEVEREIRO NOVEMBRO
02 (Domingo), às 10h: Concentração dos 16 a 20: Semana Eucarística (na igreja
religiosos e religiosas na Catedral Metro- Matriz de cada paróquia);
politana de Pouso Alegre; 21 (Sábado): Concentração paroquial com
os catequizandos;
JUNHO
05 (sexta-feira), às 20h: Noite cultural e 22 (Domingo), às 10h: Missa de encerra-
lançamento oficial do selo comemorativo mento do jubileu na Catedral Metropoli-
no Teatro do Inatel, em Santa Rita do Sapu- tana de Pouso Alegre e lançamento do
caí (informações detalhadas em breve); Sínodo Arquidiocesano. E às 19h, em
cada paróquia, missa de encerramento
JULHO do jubileu arquidiocesano;
04 (Sábado), 09h: Romaria arquidiocesa-
na ao Santuário Nacional de Nossa Participe deste momento importante
Senhora da Conceição Aparecida; para nossa Igreja Arquidiocesana!!!
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Os discípulos de Emaús. (Lc 24,13-35)
Objetivo: O objetivo deste encontro é aprofundar o lema do Sínodo
Arquidiocesano. Esclarecer o fundamento bíblico que acompanhará
todo o processo do sínodo.
Ambientação
a. Dispor todo o grupo deixando um espaço entre eles, como um cami-
nho;
b. Fazer pegadas em papel e distribuir ao longo do caminho colocando
uma depois da outra como pegadas de alguém que está caminhando;
c. Colocar ao longo do caminho outros símbolos que representem reali-
dades negativas: planta ou galho seco; fotos de violência, de guerras,
pessoas na miséria, armas etc.
d. No final do caminho, colocar uma cruz (sem o crucificado) e ao seu lado
uma vela grande acesa;
e. Depois da cruz, colocar uma mesa com um grande pão que deverá ser
partido em pedaços suficientes para todos os presentes na reunião. O
pão deverá estar cortado, mas ainda mantendo a aparência do pão
inteiro;
f. O pão cortado em pedaços deverá permanecer durante toda a reunião
coberto por um pano;
g. Providenciar também em outro local, uma mesa com copos com sucos.
Oração inicial
Material: a) Providenciar alguns cartazes com as seguintes palavras:
“Caminhar juntos”, “Falar de Cristo”, “Escutar Jesus”, “Pedir ao Senhor”;
b) Se o local for suficientemente grande, colocar em cada canto do am-
biente estas frases, conforme a oração for acontecendo o grupo será
convidado a se deslocar de uma para outra;
c) Se o local for pequeno, conforme a oração for acontecendo, pessoas
vão levantando os cartazes.
Canto inicial
1. O povo de Deus no deserto andava, mas à sua frente Alguém caminha-
va. O povo de Deus era rico de nada, só tinha a esperança e o pó da estra-
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da.
Também sou teu povo, Senhor. E estou nessa estrada
Somente a Tua graça me basta e mais nada!
2. O povo de Deus também vacilava, às vezes custava a crer no amor.
O povo de Deus, chorando, rezava, pedia perdão e recomeçava.
Leitor 1: Neste momento, partilhe com o irmão ou a irmã que está do teu
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lado, como você sente hoje a presença de Cristo em sua vida?
(Momento para o grupo partilhar)
Motivação
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Leitor 1: Neste encontro de hoje queremos refletir sobre os discípulos de
Emaús, passagem esta que se encontra em São Lucas. Este terceiro Evange-
lho foi escrito nos anos 80 d.C. (mais de 50 anos do início do cristianismo)
em um contexto onde as principais testemunhas escolhidas diretamente
por Jesus (os apóstolos) não existiam mais. A Igreja nascente continuava
sua caminhada, mas era necessário reforçar os novos modos de continuar
experimentando a presença do Cristo Ressuscitado.
Leitor 2: A nossa Arquidiocese buscou na passagem dos discípulos de
Emaús inspiração para iluminar a caminhada do Sínodo. Este texto é pró-
prio de Lucas e tem indícios de se tratar de um fato acontecido (ou parte
dele), pois o autor preservou o nome de um dos personagens e dos locais
(Jerusalém e Emaús).
Leitor 1: Esta penúltima passagem do Evangelho de Lucas funciona
também como “passagem” do protagonismo dos apóstolos para a entrada
dos discípulos, como continuadores da obra iniciada por Jesus.
Leitor 2: Nosso Sínodo procura se inspiração em um versículo em
particular nesta passagem. Jesus se aproxima e caminha com os dois
discípulos: “... Aproximando-se, pôs-se a caminhar com eles” (Lc 24,15). No
entanto, a história dos dois discípulos que abandonavam Jerusalém após a
ressurreição traz outros ensinamentos que nos orientarão em nossa
caminhada sinodal.
Dinâmica inicial
Material necessário: Espalhar no chão (ou sobre a mesa) diversas imagens
ou fotos da realidade atual que mostrem situações negativas. Recortar de
jornais, revistas ou imprimir da internet.
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Leitor 1: Vamos agora com muita disposição ouvir a primeira parte do
Evangelho de Lucas. E para nos prepararmos, vamos cantar juntos:
1. Eu vim para escutar. Tua palavra, tua palavra, tua palavra de amor.
2. Eu gosto de escutar. Tua palavra, tua palavra, tua palavra de amor.
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Motivação e canto para ouvir o Evangelho
Dirigente: A história dos discípulos desanimados continua. Jesus entra não
na conversa. Acertado o ritmo da caminhada, Jesus quer também ouvi-los.
3. Eu quero entender melhor. Tua palavra, tua palavra, tua palavra de
amor.
4. O mundo ainda vai viver. Tua palavra, tua palavra, tua palavra de amor.
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Jesus anuncia a partir da Palavra de Deus e espera a resposta deles;
Leitor 2: O interessante é que são dois discípulos “catequisados” por Jesus,
conhecedores das Escrituras, faziam parte da comunidade (dos apóstolos),
mas estavam desanimados e decepcionados por causa da frustração da
cruz.
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para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante. Mas eles forçaram-
no a parar: “Fica conosco, já é tarde e já declina o dia”. Entrou então com eles.
Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão,
abençoou-o, partiu-o e serviu-lhes. Então, se lhes abriram os olhos e o reco-
nheceram... mas ele desapareceu. Diziam então um para o outro: “Não se
nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava
as Escrituras?”. Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí
acharam reunidos os Onze e os que com eles estavam. Todos diziam: “O
Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão”. Eles, por sua
parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham
reconhecido ao partir o pão”.
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Leitor 1: As Escrituras “alegravam o coração” [“coração” no sentido semítico
de “mente”], mas quando é anunciada a partir de Jesus; o gesto da “fração do
pão” (comum nas refeições judaicas) também se torna decisivo quando está
diretamente ligado a Jesus;
Leitor 2: Depois da Ressurreição, Cristo continua caminhando com todos os
seus discípulos. Eles não estão sozinhos. De um modo invisível, mas real,
Jesus se faz companheiro: pela Escritura e no dom Eucarístico.
Canto
Andavam pensando tão tristes/ De Jerusalém a Emaús
Os dois seguidores de Cristo/ Logo após o episódio da cruz
Enquanto assim vão conversando/ Jesus se chegou devagar
De que vocês estão palestrando?/ E ao Senhor não puderam enxergar
Fica conosco, Senhor!
É tarde e a noite já vem!
Fica conosco Senhor
Somos teus seguidores também
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Não sabes então forasteiro/ Aquilo que aconteceu?
Foi preso Jesus Nazareno/ Redentor que esperou Israel
Os chefes a morte tramaram/ Do santo profeta de Deus
O justo foi crucificado/ A esperança do povo morreu
Celebração final
Dirigente: A caminhada que iniciou triste, se tornou animada, foi aquecen-
do o coração e por fim, tem seu ponto alto dentro do aconchego da casa e ao
redor da mesa. Vamos deixar nossas fotos e coisas onde estamos e vamos
nos dirigir ao redor da mesa.
Leitor 1: Para se chegar às alegrias da refeição com Cristo é preciso passar
pela cruz, na certeza que ela não encerra tudo no sofrimento e na morte,
mas passa a ser sinal que ilumina Nova Vida.
Leitor 2: Para Lucas, a Eucaristia tornou-se para os discípulos e as comuni-
dades, sinal por excelência da presença do Ressuscitado em meio aos seus, é
o cume e o ponto de partida para a vida da sua comunidade.
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A Espiritualidade dos Discípulos de Emaús
Observações preliminares:
a- A proposta deste encontro consiste em levar os participantes a reza-
rem tendo como base o texto norteador do Sínodo Arquidiocesano Lc
24,13-35.
b- Esta provocativa orante incide em proporcionar uma experiência de
Encontro com Deus a partir do método da Leitura Orante.
c- Esta proposta abrange um momento comunitário e alguns momentos
de meditação pessoal que podem ser assumidos em parte.
d- A proposta que segue é a de um dia de oração, porém, à escolha dos
organizadores, esta pode ser feita em uma manhã ou em uma tarde.
e- É interessante que seja enfatizado que a parte da meditação pessoal
seja acompanhada de silêncio e feita sozinho e ao final desta, pode
acontecer uma partilha em grupo.
f- Os momentos propostos para meditação pessoal serão antecedidos por
algumas exortações que poderão ser feitas por aquele que estará condu-
zindo o encontro.
g- É pertinente ainda que seja estabelecido um tempo para a meditação
pessoal e que, quando os participantes retornarem para uma próxima
provocação orante, haja um momento de descontração a partir de
músicas ou outro modo à escolha daquele que esteja conduzindo o
encontro.
PREPARANDO O AMBIENTE...
Sugere-se que esta proposta de formação tenha a tonalidade de
um encontro para oração, por isso sugere-se escolher um ambiente
propício para tal. Sugere-se ainda que no local as cadeiras sejam dispos-
tas em círculo e tendo ao centro a cruz, a imagem impressa dos discípu-
los de Emaús, pão, vinho (que podem ser partilhados ao final do encon-
tro), velas ladeando a cruz e a Bíblia. Atentar para o número de partici-
pantes e sendo necessário, providenciar som. Seria importante pensar
em uma equipe de música para animar o encontro.
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PREPARANDO O CORAÇÃO...
Indica-se que a partir de uma música de fundo, aquele que for con-
duzir o encontro motive os participantes a uma abertura de coração para o
momento de oração, dizendo-lhes da necessidade de procurar enxergar
com os olhos da fé, da imaginação, dos sentimentos, de transportar-se para
a cena que se passa e de tentar se enxergar e vivenciar os sentimentos que
abrangiam o coração dos discípulos que se punham a caminho de Emaús.
Rezar ou cantar invocando o Espírito Santo.
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As falas dos discípulos que meditaremos logo abaixo revelam esta completa
falta de esperança. Rezemos, pois, neste primeiro deserto em que você é
convidado a ficar só com Deus nossas decepções.
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Neste segundo momento, rezemos sobre nossas cegueiras que impedem de
ver as ações e a presença de Deus em nossas vidas; e peçamos a Deus que
nos livre de uma cegueira da alma.
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praticamente estagnado, deficitário de vida, de esperança e cheio de pre-
guiça. Os discípulos de Emaús estavam permeados por estes sentimentos:
não tinham a vida vinda do Espírito Santo, não tinham mais esperança e
por isso caminhavam preguiçosos. Falta de inteligência significa não con-
seguir perceber as coisas mais óbvias, não ser capaz de interpretar os sinais
mais básicos, como, não saber se está de sol, se é noite ou dia. Jesus repreen-
de os discípulos porque eles não conseguiram perceber que Jesus deveria
passar pela morte e depois dela, abraçar a ressurreição; e esta verdade já
havia sido anunciada desde Moisés e por todos os profetas (Cf. Lc 24,27).
Lentos somos quando nossa falta de fé faz com que paremos de seguir a
Jesus ou segui-Lo vagarosamente ou com preguiça. Sem inteligência
somos quando não percebemos as coisas mais óbvias de nossa fé, como a
presença viva de Deus em nossa Igreja, nos Sacramentos, na Palavra, em
nossos corações, em nossos irmãos de fé, na história da humanidade...
Medite esta pequena citação: “Então Ele lhes disse: 'Como sois sem
inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Não era
necessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar em sua glória?' E,
começando por Moisés e passando pelos profetas, explicou-lhes, em todas
as Escrituras, as passagens que se referiam a Ele”. (Lc 24,25-27)
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despertar, porém, Deus não se impõe. A prova disto é que Ele após revelar-
se totalmente, através de sua presença e seus ensinamentos, não deseja
impor sua presença entrando na casa dos discípulos. Faz o gesto que iria
adiante para que os discípulos O convidassem a permanecer com eles. Deus
se revela em nossa vida, mas Ele não se impõe a nós, deixa espaço para que
nós o acolhamos em nosso meio. Os discípulos pedem que Jesus permaneça
com eles porque já haviam ouvido o murmurar da alma: não ardia nosso
coração quando Ele nos falava e explicava-nos as Escrituras? Arder o cora-
ção significa ouvir o murmurar da alma, pois nossa alma, atingida por Deus
em nosso batismo, mostra-nos o criador. Ouvir o murmúrio, significa com-
preender e escutar o som quase inaudível que vem do fundo de nossos cora-
ções. Ouvir o grito da alma é necessário, pois este grito gera um pedido de
permanecer junto a Deus (Fica conosco Senhor!), o correto reconhecimen-
to de Jesus (este reconhecimento se deu aos discípulos no gesto de repartir
o pão; gesto este que sempre fazemos na Celebração da Santa Missa) o tes-
temunho de Cristo, pois os discípulos após terem os seus olhos abertos vol-
tam para Jerusalém, não mais decepcionados, mas animados e dão teste-
munho de Cristo.
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