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Os três pilares da Igreja católica

Tradição, Magistério, Sagradas Escrituras.

Introdução
O que são pilares?
Um pilar é um elemento estrutural vertical usado normalmente para receber os esforços
diagonais de uma edificação e transferi-los para outros elementos, como as fundações.
Costuma estar associado ao sistema laje-viga-pilar. A palavra pode ser usada como
sinônimo para coluna, embora esta tenha um significado próprio
Portanto sem um pilar qualquer edificação não se sustenta, por isso a igreja também tem
os seus pilares que a ajudam na sua sustentação. E os pilares da igreja são: as Sagradas
Escrituras, a Sagrada Tradição, e o Sagrado Magistério da Igreja.

Sagradas escrituras
81. «A Sagrada Escritura é a Palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do
Espírito divino».
I. Cristo – Palavra única da Escritura santa
101. Na sua bondade condescendente, para Se revelar aos homens. Deus fala-lhes em
palavras humanas: «As palavras de Deus, com efeito, expressas por línguas humanas,
tornaram-se semelhantes à linguagem humana, tal como outrora o Verbo do eterno Pai
se assemelhou aos homens assumindo a carne da debilidade humana» (68).
104. Na Sagrada Escritura, a Igreja encontra continuamente o seu alimento e a sua força
(72), porque nela não recebe apenas uma palavra humana, mas o que ela é na realidade:
a Palavra de Deus (73). «Nos livros sagrados, com efeito, o Pai que está nos Céus vem
amorosamente ao encontro dos seus filhos, a conversar com eles» (74).
II. Inspiração e verdade da Sagrada Escritura
105. Deus é o autor da Sagrada Escritura. «A verdade divinamente revelada, que os
livros da Sagrada Escritura contêm e apresentam, foi registrada neles sob a inspiração
do Espírito Santo».
107. Os livros inspirados ensinam a verdade. «E assim como tudo o que os autores
inspirados ou hagiógrafos afirmam, deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo,
por isso mesmo se deve acreditar que os livros da Escritura ensinam com certeza,
fielmente e sem erro, a verdade que Deus quis que fosse consignada nas sagradas Letras
em ordem à nossa salvação» (77).
108. No entanto, a fé cristã não é uma «religião do Livro». O Cristianismo é a religião
da «Palavra» de Deus, «não duma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e
vivo» (78). Para que não sejam letra morta, é preciso que Cristo, Palavra eterna do
Deus vivo, pelo Espírito Santo, nos abra o espírito à inteligência das Escrituras (79).
III. O Espírito Santo, intérprete da Escritura
109. Na Sagrada Escritura, Deus fala ao homem à maneira dos homens. Portanto, para
bem interpretar a Escritura, é necessário prestar atenção ao que os autores humanos
realmente quiseram dizer, e àquilo que aprouve a Deus manifestar-nos pelas palavras
deles (80).
111. Mas, uma vez que a Sagrada Escritura é inspirada, existe outro princípio de
interpretação reta, não menos importante que o anterior, e sem o qual a Escritura seria
letra morta: «A Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com o mesmo espírito
com que foi escrita» (82).
OS SENTIDOS DA ESCRITURA
115. Segundo uma antiga tradição, podemos distinguir dois sentidos da Escritura: o
sentido literal e o sentido espiritual, subdividindo-se este último em sentido alegórico,
moral e anagógico. A concordância profunda dos quatro sentidos assegura a sua riqueza
à leitura viva da Escritura na Igreja:
116. O sentido literal. É o expresso pelas palavras da Escritura e descoberto pela
exegese segundo as regras da reta interpretação. «Omnes sensus (sc. Sacrae Scripturae)
fundentur super litteralem» – «Todos os sentidos (da Sagrada Escritura) se
fundamentam no literal» (90).
117. O sentido espiritual. Graças à unidade do desígnio de Deus, não só o texto da
Escritura, mas também as realidades e acontecimentos de que fala, podem ser sinais.
1. O sentido alegórico. Podemos adquirir uma compreensão mais profunda dos
acontecimentos, reconhecendo o seu significado em Cristo: por exemplo, a travessia do
Mar Vermelho é um sinal da vitória de Cristo e, assim, do Batismo (91).
2. O sentido moral. Os acontecimentos referidos na Escritura podem conduzir-nos a um
comportamento justo. Foram escritos «para nossa instrução» (1 Cor 10, 11) (92).
3. O sentido anagógico. Podemos ver realidades e acontecimentos no seu significado
eterno, o qual nos conduz (em grego: «anagoge») em direção à nossa Pátria. Assim, a
Igreja terrestre é sinal da Jerusalém celeste (93).

Tradição
 Jo 20,30 nos informa que nem tudo que aconteceu está escrito na Bíblia, além do
mais para os primeiros cristãos a Bíblia não era de fácil acesso, portanto os
ensinamentos eram passados de forma oral e é o que chamamos de Sagrada
Tradição.
 Mt 28,19 Jesus da ordem para que seus discípulos saíssem para ensinarem as
escrituras o que podemos chamar de tradição.
 II Tes 2,15 O apóstolo São Paulo inculca fortemente a necessidade de uma
tradição e um magistério vivo.
80. «A Tradição sagrada e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e
compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina,
fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim» (46). Uma e outra
tornam presente e fecundo na Igreja o mistério de Cristo, que prometeu estar
com os seus, «sempre, até ao fim do mundo» (Mt 28, 20).
81. «A Sagrada Escritura é a Palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do
Espírito divino».
«A sagrada Tradição, por sua vez, conserva a Palavra de Deus, confiada por Cristo
Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, e transmite-a integralmente aos seus
sucessores, para que eles, com a luz do Espírito da verdade, fielmente a conservem,
exponham e difundam na sua pregação» (47).
82. Daí resulta que a Igreja, a quem está confiada a transmissão e interpretação da
Revelação, «não tira só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as
coisas reveladas. Por isso, ambas devem ser recebidas e veneradas com igual espírito
de piedade e reverência» (48).
TRADIÇÃO APOSTÓLICA E TRADIÇÕES ECLESIAIS
83. A Tradição de que falamos aqui é a que vem dos Apóstolos. Ela transmite o que
estes receberam do ensino e do exemplo de Jesus e aprenderam pelo Espírito Santo. De
fato, a primeira geração de cristãos não tinha ainda um Novo Testamento escrito, e o
próprio Novo Testamento testemunha o processo da Tradição viva.
É preciso distinguir, desta Tradição, as «tradições» teológicas, disciplinares, litúrgicas
ou devocionais, nascidas no decorrer do tempo nas Igrejas locais. Elas constituem
formas particulares, sob as quais a grande Tradição recebe expressões adaptadas aos
diversos lugares e às diferentes épocas. É à sua luz que estas podem ser mantidas,
modificadas e até abandonadas, sob a direção do Magistério da Igreja.
A HERANÇA DA FÉ CONFIADA À TOTALIDADE DA IGREJA
84. O depósito da fé (49) («depositum fidei»), contido na Tradição sagrada e na Sagrada
Escritura, foi confiado pelos Apóstolos ao conjunto da Igreja. «Apoiando-se nele, todo o
povo santo persevera unido aos seus pastores na doutrina dos Apóstolos e na comunhão,
na fração do pão e na oração, de tal modo que, na conservação, atuação e profissão da fé
transmitida, haja uma especial concordância dos pastores e dos fiéis» (50).

Magistério
 2Pd 1,20 o ensinamento deve ser igual a todos, pois o espírito é um só e essa
instrução cabe ao Sagrado Magistério (Papas, Bispos, Concílios) que formam
esse corpo do magistério.
85. «O encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus, escrita ou contida na
Tradição, foi confiado só ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade é exercida em
nome de Jesus Cristo (51), isto é, aos bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o
bispo de Roma.
86. «Todavia, este Magistério não está acima da Palavra de Deus, mas sim ao seu
serviço, ensinando apenas o que foi transmitido, enquanto, por mandato divino e com a
assistência do Espírito Santo, a ouve piamente, a guarda religiosamente e a expõe
fielmente, haurindo deste depósito único da fé tudo quanto propõe à fé como
divinamente revelado» (52).
87. Os fiéis, lembrando-se da palavra de Cristo aos Apóstolos: «Quem vos escuta
escuta-me a Mim» (Lc 10, 16) (53), recebem com docilidade os ensinamentos e as
diretrizes que os seus pastores lhes dão, sob diferentes formas.
889. Para manter a Igreja na pureza da fé transmitida pelos Apóstolos, Cristo quis
conferir à sua Igreja uma participação na sua própria infalibilidade, Ele que é a Verdade.
Pelo «sentido sobrenatural da fé», o povo de Deus «adere de modo indefectível à fé»,
sob a conduta do Magistério vivo da Igreja (424).
890. A missão do Magistério está ligada ao caráter definitivo da Aliança instaurada por
Deus em Cristo com o seu povo. Deve protegê-lo dos desvios e falhas, e garantir-lhe a
possibilidade objetiva de professar, sem erro, a fé autêntica. O múnus pastoral do
Magistério está, assim, ordenado a velar porque o povo de Deus permaneça na verdade
que liberta. Para cumprir este serviço. Cristo dotou os pastores do carisma da
infalibilidade em matéria de fé e de costumes.
2034. O Romano Pontífice e os bispos, como «doutores autênticos, investidos na
autoridade de Cristo, pregam ao povo a eles confiado a fé que deve ser acreditada e
aplicada aos costumes» (79). O Magistério ordinário e universal do Papa, e dos bispos
em comunhão com ele, ensina aos fiéis a verdade que se deve crer, a caridade que se
deve praticar e a bem-aventurança que se deve esperar.

Conclusão
95. «É claro, portanto, que a sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da
Igreja, segundo um sapientíssimo desígnio de Deus, estão de tal maneira ligados e
conjuntos, que nenhum pode subsistir sem os outros e, todos juntos, cada um a seu
modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente para a salvação
das almas» (65).

A Tradição traz a Bíblia e o Magistério nos orienta quais livros realmente são inspirados
por Deus, e nos ensina para a sua escuta. O Magistério dividiu em capítulos e
versículos.
Podemos concluir dizendo que as Sagradas Escrituras é a Palavra de Deus revelada e
tornada presente para todos nós a partir da Sagrada Tradição que também nos traz outras
formas de se ver a Deus que não somente por pela Bíblia, e que o Sagrado Magistério é
o serviço de ensinar e ordenar todo entendimento que venhamos a ter das Sagradas
Escrituras e Tradição.

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