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Para entender a cultura de fazer discípulos, temos que entender duas palavras ou frases
chaves: cultura e fazer discípulos.
Colocado de forma simples a cultura é o estilo de vida de um grupo desde seu interior
(valores, pressuposições) até seu exterior, suas normas e comportamento. O que
personalidade é para um indivíduo, cultura é para um grupo. Em ambos os casos
comumente é inconsciente até encontrar alguém diferente de nós. Ainda quando
encontramos alguém diferente de nós, continua inconsciente em sua maioria, nós sendo
bem consciente das diferenças na outra pessoa ou grupo, mas ainda não percebendo
claramente que nós também temos nossas diferenças.
Nosso problema imenso é que não temos uma cultura de discipulado na igreja hoje.
Temos uma cultura eclesiástica. Se perguntar para os membros quantos são discípulos,
estarão confusos e inseguros sobre como responder. De forma geral, não podemos os
culpar já que seus pastores também não tem uma cultura de ser discípulo e discipulador.
Isto nos leva a nossa segunda frase. Que é um discípulo e que é fazer discípulos.
Acima de tudo um discípulo é um aprendiz. É dedicado, consagrado, separado para se
tornar como seu discipulador.
Era comum nos tempos de Jesus. Os fariseus tinham seus discípulos. Paulo foi discípulo
de Gamaliel. João o Batista tinha seus discípulos. Jesus tinha seus discípulos. Gálatas
diz que Jesus veio na plenitude do tempo (4.4). Entre muitas coisas, acho que isto inclui
ele vir num tempo que a cultura de discipulado era comum. Isto não foi um acidente no
percurso, uma simples coincidência. Era absolutamente fundamental a sua missão e a
sua estratégia. Em João 17.4 ele diz “Lhe glorifique na terra completando a obra que me
diste para fazer”. O contexto do resto do capítulo deixa claro que a obra à qual ele está
se referindo aqui é fazer discípulos. Ele continua para dizer que igual como ele foi
enviado, ele nos envia (Jo 17.18).
Ainda assim, pegou os discípulos de surpresa com a Grande Comissão. Eles entendiam
claramente que Jesus era o mestre, o Rabi, o discipulador. Era um salto grande, uma
mudança de mentalidade, uma mudança de cultura pensar em eles mesmos como
discipuladores, como pessoas que formariam discípulos. Mas, esta é a estratégia
principal de Jesus tanto durante seus anos de ministério como nas suas palavras que
chamamos de Grande Comissão.
Pense em ir para outro país com outro idioma. Como aprenderias essa cultura? Mike
Breen em seu livro, Uma Cultura de Discipulado, diz que há três formas clássicas para
aprender outra cultura: conhecê-la intelectualmente, ser um aprendiz sendo formado por
alguém na cultura e imersão. O primeiro nos pode introduzir a nível cognitivo; o
segundo nos dá as habilidades e comportamentos e o terceiro, a imersão, nos dá o
coração – os valores e mentalidade interna.
Pensemos brevemente nestas três dimensões antes de mergulhar numa visão do estilo de
vida discipular que nos ajudará vivenciar esta cultura.
Primeiro, o conceito intelectual. Um estudo dos evangelhos nos ajuda muito. Pense
em fazer uma nova leitura, incluindo a você mesmo como um dos discípulos de Jesus.
Procure imaginar cada acontecimento. Procure projetar estar nessa situação e o que
significaria para você. Asiste filmes de Jesus fazendo o mesmo. Especialmente
recomendo uma nova série criado para televisão chamado “The Chosen” - O Escolhido
ou Os Escolhidos. Tem duas temporadas feitas com uns 10 episódios em cada um. É
absolutamente fantástico quanto a mostrar a humanidade dos discípulos e suas
dificuldades em ser discípulos, em entender a Jesus, em se relacionar, em muita coisa!
O segundo elemento em conhecer uma cultura é ser um aprendiz. Isto é comum nas
profissões e vocações que requerem certas habilidades. Médicos experientes formam
médicos novos como residentes. Pedreiros experientes formam pedreiros novos. Atletas
experientes formam atletas novos.
Na última parte desta aula, queremos detalhar o estilo de vida de um discípulo e de uma
cultura de discipulado. Se expressa em cinco círculos concêntricos, cada círculo sendo a
base para o círculo seguinte e ao mesmo tempo incompleto sem o círculo seguinte.
Umas chaves para desenvolver uma cultura de discipulado nestas cinco áreas.
1. Estar centrado em Cristo
A. Vida devocional e retiros com Deus baseado em encontros divinos com Jesus.
B. Fazendo perguntas para Deus e registrando o que ouço
C. Silencio para ouvir a Deus, prestando atenção em versículos que vem a minha
mente e no coração de Deus.
2. Ser discípulo de Jesus – baseado no primeiro círculo de ser centrado em Cristo e
indo além. Ser discípulo de Jesus representado e expressado em outras pessoas.
A. Meus mentores e outros que Deus colocou em liderança acima de mim.
B. Os membros de meus microgrupos de discipulado e mentoreados – aprendendo
através deles.
Há um ditado “Requer uma comunidade para criar uma criança”. De forma
parecida, requer uma comunidade ou cultura para criar um discípulo.
Resumindo, precisamos criar uma cultura de fazer discípulos. Isso requer três
expressões:
1. Bases de conhecimento
2. Ser aprendiz para aprender habilidades
3. Imersão – ser rodeados por discípulos e discipuladores
Pequenos Grupos
Grupos de reflexão, aplicação e oração (os primeiros 3m individualmente).
1. O que mais chamou sua atenção? (o que Deus está lhe dizendo?)