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A BÊNÇÃO DO DISCIPULADO.

Querido Líder,
Esta é uma palavra que primeiramente desafia anos mesmo, e
posteriormente os membros de nossa célula.

Mateus 28:18-20
18 Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: toda a autoridade me foi dada
no céu e na terra.
19 ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome
do pai, e do filho, e do espírito santo;
20ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que
estou convosco todos os dias até à consumação do século.

INTRODUÇÃO
Jesus veio ao mundo e fez discípulos, e disse que seus discípulos
deveriam fazer discípulos.

O que é Discipulado?
 Discipulado é um relacionamento intencional entre uma pessoa mais
madura, espiritualmente falando, que caminhou um pouco mais na vida
cristã, com uma pessoa menos experiente, visando seu crescimento
espiritual.
 Nesse relacionamento, deve acontecer uma transferência de vida, que
promove uma transformação no discípulo, assemelhando-o a Jesus.
 Discipular é ensinar a viver como Jesus viveu.

O que é Discípulo?
 Discípulo é um aprendiz que cresce intencionalmente com a ajuda de
outra pessoa, e que se compromete de saída a fazer com os outros o
que o discipulador está fazendo com ele.
O que de mim ouviste de muitas testemunhas, transmite-os a homens fiéis,
que sejam idôneos para também ensinarem os outros
2 Timóteo 2:2

Paulo está propondo a Timóteo uma multiplicação em cadeia.


 Pessoas seguirão o ensino e o exemplo,
 Elas ouvirão e verão na vida do discipulador.

Isso se dá em três fases:


 Primeira, “o que de minha parte ouviste”.
 Segunda, “isso transmite a homens fiéis”.
 Terceira, “e que sejam idôneos para ensinarem a outros”.

O discipulado deveria permanecer vigente durante toda a vida do


indivíduo, especialmente na formação de liderança.
Jesus “apostou todas as suas fichas” no discipulado concentrado.
À medida em que foi chegando no final do seu ministério, ele foi
deixando de lado as multidões, e especialmente nos últimos três anos de seu
ministério ele concentrou nos 12 apóstolos, e nos últimos 6 meses intensificou
ainda mais essa concentração. Quando ele morreu tinha mais de 500
seguidores da estirpe dos seus discípulos, e os efeitos do seu discipulado se
propagou nos 25 anos seguintes.

Quais os benefícios que a prática do discipulado confere a igreja?


Eu alistei pelo menos 5 benefícios.

1. O DISCIPULADO PROMOVE O CRESCIMENTO QUANTITATIVO DA


IGREJA:
 O DISCIPULADO PROMOVE O CRESCIMENTO QUANTITATIVO DA
IGREJA PORQUE CONSOLIDA OS NOVOS NA FÉ.
Estatísticas dão conta de que somente 1 em cada 6 decididos permanecem
firmes na fé sem acompanhamento.
E Apenas 1% dos crentes trabalham com o discipulado, visando a
permanência dos frutos.
Muita gente chega pela porta da frente e sai pela porta dos fundos por falta
de consolidação.

Neste sentido, discipular é fechar essa porta dos fundos.


“16Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a
vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, (ele poderia parar por
aqui, mas ele segue dizendo) e o vosso fruto permaneça” Jõao 15

O discipulado ajuda o novo convertido no seu estado de vulnerabilidade.


 Quando ele está sob emoções conflitantes, vivendo uma crise de
transformações, pressionados pelos amigos querendo dissuadi-lo da
nova caminhada com Jesus, hostilizado pela família que não entendeu
sua conversão, e acha que ele está traindo uma tradição familiar.
 E vulnerável aos ataques do inimigo e sujeito ao erro e ao engano.
 Alguém já disse que ele é como um bebê, tudo que pega no chão leva a
boca, por isso precisa de uma rede de apoio, de um acompanhamento
como o discipulado.

 O DISCIPULADO PROMOVE O CRESCIMENTO QUANTITATIVO DA


IGREJA PORQUE ELE TEM UM EFEITO MULTIPLICADOR.

O crescimento aritmético vem através do evangelismo, mas o crescimento


geométrico vem pelo discipulado.

Hoje vivemos uma triste realidade de que muitas igrejas decrescem, outras
incham por causa da migração de crentes.
A que decresce perde a força, a que incha corre o risco da divisão.

O novo convertido vem com um grande poder de multiplicação, porque


vem sem ranços de religiosidade, vem com sede e fome das coisas de Deus,
vem no calor do primeiro amor, vem com seu amplo universo relacional com os
não crentes.

Então ele tem quem convidar para um culto evangelístico, porque quer
ganhar a família e os amigos.
E se ele tem um discipulador para acompanhá-lo nessa fase da sua vida
espiritual ele multiplica discípulos.
Na Indonésia há um programa de discipulado com os muçulmanos
convertidos, que dobra a cada ano, e isso tem acontecido a 10 anos. Hoje são
170 mil discípulos, daqui a um ano será 340 mil. Mais um ano será 1 milhão de
discípulos.

2. O DISCIPULADO PROMOVE O CRESCIMENTO QUALITATIVO DA


IGREJA
 PORQUE ELE PRESSUPÕE TRANSFORMAÇÃO DE VIDA.
 A pessoa aprende uma maneira de viver.
o Ariovaldo Ramos dizia “Não existe uma vida cristã. Existe uma
maneira cristã de viver a vida e uma maneira não cristã de viver a
vida.”
 Os discípulos de um mestre não queriam saber o que o mestre sabia,
eles queriam viver como o mestre vivia.
 Hoje sofremos do excesso de informação e pouca formação, porque não
discipulamos transmitindo vida.
 Confundimos maturidade com introversão de conhecimento.

 PORQUE TIRA O DISCIPULADOR DA ACOMODAÇÃO DE UMA VIDA


ESPIRITUAL MEDÍOCRE, UMA VEZ QUE PRECISA SE PROPOR
COMO UM MODELO A SER SEGUIDO PELO SEU DISCÍPULO.
Veja se não é assim:
 O tempo de maior crescimento em sua vida espiritual foi aquele em que
você precisou se preparar espiritualmente para ensinar e dar exemplo.
 Ninguém dá se não tem, e ninguém tem se não buscar.
 Quando você precisa dar para o outro, você busca para si.
 Assim o discipulado traz crescimento para quem dá e para quem recebe.

 PORQUE POSSIBILITA UM NIVELAMENTO ESPIRITUAL, ONDE AS


PESSOAS DEIXAM DE SER BEBÊS, PARA SE TORNAREM
ADULTAS ESPIRITUALMENTE FALANDO.
A realidade muito comum na igreja hoje é que ela tem muito bebê e pouca
mamadeira.
Quando devíeis ser mestres, pelo tempo de conversão, vocês ainda
necessitam de aprender coisas elementares. Vocês ainda só suportam o
leitinho, mas não o alimento sólido, porque são eternas crianças.
Hebreus 5:13,14

Juan Carlos Ortiz (O discipulado) Quando iniciou o ministério em Buenos


Aires, contava com 184 membros.
Ele aprendeu estratégias e técnicas para o crescimento da igreja e
aplicou, e em dois anos chegaram a 600 membros.
Tudo parecia correr bem, desde que ele trabalhasse 16 horas por dia.
Ele percebeu que alguma coisa não estava bem, pediu duas semanas para a
diretoria e foi orar.
A primeira coisa que ouviu do ES foi: Ortiz, aquilo que você tem nas
mãos não é uma igreja, é um negócio.
Você está crescendo como cresce a Coca-Cola, empregando as
mesmas técnicas.
Mas onde está a minha mão em tudo isso? Vocês não estão crescendo,
vocês estão inchando.
Antes vocês contavam com 184 bebês espirituais agora com 600. Vocês
tinham uma pequena igreja agora têm um grande orfanato.

Foi então que adotou a prática do discipulado em sua igreja.


3. O DISCIPULADO NOS TIRA DA SUPERFICIALIDADE NAS RELAÇÕES.
 A superficialidade que marca os relacionamentos na comunidade, se
deve ao fato de que não aprofundamos os relacionamentos através da
vida na vida (transferência de vida e não somente de conhecimento),
como acontece no discipulado.
 No discipulado a pessoa deixa de ser tratada como massa, se sentindo
importante porque é tratada na sua singularidade.
 O novo na fé é notado, suprido, integrado na comunidade.

Queridos: o relacionamento pessoal é a forma mais clara de se dizer a uma


pessoa que ela é importante.

4. O DISCIPULADO REVELA A IGREJA MUITO MAIS COMO CAUSA,


COMO UM ORGANISMO VIVO DO QUE COMO UMA INSTITUIÇÃO.
 A igreja com ênfase na instituição tem gerado muitos crentes nominais e
muitos desigrejados, decepcionados com a instituição.
 Mas quando a pessoa participa de uma comunidade, corpo vivo de
Cristo, onde os relacionamentos são aprofundados, onde o irmão mais
velho cuida do irmão mais novo, onde há transferência e transformação
de vida através do discipulado, ela olhará para a igreja como alguma
coisa orgânica, que produz vida, e não para uma instituição impessoal.

5. FALTA DE DISCIPULADO COMPROMETE A PASSAGEM DA


ESPIRITUALIDADE DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO.
 Apesar do crescimento da igreja no Brasil, temos percebido um declínio
na espiritualidade dos crentes.
 Nossos avós foram mais crentes que nossos pais, nossos pais foram
mais crentes que nós e nós temos sido mais crentes que nossos filhos.
 Sem o discipulado a coisa vai se perdendo, porque não se passa o
bastão.
 O grande desafio da igreja hoje é o de transformar auditórios em
discípulos, consumidores cuja expectativa é ser servido sempre, em
produtores dispostos a servirem, passando adiante que têm recebido de
Deus, através do discipulado.

SE O DISCIPULADO É TÃO ABENÇOADOR PARA A VIDA DA IGREJA E


DE SEUS MEMBROS, POR QUE NÃO ESTAMOS EMPENHADOS EM
FAZER DISCÍPULOS? POR PELO MENOS 6 RAZÕES:
1. Porque essa não é uma cultura vigente em nosso meio.
A maioria dos convertidos não foi discipulada, logo não sabe da importância e
da diferença que essa prática faz. O grande desafio desse tempo é transformar
o discipulado numa cultura comunitária.

2. Porque a um tempo atrás houve muita manipulação em nome do


discipulado.
Alguns desavisados começaram a usar o discipulado como um
mecanismo de controle. Muitos confundiram o fato de exerceram autoridade
espiritual, com direito de se meter na vida do outro.
O discipulador ensina, dá exemplo, intercede, e entrega nas mãos de
Deus, e o discípulo é livre em Deus para fazer suas escolhas e arcar com as
consequências. As pessoas estão sob nosso cuidado, mas não são nossas,
são de Deus. Esse nível de manipulação vacinou muita gente contra o
discipulado.

3. Porque temos sido imediatistas em nossos ministérios e o discipulado


demanda tempo.
Somos a geração do instantâneo, por isso temos uma indisposição em
separar um tempo de qualidade para esse momento.
O processo de consolidação do novo na fé demanda tempo. Jesus foi
muito paciente com seus discípulos despreparados, inadequados, incultos e
temperamentais, e não teve pressa no processo, investiu tempo na vida deles.
Esse encontro sistemático (com dia, hora e local) e informal (no cotidiano da
vida) exige investimento de tempo. Vivemos numa cidade em que as pessoas
estão bem distantes umas das outras, e para que o encontro aconteça é
preciso um investimento de tempo. Num contexto assim, precisamos ser bem
criativos e determinados para que esse encontro aconteça de forma
sistemática e informal.

4. Porque o discipulado não é uma prioridade em nossa vida.


Por não ser prioridade, temos muitas primazias antecedendo esse
chamado.
Então a gente diz Senhor pode contar comigo para discipular pessoas,
mas por favor permita-me primeiro fazer meu pé de meia, construir um bom
patrimônio, consolidar minha carreira, criar os meus filhos, me aposentar, etc.
E dependendo dos valores da família, investir tempo na vida de uma
pessoa no discipulado pode soar como perda de tempo, quando se poderia
estar fazendo algo mais importante, como por exemplo uma gestão de carreira,
ou alguma atividade com retorno financeiro.

5. Por causa de falsas crenças que nutrimos em nosso coração, com


relação ao discipulado.
 Por achar que tudo depende de nós, temos medo de não corresponder
ao desafio.
 Achamos que devemos estar plenamente estáveis para abraçar esse
desafio.

6. Por causa do nosso comodismo espiritual


 Por comodismo temos dificuldade de nos propor como modelo.
 Por comodismo temos tendência a auto preservação.
 Por comodismo tememos revelar nossa intimidade.

CONCLUSÃO.
 Você quer que sua igreja cresça em quantidade, mas também em
qualidade.
 Você gostaria que soldar a porta do fundo da igreja, para que os novos
na fé sejam consolidados e integrados na comunidade?
 Você gostaria de ver um nivelamento espiritual na sua igreja, para
diminuir o número de adultos infantilizados na fé?
 Você gostaria de ver vidas sendo transformadas, e usadas como
instrumentos de Deus para a transformação de outros?
Você gostaria que sua igreja fosse conhecida muito mais como um corpo viv

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