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O Apocalipse e suas Características

Texto: Apocalipse 4 - 11

INTRODUÇÃO:
Para compreendermos melhor o Livro de Apocalipse, é importante considerarmos
alguns aspectos dele, às quais chamarei de características; as quais seguem:
I. As características do Trono de Deus (4.2–7):
É dele que Deus governa todo o universo e nosso destino; independente de quais
adversidades enfrentarmos é preciso estarmos com os olhos fitos em Jesus Cristo,
o Rei dos reis e Senhor dos senhores, desta forma compreenderemos o verdadeiro
discernimento da história.
O Trono é um lugar de honra, autoridade e julgamento, um símbolo da soberania de
Deus, o Verdadeiro centro do universo; deste trono emana:
1. Graça e misericórdia (4.3): O arco-íris é o símbolo da graça e misericórdia
de Deus, da Sua aliança com Seu povo de não mais o destruir.
2. Juízo (4.5): Os relâmpagos, as vozes e os trovões são evidências do juízo e
da ira de Deus. A graça sempre antecede o julgamento. Aqueles que
recusaram a misericórdia terão que suportar o juízo. Quem não foi purificado
pelo sangue, terá que suportar o fogo do juízo divino.
3. Santidade e Transparência (4.6): Esse mar de vidro está em contraste com
o mar de sujeira e poluição do pecado que representa este mundo (Isaias
57:20). Para estar diante do trono de Deus é preciso ser purificado, limpo,
livre de sujeira. Diante do trono de Deus não há corrupção, tudo é
transparente, limpo, puro. Deus é santo, no céu não entra nada contaminado.
Deus não se associa com o mal; Ele abomina o mal. Embora ele ame a todos,
ele não ama a tudo.

II. O Livro da história nas mãos do Cordeiro de Deus (5.1–12):


Para onde caminha a história? Toda a história começa com Deus, está sob o
controle de Deus e terminará segundo a vontade de Deus. Não são os poderosos
deste mundo que determinam os rumos da história. Não são os historiadores que
decifram os mistérios da história. Não são os filósofos que interpretam os segredos
da história. Não são os futurólogos que retiram o véu da história. Quais são as
implicações de saber que o Livro da história está nas mãos do Cordeiro:
1. Nos Levar a orar confiadamente a respeito do destino das pessoas (5.8): As
orações agora fazem sentido. Orar é falar com quem está com o livro da história
nas mãos.
2. Nos levar a uma evangelização fervorosa – (5.9): O texto diz que Cristo
morreu para comprar com o sangue pessoas que procedem:
a. Todo grupo étnico – tribo;
b. Todo grupo linguístico – língua;
c. Todo grupo político – povo;
d. Todo grupo social - nação.

3. Nos levar a tomar posse da nossa alta posição espiritual (5.10)


a) Fomos constituídos reino: Já reinamos com Cristo espiritualmente, pois
estamos assentados com ele nos lugares celestiais e reinaremos com ele
plenamente na sua segunda vida.
b) Fomos constituídos sacerdotes: Agora temos livre acesso à presença do
Pai, por intermédio de Jesus.

4. Nos levar a dedicar o que somos e temos ao Cordeiro (5.11 – 12):


a. A ele seja o poder: É entregar a ele tudo o que está em nossas mãos, todo o
poder e ingerência que temos.
b. A ele seja a riqueza, os nossos bens: A riqueza dos empresários cristãos, a
riqueza dos homens de negócio, a riqueza dos empregados.
c. A ele seja a sabedoria: A nossa inteligência, cultura, talentos, diplomas,
habilidade profissional.
d. A ele seja a força: A força da juventude até os últimos alentos da velhice ao
Cordeiro. Não há aposentadoria no Reino de Deus.
e. A ele seja a honra: A primazia, o melhor, as primícias do nosso tempo, da
nossa vida, devem ser dados ao Cordeiro.
f. A ele seja a glória: Só ele merece ser exaltado.
g. A ele seja o louvor: O culto precisa ser prestado só a ele.

5. A Igreja não passará pela Grande Tribulação (5.11) – Por quê?


a) A tribulação é um tempo preparado para Israel: Na profecia de Daniel Deus
revelou que tinha determinado 70 semanas sobre “...o seu povo e sobre a sua
santa cidade...” Daniel 9.24. Desde que a Tribulação é a última semana, ela é
exclusivamente para Israel. A clareza do texto é tão grande que os teólogos
precisam defender o indefensável, ou seja, que a Igreja é o Israel espiritual.

III. A ABERTURA DOS SETE SELOS E OS CAVALEIROS DO APOCALIPSE (6.1-8):


Os cinco primeiros capítulos do Apocalipse apresentam o Cristo da glória no meio da sua
igreja, sondando, corrigindo, exortando e encorajando. Os capítulos que temos agora
apresentarão quadros dos sofrimentos da igreja, dos juízos divinos sobre os inimigos dela,
e do triunfo final de Cristo. Esse tempo serão as dores de parto. Esse tempo está sujeito à
revelação da ira de Deus.
OS QUATRO CAVALEIROS DO APOCALIPSE:

1. O Primeiro Selo – O Cavalo Branco (6.1-3): É uma figura do Cristo vencedor.


As palavras aqui só podem ser direcionadas a Jesus Cristo: Branco, coroa,
vencendo e para vencer. O branco sempre está ligado à retidão; esse texto é
paralelo ao de Apocalipse 19.11-16 que aponta à segunda vinda do Senhor.
2. O Segundo Selo – Cavalo Vermelho (6.4): Esse cavaleiro do cavalo vermelho
representa a perseguição ao povo de Deus ao longo dos séculos. O futuro será
um período de guerras e rumores de guerras, de conflitos e perseguição até à
morte. Perseguição pelos judeus, pelos romanos, pela inquisição, perseguição
na pré-reforma, perseguição na pós-Reforma (França, Inglaterra). Perseguição
no Nazismo, Fascismo e Comunismo. Perseguições atuais. O maior número de
mártires da história aconteceram no século XX.
 A idéia da perseguição é fortalecida pela abertura do quinto selo;
 A paz foi tirada da terra para que os homens se matassem uns aos outros;
 Esse cavalo vermelho é um agente do dragão vermelho, que é assassino desde
o princípio (12:3)
3. O Terceiro Selo – Cavalo Preto (6.5–6): O Cavalo Preto, representa a figura da
pobreza, escassez e da fome. Fome e guerra andam juntas. Se a paz é tirada da
terra, não poderá haver livremente comércio nem negócios. O mundo sofrerá
tremendas agitações. O racionamento leva um homem a gastar tudo que ganha
para alimentar-se.
4. O Quarto Selo – Cavalo Amarelo (6.7-8): O Cavalo Amarelo, uma figura da
morte. A figura da morte e do inferno são pleonásticas, apresentam uma única
realidade; já o hades vem atrás da morte. A morte derruba e o hades recolhe os
mortos. A morte pede o corpo, enquanto o hades reclama a alma do morto. A
morte e o hades não podem fazer o que querem; eles estão debaixo de
autoridade. Só atuam sob permissão divina. Seu círculo de ação é limitado e seu
território definido: a quarta parte e não mais.
4.1. A morte usa 4 instrumentos para sacrificar suas vítimas:
 A Espada: Aqui não é machaira, mas rhomphaia, espada comprida usada na
guerra. Aqui trata-se da morte provocada pela guerra.
 A Fome: é subproduto da guerra, cidades sitiadas, falta de transporte com
alimentos.
 Pestilência ou Mortandades: As pragas, as pestilências crescem com a
pobreza, a fome, as guerras.
 As bestas feras da terra: despedaçam e devoram tudo que encontram.

5. O Quinto Selo – As Vestiduras Brancas (6.9 – 11): Este é o símbolo da justiça


e da pureza de Cristo que é dada aos santos que foram martirizados (v.9)
simbolizando a morte sacrificial, mas não redentora dos mártires (2Tm 4.6). É o
sangue dos mártires que reivindica o juízo de Deus sobre os injustos
perseguidores; desta forma o profeta também prevê o acréscimo de mártires
antes da segunda vinda, ou seja, haverá salvos durante a grande tribulação.
6. O Sexto Selo – Terremotos (6.12-17): Faz parte da alteração física da terra
antes da transformação da criação (16.18; Rm 8.18-23); indica que haverá
muitas calamidades que marcarão o fim do mundo como nós o conhecemos;
prenunciando o julgamento divino (12 – 13). Toda a descrição desse texto, o
sexto selo, lembra a profecia de Jesus sobre os acontecimentos cósmicos
que anteciparão sua volta (Mt 24.28)
ABRE-SE UMA JANELA
Os 144 mil selados de Israel (7.1-8): Um número perfeito e completo, mil dúzias
de dúzia: doze mil das doze tribos de Israel, indica os judeus convertidos a Cristo
que não se curvaram perante o anticristo durante a grande tribulação.
A Visão dos Glorificados: Retrata os cristãos glorificados, os salvos de todas as
nações, grande multidão (v. 9); eles louvam a Deus que os salvou e deu vitória
sobre a perseguição e a morte (v.16-17). O NT representa a Igreja como o Israel
verdadeiro de Deus, ambas as multidões seriam as mesmas vistas de uma
perspectiva diferente antes e depois da Grande Tribulação (Lucas 21.16-18)
7. Sétimo Selo e as Sete Trombetas (8 – 9)
a) 7º Selo - 7 anjos com trombetas: Apocalipse 8.1-6
b) 1ª Trombeta - 1/3 Desmatamento e queimadas: v.7
c)  2ª Trombeta - Vulcões e Tsunamis: v.8,9
d)  3ª Trombeta - 1/3 Poluição água doce: v.10,11
e) 4ª Trombeta - 1/3 Poluição do ar: v.12
 3 Ais - As 3 últimas trombetas: Apocalipse 8.13
f) 5ª Trombeta - Demônios saem do abismo (1º Ai): Apocalipse 9.1-12
g)  6ª Trombeta – Guerras no rio Eufrates (2º Ai): Apocalipse 9.13-21
 Intervalo: entre a 6ª e a 7ª trombetas
 O livrinho: Apocalipse 10.1-11
 As duas testemunhas: Apocalipse 11.1-14
h) 7ª Trombeta – Volta de Jesus (3º Ai): Apocalipse 11.15-19

CONCLUSÃO: É visível ver como o tempo tem passado rápido nos lembrando
sobre a afirmação do Senhor Jesus em seu sermão profético: “E, se aqueles dias
não tivessem sido abreviados, nenhuma carne seria salva. Mas, por causa dos
eleitos, aquele tempo será encurtado. Mateus 24.22

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