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A comissão de Cristo para sua Igreja não era fazer convertidos, mais sim fazer

discípulos Mt 28.19, 20. O discipulado é a única maneira de se evitar a má nutrição


espiritual e a fraqueza dos filhos espirituais pelos quais somos responsáveis. É o único
método que produzirá crentes maduros que poderão inverter a deterioração física do
mundo.

O QUE É DISCIPULADO?
Discípulo é o aluno que aprende as palavras, os atos e o estilo de vida de seu
mestre, com a finalidade de ensinar a outros.
O discipulado cristão é um relacionamento de mestre e aluno, baseado no
modelo de Cristo e seus discípulos, no qual o mestre reproduz tão bem no aluno a
plenitude da vida que tem em Cristo, que o aluno é capaz de treinar outros para
ensinarem a outros.
O discipulado possui dois componentes essenciais: morte de si mesmo e
reprodução. São estas as notas tônicas de todo o ministério de Jesus.

Morte de si mesmo

A morte para si mesmo é precursor essencial do torna-se discípulo. Qualquer


pessoa que não tenha experimentado a morte do eu não pode se qualificar como elo
legitimo no processo de discipulado porque é incapaz de reproduzir. Jesus ensinou: “Se
o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito
fruto” (João 12:24). Sem reprodução não existe discipulado.

Reprodução
Cristo ordenou que seus discípulos reproduzissem em outros a plenitude de
vida que encontraram nele: “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim
sereis meus discípulos” (João 15:8). Ele avisou que “Todo ramo que, estando em mim,
não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto, limpa, para que produza mais fruto
ainda”. (João 15:8)
Um discípulo maduro tem de ensinar a outros crentes como viver uma vida que
agrade a Deus, equipando-os a treinar outros para que ensinem a outros.
Todo discípulo faz parte de um processo, parte do método escolhido por Deus
para expandir o seu reino através da reprodução. Sabemos isto porque Cristo fez
discípulos (Mateus 28:19).
O discipulado é o único meio de se produzir tanto a quantidade como a
qualidade de crentes que Deus deseja.
Os princípios matemáticos estão corretos
Se cada um de nós fizesse um discípulo a cada dois anos tão bem que esses
discípulos pudessem unir-se a nós para treinar outros, poderíamos atingir 4 milhões de
pessoas em 32 anos. Isso significa que eu só terei de investir em dezesseis pessoas em
trinta e dois anos.
Apesar de o discipulado ter um começo lento, no final a multiplicação espiritual
atinge muito mais pessoas no mesmo espaço de tempo do que a soma, conforme a
tabela abaixo:

A reprodução de qualidade é garantida


Se uma pessoa estiver apenas em evangelização e fosse responsável por
mais de 11.000 novos cristãos, estaria tão ocupado conduzindo pessoas a Cristo que
seria impossível cuidar deles ou ajudá-los a crescer. Seria necessário um computador
apenas para lembrar os seus nomes. Tal evangelização irresponsável causaria crianças
espirituais negligenciadas, resultando em crentes fracos e superficiais.
O discipulado não pode ser separado da paternidade responsável. O pai
espiritual, como pai físico, é responsável perante Deus pelo cuidado e pela
alimentação do seu filho. Paulo sabia que era pai espiritual dos coríntios, “pois eu pelo
evangelho vos gerei em Cristo Jesus” (1 Coríntios 4:15).
A pessoa que faz discípulos sabe que a responsabilidade continua até
que seu discípulo chegue à maturidade espiritual, à capacidade de reproduzir. Ela
investe grande parte do tempo no seu discípulo, dando toda atenção às suas
necessidades. Discipulado é reprodução de qualidade que assegura que o processo da
multiplicação espiritual continuará de geração a geração.
A pessoa que faz discípulos só fica sabendo quão eficazmente ensinou
seu aluno quando ele vê o aluno de seu aluno ensinando a outros.
A pergunta é “Morri para mim mesmo? ” “Estou reproduzindo em outras
pessoas a plenitude de vida que tenho em Cristo?
QUEM É DISCIPULO?
O mineiro tem de estar certo de que aquilo que encontrou é ouro antes de usá-
lo para adquirir bens e serviços. Assim acontece com Deus. Ele exige que sejamos
discípulos de Cristo antes de poder usar-nos para realizar a sua obra.
Como saber se você é discípulo de Cristo? Como saber se você já morreu para si
mesmo e é digno de reproduzir? A evidência indisputável no discernir se alguém é uma
versão espiritual de ouro de imitação ou o artigo genuíno é a presença de um caráter
como o de Cristo. Se o caráter de Cristo estiver faltando, você ainda não morreu para si
e não está apto para reproduzir.

CARACTERÍSTICAS E ATITUDES DE UM BOM


DISCIPULADOR:
1- Ama, encoraja e é amigo do seu discípulo;
2- Visita e promove atividades para se divertirem juntos;
3- Ora diariamente pelo seu discípulo;
4- Procura saber da sua vida espiritual, emocional, afetiva, familiar, seus estudos,
alvos e outros interesses;
5- Procura ser um bom exemplo para seu discípulo;
6- Sabe ouvir o seu discípulo e é sensível às suas necessidades;
7- Não é um dominador;
8- Motiva seu discípulo a fazer outros discípulos, a se tornar um líder e continuar
crescendo na visão da Igreja local.

COMO FAZER DISCÍPULOS?


Criados para reproduzir
Tire um momento para examinar a sua vida. Existe uma pessoa andando hoje
com Deus e investindo noutros a plenitude de vida que tem em Cristo como resultado
do seu ministério? Um homem? Uma mulher? Se a resposta for não, você não tem
dado fruto.
Talvez você assista fielmente a uma igreja, cante no coro, seja diácono, apoie
um grupo de mocidade, ou sirva como presbítero ou até mesmo pastor. Talvez você
testemunhe todos os dias ou ensine em grupos de estudo bíblico. São atividades
recomendáveis, mas não chegam a cumprir o seu alto chamado de fazer discípulos.
Á atividade não substitui a obediência; o viver ocupado não pode tomar o lugar
da reprodução. Um discípulo que funciona é mais valioso para a edificação da Igreja do
que uma multidão de crentes carnais. Resista à tentação de se envolver tanto nas
atividades do "trabalhos cristão" que negligencie as coisas do reino. Reavalie as suas
prioridades à luz da comissão de Cristo de fazer discípulos.
O discipulado é trabalho árduo. Paulo se afadigava (Colossenses 1.28,29) para
apresentar todo homem perfeito em Cristo. A pessoa que faz discípulos tem o
compromisso de investir a vida no seu aluno: "...estávamos prontos a oferecer-vos,
não somente o evangelho de Deus, mas, igualmente, a nossa própria vida..."(1
Tessalonicenses 2.8). Gerar filhos espirituais exige muitas horas por semana por muitos
anos.

A ESCOLHA DE UM DISCÍPULO

Tenha um alto padrão


Jesus fez pescadores de homens somente daqueles que estavam dispostos a segui-lo
(Mateus 4.19).
Cinco características ajudarão a identificar o discípulo em potencial:
1. Ele deseja conhecer intimamente a Deus – Jeremias 9.23, 24
2. Ele está disponível – Os discípulos de Cristo deixaram seus empregos para estar
com ele. Sua disponibilidade provou o seu compromisso.
3. Ele é submisso – Sua qualidade de servo e seu amor a você refletem submissão
e respeito pela maturidade que você tem.
4. Ele é fiel - "Ora, além disso o que se requer dos despenseiros é que cada um
deles seja encontrados fiel" 1 Cor 4.2.
5. Ele procura fazer discípulos

Estes cinco critérios podem parecer muito elevados. Mas a qualidade que você
obtém é determinada pelo padrão que você exige. Se você aceitar a
mediocridade, será isso que obterá.

Ore diligentemente

Só Deus pode preparar uma pessoa para torna-se discípulo que reproduza o
caráter como o de Cristo noutras pessoas. A seleção de um discípulo exige
oração diligente. Junto com os seus líderes espirituais, peça a Deus que o leve à
pessoa a quem ele quer que você faça discípulo.
Treinamento em pré-disccipulado

Primeiro, o seu discípulo em potencial tem de fazer parte de um corpo


saudável e funcional em que ele aprenda como ser semelhante a Cristo
observando outros e onde possa experimentar a comunhão, o amor e a
responsabilidade de que necessita.

Ele deve estar equipado para se alimentar espiritualmente através do estudo


regular da Palavra de Deus, da memorização das Escrituras, meditação, oração
e adoração.
Ensine, pela Bíblia, que estas coisas são importantes, e demonstre o seu valor
falando da experiência que você tem nessas áreas. Ajude-o a começar
praticando-as com ele. Ajude-o a perseverar. O seu exemplo o encorajará a ser
fiel. Compartilhe princípios que você os tem aplicado. Esteja disponível para
responder às perguntas dele. Responsabilize-o por tarefas e por aplicação
prática diária.
Quando o seu aluno estiver fielmente praticando cada um desses pontos
fundamentais da vida cristã, sem que você tenha de "empurrá-lo, seu
relacionamento de pré-discipulado terá tido êxito.

O Discipulado é relacional

O discipulado é um encontro de uma vida com outra. Não é apenas uma série
de reuniões sobre um dado curso de estudo. É essencialmente relacional – um
investimento de tudo que você é numa pessoa. O seu sucesso em reproduzir a
plenitude de vida que tem em Cristo no seu discípulo aumentará ou diminuirá
segundo a força do seu relacionamento.

Vejamos 8 qualidades que o auxiliarão a desenvolver um relacionamento


saudável com seu discípulo:
1- Calor humano – O amor busca o melhor para o irmão. Ele se evidencia em
interesse genuíno. O seu discípulo é um amigo, não um projeto espiritual.
Escute as suas mágoas e conforte-o nas tristezas. Adote os seus interesses e
suas alegrias e preocupações como se fossem suas. Tenha interesse sincero
pelas pessoas e eventos que as afetam. Se você servir a seu discípulo com
alegria, ele saberá que você o ama, e respeitara e buscará a sua liderança. O
amor ao seu discípulo é baseado no seu compromisso para com ele.
2- Lealdade – Lealdade é um compromisso consistente para com outra pessoa.
Significa ficar a seu lado nos problemas como também nas alegrias. Poucas
coisas solidificam mais um relacionamento do que aguentar juntos uma
crise. "Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta"1 Cor 13.7
3- Equanidade – É ser imparcial. "Porque para com Deus não há acepção de
pessoas" (Rm 2.11). As pessoas são de origens diversas, capacidades
intelectuais variadas, personalidades singulares e potenciais diferentes.
Precisamos vencer quaisquer preferências de personalidade que possa
impedir o aproveitamento e não motivar um discípulo comparando o seu
crescimento com o do outro. O único padrão uniformizado para o qual
todos prosseguimos é o de um caráter como o de Cristo. É injusto exigir ou
mesmo esperar igualdade no entendimento bíblico, na retenção das
Escrituras ou desempenho do ministério. Cada pessoa é criação inimitável
de Deus e deve ser tratada como única.
4- Maturidade – Como você procura produzir integridade em cada área da
vida do seu discípulo, você tem de ser constantemente maduro. Ele
aprenderá a servir, a ser sensível e a ter a atitude correta quanto à
responsabilidade através do seu exemplo. Ele copiará a sua conduta e
respeitará a sua maturidade.
A recíproca também é verdadeira. O seu discípulo verificará se você vive
aquilo que ensina ou não, Ele o observará mesmo quando você não estiver
percebendo. Um comentário sarcástico, uma piada duvidosa, uma falta de
confiança nos seus líderes ou uma atitude ciumenta serão observados e
imitados
5- Disponibilidade – Você e seu discípulo precisam ter acesso máximo um ao
outro a fim de ter um relacionamento de qualidade. Talvez vocês precisem
de mais de três horas de reunião formal por semana se estiverem tendo
dificuldade em conhecer um ao outro, ou se seu discípulo estiver inseguro.
Embora uma reunião deve ser reservada para treinamento, estudo bíblico e
responsabilização, podem ser designados outros períodos de tempo para
comunhão, troca de experiências e fazer coisas juntos.
Quando você obedeceu à ordem de Cristo de segui-lo, você entregou o seu
direito de terminar seu próprio horário "...Não sois de vós mesmos. Porque
foste comprado por preço de sangue..."(1 Co 6.19,20). Todo o seu tempo
tornou-se tempo de Deus, para ser usado conforme melhor ele é honrado.
6- Paciência – Paciência significa ser tardio para irar-se. É a fé em ação, e
passividade. A paciência compele-nos a estender a graça ao nosso discípulo
sem comprometer o padrão de Deus. É prevenção contra amargura.
Paciência é marca registrada de quem faz discípulos.
7- Honestidade – A base para todo relacionamento saudável é a comunicação
honesta. Esta é construída sobre o compromisso recíproco e sobre o
conhecimento de que a transparência é para seu próprio bem. Efésios 4.5
instrui-nos a deixar de lado roda a hipocrisia e falar a verdade. O seu
relacionamento não se desenvolverá a não ser que tanto você como seu
discípulo se comunique abertamente.
8- Motivação – A motivação é o desejo que nos impele a ir ao encontro de
nosso propósito. A motivação estimula o seu discípulo a ser a pessoa de
Deus e a ministrar efetivamente e com alegria. Todos nós precisamos de
motivação constante que nos faça prosseguir para o alvo. Ajude o seu
discípulo a manter em vista o alvo de fazer discípulos.
A DINÂMICA DO DISCIPULADO

Para que se transforme a disposição de seu discípulo em dar frutos para a capacidade
de reproduzir, seu ambiente espiritual tem de incluir diversos elementos. Se mesmo
um estiver faltando, o treinamento do seu discípulo será deficiente. Estes elementos
são a dinâmica do discipulado, os elementos que infundem energia. Quando ele os
entender tão bem que possa transmiti-los a outros, ele estará pronto para reproduzir.
O ambiente espiritual deve incluir:

1- Adoração
O principal propósito do seu relacionamento é honrar e glorificar a Deus.
Adoração é a atitude que expressa o amor, temor e respeito que você tem pelo
Deus Todo poderoso. O seu exemplo ajudará o discípulo a apresentar toda a
sua vida em adoração a Deus. Adore regularmente com o seu discípulo. Vocês
podem ler, citar ou cantar as Escrituras. Podem tomar refeições com outros
crentes com alegria. Podem orar, meditar, compor expressões musicais ou
poéticas de seu regozijo, bater palmas, tocar um instrumento ou simplesmente
inclinar as cabeças em humilde adoração.
2- Ministração
Ministrem um ao outro. Animem um ao outro com as Escrituras. Regozijem-se
em suas vitórias. Compartilhem os seus fardos e confessem os seus pecados.
Depois, orem especificamente sobre estas coisas, pedindo a Deus a cura e o
perdão.
Orar um pelo outro, deve tornar-se parte normal de suas vidas. O tempo para
ministrar um ao outro é indispensável. Orem pela proteção de cada um, pelo
crescimento. Peça a Deus direção enquanto aconselha o seu discípulo e procura
atingir suas necessidades.
3- Memorização
A memorização das Escrituras é um aliado valiosíssimo para a moldagem de um
caráter como o de Cristo.
A memorização de passagens bíblicas gravará a vontade de Deus no coração de
seu discípulo. Memorize um ou dois versículos junto com seu discípulo cada
semana e recapitule outros que vocês já tenham aprendido.
4- Meditação
A meditação coloca-o na presença de Deus, produzindo paz, confiança e calma
que só podem ser encontradas nele. Medite num versículo que você tenha
memorizado. Pergunte sobre a aplicações do versículo: O que este versículo me
diz sobre Deus? Que outra verdade este versículo me ensina? Existe algum
pecado que devo deixar ou uma prática que eu tenha de iniciar, baseado nele?
5- Ensino
Ensine a Bíblia a seu discípulo. Suas lições devem ser práticas e exatas. Ensine
sistematicamente princípios e doutrina das Escrituras que o auxiliem chegar à
maturidade em Cristo. Ele deve ter um conhecimento operante das Escrituras
para que possa aplicar a verdade bíblica de modo consistente.
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