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Eucaristia

Àpice da Vida Cristã


Aulas previstas:
01.Introdução (18 slides) 10. Sacramentos_communicatio (4 slides)
02.Baptismo (11 slides)
03.Confirmação (8 slides)
04.Eucaristia (26 slides)
05.Penitência (24 slides)
06. Unção dos enfermos ( 6 slides)
07. Ordem ( 16 slides )
08. Matrimónio (30 slides)
09. Sacramentos_ortodoxos (9 slides)
Sacramentos 2/18

SACRAMENTOS NO CULTO CRISTÃO

Os Sacramentos são intervenções atuais de Deus na História: na trama dos


acontecimentos comuns ocorrem irrupções de Deus, através dos quais Ele
Cria, Visita e Salva.

Os Sacramentos não são simplesmente sinais que recordam o que Deus fez
no passado em favor do homem. São intervenções pessoais e atuais de Deus
em nossa Existência.

São intervenções de criação, de eleição, de presença e de libertação da


mesma à maneira das intervenções que Deus realizou no Antigo e no Novo
Testamento. O que muda é o modo: a intervenção atual de Deus se realiza por
meio da Igreja, de modo sacramental, com a plenitude de poder de redenção e
de Graça conferido pelo próprio Cristo.
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CONVENIÊNCIA Vida natural Vida Espiritual


nascer Batismo

crescer e
robustecer-se Confirmação

Indivíduo alimentar-se Eucaristia

curar-se Penitência

convalescer Unção dos Enfermos

governar-se Ordem
Sociedade
perpetuar-se Matrimónio
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Os Sacramentos podem classificar-se em três grupos

Sacramentos da iniciação cristã

Batismo Confirmação Eucaristia

Sacramentos de cura

Penitência Unção dos Doentes

Sacramentos ao serviço da comunidade

Ordem Matrimónio
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“Os sacramentos são:

sinais eficazes da graça,

instituídos por Cristo e confiados à Igreja,

pelos quais nos é dispensada a vida divina” (CCE 1131)


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OS SACRAMENTOS SÃO SINAIS SENSÍVEIS

Estrutura do sinal sacramental:


-matéria (ação ou gesto material sensível)
-forma (palavras que acompanham e declaram o
sentido especial da matéria).

Matéria e forma devem estar unidas para que se dê o


sinal sacramental. O tipo de união necessária depende
de cada sacramento.
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INSTITUIÇÃO DOS SACRAMENTOS

1 Ninguém senão Deus pode dar a uns meros sinais a capacidade de conferir a
graça sobrenatural:

Autor principal: Cristo com a sua divindade


Autor instrumental: Cristo com a sua humanidade

2 A Igreja não pode alterar o que se refere ao


essencial do sinal sacramental.
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EFEITOS DOS SACRAMENTOS

A 1127 “conferem a graça que significam. Eles são eficazes, porque


CCE 1127:
neles é o próprio Cristo que opera”.
Comunicam a graça ex opere operato. (Pela obra operada) Mas não por magia.

B Efeitos principais:
Graça santificante
Graça sacramental
Carácter em alguns
C Outros efeitos:
expressar e fortalecer a fé
prestar culto a Deus
realizar a santificação dos homens
criar e manifestar a comunhão eclesiástica
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EFEITOS DOS SACRAMENTOS


ESQUEMA

Batismo Cristo dá-nos a vida nova de filhos de Deus na Igreja.

Confirmação O Espírito Santo fortalece-nos para que sejamos


testemunhas de Cristo.
Participamos do Sacrifício de Cristo e comungamos o Seu
Eucaristia
Corpo e Sangue.

Cristo perdoa-nos os pecados e reconcilia-nos com Deus


Penitência
e com a Igreja.

Cristo fortalece o Cristão perante a doença, a velhice ou a


Unção dos Doentes
morte.

Ordem Cristo consagra sacerdotes para servir o seu povo.

Matrimónio Cristo santifica a união do homem e da mulher.


Sacramentos 10/18

MINISTRO DOS SACRAMENTOS

 Só o homem devidamente ordenado, ou o legitimamente eleito com esta finalidade


pela legítima autoridade, pode ser ministro. Cristo é sempre o ministro principal.

 O ministro deve ter a intenção de fazer o que a Igreja faz e de realizar devidamente
o sinal sacramental.

 Ministro ordinário: aquele a quem por oficio incumbe administrar um sacramento.


O extraordinário: necessidade ou delegação.

 Para a validade não se requer a fé nem o estado de graça no ministro. Para a


licitude sim, exceto em caso de grave necessidade.
Sacramentos
Eucaristia
Aulas previstas:
01.Introdução (18 slides) 10. Sacramentos_communicatio (4 slides)
02.Baptismo (11 slides)
03.Confirmação (8 slides)
04.Eucaristia (26 slides)
05.Penitência (24 slides)
06. Unção dos enfermos ( 6 slides)
07. Ordem ( 16 slides )
08. Matrimónio (30 slides)
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Eucaristia 12/26

 PÁSCOA: a festa mais importante do calendário judeu. Recordam como o


sangue de cordeiro com que tinham assinalado as suas casas os tinha livrado
do castigo.

 Era o anúncio de outra Páscoa na


qual o sangue do “cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo”, Jesus
Cristo, nos libertaria da escravidão
do demónio e do pecado.
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CERIMÓNIA DA PÁSCOA NO TEMPO DE JESUS


1 Antes de comer o cordeiro dizia-se uma bênção e bebia-se um copo de vinho
misturado com água..
2 Trazia-se para a mesa as ervas, o pão e o cordeiro assado.
3 Explicava-se o significado do que se fazia, recitavam-se salmos, tomava-se um
segundo copo de vinho.
4 Abençoava-se, partia-se e comia-se o pão sem fermentar.
5 Depois de comer o cordeiro com as ervas, lavadas já as mãos, benzia-se um
terceiro copo de vinho e bebia-se.
6 Recitavam-se outros salmos.
7 Benzia-se e bebia-se um quarto copo de vinho.
8 Acção de graças final.
Em 4. Jesus disse: “isto é o meu corpo”. Em 5.: “este é o meu sangue”.Não se fez 7.: “recitado o
hino, saíram...” (Mt 26, 30).
Eucaristia 14/26

Ao dar o cálice, disse: “Fazei-o em minha memória”.

 Dá ao mesmo tempo aos seus


Apóstolos a capacidade de produzir
a transubstanciação, e o encargo de
continuar a oferecer este sacrifício
ao longo dos séculos.

 Na mesma ação instituiu a eucaristia


e o sacerdócio ministerial (= de serviço).
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PRESENÇA REAL
 Na eucaristia, Cristo está verdadeira,
verdadeira
real, substancialmente presente.
 Fundamentado em 5 textos do Novo
Testamento: Jo 6, Mt 26, Mc 14, Lc 22,
1 Cor 11, 23.
 Cristo presente todo, completo, em
cada uma das espécies: posto que
ressuscitou, com o seu corpo está o
seu sangue,
sangue a sua alma e sua
divindade.
divindade
 Presença ad modum substantiae =
completo em cada uma das partes das
espécies.
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MATÉRIA

 PÃO:
PÃO - de trigo.
- licitude: rito latino: sem fermentar;
rito oriental: fermentado.
- feito recentemente: sem perigo de
corrupção.
 VINHO:
VINHO - da videira e não corrompido.
- obrigação grave de juntar-lhe um
pouco de água, como fez Cristo:
. Recorda que saiu água do seu
lado juntamente com o seu
sangue
. Representa a união do povo
fiel com a sua cabeça Jesus
Cristo.
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SACRIFÍCIO DA MISSA, 1

 De fé:
fé a missa é um verdadeiro sacrifício.

 Instituído por Cristo na Última Ceia, mas não só


nem principalmente uma renovação desta cena,
senão uma renovação mística e real da morte de
Cristo na Cruz.

 De fé:
fé é a renovação incruenta do sacrifício cruento
do Calvário.
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SACRIFÍCIO DA MISSA, 2
Identidade missa-cruz:

 - idêntica oferenda: Cristo (na missa realmente


presente de modo sacramental);
- idêntico sacerdote principal: Cristo (na missa
o ministro actua no nome e na pessoa de Cristo).

 Só a maneira em que Cristo oferece o


sacrifício da cruz e o da missa difere:
na cruz sacrifício com derramamento de sangue,
na missa sacrifício incruento.
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SACRIFÍCIO DA MISSA, 3

Diferenças acidentais entre a Cruz e a Missa:

Cruz Missa

Cristo oferece-se mortal e Cristo oferece-se imortal e


passivamente impassivamente

Cristo oferece-se por meio do


Cristo oferece-se diretamente
sacerdote

Perpetua-se e aplica-se-nos a
Cristo redime-nos
redenção
Eucaristia 20/26

SACRIFÍCIO DA MISSA, 4

 A sua essência consiste na separação


sacramental entre o corpo e o sangue do
Senhor pela dupla consagração do pão e
do vinho, com o consequente significado
da sua morte, ainda que na realidade, sob
ambas as espécies está Cristo completo.
 O momento essencial da missa é portanto
a consagração.

 A comunhão do sacerdote não pertence à


essência da missa, ainda que sim à integridade
do rito: por isso há-de sumir ambas as espécies.
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FINS DA SANTA MISSA


 São quatro:
1) latrêutico (adoração)
2) eucarístico (acção de graças)
3) propiciatório (desagravo pelos
pecados)
4) impetratório (petição)
 Correspondem aos fins do sacrifício
do Calvário.

 1 e 2 produzem-se infalivelmente
(referência directa a Deus). 3 e 4,
não (dependem dos homens:
disposições, pedir o conveniente, etc.).
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FRUTOS DA SANTA MISSA

 São quatro:

1) Geral (aproveita ao conjunto da Igreja


militante e purgante)
2) Especial (aproveita aos assistentes)
3) Especialíssimo (aproveita ao sacerdote
celebrante)
4) Ministerial (aproveita àqueles por quem
se oferece a missa).

 A aplicação do ministerial só a pode fazer


o sacerdote celebrante: pelos vivos ou
pelos defuntos (a modo de sufrágio).
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ESTRUTURA DA MISSA, 1

 Fundamentalmente, a missa consiste em representar


(“voltar a tornar presente”) o sacrifício de Cristo na
cruz, oferecido de uma vez para sempre a Deus Pai
em remissão dos pecados.
 O sacrifício da cruz é sempre atual: renova-se em
cada missa por meio dos sinais sacramentais (tornam

realmente presente o corpo e o sangue de Cristo e


misticamente os separam, como se separaram
 fisicamente na sua morte).
No altar, o sacerdote ministro faz as vezes de Cristo,
actua em seu nome e pessoa.
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ESTRUTURA DA MISSA, 2

 Duas grandes partes que formam uma unidade


indissolúvel:

1. Liturgia eucarística: núcleo central, actualização


do sacrifício da cruz;

2. Liturgia da palavra: prévia reunião dos fiéis através


da leitura e consideração da palavra de Deus contida
nas Escrituras.

 Constituem um só ato de culto


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ORAÇÕES EUCARÍSTICAS, 1

Elementos que nunca faltam :


1. Uma ação de graças: prefácio;
2. Uma invocação ao Espírito Santo: epiclese;
3. Um relato da instituição da eucaristia, com as palavras de
Cristo sobre o pão e vinho, ditas com sentido de presente,
e que os convertem no corpo e sangue de Cristo: consagração;
4. Uma recordação da paixão e ressurreição de Cristo: anamnese;
5. Uma oblação pela qual a Igreja oferece a Deus Pai o sacrifício
do seu Filho;
6. Algumas intercessões a favor dos vivos e os defuntos;
7. Uma última acção de graças à Trindade: doxologia.
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ORAÇÕES EUCARÍSTICAS, 2

 São quatro principais e várias mais de


recente incorporação.

 O. E. 1:-
1 formação até ao século IV;
- forma definitiva no século VI;
- em toda a Igreja do rito latino: pelos
séculos IX a XI.

 O. E. 2:
2 inspira-se na de Santo Hipólito: de
dois ou três séculos anterior ao cânone romano
e é compartilhada com alguns ritos orientais.
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ORAÇÕES EUCARÍSTICAS, 3

 O. E. 3:
3 - com reminiscências de antigas liturgias;
- acentua o aspecto sacrificial da eucaristia;
- nela se destacam a universalidade, o
ecumenismo e a escatologia, assim como o

sacerdócio comum dos fiéis.


 O. E. 4:
4 - prefácio fixo: não se pode usar quando as
rubricas exigem um diferente;
- antes do sanctus: contempla Deus em si
mesmo, antes da criação;
- depois: longa acção de graças pelo
conjunto da história da salvação.
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RECEPÇÃO DA EUCARISTIA, 1

 Ao receber a eucaristia se estabelece


uma íntima união entre o homem e
Deus (Jo 6, 57). A isto alude o nome de
comunhão que recebe este sacramento.

 Por esta união com Cristo, os cristãos


que participam na eucaristia se unem
além disso entre si.
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RECEPÇÃO DA EUCARISTIA, 2

É o perfeito alimento da vida sobrenatural:


a. sustenta a vida espiritual como o fazem os alimentos materiais com a vida
corporal. Ao robustecê-la, afasta do perigo de cometer pecados;
b. ao aumentar a graça santificante, aumentam todas as virtudes, especialmente
a caridade;
c. perdoa as culpas veniais e reduz as penas temporais;
d. é dádiva de vida eterna, que incoa;
e. como resultado da união com o Senhor, constrói a Igreja, corpo místico de
Cristo, e é vínculo de unidade com os outros cristãos.
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RECEPÇÃO DA EUCARISTIA, 3

 É capaz de receber com fruto a eucaristia qualquer homem vivo e baptizado


que não levante obstáculo à graça por pecado mortal.

 Rito latino: desde o século XII, não se dá a comunhão às


crianças antes do uso de razão. Também não aos
dementes e aos que estão sem consciência.

 Se há consciência de pecado mortal, não basta para


comungar fazer um acto de contrição perfeito, a não ser
no caso de necessidade grave, o que raramente sucede.

 Jejum eucarístico
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RECEPÇÃO DA EUCARISTIA, 4

 Não é necessário, com necessidade de meio, recebê-la de facto.

 É necessário in voto, isto é, desejar recebê-la, para o


cristão baptizado com uso de razão.

 Com necessidade de preceito divino: algumas vezes na


vida e ante a iminência da morte.

 Com necessidade de preceito eclesiástico: que todos


os católicos que fizeram a primeira comunhão a recebam
ao menos uma vez ao ano, e precisamente no tempo
pascal, se isto é possível (amplo: desde a quarta-feira de

Cinzas até ao domingo da Santíssima Trindade).


Eucaristia 32/26

RECEPÇÃO DA EUCARISTIA, 5

 Primeira comunhão das crianças: quando tenham suficiente conhecimento


(preparação cuidadosa) de maneira que entendam o mistério de Cristo na
medida da sua capacidade, e possam receber o corpo do Senhor com fé e
devoção (cfr. CIC 913).
913

 Perigo de morte: basta que sejam capazes de


distinguir o Corpo de Cristo do alimento comum
e de receber a comunhão com reverência.

 Suficiente conhecimento = uso de razão


(presume-se que seja pelos 7 anos).

 Primeira confissão antes de receber a primeira


comunhão (cfr. CIC 914).
914
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RECEPÇÃO DA EUCARISTIA, 5
 Ordinário:
Ordinário não comungar mais de uma vez num mesmo dia.

 Quem já comungou pode voltar a fazê-lo no mesmo dia sempre que seja
dentro de uma missa a que assista.
 (Ex.: matrimónio, funeral; na manhã depois da missa da meia-noite (Natal,
Páscoa); incêndio; profanação; perigo de morte.
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DISTRIBUIÇÃO DA EUCARISTIA
 Ministros ordinários:
ordinários bispo, presbítero, diácono.
 Ministro extraordinário:
extraordinário acólito ou outro fiel que “onde o aconselhe a necessidade
da Igreja e não haja ministro” tenha sido legitimamente delegado (cfr. CIC 910 e
230).
230
 Critérios para se ver a necessidade de delegar

num leigo:
1) ausência de ministro ordinário e acólito;
2) exigência do ministério pastoral, doença ou
velhice;
3)Bispo
grande
podenúmero de pessoas.
conceder a faculdade de delegar:
bispos auxiliares, vigários episcopais e
delegados episcopais. Outros: 1 vez
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RESERVA DA EUCARISTIA

(CIC 934-944)
934-944

Só num lugar digno e seguro;


Num tabernáculo, dentro de uma píxide sobre um corporal;
Com lâmpada continuamente ardendo diante dele;
Renovar as formas consagradas com frequência, pelo menos cada
quinze dias.
Eucaristia
Dom do Novo Testamento concedido como
herança
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Dos Tratados de São Gaudêncio, Bispo de Bréscia (Sec. V)

O sacrifício celeste instituído por Cristo é verdadeiramente um dom do Novo Testamento


concedido como herança; é o dom que ele nos deixou como garantia da sua presença, na
noite em que foi entregue para ser crucificado. Este é o viático da nossa peregrinação. É o
alimento que nos sustenta nos caminhos desta vida até o dia em que, partindo deste
mundo, formos ao encontro do Senhor. Pois ele mesmo disse: Se não comerdes a minha
carne e não beberdes o meu sangue, não tereis a vida em vós (cf. Jo 6,53).
Ele quis efetivamente com seus dons permanecer junto de nós; quis que as almas, remidas
com o seu sangue precioso, se santificassem continuamente pelo memorial de sua Paixão.
Por esse motivo, ordenou aos seus discípulos fiéis, constituídos como primeiros sacerdotes
de sua Igreja, que sem cessar celebrassem estes mistérios da vida eterna. É necessário,
portanto, que estes sacramentos sejam celebrados por todos os sacerdotes em cada Igreja
do mundo inteiro, até que Cristo desça novamente dos céus. Deste modo, tanto os
sacerdotes como todo o povo fiel, tendo diariamente ante os olhos o sacramento da Paixão
de Cristo, tomando-o nas suas mãos e recebendo-o na boca e no coração, guardem
indelével a memória de nossa redenção.
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Com razão se considera o pão como uma imagem inteligível do Corpo de Cristo. De fato,
assim como para fazer o pão é necessário reunir muitos grãos de trigo, transformá-los em
farinha, amassar a farinha com água e cozê-la ao fogo, assim também o Corpo de Cristo
reúne a multidão de todo o gênero humano e o leva à perfeita unidade de um só corpo por
meio do fogo do Espírito Santo.
Cristo nasceu pelo poder do Espírito Santo. E porque convinha que nele se cumprisse toda
a justiça, penetrou nas águas do batismo para santificá-las, e saiu do rio Jordão cheio do
Espírito Santo que tinha descido sobre ele em forma de pomba. O evangelista dá
testemunho disso dizendo: Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão (Lc 4,1).
Do mesmo modo, o vinho do seu sangue, proveniente de muitos cachos, quer dizer, feito
das uvas da videira por ele plantada, espremido no lagar da cruz, fermenta por si mesmo
em amplos recipientes que são os corações dos fiéis. Todos vós, pois, que fostes
libertados do Egito e do poder do Faraó, isto é, do demônio, recebei com santa avidez de
coração junto conosco, este sacrifício pascal portador de salvação. E assim, sejamos
santificados até o mais íntimo de nosso ser por Jesus Cristo nosso Senhor, que cremos
estar presente em seus sacramentos. Seu poder inestimável permanece por todos os
séculos.

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