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FILO PLATYHELMINTHES

Profa M.Sc. Norma Aparecida Borges Bitar


Ensino Médio
UNIPAM
Cores de alerta
Natureza: repleta de formatos e de cores; inúmeros animais com padrões de
coloração complexos e vibrantes.

Animal com cores intensas? Faz sentido?


Ele se destacaria e se tornaria um alvo mais fácil para os predadores.

Para animais isso não funciona! A premissa é inverídica!

Ex.: Há planárias marinhas cujas cores vibrantes funcionam como um alerta


para os predadores. Esses vermes marinhos, se muito coloridos, geralmente
são tóxicos ou impalatáveis, não sendo refeições apropriadas.

Essa técnica de defesa é denominada aposematismo e pode ser encontrada em


outros animais.
Esses vermes marinhos pertencem ao filo Platyhelminthes.

Esse táxon abriga organismos animais de corpo plano, mole,


fino e achatado, podendo ser afilados ou longos, em forma de fita.

Daí o nome do filo:


“platys” = plano, e “helminthes” = verme, ou seja, “verme plano”.
- Filo diverso: vida livre, com
- Têm um par de gânglios anteriores
cores vibrantes e até parasitas.
- Tamanho corporal: de 1mm até com cordões nervosos longitudinais
conectados por nervos transversais.
10 m de comprimento. - Apresentam cefalização:
- São triblásticos: ectoderme,
concentram órgãos nervosos e
endoderme e mesoderme.
- Mesoderme: origina tecidos sensoriais na região da cabeça
(importante passo evolutivo).
(conjuntivos e musculares) e - São exímios exploradores
sistemas (vascular e urogenital).
- São acelomados: mesoderme
ocupa todo o espaço interno.
Características gerais dos
platelmintos
- Possuem simetrial bilateral:
- Órgãos sensoriais: ocelos –
planos corporal
compostos de células fotorreceptoras
anteroposterior e
(identificam luminosidade ambiental e
dorsoventral.
- Locomoção ativa e direcionam o animal.
• Células táteis e quimiorreceptoras:
direcionada: facilita a
sinais químicos ambientais.
alimentação.
- Sistema nervoso não mais • Estatocistos: equilíbrio
• Receptores mecânicos: correntes
difuso: possuem
d’água.
“cerebroides”
Organização corporal dos platelmintos
Espécie modelo: Dugesia tigrina (Euplanaria), uma planária dulcícola
• Parede celular: epiderme simples, com glândulas
secretoras de muco.
• Musculatura: disposta em diversas direções (circular,
longitudinal e transversal); contração coordenada (executa
movimentos variados: alongamento, encurtamento e vira
o corpo em qualquer direção).
• Células-flama: excretam compostos nitrogenados.
• Células do mesênquima: são totipotentes (capazes de
multiplicação e diferenciação nos diversos tipos celulares
do organismo).
• Células da face ventral das planárias: possuem cílios
utilizados na locomoção.
• Glândulas secretoras da epiderme: produção de muco
lubrificante (facilita a adesão no substrato e a captura de
presas).
• Cavidade digestória: é onde ocorre a digestão extracelular
dos alimentos.
Sistemas da Planária
Incompleto: tem boca, mas o Maioria das planárias: é carnívora, podendo Detecção dos alimentos: através
ânus é ausente. Possuem uma ser necrófaga (animais mortos: protozoários, dos quimiorreceptores. Em
faringe protrátil, utilizada na larvas de insetos, pequenos crustáceos, seguida, deslocam-se por
digestão extracorpórea. moluscos e pequenos anelídeos. deslizamento através do
batimento dos cílios da região
• Boca: abertura ventral e mediana, para ventral e sobre um rastro de muco
alimentação e excreção. produzido pelas glândulas
• Faringe muscular (atrás da boca), é epidérmicas. Auxiliados pela
protraída externamente ao corpo, musculatura circular e
sobre o alimento. dorsoventral, a planária vai
• Aí, enzimas produzidas pelo intestino girando a região cefálica até
são lançadas sobre o alimento ainda aproximar-se da presa e iniciar a
vivo. alimentação.
• Portanto, a 1ª etapa da digestão é
extracorpórea.
• Em seguida, a faringe suga o alimento
parcialmente digerido para dentro do Já nos platelmintos
intestino (momento extracelular). endoparasitas, como os vermes
• Por fim, as células da parede do da classe Cestoda (tênias), os
intestino absorvem os nutrientes e nutrientes são absorvidos
executam a digestão intracelular. diretamente da cavidade
intestinal do hospedeiro.
Logo, planárias possuem digestão extra e intracelular.
2. Sistema Respiratório:

• As trocas gasosas ocorrem através da


superfície corporal.

• Portanto, os platelmintos não têm um


sistema respiratório diferenciado, pois o O2,
absorvido pela epiderme, atinge o centro do
corpo por difusão simples.

• Desta forma, a respiração dos platermintos é


cutânea (pela pele).
3. Sistema Excretor:
Nos turbelários: • É um sistema considerado excretor-osmorre-
• Grande parte dos resíduos nitrogenados é gulador e é formado por estruturas chamadas
eliminada por difusão, através da superfície protonefrídios.
corpórea. • Estes, têm uma rede ramificada de túbulos cuja
• O sistema excretor serve para realizar a osmor- extremidade das ramificações, é uma célula
regulação (manter íons, sais e água, com terminal especializada, que varia dependendo
concentração constante nos tecidos). do grupo de platelminto.
• Em apenas algumas espécies de platelmintos • Se essa célula tem um único flagelo, ela recebe
esse sistema pode funcionar para excretar o nome de solenócito; quando tem muitos fla-
resíduos nitrogenados. gelos, é chamada de bulbo-flama ou célula-
flama.
Aí, ocorre a ultrafiltração desses líquidos: • O batimento dos flagelos leva o fluido de resí-
• retenção de moléculas maiores e duos, para liberação, até a célula terminal.
• permissão de passagem de água e moléculas
menores. Produtos da excreção:
Nos túbulos, o fluido filtrado é processado por • São eliminados por poros excretores que se
transporte ativo, e algumas substâncias são abrem lateralmente na superfície dorsal do
absorvidas e outras eliminadas. corpo do animal, os nefridióporos.
3. Sistema Excretor:
4. Sistema Nervoso e órgãos dos sentidos

 Em todos os platelmintos ocorre cefalização, processo mais


evidente nas planárias.

 Sistema nervoso dos turbelários: formado por 2 gânglios


cerebrais, localizados na região anterior do corpo. Desses
gânglios, partem 2 cordões nervosos que percorrem o
corpo do animal. Dos cordões nervosos partem
prolongamentos de células nervosas que chegam a todas
as regiões do corpo, para controlar os músculos e receber
estímulos captados por células sensoriais. Esses cordões
nervosos são unidos entre si por meio de cordões
transversais.
4. Sistema Nervoso e órgãos dos sentidos
 Também está presente nas planárias as aurículas, projeções
laterais localizadas na região anterior do corpo. Nas aurículas,
estão presentes células sensoriais capazes de perceber
substâncias químicas dissolvidas na água. Com isso, a planária
consegue detectar o alimento e a presença de predadores.

 Vários órgãos dos sentidos são encontrados nos turbelários:


mais comuns são fotorreceptores, os ocelos, geralmente 2.
Função: orientar o animal em relação à luz. Não formam
imagens. Essa orientação é chamada fototaxia e pode ser
positiva (movimento em direção à luz) ou negativa (movimento
contra a direção luminosa).

 Platelmintos endoparasitas são adaptados para não possuírem


órgãos sensoriais.
4. Sistema Nervoso e órgãos dos sentidos
5. Reprodução

• Apresentam grande diversidade de mecanismos reprodutivos

• Ciclos de vida complexos

• Envolvem alternância entre reprodução assexuada e sexuada

• Têm, várias espécies parasitas necessitam de mais de uma espécie


hospedeira para completar seu ciclo vital.
Monogenéticas: completam seu ciclo vital em um
único hospedeiro

Parasitas
Digenéticas: requerem 2 hospedeiros distintos no seu
ciclo vital: (1) Intermediário – para as fases larvais
(2) Definitivo – para o parasita sexualmente

maduro
a) Reprodução Assexuada
• Modelo: Planária = pode ocorrer fissão transversal.
• Com células mesenquimais totipotentes, os turbelários possuem elevada
capacidade regenerativa. Ao sofrerem fissão transversal, cada parte resulta
em um novo indivíduo.
b) Reprodução Sexuada
• Todos os turbelários são monoicos, ou seja, têm sistema reprodutor masculino e
feminino. Ainda assim, raramente realizam autofecundação.

Aparelho reprodutor feminino:

• 1 par de ovários, cada um ligado a um tubo fino,


• o oviduto, por onde os óvulos maduros são expulsos do corpo do verme. Nos
ovidutos, desembocam glândulas vitelínicas (produção de células repletas de
vitelo, substância nutritiva, que alimentam os embriões em desenvolvimento).
• Os ovidutos unem-se para formar a vagina, um duto que desemboca no átrio
genital, uma bolsa comum aos 2 sistemas reprodutores.
• Algumas espécies ainda podem apresentar útero, região dilatada da vagina onde
os ovos maduros ficam armazenados até serem eliminados do corpo.
Aparelho reprodutor masculino:

• possui alguns testículos, cada um ligado a um túbulo que conduz


espermatozoides até os dutos deferentes.
• Por meio desses dutos, os gametas masculinos chegam ao órgão copulador,
o pênis, situado no átrio genital.
• Uma vez que as planárias são hermafroditas e possuem órgão copulador,
esses animais realizam cópula.
A fecundação é cruzada e ocorre da seguinte forma:
Dois indivíduos sexualmente maduros unem-se e justapõem os poros genitais.
Cada planária introduz o pênis no poro genital do parceiro (cópula cruzada).
Em seguida, ocorre a troca de espermatozoides, os quais percorrem os
ovidutos, onde se encontram com os óvulos, fecundando-os.
Os zigotos formados durante a fecundação reúnem-se a células nutritivas ricas
em vitelo, produzidas pelas glândulas vitelínicas; o conjunto é envolto por um
casulo de cor marrom-escura.
Os casulos são expelidos pela abertura do átrio genital e fixados a substratos
submersos, em geral folhas de plantas aquáticas. Após o desenvolvimento, as
planárias juvenis são expelidas do casulo.
As planárias se desenvolvem e atingem a maturidade sexual e se tornam
indivíduos adultos, reiniciando o ciclo.
Portanto, como NÃO ocorre fase larval, as planárias possuem desenvolvimento
DIRETO.
Filogenia e Classificação dos Platelmintos
• A falta de registros fósseis dos platelmintos torna complicado determinar quando
surgiram. Mas, por sua constituição morfológica simples, acredita-se que o filo
Platyhelminthes tenha sido o primeiro filo de animais triblásticos a surgir.

• Dentro do filo Platyhelminthes, os animais são classificados em três classes distintas:

1. Turbellaria

2. Trematoda

3. Cestoda
Classe Turbellaria
 Vermes platelmintos livre-natantes, com poucas espécies terrestres e
parasitas.
 Principal exemplo: Dugesia tigrina, a planária dulcícola.
 Outros: planárias marinhas e planárias terrestres predadoras, como as
do gênero Bipalium.

Bipalium
Classe Trematoda

 Vermes endo ou ectoparasitas, revestidos por uma cutícula com ventosas


de fixação.
 Exemplos: Fasciola hepatica e o parasita causador da esquistossomose, o
Schistosoma mansoni.

Schistosoma mansoni
Fasciola hepatica
Classe Cestoda
 Vermes endoparasitas, de corpo alongado e delgado, que parasitam
diversas espécies de vertebrados.
 Principais representantes: Taenia solium (tênia do porco), Taenia saginata
(tênia da carne de vaca) e a Diphyllobothrium latum (tênia do peixe).

Taenia solium Taenia saginata Diphyllobothrium latum

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