Você está na página 1de 76

Universidade Federal do Sergipe

Introdução aos Eumetazoa –


CNIDARIA e CTENOPHORA

Professor: Roberto Schwarz Junior


Introdução aos Eumetazoa – Inovações evolutivas

Esponjas não possuem trato digestivo, músculos ou nervos, estas


ausências distinguem esponjas de todos os outros metazoários.

Por isso esponjas por sua vez são classificados como Parazoa (= próximos
aos animais), táxon-irmão dos Eumetazoa (= verdadeiros animais), que
inclui todos os outros animais.

Nos Eumetazoa têm se a regionalização do corpo, ao passo que no corpo


de uma esponja todas as células encontram-se presentes em cada
segmento do corpo.

Uma grande modificação surgida nos Eumetazoa foi o surgimento de um


tecido epitelial bem definido (mais especializado que a pinacoderme e a
coanoderme) que separa o ambiente externo do ambiente interno ou
compartimentos internos do corpo (com diferentes composições químicas)
Introdução aos Eumetazoa – Inovações evolutivas

Outra inovação dos Eumetazoa (em relação às esponjas) é o aparecimento


de um trato digestivo, com um epitélio para digestão e absorção do
alimento – chamada agora de gastroderme – digestão extracelular
(diferente da realizada pelos arqueócitos e coanócitos)

O tecido conjuntivo permanece separando a epiderme da gastroderme, nos


Porifera era chamado de mesoílo, nos cnidários (primeiro grupo de
Eumetazoa) chama-se de mesogléia e nos demais animais é chamado
apenas de tecido conjuntivo.

Quanto ao esqueleto, muitos animais possuem esqueleto interno


(endoesqueleto) ou externo (exoesqueleto) de materiais sólidos e uma
grande novidade evolutiva foi o surgimento de grupos portanto um
esqueleto hidrostático – corpo suportado pela água ligeiramente
pressurizada
Introdução aos Eumetazoa – Inovações evolutivas

A movimentação é característica de todos os animais, mesmo ostras,


cracas e anêmonas-do-mar movem parte de seus corpos. O movimento em
Eumetazoa se dá ou por cílios e flagelos (em organismos pequenos ou
achatados em que a relação superfície:volume é adequada) e através de
músculos (em organismos grandes).

Evoluíram nos eumetazoários as chamadas fibrilas musculares (filamentos


de actina e miosina em arranjos fixos) em células do tecido epitelial
chamadas de células epitéliomusculares – que permitiram a contração do
tecido epitelial.

Em seguida estas células deixam o epitélio e passam a fazer parte do


tecido conjuntivo (miócitos – músculo propriamente dito).
Introdução aos Eumetazoa – Inovações evolutivas

Para os animais se moverem e responderem aos estímulos externos, é


necessário uma coordenação de movimentos, gerada por células nervosas
chamadas de neurônios. Neurônios não existem em PORIFERA e passam
a existir nos Eumetazoa.

Para responderem adequadamente aos estímulos ambientais


(disponibilidade de alimento, água, parceiros, recursos e presença de
predadores), estes devem ser mediados por células e órgãos sensoriais
especializados que geram estímulos e desencadeiam respostas.
Introdução aos Eumetazoa – Inovações evolutivas

Como em todos os metazoários, o desenvolvimento começa com um ovo


fertilizado ou zigoto. Clivagens sucessivas geram uma blástula. Nos
eumetazoários, durante a gastrulação, a blástula (com uma camada) gera
uma gástrula com duas camadas (ectoderme e endoderme).

A cavidade formada pela endoderme é o arquêntero, que representa o


intestino primitivo, que se tornará a cavidade do trato digestivo adulto. Dá-
se o nome de blastóporo à abertura que forma o arquêntero e que poderá
dar origem à boca ou ao ânus (dependendo do grupo de animais)
OS CNIDARIA: correspondem a uma gama de organismos em sua grande
maioria marinhos com exceção da Hydra, único representante de água
doce.

Incluem formas como as hidras, anêmonas-do-mar, corais e águas-vivas.


OS CNIDARIA:

Cnidários podem formar colônias com vários metros como os recifes de


coral, um dos ecossistemas mais espetaculares e com maior diversidade
da Terra.

A grande diversidade de cnidários é mais comumente observada em um


recife de coral, mas diversas formas se fixam a substratos duros, escavam
em sedimentos ou vagueiam livres no plâncton.

Existem cerca de 10.000 espécies conhecidas, das quais apenas 20


ocorrem na água doce, o restante é marinho.

A maioria dos cnidários é carnívora, que capturam suas presas com células
espepcializadas chamadas de cnidócitos que possuem túbulos urticantes
ou pegajosos (Cnid=urtiga).

O contato com algumas espécies pode até mesmo ser fatal para seres
humanos (vespa-do-mar)
Vespa-do-mar (Chinorex fleckeri) é um cnidário
marinho que apresenta tentáculos, que podem
causar ferimentos letais em banhistas. Elas
costumam viver nas costas australianas, o
veneno delas é tão poderoso que pode matar
uma pessoa em 2 minutos, o que torna o resgate
muito difícil. Ela na verdade carrega veneno
suficiente para aniquilar aproximadamente 60
homens. É um dos animais mais venenosos e
mortíferos do planeta. Vive nas zonas vizinhas
das costas do Norte da Austrália e do Sueste
Asiático, onde se alimenta de pequenos peixes e
crustáceos. Seu veneno é liberado ao mínimo
contato com a pele, ele se dissolve nos glóbulos
vermelhos do sangue, causando parada
cardíaca e respiratória.
ESTRUTURA E SIMETRIA DOS INDIVÌDUOS SOLITÀRIOS

De uma maneira geral, o corpo saculiforme de um cnidário se assemelha a


uma gástrula.

O corpo consiste de uma cavidade semelhante a um tubo digestivo,


envolvido por uma parede corpórea sólida.

A cavidade, aqui chamada de cavidade gastrovascular se abre para o


exterior por uma boca envolta por tentáculos.

O corpo dos cnidários exibe simetria radial, ao redor do eixo oral-aboral


(boca-base).

Qualquer eixo pelo qual seja seccionado um organismo com simetria radial
gera lados iguais.

Animais radialmente simétricos têm contato simultâneo com todas as


direções com seus tentáculos, como sentinelas de defesa em um forte.
Especialização para alimentação de plâncton, abundante de todos os lados.
PÓLIPOS E MEDUSAS

Os cnidários podem ocorrer de duas formas diferentes que são: pólipo e


medusa.

Um pólipo assemelha-se a uma flor com seu pedúnculo, que é uma coluna
cilíndrica alongada que surge de um disco pedal aboral.

Na extremidade oposta da coluna há


uma pequena elevação com a boca em
seu ápice – manúbrio.

A margem do disco oral possui uma


fileira de tentáculos.

O disco pedal e a coluna do pólipo


podem secretar um exoesqueleto
quitinoso, a periderme, que provê
proteção e adesão ao substrato.
PÓLIPOS E MEDUSAS

Os pólipos são principalmente animais bentônicos, sésseis, fixos e com a


boca voltada para cima.
PÓLIPOS E MEDUSAS

A medusa tem a forma de um guarda-chuva ou de um sino, a superfície oral


(disco) é chamada de subumbrela e o lado oposto exumbrela.

A boca fica na extremidade de um apêndice móvel – o manúbrio. Os


tentáculos surgem da margem do sino e cercam a boca.

Geralmente nada através da pulsação do sino com a boca voltada para


baixo.

Possuem tecido conjuntivo – mesogléia – bastante espesso, gelatinoso e


flutuante.

A mesogléia do pólipo por sua vez é bastante fina.


Tecidos e Compartimentos do Corpo

A parede do corpo de um cnidário é formada por três camadas de tecidos,


um epitélio externo, a epiderme, um epitélio interno, a gastroderme (que
reveste o trato digestivo) e entre estes dois tecidos uma matriz extracelular
gelatinosa chamada de mesogléia (comparável ao mesoílo das esponjas).

A epiderme e a gastroderme contém os cnidócitos, células musculares,


nervosas, glandulares intersticiais e ciliadas.
Tecidos e Compartimentos do Corpo

O celêntero, ou cavidade gastrovascular é um compartimento multifuncional


pois tem função digestiva, circulatória e de absorção, funcionando ainda
como esqueleto hidrostático e câmara de incubação de embriões em
desenvolvimento.
Epiderme

Mesogléia

Gastroderme
Estrutura dos Indivíduos Coloniais

Muitos cnidários crescem de forma colonial (zoóides) que podem ser


formados de pólipos, medusas, ou ambos.

Uma colônia estolonial é como se fosse um único indivíduos que possui um


rede bidimensional de canais coberta por uma folha contínua de tecido
(cenossarco), que se prende ao substrato, ou secreta o substrato, no caso
de corais.

Entre a epiderme superior e inferior do cenossarco encontra-se uma rede


de tubos gastrodérmicos ocos, chamados de solênios, que correm por entre
a mesogléia e conectam os celênteros ou cavidades gastrovasculares dos
zoóides.

Podem também ser formadas colônias arborescentes, em que um zoóide


surge por brotamento de outro zoóide, gerando um aspecto de planta.
Cenossarco

Periderme

Solênios

Zoóide
Estolão Periderme

Substrato
ESQUELETO

Existe uma grande variedade de esqueletos em cnidários, em especial nos


pólipos.

Exoesqueleto pode ser uma cutícula fina de periderme quitinosa como


encontrado em muitos pólipos pequenos e colônias.

A maioria das anêmonas são nuas, ou seja, não possuem nenhum tipo de
esqueleto, funciona aí o esqueleto hidrostático.

Pólipos de corais pétreos


secretam um tipo de
exoesqueleto calcário duro (que
pode crescer muito ao longo das
gerações).
Outros pólipos, como as gorgônias dependem de endoesqueletos para seu
suporte – como as esponjas, possuem espículas calcáreas e fibras
orgânicas na mesogléia.
A mesogléia é o esqueleto exclusivo das medusas. A forma da mesogléia
define a forma do corpo da medusa.

A mesogléia é também um gel elástico que volta a sua forma após ser
deformado pela musculatura natatória.
MUSCULATURA E MOVIMENTO
Tipicamente, a musculatura epidermica de um cnidário e longitudinal e a
gastrodérmica circular (células epiteliomusculares em alguns casos tornaram-se
células musculares verdadeiras – Scyphozoa e Anthozoa).

A locomoção da água-viva ocorre com a contração da campânula, cujo lúmen está


cheio de água. Os músculos neste caso encontram-se em direções circunferências.

A contração destes músculos diminui o volume do lúmen, forçando a água a sair da


campânula, o que empurra o animal para frente como um jato de baixa velocidade.
Enquanto medusas nadam por jato propulsão, pólipos podem se encurtar, estender
ou dobrar seus corpos.

Pólipos e medusas usam ainda seus músculos para mover tentáculos quando se
alimentam – musculatura radial em alguns casos.
CNIDÓCITOS E CNIDAS

Uma característica única que une os cnidários é o cnidócito: uma célula especializada
que tem função de captura de presas e defesa.

Cada cnidócito contém uma cnida, uma cápsula preenchida por líquido e que
armazena uma longa invaginação tubular da parede da cápsula.

Quando o cnidócito recebe algum estímulo esta longa estrutura tubular é disparada,
podendo ferir ou paralisar a presa e liberqando toxinas, podendo aderir a superfície
de uma animal.

Cnidócitos geralmente portam um único cílio sensorial – cnidocílio (gatilho) e


distribuem-se al longo da epiderme e em grandes quantidades nos tentáculos e
outras estruturas sobre ou ao redor da boca.

Existem diversos tipos de cnidócitos como os nematocistos (com cnidas perfurantes e


tóxicas de muitas águas-vivas), espirocistos (que emitem filamentos pegajosos e
adesivos, ocorrem em anêmonas-do-mar) e pticocistos (que também libera um túbulo
adesivo).
CELÊNTERO: TRANSPORTE INTERNO E NUTRIÇÃO

Celêntero é uma cavidade em forma de saco, de fundo cego e forrada pela


gastroderme.

Em pólipos o celêntero pode ser dividido por septos que aumentam a superfície da
gastroderme.

Nas medusas, o celêntero é regionalmente especializado formando um estômago


central do qual partem canais radiais que se unem a um canal circular na margem.

Geralmente o celêntero penetra também em cada tentáculo.

O celêntero é um compartimento com papel multifuncional de digestão extracelular,


circulação, excreção, reprodução, suporte e esqueleto hidrostático.

O alimento é capturado quando entre em contato com os tentáculosd (explodem as


cnidas). O cnidário abre a boca e traz seus tentáculos coma apresa capturada para
dentro.

Células glandulares enzimáticas da gastroderme liberam enzimas, em particular


proteases que fazem a digestão extracelular.
CELÊNTERO: TRANSPORTE INTERNO E NUTRIÇÃO

A mistura digerida então circula pelo celêntero para ser absorvida pelas células
epiteliomusculares e outras células gastrodérmicas.

Fragmentos grandes restantes podem ser fagocitados e digeridos intracelularmente.

Em muitos cnidários existem nas células gastrodérmicas algas mutualísticas


(zooclorelas e zooxantelas) fotossintéticas que através da fotossíntese proporcionam
alimento ao hospedeiro cnidário (até 90%).
REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Reprodução clonal

Os cnidários têm grande capacidade de


regeneração repondo facilmente partes
perdidas depois de um dano.

A reprodução clonal é bastante difundida,


pólipos e medusas reproduzem-se desta
forma (mais comum entre os pólipos).

Reproduzem-se por fissão transversal e


longitudinal (+ comum), brotamento e
fragmentação.
REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Reprodução Sexuada

A maioria dos cnidários adultos são gonocóricos (machos ou fêmeas), mas algumas
formas, como os corais pétreos, têm muitas espécies hermafroditas).

Indivíduos maduros geram gametas, que se originam na endoderme e se


diferenciam na gastroderme e são liberados na água.

No desenvolvimento embrionário, tem-se a formação da blástula e em seguida da


gástrula, com formação da ectoderme e endoderme, que se torna e epiderme e
gastroderme respectivamente.

A blastocele se torna a mesogléia enquanto o blastóporo dá origem à boca-ânus.

Em seguida o desenvolvimento origina uma larva chamada de plãnula, com


epiderme monociliada e gastroderme com vitelo.

A plânula após um tempo se assenta sobre um substrato e metamorfoseia em um


jovem.
REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Reprodução Sexuada

Muitas espécies apresentam ciclo de vida com uma medusa planctônica sexuada e
um pólipo que se reproduz de forma assexuada.

Dessa forma, utilizando diferentes estágios do ciclo de vida, há uma divisão da


demanda energética da reprodução em formas que ocupam nichos ecológicos
diferentes (medusa=planctônica e pólipo=bentônico).

No caso dos Anthozoa (anêmonas-do-mar) há ausência de fase de medusa, os


adultos precisam lidar com essa demanda energética durante a reprodução, o que é
suprido pelos produtos fotossintéticos de zooclorelas e zooxantelas.
CLASSIFICAÇÂO DOS CNIDARA

ANTHOZOA

É o maior táxon de cnidários, contendo mais de 6.000 espécies das mais variadas
formas como anêmonas-do-mar, corais, gorgônias, penátulas e renilas.

Os antozoários apresentam somente a forma polipóide, sendo a fase medusóide


ausente.

Dessa forma o pólipo é responsável pela reprodução sexuada e assexuada, quando


presente.

São pólipos relativamente grandes, variando de 0,5 cm a 1 metro de diâmetro.

Possuem todos os três tipos de cnidas: nematocistos, espirocistos e pticocistos.


CLASSIFICAÇÂO DOS CNIDARA

ANTHOZOA

Estrutura do Pólipo:

O corpo de um antozoário consiste em uma coluna tubular, cercada por um platô


largo, o disco oral.

A boca oval em uma forma de fenda está no centro do disco oral, e uma coroa de
tentáculos ocorre em sua margem.

O disco pedal adere ao substrato.

A boca do animal conduz a uma faringe tubular que por sua vez se abre no
celêntero.

O celêntero é dividido em compartimentos por septos (dobras da gastroderme e


mesogléia – completos e incompletos).
CLASSIFICAÇÂO DOS CNIDARA

ANTHOZOA

Musculatura de Retração e Extensão:

Como visto, pólipos são capazes de se extender e retrair. Muitos antozoários


invaginam simultaneamente o disco oral e os tentáculos para dentro da coluna.

Músculos retratores do septo são os responsáveis pela retração e invaginação do


disco oral e tentáculos.

O líquido que preenchia o celêntero é expulso da coluna, por ação de dois conjuntos
de músculos, os longitudinais e os radiais. Os radiais ao se contraírem abrem a boca
e a faringe. A contração dos músculos longitudinais retrai o pólipo
CLASSIFICAÇÂO DOS CNIDARA

ANTHOZOA

Alimentação:

A maioria dos Anthozoa é carnívora e capturam suas presas quando estas nada
próximas a seus tentáculos e boca.

Quando capturada a presa, os tentáculos se dobram para o disco oral e empurram


as presas para dentro da boca, onde a presa é misturada com muco e engolida pela
faringe.

Ao atingir o celêntero, diversos nematocistos são explodidos e liberam enzimas que


iniciam a digestão extracelular.

A maior parte dos Anthozoa suplementa a sua alimentação com derivados


fotossintéticos, fornecidos por zooxantelas e zooclorelas (algas unicelulares
endossimbiontes).
CLASSIFICAÇÂO DOS CNIDARA

DIVERSIDADE DOS ANTHOZOA

Classe Zoantharia (Hexacorallia)

Zoantharia inclui aproximadamente 4.000 espécies de anêmonas-do-mar, corais


pétreos, coralimorfários, zoantídeos e corais negros.

A simetria de um zoantário geralmente é hexâmero, com septos ocorrendo em


múltiplos de seis.

Ordem ACTINARIA

São as anêmonas-do-mar, pólipos geralmente grandes e solitários. São geralmente


bastante coloridas e habitam águas costeiras rasas e profundas em todo o mundo.

Acredita-se que existam cerca de 1350 espécies do mundo. Quase sempre se


prendem em pedras, conchas e madeiras submersas.

O principal esqueleto das anêmonas-do-mar é o celêntero hidrostático, mas algumas


espécies secretam uma periderme quitinosa.
CLASSIFICAÇÂO DOS CNIDARA

DIVERSIDADE DOS ANTHOZOA

Ordem ACTINARIA

Anêmonas geralmente se alimentam de vários invertebrados, no entanto, espécies


grandes se alimentam de caranguejos, moluscos desalojados e até mesmo peixes.

Pequenos peixes, principalmente do gênero Amphiprion (peixe-palhaço) vivem de


maneira mutualista entre os tentáculos da anêmona-do-mar.

Peixes-palhaço jovens são recrutados pela anêmona por substâncias de atração


espécie-específicas.

Estes peixes possuem uma cobertura de muco que não possui a combinação
ativadora dos nematócitos, tornando a este peixe possível viver em um hábitat letal.

A anêmona fornece proteção e restos de alimento ao peixe-palhaço. O peixe por sua


vez pode atrair alimento para a anêmona, remover tecidos necróticos, e através da
natação e movimentos ventilatórios reduz o depósito de sedimentos sobre a
anêmona.
CLASSIFICAÇÂO DOS CNIDARA

DIVERSIDADE DOS ANTHOZOA

Ordem SCLERACTINIA

É o grupo ao qual pertencem os corais pétreos ou verdadeiros ou escleractíneos e


constituem o maior táxon entre os antozoários, com aproximadamente 3.600
espécies.

Produzem um exoesqueleto de carbonato de cálcio. O esqueleto é secretado pela


parte basal da coluna e pelo disco pedal.

Geralmente produzem um esqueleto em forma de taça, o coralito, no qual o pólipo se


retrai.

O assoalho do coralito possui escleroseptos (septos duros) que servem para


ancoragem do coral.

Os corais vivos depositam camadas de carbonato de cálcio o que promove o


crescimento do coral.
DIVERSIDADE DOS ANTHOZOA

Ordem SCLERACTINIA

Os pólipos surgem do cenossarco (reveja estrutura de indivíduos coloniais)

A maioria é colonial com pólipos pequenos e os corais crescem por brotamento.

Os corais tem zooxantelas em suas células gastrodérmicas – branqueamento.

Zoanthidea: cerca de 200 espécies, não secretam carbonato de cálcio (dependem da


mesogléia, periderme, esqueleto hidrostático e outros componentes para o suporte
esqueletal e proteção.

Corallimorpharia: 50 espécies solitárias e sem esqueleto calcáreo, pólipos largos e


curtos. Disco oral expandido com tentáculos curtos ou nenhum tentáculo.

Antipatharia: 150 espécies. Corais negros. Colônias arborescentes que podem


chegar a 5 metros de altura. São corais geralmente de águas profundas. Pólipos
geralmente possuem seis tentáculos.

Ceriantharia: Anêmonas-de-tubo. 74 espécies que habitam um tubo secretado.


Zoanthidea
Corallimorpharia
Corallimorpharia
Ceriantharia
CLASSIFICAÇÂO DOS CNIDARA

DIVERSIDADE DOS ANTHOZOA

Sub Classe Octocorallia

Os Alcyonaria (ou Octocorallia) são exclusivamente marinhos e coloniais.

São cerca de 2.000 espécies dentre as quais diversas formas de gorgônias,


penátulas e renilas, corais-tubos-de-órgão, coral vermelho, coral azul e corais moles,
muitas associadas a recifes de coral.

Vivem preferencialmente em água rasas.

O pólipo é pequeno e retrátil, 0,5 mm a 2 cm de diâmetro, possui oito tentáculos


pinados, cada qual portando ramos laterais chamados pínulas.

Possuem esqueletos bastante diversificados: periderme, exoesqueleto calcáreo,


endoesqueleto orgânico (nas gorgônias)
CLASSIFICAÇÂO DOS CNIDARA

MEDUSOZOA

São cnidários que incluem medusas em seu ciclo de vida, geralmente seguindo o
ciclo de vida:

Medusa  plânula  pólipo  medusa

Inclui dois táxons principais: Scyphozoa (águas-vivas grandes) e Hydrozoa (águas-


vivas pequenas – Hydra).

SCYPHOZOA

São exclusivamente marinhas. O táxon consiste em apenas 200 espécies, mais bem
conhecidas pelas grandes medusas que vemos na praia ou pulsando ritmicamente
na superfície.

Possuem pólipos pequenos e cifomeduzas grandes, que ocorrem em todos os


oceanos do mundo, têm diâmetros do sino de 2 a 40cm, porém algumas podem ser
maiores que 2 metros.
CLASSIFICAÇÂO DOS CNIDARA

MEDUSOZOA

SCYPHOZOA

Em geral, pólipos de cifozoários são assexuais ao passo que as medusas são


sexuais.

As medusas jovens são produzidas através de um processo conhecido como


estrobilização – com o surgimento de medusas jovens chamadas éfiras.

Algumas éfiras podem levar mais de dois anos até crescerem e se tornarem
sexualmente adultas.

A maioria das cifomedusas maduras são gonocóricas (sexos separados) com oito
gônadas gastrodermicas, uma de cada lado dos quatro septos gastrodérmicos.

Gametas são liberados pela boca (algumas incubam os ovos) e os zigotos se


desenvolvem em plânulas, que em determinado momento se assentam no fundo e
se metamorfoseiam em pólipos.
CLASSIFICAÇÂO DOS CNIDARA

MEDUSOZOA

SCYPHOZOA

Os Scyphozoa são divididos em cinco táxons que são: (1)Semaestomeae,


(2)Rhizostomae, (3)Cubomedusae, (4)Coronatae e (5)Stauromedusae.

3 4

1 2

5
CLASSIFICAÇÂO DOS CNIDARA

HYDROZOA

Cerca de 3.000 espécies principalmente coloniais nos quais o ciclo de vida pode
incluir pólipos, medusas ou ambos.

Entre as espécies coloniais podemos citar as caravelas-do-mar(1) e os corais de


fogo(2) (formadores de recifes) e entre as espécies solitárias estão algumas águas-
vivas marinhas e a Hydra de água doce.

3
1
CLASSIFICAÇÂO DOS CNIDARA

HYDROZOA

Embora hidrozoários tenham pólipos e medusas, em muitos a segunda fase


encontra-se reduzida ou ausente.

Quando há as duas fases, o pólipo é a fase assexual e a medusa a fase sexual.

Os pólipos em colônias são pequenos e assemelham-se a pequenas flores, a coluna


neste caso é chamada de pedículo (1) e a “flor” de hidrante (2).

Uma coroa de tentáculos sólidos cerca a base do


manúbrio.

Boca, manúbrio, tentáculos e estômago


2
conjuntamente constituem o hidrante.

1
CLASSIFICAÇÂO DOS CNIDARA

HYDROZOA

As medusas surgem como brotos laterais dos hidrantes.

Mesmo quando adultos, a maioria das hidromedusas é pequena (de 1mm a 2 ou 3


cm).

Em contraste com os Scyphozoa e os Anthozoa, a mesogléia de hidromedusas e


hidropólipos é acelular, sem células amebóides ou de qualquer tipo.
CLASSIFICAÇÂO DOS CNIDARA

HYDROZOA

A maioria das espécies de hidrozoários com uma fase de pólipo é colonial.

Colônias bentônicas sésseis são chamadas de hidróides(1) e a maioria das colônias


pelágicas de sifonóforos(2).

1
2

2
CLASSIFICAÇÂO DOS CNIDARA

HYDROZOA

Há portanto em colônias de hidrozoários uma grande especilização de zoóides


(indivíduos que compõem a colônia) – podendo ser do tipo monomórfica ou
polimórfica.

Uma colônia monomórfica é constituída somente por gastrozoóides – hidrantes de


alimentação.

Uma colônia polimórfica tem gastrozoóides e pelo menos uma outra forma de
zoóides que pode ser um hidrante modificado, uma medusa modificada ou ambos.

Uma colônia exibe portanto grande especialização de partes, sendo alguns zoóides
reponsáveis pela alimentação (gastrozoóides), captura de alimento e proteção
(dactilozoóides), reprodução (gonóforos), etc.

Dactilozoóides são utilizados na alimentação e proteção. Quando para alimentação,


os dactilozoóides agaram a presa com nematocistos explodidos e então a transferem
à boca de um gastrozoóide
CLASSIFICAÇÂO DOS CNIDARA

MEDUSOZOA

HYDROZOA

Outros hidróides (colônias bentônicas) podem produzir medusas livres a partir de


brotos medusóides. Uma vez liberadas, as medusas crescem, atingem a maturidade
sexual e liberam seus gametas.

O zigoto se metamorfoseia em uma larva plânula que se assenta para formar uma
nova colônia.
DIVERSIDADE DOS HYDROZOA – principais grupos

Hydra

De água doce. Tentáculos finos,


sem periderme, sem forma
medusóide e sem plânula.

Zigotos se desenvolvem
diretamento dos pólipos.

Pólipo se movimento por


rastejamento ou cambalhotas,
outras secretam uma bolha de
gás no disco pedal e flutuar.

Não há boca permanente em


hidras.
DIVERSIDADE DOS HYDROZOA – principais grupos

Corais-de-fogo

Construtores de recife.
Secretam esqueleto calcário
volumoso.

O contato com a pele (nos


dactilozoóides) resulta em um
envenenamento grave que
parece queimar como fogo, por
isso o nome.
DIVERSIDADE DOS HYDROZOA – principais grupos

Siphonophora

Caravelas-do-mar - Physalia

São colônias pelágicas.

Tem seis tipos de nematocistos e


alguns destes podem ser bastante
perigosos.

Possuem um pneumatóforo que é


preenchido por gás e provê
flutuabilidade.

Possuem gastrozoóide, dactilozoóides


e gonozoóides.

O grau de integração dos zoóides é


tanta que as colônias parecem se
comportar como um único indivíduo.
CTENOPHORA

São organismos de corpo transparente e frágil, esférico e ovóide que lembra


superficialmente uma água-viva de cnidários.

Semelhante às medusas de CNIDARIA, os ctenóforos possuem também mesogléia


espessa e flutuante.

A diferença é que ctenóforos utilizam cílios e não a musculatura para se locomover e


não possuem cnidas (células de defesa dos cnidários), e em razão disso são
classificados separadamente dos cnidários.

Variam de tamanho de alguns milímetros até


30 cm ou mais.

São os maiores animais solitários que utilizam-


se de cílios para se locomover.

São em sua maioria transparentes e muitas


espécies apresentam bioluminescência.
CTENOPHORA – Plano Básico

Assim como em medusas, o corpo de um ctenóforo é organizado radialmente ao


redor de um eixo oral (boca) e aboral (extremidade oposta).

Na extremidade oral, como o nome já diz, encontra-se a boca e na outra


extremidade um órgão semelhante a um cérebro.

Entre os dois pólos há oito fileiras de cílios que podem mover o animal a 5 cm/s. Os
cílios são geralmente longos e agrupam-se em remos conhecidos como pentes.

O batimento dos cílios e pentes a luz faz com que a luz seja difratada produzindo
uma onda de cor.
CTENOPHORA – Plano Básico

Dois tentáculos longos, um em cada lateral do corpo se originam do hemisfério


aboral, e portam uma fila lateral de filamentos chamados de tentílios.
CTENOPHORA – Plano Básico

O corpo de um ctenóforo é coberto externamente por uma camada protetora de


muco secretada por células exclusivas de ctenóforos chamadas de colócitos.

Colócitos liberam uma substância pegajosa que adera à presa.

O órgão aboral é um tipo de cérebro primitivo que controla as placas ciliadas


locomotoras

A reprodução clonal (assexuada) é incomum entre os ctenóforos e a maioria das


espécies é hermafrodita.

O desenvolvimento embrionário é direto e conduz à formação de um ctenóforo jovem


chamado de cidipídio com oito placas ciliadas e dois tentáculos.

A medida que o cidipídio cresce vai tomando a forma adulta.

Você também pode gostar