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Recursos Terapêuticos

Manuais
Material Teórico
Drenagem Linfática Manual – Método Vodder

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Esp. Daniela Siviero Hercules Bessa

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Drenagem Linfática Manual
– Método Vodder

• Introdução;
• Sistema Linfático;
• Drenagem Linfática Manual (DLM);
• Manobras Básicas de Drenagem Linfática – Vodder;
• Diretrizes de Tratamento;
• Protocolo de Atendimento da Drenagem Linfática Manual.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Conhecer a anatomia e fisiologia do sistema linfático;
• Localizar os linfonodos corporais;
• Identificar as diferentes técnicas de drenagem linfática manual;
• Conhecer as indicações e contraindicações da DLM;
• Aprender os princípios das manobras básicas realizadas na DLM;
• Conhecer os movimentos de drenagem linfática pelo método Vodder;
• Aplicar as diretrizes e protocolo de atendimento da DLM.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder

Introdução
A drenagem é uma palavra de origem inglesa cujo significado consiste em eva-
cuar um pântano do seu excesso de água por meio de canaletas, que desembocam
em um poço ou curso de água. Esta técnica auxilia o sistema linfático no processo
de drenagem, removendo o excesso de líquido nos tecidos, proteínas e resíduos
metabólicos, favorecendo a nutrição e oxigenação tecidual.

Na drenagem linfática manual – Método Vodder –, as manobras são suaves e


superficiais, não necessitando comprimir os músculos, mas sim mobilizar uma cor-
rente de líquido que está presente no sistema linfático.

Figura 1
Fonte: Getty Images

Deve-se respeitar a anatomia e fisiologia do sistema linfático, além da integri-


dade dos tecidos superficiais para obter um resultado satisfatório sem causar dor,
danos ou lesões aos tecidos.

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Sistema Linfático
O sistema linfático é um sistema vascular, porção do sistema circulatório, por
onde líquidos provenientes do interstício, ou seja, dos espaços intercelulares, são
devolvidos à circulação sanguínea.

Tecido Celular

Capilar
Sanguíneo
Vênula
Arteríola

Sangue Sangue

Fluido
Intersticial
Capilar
Linfa Linfático

Figura 2
Fonte: Adaptado de Getty Images

É um sistema de drenagem de baixa pressão, semelhante ao venoso, que possui


duas funções importantes: transporte da linfa por todo o corpo e função imunológica.

Figura 3
Fonte: Getty Images

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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder

Componentes do sistema linfático

Capilares
Vias Vasos ou Coletores
Linfáticas Troncos
Ductos

Linfonodos

Tecidos Baço
Amígdalas
Linfóides
Timo

Figura 4 – LINFA

Capilares linfáticos
Os capilares linfáticos são conhecidos, também, como linfáticos iniciais. Origi-
nam-se nos espaços intersticiais, em fundos cegos, ou seja, não há contato direto
entre seu conteúdo e o líquido intercelular ou as células dos tecidos.

Infiltram-se entre elas devido às suas paredes serem extremamente finas e seu
formato como dedos de luva, num sistema tubular fechado, facilitando a permea-
bilidade de líquidos e proteínas, que é maior comparado, aos capilares sanguíneos.
São constituídos por uma única camada de células endoteliais e são mais calibro-
sos que os capilares sanguíneos.

Músculo
Liso

Arteriola

Capilares
Sanguíneos

Células
Endoteliais

Tecido
Vênula conectivo
Líquido frouxo
Intersticial
Fluxo
da Linfa

(a) Associação de Capilares sanguíneos e capilares linfáticos

Figura 5

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Vasos linfáticos
Iniciam-se em uma densa rede de capilares linfáticos com calibre progressivo.
São vasos coletores encontrados paralelos às artérias e veias, passando pelos lin-
fonodos onde são denominados de vasos linfáticos aferentes (levam a linfa até os
linfonodos) e vasos linfáticos eferentes (levam a linfa para fora do linfonodo).

Os vasos linfáticos possuem um sistema de válvulas, aos pares, que impedem o


refluxo da linfa, pois o sentido do fluxo linfático é ascendente. As primeiras válvulas
estão localizadas no início dos coletores ou vasos linfáticos.

Comparados com as veias, os vasos linfáticos possuem maior número, mas com
um tamanho muito menor.

Fluido Linfático

Válvula Fechada

Válvula Aberta

Direção da Linfa
Figura 6 – Vasos Linfáticos

Importante! Importante!

Linfangions são seguimentos do vaso linfático compreendido entre duas válvulas. Possui
contractilidade própria, ou seja, é capaz de impulsionar a linfa como se fosse um “mini-
coração”, favorecendo o fluxo linfático.

Troncos linfáticos
Os vasos linfáticos eferentes, da maioria das regiões do corpo, convergem em
vasos maiores denominados troncos linfáticos. São em número de onze, sendo
cinco aos pares, e cada tronco é responsável pela drenagem de uma região corres-
pondente do organismo. São eles:
• Tronco intestinal: drena a linfa dos órgãos abdominais.
• Troncos lombares: drenam os membros inferiores e alguns órgãos pélvicos.
• Troncos subclávios: drenam os membros superiores e parte do tórax e dorso.

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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder

• Troncos jugulares: drenam a cabeça e pescoço.


• Troncos broncomediastinais: drenam a região do tórax.
• Troncos descendentes intercostais: drenam a parte inferior do tórax.

A união dos troncos linfáticos forma os ductos linfáticos.

Ductos linfáticos
Os ductos linfáticos são em número de dois: o ducto torácico e ducto linfático direito.

O ducto torácico é formado pela união dos troncos lombares, intestinais e


descendentes intercostais que drenam os membros inferiores, região infraumbi-
lical, metade esquerda do tórax, membro superior esquerdo e metade esquerda
da cabeça e pescoço. Toda linfa drenada nesse ducto é transportada para a veia
subclávia esquerda.

O ducto linfático direito é formado pela união dos troncos subclávios, jugulares
e broncomediastinais direitos que drenam a linfa proveniente do membro superior
direito e metade direita do tórax, cabeça e pescoço. Toda linfa drenada neste ducto
é transportada para a veia subclávia direita.

Linfonodos cervicais
Tronco jugular direito Tronco jugular esquerdo
Ducto linfático direito Tronco subsclávio esquerdo
Tronco subsclávio direito
Veia Subsclávia direita Veia subsclávia esquerda
Região drenada
Linfonodos axilares pelo Ducto Torácico
Ducto Torácico
Região drenada
pelo Ducto Linfático Direito
Cisterna do Quilo
Tronco lombar direito Tronco lombar esquerdo

Tronco Intestinal Linfonodos inguinais

Figura 7 Figura 8

Linfa
Líquido coagulável que possui coloração variável entre amarelo-claro e transpa-
rente, geralmente alcalina, contém elementos, como leucócitos, linfócitos e proteí-
nas plasmáticas.

A linfa é proveniente do sangue, portanto, sua composição é semelhante ao


plasma sanguíneo, sendo assim, podemos dizer que o líquido que circula no interior
das estruturas que compõem o sistema linfático é chamado de linfa. É transporta-
da, principalmente, pelos vasos linfáticos e filtrada nos linfonodos.

Desloca-se lentamente, cerca de seis vezes mais lenta que o sangue, o que é um
dos motivos pelo qual a técnica de drenagem linfática consiste em manobras em

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ritmo lento. O sistema linfático para fluir depende de forças internas e externas ao
organismo, como movimentos passivos, gravidade, contração muscular, pulsação
das grandes artérias, peristaltismo visceral, movimentos respiratórios e massagem.

Capilar Sanguíneo
Hemácia ou Eritrócito PLASMA

Leucócito

Célula FLUÍDO INTERSTICIAL

LINFA
Linfócito

Capilar Linfático
Figura 9

Linfonodos
Os linfonodos são órgãos encapsulados formados por tecidos linfoides (grande
quantidade de linfócitos), estão presentes em todo o corpo, sempre no trajeto dos
vasos linfáticos.

Esses órgãos desempenham papel na defesa do organismo, sintetizando anti-


corpos e destruindo elementos nocivos. Apresentam formato arredondado ou em
forma de feijão, possuem um lado convexo e outro com reentrância, denominado
hilo, pelo qual penetram as artérias, com função de nutrir o linfonodo. Seu tama-
nho varia de 1mm a 2 cm de comprimento.

O sentido da passagem da linfa pelo linfonodo é unidirecional. Ela entra pelos


vasos linfáticos aferentes e sai pelos vasos linfáticos eferentes. Existe menor número
de vasos linfáticos eferentes do que vasos linfáticos aferentes, e por esse motivo há
uma redução na velocidade do fluxo da linfa.

Como vimos, os linfonodos funcionam como filtro da linfa, retirando da mesma


as partículas estranhas, antes da linfa retornar ao sistema sanguíneo. Já que os lin-
fonodos são encontrados em todo o organismo, a linfa passa por, pelo menos, um
linfonodo antes de retornar ao sangue.
Explor

Linfonodos: http://bit.ly/2QmhtSX.

Quando partículas estranhas invadem o linfonodo, inicia-se o mecanismo de


defesa, evitando que essas partículas (vírus e bactérias) continuem seu trajeto. Para
que a defesa seja aumentada, ocorre aumento de células de defesa como linfócitos
e macrófagos, resultando em um linfonodo infartado e doloroso.

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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder

Em Síntese Importante!

O sistema linfático é um sistema de drenagem que auxilia o sistema venoso no retorno


dos componentes do sangue. Reabsorvem do interstício líquidos e produtos que deixa-
ram a corrente sanguínea e que interagiram com meio local, principalmente as células
que não conseguiram retornar pelos capilares venosos. Esse fluído absorvido é deno-
minado linfa. Passando pelos linfonodos a linfa é filtrada e recebe células (monócitos,
plasmócitos), funcionando como verdadeira “lixeira” do organismo. Os produtos que
sobraram no interstício são retirados, filtrados e devolvidos ao sangue, além de garantir
proteção imunológica ao indivíduo (GODOY, 1999).

Figura 10
Fonte: Getty Images

Principais linfonodos corporais


Quanto à localização dessas estruturas de defesa, os linfonodos aparecem no
corpo humano de forma aglomerada (linfocentros), quase sempre perto das veias.
Essas estruturas podem ser superficiais ou profundas e estão distribuídas por
diferentes áreas do corpo. No entanto, serão destacados apenas os linfonodos
importantes para a drenagem linfática corporal. São eles:
• Linfonodos supra e infraclaviculares: recebem a linfa dos vasos linfáticos da
região superior do tronco e dorso.
• Linfonodos axilares: recebem a linfa dos membros superiores, região toráci-
ca, abdome superior e terço médio do dorso.
• Linfonodos cubitais: recebem a linfa dos antebraços e mãos.
• Linfonodos inguinais: recebem a linfa do abdome inferior, região pélvica,
região inferior do dorso e membros inferiores.
• Linfonodos poplíteos: recebem a linfa da perna e pé.
Explor

Principais Linfonodos Corporais: http://bit.ly/2QvzO0g.

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Órgão linfoides
O baço, o timo e as amígdalas são considerados órgãos linfoides. Apesar de não
possuírem associação direta com a circulação linfática, correspondem a uma parte
do sistema imune do organismo.

Sistema
Imunológico
Amígdalas e Adenóides

Linfonodos Timo

Apêndice Baço

Medula Placa de Peyer


Óssea

Figura 11
Fonte: Adaptado de Getty Images

Têm como principal função a produção de linfócitos, que exercem papel impor-
tante no desenvolvimento de respostas imunológicas, produção de anticorpos e
reação imune.

Drenagem Linfática Manual (DLM)


O organismo realiza o processo de drenagem linfática naturalmente por meio do
sistema linfático como uma forma de auxiliar a manutenção da proteção e equilíbrio
do corpo. Portanto, a drenagem linfática manual, representada pela sigla DLM, é
um tipo de massagem que auxilia o funcionamento do sistema linfático.

É realizada através de manobras com ritmo e velocidade lentos e pressão suave,


em torno de 30 a 40 mmHg, sempre respeitando a fisiologia do sistema linfático.

Tem como efeitos fisiológicos remover o excesso de líquidos nos espaços inters-
ticiais, desintoxicando os tecidos e favorecendo a melhora da oxigenação e nutrição
celular que contribui para o aumento da circulação sanguínea venosa, relaxamento
muscular, eliminação de ácido lático, redução de dor e relaxamento. As manobras
são realizadas em direção centrípeta (em direção ao coração).

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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder

Redução
de Edema

Redução de Dor Desintoxicação


e Relaxamento Tecidual

Efeito
da DLM
Melhora a
Eliminação de
Oxigenação e
Ácido Iático Nutrição celular

Aumento da
Circulação
Venosa

Figura 12

História da DLM
Pode-se dizer que a história da DLM iniciou-se em 450 anos a.C., na antiga
Grécia, quando Hipócrates e o anatomista Herófilo fizeram os primeiros registros
do sistema linfático, chamando a linfa de sangue branco. Foi apenas no século XVII
que o conhecimento da linfa e dos vasos linfáticos foram consolidados.

Em 1651, o pesquisador Jean Pecquet observou a cisterna de Chyli, mais tarde


denominada cisterna de Pecquet (“bolsa” localizada na região do abdome formando
o início do ducto torácico, que transporta a linfa e o quilo do abdome até a ceia
subclávia esquerda). A primeira descrição da terapia de compressão foi em 1892,
quando o cirurgião austríaco Winiwarter iniciou a aplicação da técnica. Entretanto,
apenas em 1936 a massagem de drenagem linfática foi estudada e praticada pelo
biólogo Emil Vodder, nascido em Copenhague, e sua esposa Estrid Vodder. Ambos
criaram a técnica de DLM, baseada na longa experiência adquirida, onde obser-
varam que muitas pessoas apresentavam quadros gripais crônicos, nos quais se
detectava um aumento dos linfonodos na região cervical. A melhora deste quadro
foi obtida com determinados movimentos de massagem realizados na região envol-
vida. A partir dessas observações, desenvolveu-se a técnica de drenagem linfática
manual, com a sistematização de alguns tipos de movimentos e da orientação do
sentido de drenagem.

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Ainda na década de 60, o pesquisador Foldi estudou as vias linfáticas da cabe-
ça e sua relação com o líquor cérebro espinhal, desenvolvendo junto a sua equipe
algumas técnicas de drenagem.

Os métodos de Foldi e Vodder foram adaptados pelos professores Albert e


Oliver Leduc, que demonstraram, através de radioscopia, o aumento do fluxo lin-
fático durante a realização da DLM. Desde então, as técnicas de Vodder e Leduc
são as mais seguidas pelos profissionais que realizam a drenagem linfática manual,
porém, muitas técnicas foram criadas por meio de adaptações das técnicas ini-
ciais, principalmente de Vodder.

Independente da técnica realizada, alguns cuidados são importantes para exe-


cutá-la de forma correta: a velocidade dos movimentos, pressão exercida, identi-
ficação das vias alternativas de drenagem quando necessário e drenagem sempre
no sentido do fluxo linfático.

Indicações da DLM
• Redução de edema e linfedema;
• Hidrolipodistrofiaginoide;
• Insuficiência venosa crônica;
• Síndrome pré-menstrual;
• Dores e cansaço nas pernas;
• Irritabilidade e ansiedade;
• Edemas pós-traumáticos;
• Tratamento pré e pós-cirurgia plástica.

Contraindicações da DLM

Importante! Importante!

A drenagem linfática deve ser realizada com o cliente em condições normais de saúde,
pois, caso contrário, não poderá recebê-la, exceto com orientação médica.

Tabela 1
Contraindicações absolutas Contraindicações relativas
Neoplasias Neoplasias tratadas
Insuficiência cardíaca descompensada Cardiopatias em geral
Tuberculose Diabetes descompensadas

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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder

Contraindicações absolutas Contraindicações relativas


Trombose venosa profunda Hipertensão arterial descompensada
Infecções agudas Hipotensão arterial
Hiper ou hipotireoidismo
Tromboflebite e flebite
descompensado
Insuficiência renal crônica Asma e bronquite
Estado febril Período menstrual com fluxo intenso
Edema de origem cardíaca ou renal Gestantes antes do terceiro mês

Princípios das manobras


Existem várias manobras de massagem para promover a DLM. De modo geral,
essas manobras consistem, basicamente, em manobras de evacuação e captação
da linfa.
• Evacuação: realizada nos linfonodos para esvaziá-los, assim os prepara para
receber mais linfa a ser filtrada. São conhecidas, também, por manobras de
demanda, visam evacuar os dejetos provenientes do metabolismo celular.
• Captação: realizada diretamente no segmento edemaciado, visando absorver
fluídos excedentes nos espaços intersticiais, levando-os, por meio dos capilares
e vasos linfáticos, até a circulação venosa.

Figura 13
Fonte: Getty Images

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Manobras Básicas de
Drenagem Linfática – Vodder
Emil Vodder propõe a realização da drenagem linfática de acordo com quatro
tipos de movimentos: círculos fixos, movimentos de bombeamento, movimento do
“doador” e movimento giratório ou de rotação.

Figura 14 – Dr. Emil Vodder e sua Esposa Estrid Vodder


Fonte: Wikimedia Commons

Círculos fixos
Coloca-se a mão espalmada sobre a pele e realizam-se, com os dedos, movimentos
circulares, promovendo um estiramento do tecido, com uma pressão/descompressão.

São, principalmente, aplicados no pescoço e na face.

Movimentos de bombeamento
Inicia-se com movimentos ondulatórios, com as mãos acopladas no tecido a ser
drenado, com pressões decrescentes da palma para os dedos, realizando compres-
são/descompressão.

Movimentos utilizados nas extremidades dos membros.

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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder

Figura 15
Fonte: Getty Images

Movimento do “doador”
O movimento é iniciado com as palmas das mãos posicionadas perpendicular-
mente às vias de drenagem. Primeiro, toca-se com a borda medial da mão, seguidos
dos movimentos de pronação do antebraço e abdução do braço. Depois, a outra
mão com o polegar em extensão realiza movimento de arraste com a borda lateral
associando movimentos de supinação do antebraço com abdução do braço.

Utilizado nas extremidades.

Figura 16
Fonte: Getty Images

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Movimento giratório ou em rotação
Realizado em superfícies planas. O braço é posicionado em leve abdução, com
o antebraço em máxima pronação. A mão que inicia o movimento toca a superfície
da pele com a face palmar e realiza um movimento de desvio ulnar em direção e
sentido de drenagem proposta. Realizar o mesmo movimento com a outra mão de
forma alternada.

Utilizado em superfícies planas do corpo, como costas.

Figura 17
Fonte: Getty Images

Diretrizes de Tratamento
Nas extremidades, a drenagem linfática de Vodder, trabalha a área proximal
antes da distal, para dar lugar ao líquido que flui da região distal.

A direção do impulso de pressão segue a direção dos vasos linfáticos eferentes


da pele. O movimento deve ser realizado de forma rítmica e uniforme. Geralmente
se realizam de cinco a oito repetições.

Não deve haver vermelhidão na pele e nem causar dor ao cliente.

Em geral, não se devem utilizar produtos cosméticos, para haver contato sufi-
ciente da mão do profissional com a pele do cliente, evitando deslizamentos. Muitos
profissionais perdem a sensibilidade do toque caso a pele do cliente esteja com
cosmético, e acabam executando movimentos de forma errônea (mais pressão e
velocidade). Como as manobras de drenagem linfática devem ser rítmicas, suaves,
lentas, com baixa pressão e lentas, deve-se evitar esse erro.

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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder

Protocolo de Atendimento
da Drenagem Linfática Manual
• Higienizar e organizar o ambiente em que será realizada a massagem;
• Preparar a maca e o carrinho de apoio;
• Recepcionar o cliente;
• Posicioná-lo na maca e realizar a higienização das axilas, mãos, virilhas e pés
do cliente com lenço umedecido;
• Higienizar as mãos do profissional;
• Realizar os movimentos de evacuação na seguinte ordem:
»» Linfonodos supra e infraclaviculares;
»» Linfonodos axilares;
»» Linfonodos cubitais;
»» Linfonodos ingunais;
»» Linfonodos poplíteos;
• Realizar movimentos de ativação diafragmática,
através de pressão sobre o músculo diafragma
e estímulo dos movimentos peristálticos, sempre
em sentido horário;
• Iniciar os movimentos de captação em decúbito
dorsal pelos membros superiores, mamas, re-
gião abdominal, membros inferiores. Em decú-
bito ventral, iniciar pelos membros inferiores e
região dorsal;
• Realizar as manobras em silêncio e observar
qualquer alteração de pele e sintomatologia
Figura 18
do cliente. Fonte: Getty Images

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Leitura
Drenagem linfática manualtTerapêutica ou estética: existe diferença?
http://bit.ly/2Xb5s5r
The vodder school: The vodder method
http://bit.ly/2wrW2GZ
Anatomia aplicada do sistema linfático
http://bit.ly/2wrWkh3
Benefícios da drenagem linfática manual em paciente com edema de membros inferiores no sétimo mês gestacional
http://bit.ly/2wrd8oE

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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder

Referências
GODOY, J. M. P.; GODOY, M. F. G. Drenagem Linfática Manual – uma nova
abordagem. São José do Rio Preto, SP: Lin Comunicação, 1999.

GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. J. Fisioterapia dermato-funcional: fundamen-


tos, recursos, patologias. 3.ed. ver. E ampliada. Barueri, SP: Manole, 2004.

PEREIRA, M. F. L. Recursos estéticos (v.1). São Caetano do Sul, SP: Difusão, 2013.

WITTLINGER, H.; WITTLINGER, D.; WITTLINGER, A.; WITTLINGER. M. Dre-


nagem linfática manual: método Dr. Vodder. Porto Alegre: Artmed, 2013.

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