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Drenagem Linfática Manual – Método Vodder
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Drenagem Linfática Manual
– Método Vodder
• Introdução;
• Sistema Linfático;
• Drenagem Linfática Manual (DLM);
• Manobras Básicas de Drenagem Linfática – Vodder;
• Diretrizes de Tratamento;
• Protocolo de Atendimento da Drenagem Linfática Manual.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Conhecer a anatomia e fisiologia do sistema linfático;
• Localizar os linfonodos corporais;
• Identificar as diferentes técnicas de drenagem linfática manual;
• Conhecer as indicações e contraindicações da DLM;
• Aprender os princípios das manobras básicas realizadas na DLM;
• Conhecer os movimentos de drenagem linfática pelo método Vodder;
• Aplicar as diretrizes e protocolo de atendimento da DLM.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder
Introdução
A drenagem é uma palavra de origem inglesa cujo significado consiste em eva-
cuar um pântano do seu excesso de água por meio de canaletas, que desembocam
em um poço ou curso de água. Esta técnica auxilia o sistema linfático no processo
de drenagem, removendo o excesso de líquido nos tecidos, proteínas e resíduos
metabólicos, favorecendo a nutrição e oxigenação tecidual.
Figura 1
Fonte: Getty Images
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Sistema Linfático
O sistema linfático é um sistema vascular, porção do sistema circulatório, por
onde líquidos provenientes do interstício, ou seja, dos espaços intercelulares, são
devolvidos à circulação sanguínea.
Tecido Celular
Capilar
Sanguíneo
Vênula
Arteríola
Sangue Sangue
Fluido
Intersticial
Capilar
Linfa Linfático
Figura 2
Fonte: Adaptado de Getty Images
Figura 3
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder
Capilares
Vias Vasos ou Coletores
Linfáticas Troncos
Ductos
Linfonodos
Tecidos Baço
Amígdalas
Linfóides
Timo
Figura 4 – LINFA
Capilares linfáticos
Os capilares linfáticos são conhecidos, também, como linfáticos iniciais. Origi-
nam-se nos espaços intersticiais, em fundos cegos, ou seja, não há contato direto
entre seu conteúdo e o líquido intercelular ou as células dos tecidos.
Infiltram-se entre elas devido às suas paredes serem extremamente finas e seu
formato como dedos de luva, num sistema tubular fechado, facilitando a permea-
bilidade de líquidos e proteínas, que é maior comparado, aos capilares sanguíneos.
São constituídos por uma única camada de células endoteliais e são mais calibro-
sos que os capilares sanguíneos.
Músculo
Liso
Arteriola
Capilares
Sanguíneos
Células
Endoteliais
Tecido
Vênula conectivo
Líquido frouxo
Intersticial
Fluxo
da Linfa
Figura 5
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Vasos linfáticos
Iniciam-se em uma densa rede de capilares linfáticos com calibre progressivo.
São vasos coletores encontrados paralelos às artérias e veias, passando pelos lin-
fonodos onde são denominados de vasos linfáticos aferentes (levam a linfa até os
linfonodos) e vasos linfáticos eferentes (levam a linfa para fora do linfonodo).
Comparados com as veias, os vasos linfáticos possuem maior número, mas com
um tamanho muito menor.
Fluido Linfático
Válvula Fechada
Válvula Aberta
Direção da Linfa
Figura 6 – Vasos Linfáticos
Importante! Importante!
Linfangions são seguimentos do vaso linfático compreendido entre duas válvulas. Possui
contractilidade própria, ou seja, é capaz de impulsionar a linfa como se fosse um “mini-
coração”, favorecendo o fluxo linfático.
Troncos linfáticos
Os vasos linfáticos eferentes, da maioria das regiões do corpo, convergem em
vasos maiores denominados troncos linfáticos. São em número de onze, sendo
cinco aos pares, e cada tronco é responsável pela drenagem de uma região corres-
pondente do organismo. São eles:
• Tronco intestinal: drena a linfa dos órgãos abdominais.
• Troncos lombares: drenam os membros inferiores e alguns órgãos pélvicos.
• Troncos subclávios: drenam os membros superiores e parte do tórax e dorso.
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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder
Ductos linfáticos
Os ductos linfáticos são em número de dois: o ducto torácico e ducto linfático direito.
O ducto linfático direito é formado pela união dos troncos subclávios, jugulares
e broncomediastinais direitos que drenam a linfa proveniente do membro superior
direito e metade direita do tórax, cabeça e pescoço. Toda linfa drenada neste ducto
é transportada para a veia subclávia direita.
Linfonodos cervicais
Tronco jugular direito Tronco jugular esquerdo
Ducto linfático direito Tronco subsclávio esquerdo
Tronco subsclávio direito
Veia Subsclávia direita Veia subsclávia esquerda
Região drenada
Linfonodos axilares pelo Ducto Torácico
Ducto Torácico
Região drenada
pelo Ducto Linfático Direito
Cisterna do Quilo
Tronco lombar direito Tronco lombar esquerdo
Figura 7 Figura 8
Linfa
Líquido coagulável que possui coloração variável entre amarelo-claro e transpa-
rente, geralmente alcalina, contém elementos, como leucócitos, linfócitos e proteí-
nas plasmáticas.
Desloca-se lentamente, cerca de seis vezes mais lenta que o sangue, o que é um
dos motivos pelo qual a técnica de drenagem linfática consiste em manobras em
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ritmo lento. O sistema linfático para fluir depende de forças internas e externas ao
organismo, como movimentos passivos, gravidade, contração muscular, pulsação
das grandes artérias, peristaltismo visceral, movimentos respiratórios e massagem.
Capilar Sanguíneo
Hemácia ou Eritrócito PLASMA
Leucócito
LINFA
Linfócito
Capilar Linfático
Figura 9
Linfonodos
Os linfonodos são órgãos encapsulados formados por tecidos linfoides (grande
quantidade de linfócitos), estão presentes em todo o corpo, sempre no trajeto dos
vasos linfáticos.
Linfonodos: http://bit.ly/2QmhtSX.
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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder
Em Síntese Importante!
Figura 10
Fonte: Getty Images
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Órgão linfoides
O baço, o timo e as amígdalas são considerados órgãos linfoides. Apesar de não
possuírem associação direta com a circulação linfática, correspondem a uma parte
do sistema imune do organismo.
Sistema
Imunológico
Amígdalas e Adenóides
Linfonodos Timo
Apêndice Baço
Figura 11
Fonte: Adaptado de Getty Images
Têm como principal função a produção de linfócitos, que exercem papel impor-
tante no desenvolvimento de respostas imunológicas, produção de anticorpos e
reação imune.
Tem como efeitos fisiológicos remover o excesso de líquidos nos espaços inters-
ticiais, desintoxicando os tecidos e favorecendo a melhora da oxigenação e nutrição
celular que contribui para o aumento da circulação sanguínea venosa, relaxamento
muscular, eliminação de ácido lático, redução de dor e relaxamento. As manobras
são realizadas em direção centrípeta (em direção ao coração).
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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder
Redução
de Edema
Efeito
da DLM
Melhora a
Eliminação de
Oxigenação e
Ácido Iático Nutrição celular
Aumento da
Circulação
Venosa
Figura 12
História da DLM
Pode-se dizer que a história da DLM iniciou-se em 450 anos a.C., na antiga
Grécia, quando Hipócrates e o anatomista Herófilo fizeram os primeiros registros
do sistema linfático, chamando a linfa de sangue branco. Foi apenas no século XVII
que o conhecimento da linfa e dos vasos linfáticos foram consolidados.
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Ainda na década de 60, o pesquisador Foldi estudou as vias linfáticas da cabe-
ça e sua relação com o líquor cérebro espinhal, desenvolvendo junto a sua equipe
algumas técnicas de drenagem.
Indicações da DLM
• Redução de edema e linfedema;
• Hidrolipodistrofiaginoide;
• Insuficiência venosa crônica;
• Síndrome pré-menstrual;
• Dores e cansaço nas pernas;
• Irritabilidade e ansiedade;
• Edemas pós-traumáticos;
• Tratamento pré e pós-cirurgia plástica.
Contraindicações da DLM
Importante! Importante!
A drenagem linfática deve ser realizada com o cliente em condições normais de saúde,
pois, caso contrário, não poderá recebê-la, exceto com orientação médica.
Tabela 1
Contraindicações absolutas Contraindicações relativas
Neoplasias Neoplasias tratadas
Insuficiência cardíaca descompensada Cardiopatias em geral
Tuberculose Diabetes descompensadas
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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder
Figura 13
Fonte: Getty Images
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Manobras Básicas de
Drenagem Linfática – Vodder
Emil Vodder propõe a realização da drenagem linfática de acordo com quatro
tipos de movimentos: círculos fixos, movimentos de bombeamento, movimento do
“doador” e movimento giratório ou de rotação.
Círculos fixos
Coloca-se a mão espalmada sobre a pele e realizam-se, com os dedos, movimentos
circulares, promovendo um estiramento do tecido, com uma pressão/descompressão.
Movimentos de bombeamento
Inicia-se com movimentos ondulatórios, com as mãos acopladas no tecido a ser
drenado, com pressões decrescentes da palma para os dedos, realizando compres-
são/descompressão.
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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder
Figura 15
Fonte: Getty Images
Movimento do “doador”
O movimento é iniciado com as palmas das mãos posicionadas perpendicular-
mente às vias de drenagem. Primeiro, toca-se com a borda medial da mão, seguidos
dos movimentos de pronação do antebraço e abdução do braço. Depois, a outra
mão com o polegar em extensão realiza movimento de arraste com a borda lateral
associando movimentos de supinação do antebraço com abdução do braço.
Figura 16
Fonte: Getty Images
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Movimento giratório ou em rotação
Realizado em superfícies planas. O braço é posicionado em leve abdução, com
o antebraço em máxima pronação. A mão que inicia o movimento toca a superfície
da pele com a face palmar e realiza um movimento de desvio ulnar em direção e
sentido de drenagem proposta. Realizar o mesmo movimento com a outra mão de
forma alternada.
Figura 17
Fonte: Getty Images
Diretrizes de Tratamento
Nas extremidades, a drenagem linfática de Vodder, trabalha a área proximal
antes da distal, para dar lugar ao líquido que flui da região distal.
Em geral, não se devem utilizar produtos cosméticos, para haver contato sufi-
ciente da mão do profissional com a pele do cliente, evitando deslizamentos. Muitos
profissionais perdem a sensibilidade do toque caso a pele do cliente esteja com
cosmético, e acabam executando movimentos de forma errônea (mais pressão e
velocidade). Como as manobras de drenagem linfática devem ser rítmicas, suaves,
lentas, com baixa pressão e lentas, deve-se evitar esse erro.
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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder
Protocolo de Atendimento
da Drenagem Linfática Manual
• Higienizar e organizar o ambiente em que será realizada a massagem;
• Preparar a maca e o carrinho de apoio;
• Recepcionar o cliente;
• Posicioná-lo na maca e realizar a higienização das axilas, mãos, virilhas e pés
do cliente com lenço umedecido;
• Higienizar as mãos do profissional;
• Realizar os movimentos de evacuação na seguinte ordem:
»» Linfonodos supra e infraclaviculares;
»» Linfonodos axilares;
»» Linfonodos cubitais;
»» Linfonodos ingunais;
»» Linfonodos poplíteos;
• Realizar movimentos de ativação diafragmática,
através de pressão sobre o músculo diafragma
e estímulo dos movimentos peristálticos, sempre
em sentido horário;
• Iniciar os movimentos de captação em decúbito
dorsal pelos membros superiores, mamas, re-
gião abdominal, membros inferiores. Em decú-
bito ventral, iniciar pelos membros inferiores e
região dorsal;
• Realizar as manobras em silêncio e observar
qualquer alteração de pele e sintomatologia
Figura 18
do cliente. Fonte: Getty Images
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Drenagem linfática manualtTerapêutica ou estética: existe diferença?
http://bit.ly/2Xb5s5r
The vodder school: The vodder method
http://bit.ly/2wrW2GZ
Anatomia aplicada do sistema linfático
http://bit.ly/2wrWkh3
Benefícios da drenagem linfática manual em paciente com edema de membros inferiores no sétimo mês gestacional
http://bit.ly/2wrd8oE
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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder
Referências
GODOY, J. M. P.; GODOY, M. F. G. Drenagem Linfática Manual – uma nova
abordagem. São José do Rio Preto, SP: Lin Comunicação, 1999.
PEREIRA, M. F. L. Recursos estéticos (v.1). São Caetano do Sul, SP: Difusão, 2013.
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