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Semiologia do abdomen
• CASO CLÍNICO
• INTRODUÇÃO
O sangue venoso que drena para o fígado provém da veia porta, formada pelas
veias mesentérica e esplênica e o sangue arterial provém da artéria hepática. A
drenagem do sangue é realizada pelas veias hepáticas, direita e esquerda, que
drenam para a veia cava inferior.
• SEMIOTÉCNICA
Alguns cuidados que se deve ter são relativos à macicez do derrame pleural
direito ou da condensação pulmonar, que podem induzir uma superestimação
do tamanho do fígado, e ao gás presente no colo intestinal, que pode gerar
timpanismo no quadrante superior direito, sobrepondo à macicez hepática e
reduzindo falsamente o tamanho do fígado.
Outro ponto a ser avaliado ao tocar a borda é a superfície hepática. Esse aspec-
to é avaliado através do deslizamento da palma dos dedos do examinador pela
superfície hepática em toda sua extensão. Dessa forma, pode-se perceber pe-
quenas irregularidades, como nódulos, até grandes massas.
Por fim, a ausculta da área de projeção hepática pode ser útil, pois em algumas
doenças podem ser ouvidos sopros suaves, como no câncer primitivo e na hep-
atite alcoólica. As neoplasias hepáticas também podem produzir um pequeno
atrito que pode ser auscultado.
Os principais achados durante o exame físico do fígado e das vias biliares são a
presença de icterícia, dor, hepatomegalia e vesícula palpável.
A dor causada pelo abcesso hepático pode ser muito intensa e com localização
mais pontual, dificultando a palpação do fígado. Já nas doenças crônicas, como
na cirrose e na esquistossomose, há uma adaptação volumétrica da cápsula,
não causando dor.
A dor originada das vias biliares pode se apresentar de duas formas. A cólica
biliar tem característica de cólica, de início súbito, de grande intensidade, local-
izada no hipocôndrio direito e com várias horas de duração. A causa mais fre-
quente da cólica biliar é a colelitíase.
Durante o exame, deve-se atentar que nem todo fígado palpável está aumen-
tado de volume. Em indivíduos portadores de enfisema pulmonar, é possível
palpar o fígado devido à expansão dos pulmões, que deslocam para baixo o
diafragma.
A distensão da vesícula por acúmulo de seu conteúdo pode ser causada pela
obstrução do ducto cístico, geralmente causada por cálculos ou inflamação. Já a
obstrução do colédoco pode ser de origem calculosa ou neoplásica. Porém, é
rara a distensão da vesícula biliar a ponto de a tornar palpável por obstrução do
colédoco por cálculo.
Dessa forma, um dos achados que poderiam ser encontrados no exame físico
abdominal através da percussão e palpação do quadrante superior direito é a
hepatomegalia congestiva por insuficiência ventricular direita. Além disso,
pode-se também pesquisar a presença de refluxo hepatojugular através da vis-
ualização da turgência da veia jugular externa direita à compressão do fígado.
A hepatomegalia ocorre em casos de insuficiência ventricular direita porque a
insuficiência cardíaca faz com que o sangue retorne do coração à veia cava in-
ferior, aumentando a pressão nesse vaso e em outras veias que drenam sangue
para ele, como as veias hepáticas. Se essa pressão for alta o bastante, o fígado
fica cheio de sangue e não funciona direito.
Caso haja dificuldade ao exame físico abdominal, pode-se recorrer aos exames
de imagem para confirmar a presença hepatomegalia e outras suspeitas. Se
forem necessários exames complementares referentes ao sistema cardiovascu-
lar para o diagnóstico da ICC, pode-se solicitar também, caso necessário, ex-
ames de função hepática, pois a congestão maciça do fígado por ICC indica
doença grave. Nesse caso, o tratamento deve ser focado na doença base, a
ICC.