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Abdômen

Anamnese e exame físico

• 70% dos diagnósticos são baseados apenas na história


• 90% dos diagnósticos são baseados na história e no exame físico
• Exames complementares caros frequentemente confirmam os achados da anamnese e
exame físico

Dor abdominal

• Localização
• Caráter: cólica (órgãos ocos) ou não cólica (órgãos maciços), se queima ou como se fosse
uma “fome”, tipo facada
• Início (cronologia): quando a dor iniciou. Deve-se saber o padrão de piora ou melhora
• Irradiação
• Duração
• Fatores de melhora e piora
• Sintomas associados: questionar se há náusea e vômitos, alterações intestinais (diarreia ou
parada de trânsito intestinal)
• Exemplos
o Dor localizada em epigastro com caráter a queimação, que acorda o paciente a noite e
tem caráter de “fome” – suspeita de úlcera péptica. A saciedade precoce também está
relacionada com a úlcera péptica.
o Dor em hipocôndrio esquerdo iniciada após ingestão de alimentos que irradia para
epigastro ou região escapular muito intensa que melhora com o tempo– patologia
biliar.
o Dor se inicia forte e continua forte sem melhora (apenas com a prece maometana ou

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posição fetal), se acompanha de instabilidade hemodinâmica (sudorese, taquicardia,
palidez) – suspeita de pancreatite (é uma emergência!).

- Tipos de dor abdominal:


• Visceral
o Cólica/paroxística
o Frequentemente mal localizada (difusa) e relacionada ao peristaltismo
o Nessa situação o paciente se contorce na maca
o Muitas patologias se iniciam com dor visceral e termina parietal (ex: apendicite)
o Geralmente na linha média
• Parietal
o Em pontada e constante
o Frequentemente localizada
o Paciente deita com o joelho fletido
• Dor referida
o Localizada a distância da estrutura visceral comprometida, mas com apresentação
superficial
o Desencadeada por causas semelhantes à dor visceral
o Pode ou não necessitar de intervenção cirúrgica
o Exemplo: dor no ombro decorrente de lesão esplênica
- Exame físico:
• Topografia
o Quadrantes
§ QSD: fígado, vesícula biliar, parte do duodeno
§ QSE: estômago, pâncreas
§ QID: cedo, apêndice, ovário e ureter direito, musculatura
§ QIE: reto-sigmóide, ovário esquerdo

Fonte: Netter Atlas Interativo de Anatomia Humana. Icon Learning Systems LLD. 2004.

- Inspeção:
• Visão de perfil
o Sinal do cupido: umbigo para dentro. Ocorre na pancreatite aguda (a retração do arco
está no umbigo)

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o Ascite: cicatriz umbilical para cima/fora
o Abaulamento epigástrico: ocorre por derrame pericárdico maciço – Sinal de
Auenbrugger
• Movimentos respiratórios - Analisar padrões
o Alternância respiratória:
§ Respiração paradoxal: retração abdominal na inspiração por fraqueza
diafragmática. Falso positivo em pessoas que realizam contração voluntária dos
músculos abdominais durante a inspiração
§ Limitação local
• Estrias: sinais que denotam aumento e ganho e perda de peso sucessivas à estrias
gravídicas, estrias patológicas. Estrias violáceas fazem diagnostico de Síndrome de Cushing
(estrias violetas devido a eritrocitose resultante do excesso de androgênio).
• Alterações de volume/distensão:
o Padrão serrilhado da distensão: obstrução de íleo distal;
o Padrão em “U” invertido desde QID – QSD – Flexura esplênica – QIE: distensão do cólon.
o Abaulamento localizado: pseudocisto de pâncreas.
o Um abdômen distendido e timpânico pode ser sinal de obstrução intestinal.
• Presença de cicatrizes cirúrgicas: definir bem a localização
• Relevo venoso
o Circulação colateral tipo porta (cabeça de Medusa): em paciente com cirrose, aumento
da pressão portal à apresenta-se de forma irradiada/centrífuga a partir da cicatriz
umbilical.

Fonte: Semiologia Médica, 7a ed. Porto & Porto (2014)

o Circulação colateral tipo cava inferior: se apresenta em linhas verticais. O fluxo é de


baixo para cima

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Fonte: Semiologia Médica, 7a ed. Porto & Porto (2014)

o Misto: na hipertensão porta com ascite comprimindo a veia cava inferior


• Equimoses
o Sinal de Cullen: equimoses periumbilicais. Péssimo prognostico, significa hemorragia
retro peritoneal.
o Sinal de Grey-Turner: equimoses nos flancos. Péssimo prognostico, significa
hemorragia retro peritoneal.
o Os dois sinais acima podem ser sugestivos de: pancreatite, gravidez ectópica, rotura de
cisto de ovário, etc.
• Umbigo
o Sua localização normal é no ponto médio entre processo xifoide e sínfise púbica
o Hepatomegalia ou ascite: aumento da distância do processo xifoide ao umbigo
o Gravidez e tumores pélvicos: deslocamento superior do umbigo

- Ausculta:
• Vem logo após a inspeção e antes da percussão, para não interferir nos ruídos hidro-aéreos
(a percussão faz interferência nesses ruídos). Auscultar com o estetoscópio na aorta e na
emergência das artérias renais
• Analisar sopros, ruídos hidro-aéreos (RHA) e atritos
• Sopros
o Aórticos, renais, ilíacos
o Sopros sistólicos não são necessariamente patológicos (não confundir com sopros
cardíacos irradiados para o abdome). É raro que os sopros tenham a parte diastólica
tão prolongada que pareçam contínuos, e sopros verdadeiramente contínuos como na
fístula arterio-venosa em circulação esplâncnica são incomuns. A maioria dos sopros
contínuos no abdômen é de origem venosa.
• Ruídos hidro-aéreos
o Os únicos RHA de valor diagnóstico são os de alta frequência e acelerados (somado a
cólica) que ocorrem na obstrução de intestino delgado.
o Ausência (aperistalse) pode indicar peritonite. A completa ausência de RHAs pode
ocorrer na obstrução avançada do intestino, perfuração de víscera, isquemia intestinal,
íleo secundário ou doença primaria do intestino, e mesmo ocorrer durante períodos da
mobilidade normal do intestino.
o Pós-operatório: voltar à ingestão alimentar após a percepção de ruídos
• Atritos: no fígado são auscultados no hepatocarcinoma, colangiocarcinoma e metástases
hepáticas.

- Percussão:
• Percussão geral: som timpânico na maior parte do abdômen. Macicez – massa, fígado,
organomegalia.
• Percussão de determinado órgão

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o Fígado – hepatimetria: percussões descendentes a partir do 5º espaço intercostal
direito. O som é maciço (melhor visto na linha axilar média). Se tiver timpanismo nessa
região – sinal de perfuração de víscera (Sinal de Jobert). A percussão mensura o
tamanho do fígado. Sempre deve haver macicez hepática na linha axilar média direita,
exceto na presença de ar livre sob o diafragma.
o Espaço de Traube: rebordo costal inferior esquerdo, linha axilar anterior e linha
horizontal. Deve ser timpânico (devido a bolha gástrica); se tiver maciço, suspeitar de
esplenomegalia.
o Líquido na cavidade abdominal: na ascite, o líquido se deposita nos flancos e o som é
maciço. Na dúvida pedir para o paciente inclinar, e o local que antes era maciço, fica
timpânico, pois o líquido escorre para o outro lado – isso indica macicez móvel.
o Baço: percutir os espaços intercostais inferiores na linha axilar anterior à mudança de
som de timpânico para maciço indica esplenomegalia.

- Palpação:
• Observar dor pela expressão facial do paciente e também analisar rigidez de parede
voluntária ou involuntária na musculatura abdominal
• Posição sugerida: flexão dos joelhos, planta dos pés no leito, mãos no tórax
• Sequencia sugerida (quando não há dor): QSD – QSE – QIE – QIS – área periumbilical
• Dois momentos:
o 1. Superficial: é feita delicadamente em busca de contraturas musculares involuntárias
o 2. Profunda – palpação em busca de alteração nos órgãos
• Fígado
o Clássica: se inicia na fossa ilíaca direita, fazendo uma compressão anterior com a mão
esquerda e pedir para o paciente inspirar fundo e nessa inspiração se sente o fígado.
Durante a expiração se sobe a mão. Parar logo abaixo do rebordo costal e pedir para o
paciente respirar fundo à o fígado normal não é doloroso.
o Variante: mão “em garra” na margem costal inferior direita. O paciente respira
profundamente para forçar o fígado contra os dedos.
• Baço
o Localização: 9º, 10º e 11º costelas, posterior a linha axilar média esquerda, atrás do
estômago e acima do rim esquerdo.
o Coloca-se uma mão ao nível do rebordo costal esquerdo. Com a outra mão se faz a
retração das costelas e pede-se para que o paciente respire. Caso se sinta algo, é
indicativo de esplenomegalia.
o Manobra de Schuster: paciente em decúbito lateral direito e se faz a mesma coisa na
palpação habitual. Útil para percepção de baços pequenos.
• Vesícula biliar: linha da espinha ilíaca Antero-superior que passa pelo umbigo com o
encontro da linha hemiclavicular. Sinal de Murphy: parada súbita da inspiração (com ou sem
dor) quando a vesícula biliar está sendo palpada. O diafragma vai comprimir a vesícula
durante a inspiração.
• Apêndice
o Clássica
§ Dor periumbilical e anorexia precoce
§ Dor localizada em QID, febrícula, náuseas e vômitos podem estar presentes
§ Raio-x de abdômen e outros testes geralmente negativos
o Ponto de McBurney – “o local de maior dor, determinado pela pressão de um dedo,
exatamente ente 3 a 5cm da EIAS numa linha reta deste processo ao umbigo”. Foco da
dor localizado. É isoladamente o melhor teste para detecção de apendicite aguda.
o Sinal de Rovsing: Compressão na fossa ilíaca esquerda. A compressão dos gases
retrogradamente faz uma distensão do ceco e gera dor no apêndice.

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o Sinal do psoas: dor à extensão passiva do membro inferior direito. Paciente aplica
resistência no quadril direito.
o Teste do obturador
§ Mover passivamente o músculo obturador, que geralmente não causa dor.
§ Realizar flexão do quadril e rotação interna em sua direção, enquanto afasta o
joelho
§ Teste positivo: quando a rotação interna produz dor referida no hipogástrio
§ Na apendicite retrocecal, o teste é positivo a direita e teste positivo em qualquer
quadrante em abscessos pélvicos
• Peritonite: sinal de Blumberg – sinal da descompressão (a dor é maior quando solta do que
quando aperta no ponto de McBurney).
• Aorta: geralmente é facilmente palpável (< 3cm; > 3cm indica aneurisma). Deve-se sentir a
pulsação profunda na região central do abdômen
• Rim: na cólica renal clássica há dor severa em flanco com irradiação para o testículo.
Presença de vômitos, sintomas urinários e hematúria
o Sinal de Giordano: punho-percussão no ângulo costovertebral. Doloroso na infecção
urinária e cálculo renal. Sempre observar a reação do paciente (retirada do corpo pela
dor).
• Colecistite: dor localizada ou difusa em QSD irradiada para escápula direita. Cursa com
vômitos, constipação e febrícula
• Não são palpáveis em situação normal: vesícula, baço e pâncreas
• Palpáveis: reto-sigmóide, bexiga, útero gravídico, fígado (borda inferior), pulso da aorta
abdominal (pulsação Antero-anterior – se for latero-lateral a hipótese é aneurisma), porções
dos cólons transverso e descendente
o Não patológico: polo inferior do rim direito, fecaloma, útero gravídico, bexiga cheia,
sigmoide, promontório, aorta
• Manobra de Valsalva: consiste em exalar o ar forçadamente contra a boca fechada e nariz
fechado.
• Palpação do abdômen doloroso
o Em áreas de peritonite
§ Contratura localizada
§ Em casos extremos: não move com a respiração
§ Em casos menos extremos: contratura quando a mão toca a pele
§ Em casos leves: contratura apenas quando a mão pressiona mais profundamente
o Atenção: há falsos negativos – apêndice prestes a romper na cavidade peritoneal
aparece com a parede abdominal flácida
• Achados inesperados
o Massas
§ Carcinoma de cólon em qualquer quadrante
§ Tumores pseudocolonicos ou fantasmas (fazes)
§ Confundem com massas: rins, aorta, fecaloma, promontório, bexiga, útero
gravídico
o Epigástrio: infarto e aneurisma de aorta
o Mesogástrio: aneurisma de aorta

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Questões – Aula 7. Abdome

7.1. Qual o espaço delimitado pela linha hemiclavicular direita, linha hemiclavicular
esquerda e linha entre os rebordos costais?

a) Mesogástrio

b) Epigástrio

c) Hipogástrio

d) Hipocôndrio direito

e) Flanco direito

7.2. Qual a sequência correta do exame físico abdominal?

a) Inspeção, percussão, ausculta, palpação

b) Inspeção, percussão, palpação, ausculta

c) Inspeção, ausculta, palpação, percussão

d) Inspeção, ausculta, percussão, palpação

e) o exame deve ser realizado da maneira com a qual o examinador apresenta mais afinidade

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7.3. Sobre os tipos de dor abdominal, assinale a alternativa correta:

a) Paciente com dor abdominal, imóvel no leito, apresenta provavelmente dor visceral

b) A dor visceral tende a se projetar na linha média

c) A dor parietal antecede a visceral

d) Uma dor referida no ombro esquerdo pode ser de origem renal

e) NDA
7.4. Sobre os quadrantes da anatomia topográfica abdominal, assinale a alternativa com a
relação incorreta entre quadrante-órgão:

a) QSD – fígado

b) QSE – estômago

c) QID – apêndice vermifome

d) QID – anexos femininos direitos

e) QIE – ceco

7.5. Sobre a inspeção da cavidade abdominal, assinale a alternativa correta:

a) Na ascite, o umbigo se encontra projetado profundamente, ou seja, “para dentro”

b) Uma cicatriz em fossa ilíaca direita sugere cirurgia aberta para correção de hérnia de hiato

c) Estrias abdominais podem ser fisiológicas, como na gravidez, ou patológicas, como na


síndrome de Cushing

d) Derrames pericárdicos maciços podem se manifestar por abaulamento epigástrico, o que é


chamado de sinal de Lemos Homem

e) O sinal do cupido está presente na pancreatite crônica e significa o a projeção posterior do


umbigo, isto é, “para dentro”

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7.6. A ausculta é, por vezes, deixada de lado na semiologia abdominal. Sobre esta etapa do
exame físico, assinale a alternativa correta:

a) O atrito hepático é um som considerado normal, mas está presente também em condições
como a perihepatite gonocócica

b) Ausência de ruídos hidroaéreos pode indicar obstrução intestinal

c) Os sopros auscultados em vasos aórticos, renais e ilíacos traduzem a certeza de condição


patológica vascular abdominal (ex.: aneurismas)

d) Ruídos hidroaéreos metálicos indicam íleo paralítico

e) NDA
7.7. Qual cuidado é importante ser tomado na palpação do abdome de um paciente com dor
abdominal?

a) Iniciar a palpação com o paciente em pé

b) Certificar-se de que o paciente não está com doença sexualmente transmissível

c) Iniciar a palpação em local distante da dor

d) Certificar-se de que o paciente trouxe todos os exames complementares

e) Nenhum cuidado

7.8. Dor em região periumbilical, que migra para fossa ilíaca direita, é sugestiva de:

a) Apendicite

b) Diverticulite

c) Pancreatite aguda

d) Colecistite

e) Hérnia encarcerada

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7.9. A dor “em barra” no abdome superior, de alta intensidade e associada a
comprometimento do estado geral, indica:

a) Pancreatite aguda

b) Diverticulite

c) Úlcera perfurada

d) Colecistite aguda

e) Hepatite fulminante
7.10. O que é o sinal de Murphy?

a) Dor no quadrante superior direito

b) Dor no ponto de McBurney

c) Parada da inspiração à palpação da vesícula (ponto entre o bordo lateral do reto abdominal
e rebordo costal)

d) Parada da expiração à palpação da vesícula (ponto entre o bordo lateral do reto abdominal
e rebordo costal)

e) Vesícula palpável indolor

7.11. Os sinais de Murphy e Courvoisier-Terrier se relacionam, respectivamente, com:

a) Apendicite e colecistite

b) Neoplasia de cabeça de pâncreas e apendicite

c) Colecistite e coledocolitíase

d) Colecistite e pancreatite

e) Colecistite e neoplasia de cabeça de pâncreas

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7.12. Não sugere apendicite:

a) Sinal do psoas

b) Sinal do obturador

c) Sinal de Rovsnig

d) Sinal de Blumberg

e) Sinal de McBurney
7.13. Na manobra de Schuster para palpação do baço, o paciente deverá se encontrar em:

a) Decúbito dorsal

b) Decúbito lateral esquerdo

c) Decúbito ventral

d) Decúbito lateral direito

e) NDA

7.14. Um paciente apresenta espaço de Traube com macicez à percussão. Qual o provável
significado?

a) Hepatomegalia

b) Ascite

c) Esplenomegalia

d) Obstrução intestinal

e) Hepatoesplenomegalia

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7.15. A peritonite aguda por perfuração de víscera oca, como estômago, tende a produzir um
quadro clínico abrupto de abdome agudo perfurativo. Qual dos achados você não esperaria
encontrar nesse caso?

a) Expressão facial de dor à palpação abdominal

b) Descompressão brusca dolorosa

c) Peristaltismo aumentado

d) Abdome “em tábua”

e) Dor de intensidade 10/10


7.16. Paciente é admitido ao pronto socorro por queixa de dor em abdome superior, de
intensidade 10/10, com irradiação para dorso, associado a náuseas, vômitos e sudorese.
Após exames complementares (amilase e lipase), foi constatado o diagnóstico de pancreatite
aguda. No exame físico, apresentava sinais de peritonismo e, à inspeção, uma equimose
periumbilical. Qual o nome do sinal?

a) Grey-Turner

b) McBurney

c) Romberg

d) Blumberg

e) Cullen

7.17. Assinale a alternativa que não contemple etiologias de dor abdominal:

a) Colecistite, pancreatite aguda e rotura de aneurisma de aorta abdominal

b) Colecistite, apendicite e dengue

c) Diverticulite, perihepatite gonocócica e gastroenterite aguda

d) Colangite, isquemia mesentérica e infarto agudo do miocárdio

e) NDA

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7.18. Feminino, 62 anos, é admitida ao pronto socorro por queixa de dor em fossa ilíaca
esquerda, febre, náuseas, vômitos e adinamia. Ao exame físico, apresenta dor abdominal
difusa à palpação superficial e dor localizada em fossa ilíaca esquerda à palpação profunda.
Sinal de Blumberg positivo. Qual a principal hipótese diagnóstica?

a) Diverticulite

b) Apendicite ectópica

c) Neoplasia de colon

d) Rotura esplênica

e) NDA
7.19. Dor abdominal é uma das queixas mais amplas e importantes da medicina. Destarte,
assinale a alternativa incorreta:

a) A dor abdominal pode não ter etiologia em órgãos abdominais e, da mesma maneira, pode
se manifestar em outros lugares – é o caso do sinal de Kher, com dor na região escapular
esquerda por lesão hepática

b) A apendicite apresenta uma série de sinais clássicos, como Blumberg no ponto de


McBurney, Rovsnig, obturador e Lennander

c) A pancreatite aguda necrohemorrágica pode se apresentar, à inspeção, por equimoses em


região periumbilical e flancos – são os sinais de Cullen e Grey-Turner, respectivamente

d) A topografia da dor abdominal é muito importante na investigação diagnóstica, assim como


a presença de irradiação, também chamada de migração

e) Na mulher, é essencial adicionar condições como doença inflamatória pélvica e torção ou


rotura anexial na vigência de dor abdominal

7.20. Sobre a semiologia e propedêutica do aparelho gastrintestinal, assinale a alternativa


incorreta:

a) Hematêmese e melena são queixas relacionadas a hemorragia digestiva alta, isto é, acima
do ângulo de Tretiz; enterorragia e hematoquezia, por sua vez, relacionam-se com hemorragia
digestiva baixa

b) O paciente com cirrose hepática apresenta uma série de sinais e sintomas, como contratura
de Dupuytren, telangiectasias e ginecomastia. A circulação em “cabeça de medusa” (caput

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medusae) é resultado da hipertensão portal, com fluxo circulatório centrípeto

c) A colangite aguda é caracterizada pela tríade de Charcot: dor em hipocôndrio direito, febre
e icterícia; se associada a hipotensão e rebaixamento do nível de consciência, estabelece-se a
chamada pêntade de Reynolds – que indica comprometimento grave do quadro e intervenção
imediata

d) A apresentação clássica da apendicite é em homem, jovem, com dor periumbilical que migra
para fossa ilíaca direita, associada à anorexa/hiporexia, náuseas e febre. O hemograma deve
apresentar leucocitose com desvio à esquerda, podendo ser útil no diagnóstico

e) NDA

GABARITO

1B 2D 3B 4E 5C 6E 7C 8A 9A 10C 11E 12E 13D 14C 15C 16E 17E 18A 19D 20B

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