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HASHIGUCHI
SEMIOLOGIA DO ABDOME
Divisão em quadrantes superiores esquerdo e direito e quadrantes inferiores esquerdo e direito – divisão da
UTI.
Divisão: epigástrio, umbilical, hipogástrica.
Na região de epigástrio, encontra-se o lobo esquerdo do fígado e a alça intestinal transversa.
SINAIS E SINTOMAS
Dor abdominal, náuseas e vômitos, distúrbios do apetite, hematêmese e melena (3P’s: pútridas, pegajosas e
preta), pirose, icterícia, diarreia e constipação, halitose (hálito urêmico, cetônico e hepático), disfagia e
odinofagia, regurgitação e eructação.
Iluminação adequada; abdome desnudo; decúbito dorsal – braços ao longo do corpo, não cruzar as
pernas, às vezes colocar travesseiro na parte de trás dos joelhos, manter travesseiro na cabeça e ombros;
posição ao lado direito do paciente; aquecer as mãos.
Semiotécnica: inspeção, palpação, percussão e ausculta.
PULSAÇÃO EPIGÁSTRICA
Paciente em decúbito dorsal: olha o abdome e vê a pulsação. Pede para o paciente encher o pulmão de ar –
diafragma desce.
PODE SER FISIOLÓGICA: não há modificação.
PODE SER PATOLÓGICA:
Aneurisma de Aorta Abdominal: pulsação diminui;
Hipertrofia Ventricular Direita: pulsação aumenta.
Ângulo de 20º – palpação profunda do fígado e pede para o paciente virar a cabeça contralateral: se
tiver REFLUXO HEPATOJUGULAR, há distensão da jugular.
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RESUMO DE MAYUMI C. HASHIGUCHI
POSIÇÃO DE QUATRO APOIO: verificação – se conseguir percutir (tocar), é intra-abdominal, pois o
tumor desce; caso seja retro-peritonial, não há como sentir.
ABDOME EM AVENTAL
Acúmulo de tecido gorduroso na parede abdominal – pende como “um avental” sobre as coxas. É mais
evidente quando está em pé. Palpação é complicada – tem que segurar a dobra; puxa a dobra para ver se
tem assaduras por contaminação por fungos, é foco de infecção, principalmente em imunossuprimido
(geralmente necessário plástica).
Obesidade de grau elevado.
ABDOME DA GRAVIDEZ
Parece uma pêra invertida.
ABDOME ASCÍTICO
Circulações colaterais. Ascite. Tende a ir para transplante de fígado
CARACTERÍSTICAS DA PELE:
Cicatrizes: cirúrgicas e umbilical nas hérnias; ou diástases dos retos (abaulamento próximo à junção dos
retos).
Estrias: na gravidez, ascite, obesidade e doença de Cushing.
Manchas: Halsted ou Cullen (periumbilical) e mancha de Gray-Tunner (flancos).
Pelos:
Distribuição de pelos (triângulo nas mulheres, losango nos homens);
Hipertricose constitucional ou nas síndromes de virilização;
Distribuição feminina nos hepatopatas e no hipogonadismo.
Circulação colateral venosa superficial – falam a favor de Síndrome de hipertensão portal
Tipo porta Tipo cava superior
Tipo cava inferior Tipo porto-cava
CIRCULAÇÃO COLATERAL: olha para região periumbilical, se há várias veias saindo em várias
direções – é porta; o resto é cava.
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RESUMO DE MAYUMI C. HASHIGUCHI
Se tiver dúvida: deixa o paciente em decúbito dorsal, levemente inclinado, a uns 20º – verificar o refluxo
hepatojugular.
CICATRIZ UMBILICAL
Normal: plana ou levemente retraída.
Na gravidez pode ter aplanamento ou protrusão
Protrusão da cicatriz – indica hérnia ou acúmulo de líquido.
Onfalites: infecções do umbigo (crianças) – com ou sem secreção serosa ou seropurulenta.
SINAL DE CULLEN: equimose periumbilical – resultante de hemoperitônio.
VEIAS SUPERFICIAIS
O padrão venoso é pouco perceptível – quando tornam-se visíveis, pode ser circulação colateral.
MOVIMENTOS
MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS
Homem – Respiração toracoabdominal: há movimentos no andar superior do abdome – movimentos somem
nos processos inflamatórios do peritônio + rigidez da parede.
Afecções dolorosas do andar superior: respiração passa a ser torácica.
PULSAÇÕES
Observadas e palpadas em magros – geralmente pulsações da aorta abdominal.
Hipertrofia do ventrículo direito: pulsações na região epigástrica;
Aneurismas da aorta abdominal: pulsações na área de dilatação.
PALPAÇÃO
Usar a palma das mãos
Antebraço em plano horizontal; movimentar as articulações dos dedos e punhos.
Aproveitar a expiração para aprofundar a palpação
Avaliar o estado da parede abdominal
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RESUMO DE MAYUMI C. HASHIGUCHI
Sensibilidade abdominal: dor – iniciar a palpação sempre pelo lado oposto à dor
Reconhecer condições anatômicas das vísceras e detectar alterações
4 etapas: palpação superficial; profunda; do fígado; do baço e de outros órgãos [e manobras]
PALPAÇÃO SUPERFICIAL
Investiga: sensibilidade, resistência e espessura da parede,
continuidade (hérnias e diástases) e tensão da parede,
abaulamentos, pulsações, reflexo cutâneo-abdominal e sinal do
Piparote.
Sensibilidade
Pontos dolorosos
PALPAÇÃO PROFUNDA
Observar a forma, volume, consistência, sensibilidade, mobilidade e pulsatilidade. Lembrar de delimitação de
órgão.
PALPAÇÃO DO DUODENO E INTESTINO DELGADO: São difíceis de palpar e sua palpação não tem valor.
SINAL DE ROVSING: mobilizando os gases em sentido contrário até o ceco para provocar dor.
Colón ascendente, cólon transverso, cólon descendente e palpação do sigmoide que é o mais
facilmente palpável onde podemos encontrar tumores e fezes moldadas.
MANOBRA DE GALAMBOS: deprimir a parede abdominal com uma das mãos enquanto a outra palpa
o lado oposto.
PALPAÇÃO DO FÍGADO
SIMPLES E BIMANUAL – só se diferencia pela presença ou não da mão esquerda na região costo-
lombar fazendo pressão e obrigando o fígado a descer um pouco, mão paralela ao rebordo costal direito,
pede-se para o paciente respirar profundamente de preferência com a boca aberta.
PALPAÇÃO EM GARRA OU MATHIEU: une-se as 2 mãos pelas bordas dos indicadores e os dedos
ligeiramente flexionados, em garra. Inicia-se a palpação na fossa ilíaca indo em direção ao rebordo costal
direito, enquanto o paciente respira mais ou menos profundamente, até sentir a borda do fígado.
Posição do examinador é mais para trás.
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RESUMO DE MAYUMI C. HASHIGUCHI
Com a palma da mão comprime a parede abdominal, existe rechaço quando imediatamente após a impulsão
percebe-se um choque na mão que provocou o impulso.
Indica a presença de órgão ou tumor sólido flutuando no meio líquido representado por ascite.
Própria para palpação de abdome globoso devido ascite de grande volume.
Palpação do ponto cístico: intersecção do músculo reto abdominal com o rebordo costal direita, onde
se procurar o sinal de Murphy (dor – indica colecistite aguda; o cirurgião decide se irá operar).
SINAL DE MURPHY: mão esquerda sobre a margem costal direita de maneira que o polegar fique no
ponto cístico ou vesicular. Pede-se ao paciente fazer inspiração profunda, se houver DOR o paciente
interromperá o movimento abruptamente.
PALPAÇÃO DO BAÇO
Método bimanual – mão esquerda espalmada sobre a região costo-lombar esquerda, fazendo pressão de fora
para dentro, mão direita (homóloga) colocada paralelamente ao rebordo costal esquerda.
Mão esquerda: heteróloga. Recomendação é massagear, mas como somos meros mortais novatos,
faremos “tocando piano”.
POSIÇÃO DIAGONAL DE SCHUSTER: paciente numa posição intermediária entre o decúbito dorsal e
lateral direito, a pelve fica em completo decúbito lateral direito, a perna direita mantém-se estendida e a perna
esquerda flexionada sobre a pelve, braço adiante do tórax (pode colocar o braço em cima da cabeça).
Manobra de Mathieu combinada com posição diagonal de Schuster: perna de baixo flexionada
(para trás); faz a palpação do umbigo em direção à linha axilar anterior.
Se percutir por toda a linha axilar média, será som claro pulmonar – quando chegar no 7º EIC será timpânico.
Quando mudar de timpânico para maciço, é indicativo de ESPLENOMEGALIA – tem de ser no espaço entre a
linha axilar média e linha axilar anterior.
Porém pode ser derrame ou condensação – para diferenciar, faz o frêmito.
MANOBRAS APENDICULARES
1. Blumberg
2. Rovsing: dor aonde estiver inflamado
3. Toque retal: quando tem apendicite ao toque tem dor intensa, súbita, horrível.
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RESUMO DE MAYUMI C. HASHIGUCHI
MAIORES BAÇOS
1. Leishmaniose Calazar
2. Leucemia
3. Linfoma
PERCUSSÃO
No abdome o som predominante é o TIMPÂNICO, próprio de vísceras ocas.
Percussão em todas as regiões: no sentido anti-horário.
Realizar em até 3 repetições.
Som maciço em vísceras sólidas ou ocas com líquidos e fezes e na cobertura acentuada de parede.
Timpanismo no abdome superior em paciente com pancreatite é sinal de Gobier.
Hipertimpanismo: nas distensões e pneumoperitôneo.
AUSCULTA
É incomum.
Ambiente tranquilo; permanência por 2 minutos em cada quadrante.
Ruídos Hidroaéreos: 1 ruído para cada 2 ou 3 incursões respiratórias.
Sopros: aorta abdominal, ilíacas e renais.
Porém em pancreatite pode haver discinesia (alteração do ritmo) – ruído adnâmico ou paralítico.
O paciente pode falar que está sem soltar pum, aí deve investigar.
Somatória da ausculta de todos os quadrantes: deve dar cerca de 12 barulhinhos.
Meteorismo: barulho em excesso (várias vezes).
ÂNUS:
Prolapso retal – principalmente em criancinhas
Hemorroidas externas – causam sangramento
Hemorroidas internas prolapsadas – quando confirmada a anemia ferropriva, conversar com o
paciente para não mentir caso tenha hemorroidas internas
Fissuras – causa dor à defecação
Plicomas – hemorroidas já resolvidas
Ulceras perianais – em pacientes imunossuprimidos, que ficam se re-contaminando com cocô e
Escherecia coli; indicar que não evacue e se limpe com papel higiênico (tem que se lavar) e usar
toalhinha também.
Irritação da pele – pruridos anais.
RIM
TROUSSEAU: paciente em decúbito dorsal – examinador com a mão heterônima no ângulo costovertebral,
comprimindo de baixo para cima e aproximando o rim da parede anterior. Sentir o polo inferior e a face
anterior com a mão homônima na inspiração.
ISRAEL: paciente em decúbito lateral oposto ao rim que será palpado – examinador com a mão heterônima
espalmada comprimindo o ângulo costovertebral, com a mão homônima sentir o polo do rim que desce na
inspiração (face anterior).
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RESUMO DE MAYUMI C. HASHIGUCHI
2. Punho percussão de Murphy ≠ sinal de Murphy.
Mão esquerda espalmada na parte alta/média/baixa da região lombar e percute com a mão direita fechada
(em cima da esquerda).
PÂNCREAS
Propedêutica limitadíssima
VESÍCULA BILIAR
Não é palpável fisiologicamente.
Palpável quando há grande aumento de volume;
ASCITE
A maioria das ascites é por disfunção hepática – cirrose.
Pode ser por câncer, insuficiência cardíaca, pancreatite, tuberculose, entre outros.
Pode estar relacionada à pancreatite crônica – enzimas amilase, pancrease, etc. Quando o indivíduo
ingere proteína, o desdobramento para se tornar aminoácido estará prejudicado, ou seja, não há
desdobramento proteico. Desta forma, diminui a pressão oncótica, havendo EXTRAVASAMENTO para a
cavidade abdominal.
1. INSPEÇÃO
2. PERCUSSÃO
Menor que 300 – ou toque retal (abaulamento fundo de saco de Douglas) ou ultrassom.
Até 1 litro: teste da macicez móvel (média)
De 1 a 3 litros: semicírculo de Skoda (moderada)
Acima de 3 litros: teste da onda líquida (Piparote – Peteleco)
3. PALPAÇÃO PELO RECHAÇO
Paciente em decúbito dorsal – fazer várias percussões, porém sem tirar o dedo da pele.
Os órgãos ficam flutuantes – quando você chegar ao rebordo costal, ao fazer a palpação, pode tocar o fígado.