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ANA CLARA QUIRINO – 69

FACULDADE DE MEDICINA DE BARBACENA


TERCEIRA PROVA DE SEMIOLOGIA II
PROF MARCELO

EXAME DO ABDOME

 Exame físico:
 Inspeção
 Ausculta
 Percussão
 Palpação

1,3: Hipocôndrio
4,6: Flanco
7,9: Fossa ilíaca
2: Epigástrio
5: Mesogástrio
8: Hipogástrio

 Regiões do Abdome
o Traçando uma linha horizontal e uma vertical que se cruzam
perpendicularmente na cicatriz umbilical obtém-se a divisão em
quadrantes superior direito, superior esquerdo, inferior direito e inferior
esquerdo;

 Forma do abdome
a) Plano: forma normal;
b) Escavado: pacientes muito emagrecidos, caquéticos e desidratados;
c) Globoso: obesos, grandes ascites, com grande distensão gasosa das
alças intestinais, com grandes crescimentos do fígado e do baço ou
com cistos gigantes de ovário e grávidas;

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d) Batráquio: paciente em decúbito dorsal com dilatação exagerada dos


flancos, que lhe dá aumento do diâmetro transversal e visto de cima
uma conformação circular  típico de ascite de médio volume;
e) Em avental: grande acúmulo de tecido adiposo no subcutâneo faz
com que o abdômen caia sobre as coxas, quando o paciente está em
pé (obesos).

 Abaulamentos e retrações localizadas


o Distensões ou crescimentos localizados de alças intestinais
(meteorismo, megacólon chagásico), hérnias na parede abdominal,
aumentos de tamanho de órgãos maciços (hepatomegalia,
esplenomegalia), tumores (de qualquer dos órgãos abdominais ou
pélvicos), cistos (do ovário, hidáticos), útero grávido
o Anotar a forma e a região em que está o abaulamento
o Dados da palpação, percussão e ausculta serão fundamentais
o Retrações localizadas são raras

Ex: paciente que já fez uma cirurgia abdominal e tem uma hérnia
incisional (naquele ponto houve fraqueza da parede abdominal, herniação
 abaulamento localizado);

Ex: hepatomegalia por metástase hepática  abaulamento na região do


hipocôndrio direito

Ex: esplenomegalia  abaulamento no hipocôndrio esquerdo.

Ascite, abdome globoso Normal Hérnia incisional

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 Movimentos peristálticos visíveis e circulação colateral:


o Os movimentos peristálticos visíveis podem ocorrer em quadros de
obstrução intestinal (peristaltismo de luta: intestino tentando vencer a
obstrução). Isso pode ocorrer, por exemplo, na pediatria por
estenose hipertrófica do piloro (orifício que dá passagem do alimento
do estomago para o duodeno) em lactentes;
o A circulação colateral na parede abdominal esta diretamente
relacionada com a hipertensão portal, principalmente nos cirróticos.

 Inspeção da pele e cicatriz umbilical

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 Ausculta do Abdome:
o Recomenda-se executar a ausculta antes da palpação para evitar
aumento involuntário do peristaltismo que gera ruídos hidroaéreos
(ruído gerado pela movimentação de líquidos e gases na alças
intestinais) e sopros abdominais;
o Ex: sopro abdominal no flanco  possibilidade de estenose de arterial
renal (causa de hipertensão arterial sistêmica secundária).

o Ruídos hidroaéreos
audíveis em condições normais, em localização variável e em
momentos imprevisíveis
produzidos pela movimentação normal do conteúdo gastrointestinal
líquido-gasoso
intensidade aumentada: gastroenterites, diarreias, presença de
sangue na luz de alças intestinais e obstrução intestinal
intensidade reduzida ou abolida: isquemia mesentérica, íleo
paralítico (ocorre em pós-operatório de cirurgias abdominais com
manipulação de alças intestinais e distúrbios hidroeletrolíticos,
pricnipalmente hipocalemia)

 Percussão - Técnica

Quatro tipos de sons podem ser obtidos pela percussão do abdômen:


timpânico, hipertimpânico, submaciço e maciço.

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 Timpanismo: o abdome tem timpanismo próprio (normal) pela


presença de conteúdo gasoso no interior do tubo digestivo;
 Hipertimpanismo: timbre mais sonoro por aumento do conteúdo
aéreo do tubo gastroentérico. Ocorre em casos de: meteorismo,
obstrução intestinal, pneumoperitônio, no volvo e no megacólon
chagásico;
 Macicez: percussão sobre uma área sólida que ocorre no abdome
com ascite (liquido na cavidade pleural), visceromegalia, massa
abdominal;

Sinal de Jobert: timpanismo na região da linha hemiclavicular direita onde


normalmente se encontra o fígado (víscera solida, maciça), caracteriza
pneumoperitônio (vazou ar para o peritônio por perfuração de víscera oca).

Espaço de Traube: o hipertimpanismo normal do fundo


gástrico pode ser substituído por macicez ou submacicez se
uma grande esplenomegalia, tumor peritoneal ou
retroperitoneal, pseudocisto, tumor pancreático ou grande
hepatomegalia deslocar suficientemente o estômago .

 Palpação
o Toda a extensão do abdômen deve ser exposta, desde
os hipocôndrios até as fossas ilíacas
o Local de exame: silencioso, calmo, bem iluminado, de preferência com
luz natural, e ter temperatura adequada, evitando-se o frio que tensiona a
parede abdominal
o Palpação superficial:
 Sensibilidade (se queixa dor ou não)
 A região que o paciente queixa
dor tem que ser a ultima a ser
palpada
 Resistência
 Sinais de irritação peritoneal
(contração involuntária da parede
abdominal)
 Massas superficiais
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o Palpação profunda:
 Procurar por tumorações abdominais, e se
caso encontrar caracterizar quanto à
localização, forma, consistência, mobilidade,
sensibilidade, dimensões e pulsatilidade.
Ex: massa pulsátil na região mediana (sugere
aneurisma de aorta).
o Manobra de descompressão brusca: usada em pacientes com dor
abdominal aguda para pesquisar a presença de irritação perioneal
(peritonite) que provoca dor tanto na compressão e descompressão,
podendo ser mais desconfortável à descompressão. Usado em casos
de apendicite aguda.

Fígado

 Percussão: hepatimetria (não é muito usado na prática pela disponibilidade


dos métodos de imagem);
Começa com a percussão da linha hemiclavicular direita (perto do
mamilo) de cima (som claro pulmonar) pra baixo (área de macicez,
onde se inicia o fígado);
O fígado mede entre 8/12 cm normalmente;
A maior parte é dada pelo lobo direito, mas quando o lobo esquerdo
cresce acaba ocupando a região do epigástrio  comum na
esquistossomose.
 Palpação: não costuma ser palpável, mas se for descrever a consistência
(pétrica/nodular: metástase hepática), espessura da borda, sensibilidade
(dor: distensão da capsula devido à ICC), estado da superfície.

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Técnica de Mathieu
Técnica de Lemos-Torres

Obs: a palpação do fígado e do baço é feita durante a inspiração

o Causas de hepatomegalia

Baço

 Espaço de truabe (área de hipertimpanismo substituída por macicez);


 Classificação de Boyd
I. Baço palpável sob o rebordo costal
II. Baço palpável logo abaixo do rebordo costal
III. Baço palpável até o plano horizontal ao nível da cicatriz umbilical
IV. Baço palpável abaixo do plano horizontal ao nível da cicatriz
umbilical
 Palpação: no indivíduo normal o baço não é palpável

Mais fácil de ser palpado


Posição de Shuster
durante a inspiração. Página | 7
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 Causas de esplenomegalia:

Rim

 Limitação propedêutica devido à sua posição retroperitoneal (dificilmente


palpável). Por vezes é possível palpar o polo inferior do rim direito;
 Em situações que o rim esteja aumentado (doença renal policística) é
possível palpa-lo.

Punho percussão lombar (Sinal de Giordano), utilizado


por ex em pacientes com pielonefrite aguda com
hiperextensão dolorosa da coluna. Pouco sensível

Pâncreas

 Propedêutica limitadíssima por ser um órgão retoperitoneal;


 Sinal de Grey-Turner (equimose do flanco) e Sinal de Cullen (equimose
periumbilical) em casos de pancreatite aguda  não são patognomônicos e
são raros.

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Vesícula Biliar

 Pode ser tornar palpável quando há grande aumento


de volume  Sinal de Courvoisier (neoplasia
periampular, principalmente câncer de cabeça do
pâncreas);
 Sinal de Murphy (dor no ponto cístico em caso de
colecistite aguda);
 Ponto cístico: ponto de projeção da vesícula. Se
encontra no cruzamento da linha hemiclavicular direita
com o rebordo costal.

 Ascite
o Abdome em batráquio;
o Percussão: timpanismo na área central e macicez na periferia;
o Sinal do Piparote;

o Exame físico: pesquisa da macicez móvel  colocar paciente em


decúbito lateral  liquido escorre  macicez migra

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 Apêndice – apendicite aguda


 Ponto apendicular ou de Mc Burney (imagem);
 Sinal de Blumberg: dor no ponto apendicular;
 Sinal de Lenander (temperatura retal acima de 1 grau em relação
à temperatura axilar, não é muito usado e nem especifico).

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