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Resumo de Semiologia
Abdominal: inspeção, palpação,
percussão e mais!
Carreira Médica
 11 min • 3 de fev. de 2023

 Índice

1. Semiologia Abdominal: quais sãos as


regiões abdominais?

2. Inspeção na semiologia abdominal

3. Ausculta abdominal

4. Palpação abdominal

5. Percussão na semiologia abdominal


6. Redação do exame do abdome normal

7. Manual de Semiologia Médica

8. Semiologia por Casos Clínicos

9. Sugestão de leitura complementar


10.Referências

Confira agora o resumo completo de como


realizar a semiologia abdominal. Além disso,
fique por dentro dos seus principais achados!

A semiologia abdominal, assim como a


cardíaca, é fundamental na prática clínica.
Portanto, dominar esse campo é essencial
para sua prática no dia-a-dia.

Pensando nisso, a Sanar lançou o Manual de


Semiologia Médica. Nele você encontra tudo
que precisa saber sobre semiologia das
diversas áreas da medicina.

Neste resumo, abordaremos os principais


conceitos e técnicas que envolvem a
semiologia abdominal que também estão
presentes no Manual de Semiologia Médica.
Além disso, apresentaremos os seus
principais achados clínicos. Confira!

Semiologia Abdominal: quais


sãos as regiões abdominais?
A cavidade abdominal é divida por quatro
planos: dois horizontais e dois verticais,
delimitando as seguintes regiões:

Hipocôndrio direito (HCD): fígado,


vesícula biliar, rim direito;
Epigástrio: lobo esquerdo do fígado,
piloro, duodeno, cólon transverso e cabeça
e corpo do pâncreas;
Hipocôndrio esquerdo: baço, estômago,
rim esquerdo, cauda do pâncreas;
Flanco direito (ou região lateral): cólon
ascendente, rim direito e jejuno;
Mesogástrio (ou região umbilical):
duodeno, jejuno, íleo, aorta abdominal,
mesentério, linfonodos;
Flanco esquerdo (ou região lateral):
cólon descendente, jejuno, íleo;
Fossa ilíaca direita (ou região inguinal):
ceco, apêndice, ovário e tuba uterina
direita;
Hipogástrio: bexiga, útero, ureter;
Fossa ilíaca esquerda (ou região
inguinal): cólon sigmoide, ovário e tuba
esquerda.

A cavidade abdominal também pode ser


divida em quatro quadrantes. A partir do
plano mediano (vertical), seguindo o trajeto
da linha alba e o plano transumbilical
(horizontal) entre L3 e L4.

A partir do exame físico minucioso e história


clínica do paciente, é possível estabelecer
suspeitas diagnósticas, a depender da região
acometida. Abaixo veremos passo a passo
como realizar o exame físico do abdome.

OBS: diferente do sistema cardiovascular e


respiratório, a ausculta deve ser o primeiro
elemento a ser avaliado após a inspeção. A
explicação é que a palpação ou percussão do
abdome pode alterar os movimentos
peristálticos.

Inspeção na semiologia
abdominal
A inspeção deve ser realizada com o paciente
em decúbito dorsal com pernas estendidas.
São observadas a forma ou tipo, simetria,
volume e alterações cutâneas do abdome:

Forma ou tipo: globoso (panículo adiposo


ou líquido ascítico), escavado
(emagrecimento ou síndrome consuptiva),
pendular (gravidez);

Simetria: Avaliar se há presença de


assimetria, como pode ocorrer na
hepatoesplenomegalia, hérnias de parede
abdominal, neoplasias e obstruções;
Abaulamentos: presença de massas
abdominais, como neoplasias ou hérnia da
parede abdominal;
Retrações (depressões): bridas pós-
cirúrgicas, caquexia;
Circulação colateral: pode ser visível em
caso de obstrução do sistema venoso
porta (cabeça de medusa) ou veia cava;
Cicatriz umbilical: normal, plana,
tendência à retificação, protrusa
Ondas peristálticas: em geral não são
observadas em indivíduos normais, mas
pode estar presente quadros obstrutivos;
Pulsação;
Movimentos respiratórios;
Lesões cutâneas: sinal de Cullen e sinal de
Turner, presentes na pancreatite aguda.

Aproveite para ler o nosso conteúdo completo


sobre o passo a passo para drenagem de
abscesso!

Ausculta abdominal
Deve ser realizada nos quatro quadrantes de
forma superficial para avaliar os ruídos
hidroaéreos, presença de sopros nas artéria
aorta, artérias renais, ilíacas e femorais e
atrito entre o figado e o baço.

Para os ruídos hidroaéreos, deve-se


descrever a descrever intensidade (++++/IV) e
se estão presentes/normais, diminuídos ou
ausentes, aumentado.

Ventilação Mecânica: entenda as


curvas do ventilador

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Para avaliar alterações do fluxo aórtico


(sopros ou aneurismas), aprofunda-se o
estetoscópio ao longo do trajeto da aorta.
Confira na figura abaixo quais os pontos de
ausculta:

Pontos de referência para avaliar sopros vasculares


(MARTINS et al., 2021)

As principais alterações a serem pesquisadas


na ausculta são:

Peristaltismo de luta: obstrução;


Íleo paralítico: silêncio abdominal;
Sopros vasculares: sugerem aneurismas e
compressões arteriais.

Palpação abdominal
A palpação abdominal é dividida em dois
momentos: a supercial e a profunda.
Iniciamos com a primeira, para
posteriormente ir para segunda.

Palpação supercial

Ela serve para avaliar:

Sensibilidade;
Integridade anatômica;
Grau de distensão da parede abdominal;
Defesa da parede abdominal (contratura
da musculatura abdominal, voluntária ou
involuntária);
Continuidade da parede (hérnias, diástase
dos músculos reto abdominais).

Os pacientes com dor abdominal devem ser


solicitados a localizá-la. Só então inicia-se a
palpação da área mais distante da região
dolorosa, deixando esta por último. Deve ser
feita com uma mão a 45 graus ou duas mãos
superpostas.

Pontos dolorosos:

Epigástrico: sensível na úlcera péptica


em atividade;
Cístico: situa-se no ângulo formado pelo
rebordo costal direito com a borda externa
do músculo reto abdominal. Na interseção
da linha hemi clavicular com o rebordo
costal direito. Deve ser palpado em busca
do Sinal de Murphy que pode estar
presente na colecistite aguda.

McBurney: união do terço externo com


dois terços internos da linha que une a
espinha ilíaca ântero-superior à cicatriz
umbilical. Dor nessa região sugere
apendicite aguda. O Sinal de Blumberg ,
dor a descompressão, pode ser
pesquisado na palpação profunda.

Palpação profunda

Este tipo de palpação tem como objetivo


palpar órgãos abdominais em busca de
visceromegalias e tumorações. Os órgãos que
procuramos são o fígado e o baço:

Palpação do fígado

No fígado devemos observar o tamanho


(hepatimetria), consistência, superfície e
borda e sensibilidade.

O método de palpação mais utilizado na


prática é o de Lemos Torres. Nele, o
examinador com a mão esquerda na região
lombar direita do paciente tenta evidenciar o
fígado para frente. Com a mão direita
espalmada sobre a parede anterior, tenta
palpar a borda hepática anterior durante a
inspiração profunda.

Deve ser avaliado a borda hepática, se tem


borda fina ou romba; regularidade da
superfície, sensibilidade, consistência,
presença de nodulações.

A hepatimetria deve ser realizada percutindo


dois pontos:

A partir do 5º espaço intercostal direito em


direção ao rebordo
costal direito, até que haja mudança do
som (de maciço para timpânico);
A partir do apêndice xifoide

A hepatimetria normal varia entre 6 e 12 cm


na linha hemiclavicular e entre 4 e 8 cm na
linha esternal média.

Hepatimetria (MARTINS et al., 2021)

Palpação do baço

Normalmente o baço não é palpável. Porém,


quando atinge duas ou três vezes seu
tamanho normal (esplenomegalia), é possível
palpá-lo.

Para palpá-lo, o examinador posiciona-se à


direita do paciente e com a mão direita em
garra tenta sentir o polo esplênico inferior
durante a inspiração profunda próximo ao
rebordo costal esquerdo.

Causas de esplenomegalia: hipertensão


portal, infecção, anemia hemolítica, linfomas,
esquistossomose.

Vai começar a fazer atendimentos? Aproveite


para ver nossas dicas para mandar bem na
primeira anamnese!

Percussão na semiologia
abdominal
A partir da percussão é possível identificar
presença de ar livre, líquidos e massas intra-
abdominais. Além disso, é importante
delimitar o espaço de Traube (onde fica o
baço).

A técnica é digito-digital, em que o


examinador posiciona uma das mãos sobre o
abdome e percute com o dedo indicador.

Som normal: maciço (baço e fígado),


timpânico (vísceras ocas);
Percussão normal: macicez hepática no
hipocôndrio direito; timpanismo no espaço
de Traube, timpanismo nas demais regiões;
Massas abdominais sólidas ou líquidas
(ascite) são maciços;
Timpanismo generalizado pode indicar
obstrução.

Paciente com ascite: manobras

Algumas manobras são fundamentais para


avaliar o paciente com suspeita de ascite, que
é o acúmulo de líquido na cavidade
peritoneal. Essa avaliação baseia-se
justamente na percussão como veremos nas
duas principais manobras abaixo:

Macicez móvel: ocorre em casos de ascite


de médio volume. Quando o paciente está
em decúbito dorsal o líquido acumula-se
na região lateral do abdome, revelando
timpanismo na região anterior. Quando o
paciente posiciona-se em decúbito lateral,
o líquido desloca-se para o mesmo lado,
onde fica maciço e a região acima fica
timpânica.
Semi-círculo de Skoda: com o paciente
em decúbito dorsal percute-se a regiçao
periumbilical do meio para as
extremidades. Em casos de ascite,
observa-se alteração do timpanismo.

Algumas manobras de percussão

Sinal de Giordano: punho-percussão das


lojas renais. Se o paciente sentir dor, é
positivo e pode indicar pielonefrite
aguda.
Sinal de Jobert: percussão do
hipocôndrio direito com detecção de
timpanismo. É indicativo de
pneumoperitôneo (ar na cavidade
abdominal).
Sinal de Corvoisier-Terrier: vesícula biliar
palpável. Pode ser indicativo de neoplasia.

Redação do exame do
abdome normal
ABDOME: plano, sem lesões de pele,
cicatrizes, circulação colateral, retrações ou
abaulamentos. Peristalse não identificável à
inspeção. Ruídos hidroaéreos presentes nos
quatros quadrantes (+/IV). Ausência de
timpanismo difuso e macicez em flancos.
Traube livre. Fígado e baço não palpáveis.
Abdome indolor à palpação profunda e
superficial.

Manual de Semiologia Médica


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Sugestão de leitura
complementar
Semiologia cardiovascular
Resumo sobre exame ginecológico
Como interpretar os exames de covid-19

Confira o vídeo

Referências
1. MARTINS, M. A. et al. Semiologia Clínica.
1.ed. Santana de Parnaíba[SP]: Manole,
2021.
2. PORTO, C. C. Semiologia médica. 7ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

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encaminhamento obrigatório a serviço de medicina
legal, para exame e registro. II. coleta de material
biológico pelo médico ginecologista. III. introdução
de medicação antirretroviral. IV. investigação de
DSTs, contracepção de emergência, antibióticos e
imunoglobulina anti-hepatite B. Assinale a
alternativa que aponta somente a (s) afirmativa (s)
CORRETA (S).

A I, II e III.

B I e II.

C I e III.

D II, III e IV.

E IV.

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