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SEMIOLOGIA DO ABDOME

SEMIOLOGIA DO
ABDOME

SEMIOLOGIA E PROPEDÊUTICA 1
SEMIOLOGIA DO ABDOME

SEMIOLOGIA DO
ABDOME

CONTEÚDO: AGATHA MONTEIRO


CURADORIA: FELIPE MAGALHÃES

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SEMIOLOGIA DO ABDOME

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................. 4

Divisão do abdome .................................................................................................. 4

Sequência do exame ................................................................................................ 4

INSPEÇÃO .................................................................................................... 4

Formas do abdome .................................................................................................. 4

Movimentos Abdominais ......................................................................................... 5

Alterações na pele .................................................................................................. 5

Veias Superficiais .................................................................................................... 6

AUSCULTA .................................................................................................. 6

PERCUSSÃO ................................................................................................ 6

Espaço de Traube ..................................................................................................... 6

Líquido livre em cavidade ........................................................................................ 6

Hepatimetria ............................................................................................................ 7

PALPAÇÃO .................................................................................................. 7

Pesquisa de Irritação peritoneal .............................................................................. 7

Palpação do fígado................................................................................................... 8

Palpação do baço ..................................................................................................... 8

Palpação Renal ......................................................................................................... 8

REFERÊNCIAS .................................................................................................10

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INTRODUÇÃO A sequência que deve ser utilizada é um


pouco diferente de outras partes do corpo:
A semiologia do abdome é um assunto de
extrema importância na área médica, dado • Inspeção
o seu significado em abordagens clínicas • Ausculta
ou cirúrgicas. • Percussão
• Palpação
Divisão do abdome

A principal divisão abdominal é feita em 9


regiões. Veja quais são elas:
A ausculta deve ser iniciada antes
da palpação e percussão, pois
• Hipocôndrio direito
estas etapas podem alterar os
• Epigástrio movimentos peristálticos, o que
• Hipocôndrio esquerdo prejudica a análise.
• Flanco direito
• Mesogástrio
• Flanco esquerdo A seguir, vamos falar mais
• Fossa ilíaca direita especificamente sobre cada etapa:
• Hipogástrio
• Fossa ilíaca esquerda INSPEÇÃO

Precisamos atentar para coisas como:


forma do abdome, movimentos, alterações
na pele e circulação colateral.

Formas do abdome

As formas principais são:

• Atípico: sem alterações relevantes


• Globoso: aumento global, com
predomínio de diâmetro
Divisão Regional do Abdome anteroposterior (ex.: ascite, gravidez,
hepatoesplenomegalia etc.)
Sequência do exame físico: • Ventre de batráquio: em decúbito
dorsal, o diâmetro transversal é maior

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que o anteroposterior. Ocorre na obstrução e devemos analisar sua


regressão da ascite, por exemplo. localização e direção.
• Avental: o tecido adiposo cai por cima
Alterações na pele:
da raiz das coxas. Está presente em
pessoas muito obesas • Telangiectasias: formadas por uma
• Escavado: a parede abdominal está arteríola central que emite ramos, e seu
retraída. Vemos em pessoas fluxo desaparece à compressão.
emagrecidas. • Equimose: indica extravasamento de
sangue na derme. Encontramos em
Movimentos abdominais
locais de trauma e de injeção de
Podemos observar três tipos de heparina.
movimentos no abdome: • Sinal de Cullen: equimose
periumbilical, que indica hemorragia
• Movimentos Respiratórios:
retroperitoneal, secundária a
O padrão toracoabdominal é visto nos
pancreatite necrosante ou gravidez
homens, principalmente. Em casos de
ectópica rota, por exemplo.
afecções do peritônio, esses
• Sinal de Grey-Turner: equimose nos
movimentos desaparecem, dando
flancos, também por pancreatite
lugar a um padrão apenas torácico. O
necrosante ou outras condições.
padrão torácico é também o mais
• Estrias: as esbranquiçadas geralmente
comum nas mulheres.
são antigas e devido a obesidade. Por
outro lado, as estrias róseas-púrpuras ou
• Pulsações:
violáceas tem início na síndrome de

Quando observadas em pacientes Cushing.

normais, quase sempre à pulsação da • Cicatrizes: indicam traumas ou cirurgias.

Aorta abdominal. Em aneurismas dessa Devemos registrar sua localização e

artéria, a pulsação está presente na área tamanho.

dilatada. As pulsações também podem • Hérnias: deve-se descrever sua


ser vistas na região epigástrica em localização e sua relação com cicatrizes

pacientes com hipertrofia de VD. cirúrgicas. A manobra de Valsalva auxilia


na sua pesquisa de hernias na parede
• Movimentos peristálticos visíveis: abdominal.
• Abaulamentos: devem ser avaliados
Geralmente não são vistos, mas quando
localização, pulsatilidade e extensão. Um
presentes, podem indicar que há uma

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abaulamento conhecido é o Sinal de Devemos colocar o estetoscópio do lado


Sister Mary Joseph, que consiste em um direito, lateroinferiormente à cicatriz
nódulo umbilical metastático, que indica umbilical e lateral ao reto abdominal. Caso
neoplasias intra-abdominais. não seja auscultado, deve-se pesquisar
em outras áreas.
Circulação Colateral:
PERCUSSÃO
Dentre os tipos de circulação colateral
temos: portal, cava inferior e cava superior. São percutidas as nove regiões,
A analisando timpanismo ou macicez.
Através da percussão, podemos obter
circulação portal ocorre por obstrução do
dados valiosos.
fluxo venoso proveniente das veias
tributárias da veia porta, em direção ao Espaço de Traube
fígado. Há formação de vasos colaterais e
recanalização da veia umbilical, levando à Área delimitada pelo rebordo costal, linha
alteração conhecida como cabeça de axilar anterior e 6º espaço intercostal
medusa. esquerdo. A macicez nessa região indica
esplenomegalia.
A circulação em cava inferior ocorre por
obstrução da veia cava inferior. Há Líquido Livre em Cavidade
aumento do fluxo venoso em vasos
Deve ser pesquisado quando há
colaterais em direção ascendente.
timpanismo na região umbilical e macicez
No padrão de cava superior ocorre por em flancos.
obstrução ou compressão da veia cava
Ele pode ser pesquisado de três formas
superior. Há aumento do fluxo colateral
principais: macicez móvel de decúbito,
em direção descendente.
sinal do piparote e sinal da poça.

AUSCULTA: No decúbito dorsal há macicez nos flancos


e timpanismo na região umbilical. Estando
Em condições normais, ouvimos de 5 a 34
o paciente em decúbito lateral, o líquido
ruídos por minuto ou um borborigmo
escorre e esse padrão se inverte.
intestinal a cada quatro ou cinco
incursões respiratórias. Na pesquisa do sinal do Piparote, deve-se
pedir que o paciente ou outro examinador
comprima a região mediana do abdome

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com as bordas ulnares das mãos. Depois O tamanho hepático normal é de 6 a 12 cm


disso, se realiza a percussão em um dos na linha hemiclavicular direita e de 4 a 8
lados e com a mão do outro se sente a cm abaixo do apêndice xifoide.
onda líquida. Essa manobra é usada para
pesquisa de líquidos em maior volume. PALPAÇÃO

Por fim, o sinal da poça é usado para A palpação é feita de forma superficial e
pesquisa de pequenos volumes de ascite. profunda.
O paciente fica em posição genupalmar e
Na palpação superficial, deve-se
é feita a percussão de baixo para cima na
perguntar se o paciente sente dor em
região periumbilical, que estará maciça.
algum local antes de iniciar, deixando o
mesmo por ultimo em caso positivo. É
palpado todo o abdome, com uma das
mãos.
A Ascite corresponde a uma
síndrome importante, tendo como Para a palpação profunda, usamos uma
etiologias principais a hipertensão das mãos para palpar, enquanto a outra
portal, insuficiência cardíaca
empurra. É utilizada para pesquisar
congestiva, tuberculose peritoneal
massas já delimitadas na percussão.
etc.

Os sinais e sintomas incluem


distensão abdominal, circulação
collateral portal, macicez de
decúbito e sinal do piparote
positivo.

Hepatimetria
Palpação Profunda
Para avaliar o tamanho do fígado,
devemos percutir de cima para baixo. O Pesquisa de Irritação Peritoneal
pulmão tem um som claro atimpânico e o
fígado tem um som maciço. O ponto entre Dentre as causas de irritação peritoneal,
essas estruturas tem um som submaciço. podemos citar: ar livre em cavidade por
rotura de alça, sangue livre, apendicite,
colecistite etc.

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Na tabela abaixo, estão contidos direção ao baço durante a expiração,


exemplos de sinais semiológicos também se buscando sentir o órgão na
relacionados com algumas afecções inspiração.
abdominais.
Palpação Renal
Palpação do Fígado
Os rins geralmente não são palpados, mas
É feita por dois métodos: bimanual e em podem ser em situações patológicas como
garra. hidronefrose.

No método bimanual, a mão esquerda é Na palpação renal, podemos utilizar


colocada no dorso e se faz uma tração algumas manobras como o Método de
anterior. Enquanto isso, a mão direita é Guyon, a Manobra de Israel e a de
aprofundada desde a fossa ilíaca até o Giordano.
rebordo costal, na expiração, buscando-se
palpar a borda do fígado na inspiração.

Palpação hepática bimanual

E na palpação em garra as mãos ficam


apoiadas no rebordo costal, e se tenta
entrar por debaixo dele.

Palpação do Baço

Com a mão esquerda, o rebordo costal e


as partes moles são tracionadas
anteriormente, enquanto a mão direita é
aprofundada desde a cicatriz umbilical em

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No método de Guyon, coloca-se a mão


esquerda na região dorsal tracionando
para frente enquanto a mão direita entra
abaixo do rebordo costal durante a
inspiração ao encontro da outra mão,
tentando Punho-percussão
palpar o órgão com as duas
lombar
mãos

Na manobra de Israel o paciente fica em


decúbito lateral e com membros
superiores por sobre a cabeça. Devemos
palpar anteroposteriormente o rim com as
mãos em pinça.

Por fim, a manobra de Giordano consiste


na punho-percussão lombar, em que se

Sinal Descrição Causa

Traça-se uma linha entre a cicatriz umbilical e a


Descompressão dolorosa espinha ilíaca anterossuperior e se comprime a
Apendicite
no ponto de Macburney junção do terço lateral com os dois terços
mediais (ponto de Macburney)

Sinal de Murphy Dor à palpação da vesícula biliar Colecistite

Sinal de Courvoisier- Palpação de massa ovalada em hipocôndrio Neoplasia de vias


Terrier direito (vesícula biliar), indolor. biliares
Timpanismo à percussão de áreas
Sinal de Joubert Ar livre na cavidade
normalmente maciças, como o fígado
põe uma mão espalmada na região e se
percute em cima com a outra. Auxilia na
pesquisa de pielonefrite.

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REFERÊNCIAS

Semiologia Médica - Celmo Celeno Porto – 7ed. 2013. Guanabara Koogan.

Semiologia Médica – José Rodolfo Rocco – Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

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