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UNIVERSIDADE POTIGUAR

MONITORIA DE PRÁTICAS MÉDICAS III

EXAME FÍSICO
DO ABDOME
Onde fica o abdome e como dividi-lo em 4 e 9
quadrantes?
REVISANDO... Por que essa divisão é interessante?
ORIENTAÇÕES INICIAIS
Higienizar as mãos e aquecê-las;
Observar se a temperatura está adequada e o paciente confortável;
Providenciar iluminação eficaz;
Desnudar a área corporal que será examinada;
Posicionar o paciente em decúbito dorsal, com cabeça levemente inclinada
por travesseiro baixo;
Examinador posiciona-se do lado direito do paciente.

• "Que horas foi sua última refeição?"


Se muito recente, RHA↑
• ''Já fez cocô hoje?"
• "Quer fazer xixi antes de iniciar o
Se não, possível submacicez em FIE
exame?" Possível desconforto durante o exame
• "Alguma região da barriga doi?" Deixar por último
EXAME FÍSICO

1. INSPEÇÃO 3. PERCUSSÃO
Avaliar a aparência do abdome e verificar a apresentação dos Avaliar a situação do abdome quanto a densidade de conteúdo
movimentos na região interno

2. AUSCULTA 4. PALPAÇÃO
Checar os ruídos hidroaéreos e possíveis alterações de fluxo Identificar os padrões morfológicos dos órgãos e os sinais
sanguíneo na região clínicos respectivos indicativos de doenças
INSPEÇÃO
Paciente em decúbito dorsal, membros estendidos, cabeça
apoiada em um travesseiro baixo.
O examinador se posiciona a direita do paciente
Inspeção estática
1.FORMA DO ABDOME
2.CICATRIZ UMBILICAL
3.ABAULAMENTOS OU RETRAÇÕES
4.HÉRNIAS
5.CICATRIZ CIRÚRGICA
6.CIRCULAÇÃO COLATERAL
7.SINAIS DE HEPATOPATIA CRÔNICA
8.EQUIMOSES
1.FORMA DO ABDOME
2. CICATRIZ UMBILICAL
OBS: olhar aos pés do paciente!
3. ABAULAMENTOS OU
RETRAÇÕES
OBS: olhar aos pés do paciente!
Inspeção estática
1. FORMA DO ABDOME
• plano
• globoso
• batráquio
• pendular
• avental
• escavado

2. CICATRIZ UMBILICAL
• centrada
olhar aos pés do
• desviada
paciente!
• retraída
• plana
• protrusa --> associada a hérnia
4.HÉRNIAS
5. CICATRIZ CIRÚRGICA
6.CIRCULAÇÃO COLATERAL

• tipo cava inferior: mais lateralizada, fluxo ascendente


• tipo porta: também chamada de cabeça de medusa, fluxo
irradiado a partir de região periumbilical
7.SINAIS DE HEPATOPATIA
CRÔNICA
• telangiectasia tipo aranha vascular
• icterícia
• ginecomastia (homens)
• rarefação pilosa
• eritema palmar
• ascite

DICA:
"TIGRESA"
8.EQUIMOSES
• sinal de Cullen: equimose em hipogástrio ou periumbilical
• sinal de Gray-Turner: equimose em flanco

sangramento retroperitonial, pancreatite necro


hemorrágica
Inspeção dinâmica
1. TIPO RESPIRATÓRIO
• torácico
• abdominal
• toraco-abdominal

2. PONTOS PULSÁTEIS
• paciente > 70 anos: suspeita de aneurisma
3. MOVIMENTOS PERISTÁLTICOS VISÍVEIS
• c/ suspeita de obstrução intestinal, fica mais visível na
porção anterior à área obstruída

4. ÁREAS DE FRAGILIDADE
• hérnias --> manobra de Valsalva
• diástase dos retos abdominais --> olhar para os pés
apenas levantando o pescoço
AUSCULTA
AUSCULTA

PONTOS RUÍDOS
PULSÁTEIS HIDROAÉREOS

Aorta; Após o primeiro,


A. renais; contar quantos
ruídos no intervalo
A. ilíacas;
de 1min.
A. femorais.
Normal: 4 - 30 RHA/min
• Região periumbilical (mesogástrio):
AUSCULTA intestino delgado, com maior
movimento de líquido e ar

RUÍDOS
Burburinho: fome
HIDROAÉREOS Estalidos e gorgolejos: sons de água

Após o primeiro,
contar quantos
ruídos no intervalo
de 1min. Auscuta exacerbada: diarréia? Abdome agudo fase
inicial?
Auscuta reduzida: íleo paralítico? Obstrução fase
final?
PERCUSSÃO
PERCUSSÃO

HIPERTIMPÂNICO TIMPÂNICO

SUBMACIÇO MACIÇO
PERCUSSÃO
Predominante no abdome

HIPERTIMPÂNICO TIMPÂNICO

SUBMACIÇO MACIÇO

Limite superior do fígado, Visceromegalias, líquido, fezes ,


transições entre timpânico e maciço massas intracavitárias
REGIÕES DO
ABDOME
Técnica dígito-digital
PRESENÇA DE
ASCITE
MACICEZ MÓVEL
GRAU MODERADO
Percutimos da linha mediana até os flancos
até encontrar uma região claramente maciça
(pcte em decúbito dorsal). Fixamos este
ponto e solicitamos ao paciente que assuma
o decúbito lateral do lado oposto. Uma nova
percussão no ponto fixado revela som
timpânico denotando a passagem de líquido
para o lado contralateral. Geralmente em ascite de até 5 L. Pcte faz abdome em
batráquio quando deita.
SEMICÍRCULO DE
SKODA
GRAU MODERADO
Percutimos a partir da região epigástrica, de
forma radiada, em direção aos flancos e à
região hipogástrica, repetindo a manobra em 5
direções
• do apendice xifoide até o hipogástrio
• do apendice xifoide até as cristas ilíacas
• do apendice xifoide até as fossas iliacas
• Concavidade para cima: ASCITE
• Concavidade para baixo: GRAVIDEZ,
Geralmente em ascite > 5 L. Pcte apresenta abdome
BEXIGOMA e TUMORES PÉLVICOS globoso.
SINAL DE
PIPAROTE
ASCITE GRAVE

Colocamos uma das mãos espalmadas


sobre um dos flancos, enquanto no flanco
contralateral, fazemos uma percussão com a
cabeça do dedo médio e indicador apoiado
sobre o polegar.

(+) Positivo em casos de ascite tensas de


grande volume.
HEPATIMETRIA
LIMITE SUPERIOR
Percussão descendente do 2° EID até a transição toraco-abdominal através da comparação do som claro pulmonar e os
sons maciços e submaciços. Em geral, é percutível a partir do 5° EIC.

LIMITE INFERIOR
Percussão ascendente da região umbilical em direção ao rebordo costal através da comparação com o som timpânico
do abdome e o som maciço.

LOBO DIREITO LOBO ESQUERDO


Linha hemiclavicular direita -> 8-12 cm. Linha paraesternal direita -> 6-8cm.
SINAL DE JOBERT
Perda da macicez hepática na transição
toracoabdominal: no lugar do som maciço é
encontrado som timpânico a percussão.

Qual patologia pode estar associada?


SINAL DE JOBERT
Perda da macicez hepática no hipocôndrio direito: som
timpânico entre o claro pulmonar e o maciço do HD.

INDICATIVO DE PNEUMOPERITÔNIO

ATENÇÃO PARA A HISTÓRIA CLÍNICA!


• história de pneumoperitônio + jobert positivo +
abdome em tábua = abdome agudo perfurativo
• pcte normal + jobert = superposição de alça intestinal
SINAL DE
TORRES-HOMEM
Percussão dolorosa, circunscrita e localizada do
hipocôndrio direito (loja hepática)

INDICATIVO DE ABCESSO HEPÁTICO

Dor decorrente da distensão rápida da cápsula de


um órgão sólido
TRAUBE
ESPAÇO DE
TRAUBE
Percussão semilunar do 6° ao 11° EIC até a linha axilar
anterior.

DESCRIÇÃO: DIZ-SE "ESPAÇO DE TRAUBE LIVRE


OU OCUPADO"
PALPAÇÃO
Palpação superficial
1. LESÕES SUBCUTÂNEAS
• nódulos, lipomas
2. SENSIBILIDADE
3. TONICIDADE DO ABDOME
• flácido
• tenso
• rígido (em tábua)
4. CONTRATURAS
• contratura voluntária
• contratura involuntária
⚬ localizado: abdome inflamatório
⚬ generalizado: abdome agudo perfurativo
Palpação realizada com uma mão espalmada sobre o abdome. Realizar
5. PESQUISA DE HÉRNIAS movimentos pouco profundos e circulares por todas as regiões para
⚬ irredutível ou redutível investigar as condições da parede abdominal.
Palpação profunda
01 AVALIA 02 TÉCNICA

• sensibilidade • palpação bimanual.


• massas • realizar
intracavitárias movimentos
• visceromegalias profundos para
alcançar estruturas
internas e
identificar a
morfologia das
vísceras e sinais
clínicos associados
Palpação profunda revisando...

MASSAS INTRACAVITÁRIAS

IDENTIFICAÇÃO DE SENSIBILIDADE
03 04
MASSAS
• localização
ABDOMINAIS • irradiação

• localização • intensidade

• sensibilidade
• dimensão
• limites (bem delimitado?)
• forma --> frutas
• consistência
• superfície
• mobilidade
• pulsação (aneurisma)
Palpação profunda
FÍGADO

MANOBRAS DE
05
LEMOS-TORRES E DE
MATHIEU
• espessura da borda: fina ou romba
• superfície: lisa ou rugosa
⚬ macro/micronodular
⚬ difuso/localizado
• consistência: elástica, aumentada,
amolecida
• sensibilidade
• dimensão: quantos cm abaixo do RC?
Palpação profunda
FÍGADO

LEMOS TORRES
Com o paciente em decúbito dorsal, deve-se :
• posicionar a mão esquerda abaixo do hipocôndrio
direito do paciente;
• com a mão direita de forma paralela a parede
abdominal tentar palpar o fígado
⚬ aprofundar a mão durante EXpiração
⚬ aguardar a próxima inspiração pra tocar a borda
do fígado

MATHIEU
O examinador se posiciona à direita e de costas para o paciente.
Repousa as 2 mãos no gradil costal em garra entrando com a mão na
EXpiração. Na proxima inpiração tenta-se tocar a borda do fígado.
Palpação profunda
VESÍCULA BILIAR
por que?

06 SINAL DE MURPHY

• dor e interrupção da respiração


devido a compressão do ponto
cístico no momento da
inspiração profunda.
• ponto cístico: encontro do RCD
com a borda do reto do abdome/
linha hemiclavicular
• qual patologia está relacionada
com esse sinal?
Palpação profunda
VESÍCULA BILIAR

06 SINAL DE MURPHY

• dor e interrupção da respiração


devido a compressão do ponto
cístico no momento da inspiração
• ponto cístico: encontro do RCD
com a borda do reto do abdome/
linha hemiclavicular
• INDICATIVO DE COLECISTITE
AGUDA
Palpação profunda
VESÍCULA BILIAR

SINAL DE
07
COURVOISIER-TERRIER

• vesícula palpável e indolor


• associado a icterícia
• SUGERE NEOPLASIA DE
CABEÇA DE PÂNCREAS
OU VIAS BILIARES
Palpação profunda
BAÇO
POSIÇÃO DE SCHUSTER
O paciente deve estar posicionado em
decúbito lateral direito com o membro inferior
esquerdo fletido a 90° e o joelho serve como
ponto de apoio sobre a mesa do exame,
garantindo equilíbrio ao paciente.

08 PALPAÇÃO DO BAÇO
A manobra é bimanual, onde a mão esquerda
fica localizada sob a área de projeção do baço
pressionando-a para cima, e a mão direita é
quem palpa o abdome, em direção ao rebordo
costal esquerdo, na tentativa de palpar o baço.
Palpação profunda
APÊNDICE

SINAL DE BLUMBERG NO
09
PONTO DE MACBURNEY

• dor a descompressão brusca no


ponto de Macburney (1/3 distal
entre a FID e a cicatriz umbilical)
• qual patologia pode estar
associada?
Palpação profunda
APÊNDICE

SINAL DE BLUMBERG NO
09
PONTO DE MACBURNEY

• dor a descompressão brusca no


ponto de Macburney (1/3 distal
entre a FID e a cicatriz umbilical)
• INDICATIVO DE APENDICITE
AGUDA
Palpação profunda
OBS A DESCOMPRESSÃO
BRUSCA PODE SER
VALE LEMBRAR:
FEITA EM QUALQUER
• O sinal só leva o
nome de Blumberg
PONTO DO ABDOME
quando feito no ASSOCIA-SE A DOR À
ponto de Macburney, DESCOMPRESSÃO BRUSCA
MAS... A UM QUADRO DE
PERITONITE!
REFERÊNCIAS
PORTO, Celmo Celeno; PORTO, Arnaldo Lemos. Exame
Clínico. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017
OBRIGADO!

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