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EXAME DO ABDOME
INSPEÇÃO ESTÁTICA:
INSPEÇÃO DINÂMICA:
1. Realizar umas das três ou as três manobras que aumentam a pressão intra-abdominal:
Valsalva (o paciente é instruído a soprar contra o dorso da mão), Smith-Bates (elevação
ativa dos membros inferiores a 30º) e Elevação do tronco a 45º.
2. As manobras facilitam o aparecimento e a visibilização de hérnias (epigástrica, umbilical,
incisional, de Spiegel, inguinal e femoral) e diástase dos músculos retos abdominais, bem
como outros abaulamentos.
AUSCULTA:
No exame físico do abdome a ausculta deve preceder a palpação e percussão, uma vez que estas
podem estimular o peristaltismo, aumentando os ruídos hidroaéreos, podendo ocultar um
diagnóstico de íleo paralítico, p.ex. Em caso de gestantes, a partir do 5º mês já é possível auscultar
o BCF (batimento cardíaco fetal).
PERCUSSÃO:
PALPAÇÃO:
Começar pela fossa ilíaca direita, se esta não for a região da queixa de dor. O local de dor deve
sempre ser o último a ser palpado, evitando que o paciente contraia o abdome e o exame fique
prejudicado.
1. Pontos dolorosos (são oito): ponto cístico (no cruzamento do rebordo costal direito com a
linha para-mediana direita), epigástrico, esplênico (no cruzamento do rebordo costal
esquerdo com a linha para-mediana esquerda), ureterais superiores (linhas para-
medianas, ao nível da cicatriz umbilical), ureterais inferiores (linhas para-medianas, na
altura das cristas ilíacas anterossuperiores) e ponto apendicular ou de McBurney (junção
do terço distal com o médio de uma linha traçada entre a cicatriz umbilical e a crista ilíaca
anterossuperior direita).
PROFUNDA:
1. Ceco, transverso e sigmoide: através da técnica bimanual podem ser notados os
gargarejos fecais no cedo, na fossa ilíaca direita (FID). Para a palpação do cólon
transverso utilizamos a técnica da palpação “em rolamento”, com movimentos de baixo
para cima no limite superior da região mesogástrica. Já o sigmoide (segmento do intestino
mais acessível à palpação) pode ser localizado na FIE através da técnica bimanual.
2. Rins: utiliza-se a técnica “em sanduíche”, utilizando a mão ipsilateral ao rim palpado e a
mão contralateral na lombar como apoio. O polo inferior do rim direito é bem palpável em
pacientes magros, podendo o examinador inexperiente interpretar como visceromegalia.
3. Bexiga urinária: normalmente não é palpável. Geralmente se torna palpável no baixo
ventre quando está repleta de urina, como nos casos de “bexigoma” em portadores de
HPB (hiperplasia prostática benigna).
4. Fígado: pode ser feita por várias técnicas, sendo que elas se complementam. É importante
que sejam sincronizadas com os movimentos respiratórios. Neste momento, avaliamos o
limite inferior do fígado, uma vez que o limite superior já fora determinado pela percussão.
a) Técnica de Mathieu (palpação em garra): o examinador fica voltado para os pés
do paciente, posicionando as duas mãos em forma de garra no rebordo costal
direito, aprofundando os dígitos em direção ao fígado durante a inspiração (pois
este “desce” durante a inspiração).
b) Técnica de Lemos-Torres (bimanual): a mão esquerda do examinador é
posicionada na lombar como apoio e com a mão direita é feita a palpação
iniciando na FID em direção ao rebordo costal direito.
c) Manobra de Saccadeé (ou do rechaço): esta é possível somente quando existe a
associação de hepatomegalia e ascite de grande volume. O examinador
aprofunda a mão direita logo abaixo do rebordo costal direito, empurrando o
fígado e soltar rapidamente em seguida, com o cuidado de manter os dedos
posicionados na parede abdominal. Quando a manobra é positiva, é possível
sentir o retorno do fígado de encontro aos dedos do examinador, dando a
sensação que o fígado está “mergulhado” na ascite.
OBS: em caso de hepatomegalia, esta deve ser classificada em leve (até 2 dedos
transversos do rebordo costal direito), moderada (3 ou 4 dedos transversos) ou importante
(mais de 4 dedos transversos).
5. Baço: para melhor acesso a este órgão, utilizamos a posição de Schuster (paciente em
decúbito lateral direito, com o braço esquerdo flexionado e apoiado atrás da cabeça, perna
direita estendida e perna esquerda flexionada, com o joelho esquerdo apoiado na cama).
A palpação é realizada através da manobra de Lemos-Torres, desta vez iniciando na FIE
e indo em direção do ponto esplênico. Também é possível utilizar a técnica de Mathieu
(com o paciente em decúbito dorsal), sendo esta será a única situação durante todo o
exame físico em que o examinador ficará à esquerda do paciente. Habitualmente o baço
não é palpável. Para que esteja acessível à palpação este deve estar ao menos duas
vezes o tamanho normal.
OBS: em caso de esplenomegalia, deve ser utilizada a classificação de Boyd.
Prof. Dr. Estevão Tavares de Figueiredo 3
Fundação Educacional de Penápolis – FUNEPE
Curso de Medicina – Disciplina de Semiologia em Clínica Médica