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EXAME FÍSICO DO ABDOME

Monitoria 5º Período| Isabella Bastos | Dúvidas: 988911575

1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Divisão anterior do abdome:

OBS: A divisão em 9 regiões é mais vantajosa pela maior precisão da localização de um


achado do exame físico.
Divisão posterior do abdome:

2. SEQUÊNCIA DO EXAME
 Inspeção;
 Ausculta;
 Percussão;
 Palpação;

3. INSPEÇÃO
Estática:

Observar o abdome examinando o tipo de abdome (forma), presença de cicatrizes,


abaulamentos na parede ou herniações, alterações na pele, presença de circulação colateral,
depressões e movimentos peristálticos.

Sinal de Cullen = Equimose periumbilical (sugestivo de hemorragia no retroperitôneo, que


pode ter como causa Pancreatite Aguda).

Sinal de Grey-Turner = Equimose em flancos (sugestivo de hemorragia no retroperitôneo, que


pode ter como causa Pancreatite Aguda).

Dinâmica:

Manobra de Valsalva = Pedir para paciente que expire contra a face posterior da mão, não
deixando escapar ar => Isso aumenta a pressão intra-abdominal => Permitindo a visualização
de herniações.

Manobra de Smith Bates = Pedir para paciente contrair a musculatura abdominal (Se a massa
visível desaparece = indica que está abaixo da parede abdominal / Se permanecer visível e
palpável = indica que é massa da parece abdominal, p. ex. lipoma, ou que há enfraquecimento
ou falha na musculatura abdominal, hérnias).
4. AUSCULTA
 Deve ser feita antes da percussão e da palpação, porque alteram os ruídos
peristálticos;
 Objetivos: avaliar a motilidade intestinal, avaliar a presença de sopros vasculares e
a presença de atritos;
 Ruídos Hidroaéreos (RHA):
- Normal = 5 – 34 ruídos/min.

- Aumentado = Acima de 34 ruídos/min. Comum na “peristalse de luta” quando o


intestino tenta vencer uma obstrução intestinal e também nos casos de diarreia.

- Diminuído = Abaixo de 5 ruídos/min. Pode ser encontrado nas fases tardias de


obstrução intestinal e quanto se tem peritonite.

- Ausente = Não se ausculta ruídos. Comum nos casos de íleo paralítico.

- Iniciar a ausculta no QID seguindo no sentido horário. 1 min por quadrante.

- Para dizer que há ausência de ruídos deve-se auscultar por no mínimo 5 min em
cada quadrante.

 Sopros vasculares:
- Sopros Aórticos = Podem ser audíveis desde o apêndice xifóide até a cicatriz
umbilical.
- Sopros Renais = As artérias renais emergem da aorta na altura da região mediana
entre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical, logo os sopros (se presentes) podem
ser audíveis nessa altura +/- 2 cm para direita e para esquerda.
- Sopros Ilíacos = Região de fronteira entre as fossas ilíacas e o hipogástrico.
- Sopros Femorais = Próximo ao ligamento
inguinal.
- OBS: Sinal de Cruveilhier-Baumgarten =
presença de sopro venoso (zumbido) em cima
da circulação portal do tipo cabeça de
medusa na região umbilical.
 Atritos (hepato-esplênicos):
- Auscultar no QSD e QSE.
- É uma inflamação da superfície peritoneal
do órgão.
- Possíveis causas: Tumores hepáticos e
Infartos esplênicos.

5. PERCUSSÃO
 Percutir os 4 quadrantes, no sentido horário,
começar sempre no quadrande oposto ao
quadrante no qual o paciente refere dor (3 a 4
percussões por quadrante);
 Normal = Timpanismo em quase todo o abdome (exceção do HD por causa do
fígado que é uma víscera maciça, logo o som na percussão é maciço);
 Causas de macicez no abdome: vísceras aumentadas (esplenomegalia), tumor
ovariano, distensão da bexiga, útero gravídico, ascite, fezes e demais tumores;
 Sinal de Joubert = Timpanismo no HD (sugestivo de pneumoperitônio);
 Sinal de Torres-Homem = Dor localizada à percussão hepática (característico de
abscesso hepático);
 Hepatimetria:
- Visa determinar o comprimento vertical dos lobos direito e esquerdo do fígado (LD
= 6-12 cm; LE = 4-8 cm);
- Lobo direito: Percutir na altura da linha hemiclavicular direita de cima para baixo,
iniciando +/- na altura do torax (5º/6º EIC). Inicialmente o som é timpânico, continua
percutindo até ele se tornar submaciço (marcar esse ponto => seria a borda superior
do fígado), continua percutindo até o som se tornar timpânico novamente (marcar
esse ponto => seria a borda inferior do fígado).
- Lobo esquerdo: Fazer a percussão do mesmo jeito do LD, só que a nível da linha
paraesternal.
 Exame do Baço:
- Órgão localizado no espaço de Traube.
- Tem como limites:
* Superior = 6º EIC esquerdo.
* Inferior = Rebordo costal.
* Lateral direito = Linha axilar anterior.
* Lateral esquerdo = Apêndice xifóide e Lobo hepático esquerdo.
- Normal = Timpanismo.
- Macicez no espaço de Traube pode ser decorrente de esplenomegalia, estômago
cheio, fecaloma, adenocarcinoma gástrico, situs inversus, extenso derrame
pleural à esquerda.
 Pesquisa de ASCITE:
a) Sinal do Piparote (> 3 L) = Colocar a mão esquerda no flanco esquerdo e com o
dedo médio da mão direita golpear o flanco direito. Positivo se sentir a onda de
choque. OBS: Não colocar a mão do paciente para sensibilizar o teste.
b) Semicírculos de Skoda (1 – 3 L) = Paciente em decúbido dorsal ou em posição
ortostática (melhor nessa segunda). Percutir verticalmente o abdome de cima
para baixo, marcar os pontos de transição entre o som timpânico e o maciço.
Positivo se formar um semicírculo com a concavidade voltada para a região
epigástrica.
c) Macicez móvel ou de decúbito (300mL – 1L) = Colocar o paciente em DLE.
Realizar a percussão do flanco esquerdo. Manter a mão no mesmo local
enquanto muda o paciente para a posição de DLD. Realizar novamente a
percussão no flanco esquerdo. Positivo se na primeira percussão o som foi
maciço e na segunda foi timpânico. Se na segunda percussão o som for maciço
sugere a presença de massa fixa.
d) Sinal da “Poça” (< 300 mL) = Colocar o paciente em posição genupalmar.
Percutir o centro do abdome (região periumbilical). Positivo se percutir macicez
nessa região.
e) Toque retal (< 300mL) = É o mais sensível de todos.

6. PALPAÇÃO
 Superficial X Profunda;
 Palpação do Fígado:
- Manobra de Lemos Torres (Bimanual) = Mão esquerda no flanco direito realizando
força para cima. Com a mão direita forçar os dedos sob o rebordo costal durante a
expiração e palpar durante a inspiração.

- Manobra de Mathieu (em “garra”) = Examinador voltado para os pés do paciente.


Com os dedos fletidos em “garra” sobre o rebordo costal, forçar durante a expiração
e palpar durante a inspiração.

 Palpação da Vesícula biliar:


- Normalmente não é palpável.

- Utiliza-se as mesmas técnicas de palpação do fígado.

- Sinal de Courvoisier-Terrier = Vesícula biliar palpável, distendida e indolor


(possível CA de cabeça de pâncreas).

- Sinal de Murphy = Posicionar a face radial da mão direita no ponto cístico.


Aprofundar a mão durante a expiração. Positivo se o paciente interromper a
inspiração devido a dor (sugestivo de colecistite).

- Ponto cístico = Existe duas formas de determinar o ponto cístico. 1ª => Ele fica
localizado na intersecção entre uma linha horizontal traçada no rebordo costal direito
e a linha hemiclavicular direita. 2ª => Traçando um bissetriz da cicatriz umbilical em
direção o rebordo costal direito, ele fica localizado na intersecção dessa bissetriz
com a linha hemiclavicular direita.

 Palpação do Baço:
- Normalmente não é palpável.
- Utiliza-se as mesmas técnicas de palpação do fígado com o paciente na posição
de Shuster (OBS1 = Na manobra de lemos torres palpar o baço no sentido medial
– lateral / OBS2 = Na manobra de mathieu o examinador deve relizar a técnica
estando no lado esquerdo do paciente).
(OBS: No baço não recebe esses nomes de “manobra de lemos” e “manobra de
mathieu”, apenas a técnica que é a mesma)
- Posição de Shuster = Paciente em DLD,
com a perna esquerda fletida com o joelho
esquerdo apoiado sobre a mesa do exame e
o braço esquerdo apoiado na cabeça.
(Para o Prof. Artur: O braço direito fica
apoiado na cabeça e na mesa do exame e
não o esquerdo)
 Palpação do Rim:
- Manobra de Israel = Paciente em decúbito
lateral ao rim oposto que se deseja palpar. (Prof. Artur utiliza mais essa manobra)
- Método de Guyon = Paciente em DD.
- Em ambos os métodos a cima a técnica é: Para o rim direito = colocar a mão
esquerda do examinador na região lombar a nível do flanco direito exercendo uma
pressão para cima. A mão direita deve ser posicionada anteriormente a nível do
flanco direito deprimindo anteriormente a parede abdominal. Para o rim esquerdo =
a mão esquerda realiza a palpação na parede anterior do abdome e a mão direita é
aplicada na região lombar.
- Método de Goelet = Com o paciente em ortostase, flete-se o joelho do lado que se
deseja palpar, apoiando-o sobre uma cadeira. Faz-se uma tração anterior com uma
das mãos enquanto a outra é usada na tentativa de palpar o pólo inferior do rim.
 Manobras especiais:
a) Manobra de descompressão brusca = Compressão da região abdominal seguida
de liberação súbita. Positivo quando o paciente refere dor na descompressão
súbita (sugestivo de peritonite).
b) Sinal de Blumberg = Dor a descompressão brusca no ponto de Macburney
(sugestivo de apendicite). Ponto de Macburney = Traçar uma linha entre a
cicatriz umbilical e a crista ilíaca direita, dividir em 3 terços, entre o terço médio
e o terço lateral direito é o ponto de Macburney.
c) Sinal de Rovsing = Palpar o QIE deslocando o conteúdo gasoso em direção o
ceco. Positivo se o paciente referir dor no QID (sugestivo de apendicite).
d) Sinal do Psoas = Paciente em DLE, o examinador realiza hiperextensão do MMII
direito. Positivo se o paciente referir dor no QID (sugestivo de apendicite).
e) Sinal de Lapinski = Dor a palpação na FID quando o MMII direito é estendido e
elevado (sugestivo de apendicite).
f) Sinal do Obturador = Paciente em DD. Realizar a flexão da perna direita seguido
de rotação interna do quadril (pé para fora e joelho para dentro). Positivo se o
paciente referir dor na região hipogástrica (sugestivo de apendicite).
g) Sinal de Dunphy = Dor em FID que piora com a tosse (sugestivo de apendicite).
h) Sinal de Lenander = Diferença entre a temperatura axilar e a retal > 1°C
(sugestivo de apendicite).
i) Sinal de Giordano = Dor a punho percussão nas lojas renais. Uma mão
espalmada e com a outra percutir com a face ulnar da mao. Se positivo é
sugestivo de pielonefrite.

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