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Exames – Prova Prática de Pediatria II

Neurológico, respiratório, cardiovascular, abdome, genital e locomotor


Víctor Vilas-Boas e Letícia Montes 151

I. Neurológico
a. Testar 3 nervos cranianos e falar a função deles
 NCIII – Oculomotor: responsável pela movimentação extrínseca dos olhos. É realizado apoiando a
cabeça do paciente para que fique imóvel e pedindo para que ele acompanhe um objeto com os olhos.
 NCVII – Facial: inerva musculatura da mímica. Pedimos pro paciente sorrir, fechar os olhos e enrugar
a testa
 NCXII – Hipoglosso: responsável pela movimentação da língua. Pedimos ao paciente para que ele
movimente a língua para um lado, para o outro e faça uma protrusão.

b. Testar os 3 sinais meníngeos (que ocorrem na meningite)


São reações de defesa contra a dor provocada pelo estiramento das raízes nervosas
 Rigidez na nuca: com o paciente deitado, colocamos a mão em sua nuca e tentamos realizar uma
anteflexão, de modo que o queixo encoste no tronco. Se houver resistência no movimento, o sinal é
positivo.
 Sinal de Brudzinski: ocorre flexão involuntária dos mmii durante a pesquisa de rigidez na nuca
 Sinal de Kernig: com paciente ainda em decúbito dorsal, fletimos a coxa sobre a bacia e em seguida
fazemos a extensão da perna. Caso o paciente flexione o joelho, impedindo o movimento e se queixe
de dor, o sinal é positivo.

c. Como o paciente reagiria no exame alterado: já falado. Há resistência ao movimento e paciente sente
dor. Videozinho top em https://www.youtube.com/watch?v=YBrp77-nlVE

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II. Respiratório
a. Inspeção

 Forma (normal, tonel, cifótico, infundibular, cariniforme)


 Expansibilidade do tórax
 Padrão respiratório (abdominal ou torácico)
 Ritmo
 Esforço respiratório – expressão facial angustiada, “buscando ar”
 Batimentos de asas nasais
 Frequência respiratória
 Tiragens intercostais
 Dedos em baqueta de tambor
 Unhas em vidro de relógio
b. Palpação

 Frêmito tóracovocal – palpar com a mão espalmada, de cima


para baixo, comparando os dois hemitórax (falar 33)
 Expansibilidade – é aquele de colocar as duas mãos e pedir pra fazer inspiração profunda
 Palpação da traqueia

c. Percussão – percutir o tórax posterior de cima para baixo, comparando os dois hemitórax

 Som claro pulmonar


 Hipersonoridade: aumento da relação entre ar e tecido (ex: enfisema, pneumotórax, abscessos, ...)
 Maciez: redução da relação ar e tecido (ex: pneumonia, derrame pleural, edema pulmonar, ...)

d. Ausculta – aquecer a parte do estetoscópio que vai tocar a criança

 Sons pulmonares normais:


o Bronquial – audível na traqueia
o Broncovesicular – audível nas vias aéreas distais (predomina em quase todo o tórax)
o Vesicular – mais audível na região apical

e. Sons anormais na ausculta – observar em qual fase da respiração é audível

 Sibilos (cheira) - são sons musicais, contínuos, produzidos por oscilações nas paredes aéreas
estreitadas.
o Asma (estreitamento difuso das vias aéreas)
 Roncos
 Crepitações - são sons descontínuos produzidos pelo movimento do ar através de secreções ou na
equalização da pressão dos gases, na abertura ou no fechamento súbito das vias aéreas
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 Estridor - é causado por oscilações nas vias aéreas extratorácicas estreitadas, sendo audível
durante a inspiração
 Atrito pleural - ocorre quando há acometimento da pleura, causando vibração audível na inspiração
e na expiração.
 Gemidos - é um som produzido pela adução das cordas vocais, com objetivo de gerar pressão
positiva ao final da respiração e limitar o colapso alveolar.
o Doença da membrana hialina; bebês prematuros com deficiência de surfactante

OBS.:
https://www.youtube.com/watch?v=q65b1082xP8 ->alguns sons
https://www.youtube.com/watch?v=OA9jzo_fDV4 -> tem 10 minutinhos, mas eu achei bonitinho

Características semiológicas especificas


Inspeção Palpação Percussão Ausculta
(FTV)
Asma Tiragem N ou reduzido Hipersonoro MV reduzido; sibilos; aumento na
expiração
Consolidação Exp. reduzido Aumentado Maciez Som bronquial; crepitações finais
Derrame Exp. reduzido Reduzido Maciez MV reduzido
pleural
Pneumotórax Exp. reduzido Reduzido Hipersonoro MV reduzido

Bônus:
Tórax atípico e simétrico, expansibilidade basal e apical normais, frêmito tóraco vocal preservado em HTD
e HTE.
Som claro pulmonar.
Sons respiratórios normais, com ausência de crepitações, sibilos, roncos, sopros e atrito pleural.
- É da minha clínica, mas resolvi colocar aqui

OBS da PROVA: O monitor provavelmente estará de roupa!!! O ideal para fazer o exame do sist.
Respiratório e cardiovascular é sem a roupa.
 Não é necessário fazer o monitor tirar a roupa, apenas falar que o ideal seria tirar ta ok 
 Aproveitando pra lembrar que tem que “lavar a mão” antes de começar também
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III. Cardiovascular
a. Inspeção:
 Avaliar ictus cordis visível

b. Palpação
 Palpar ictus cordis (Ictus cordis delimitado, palpável tipo choque valvar no 5º espaço intercostal
esquerdo na linha hemiclavicular)
 Palpar pulsos (Pulsos periféricos palpáveis, rítmicos e simétricos)

c. Ausculta – Examinar cada foco falando sua localização


 Aórtico: 2º ei direito
 Pulmonar: 2º ei, na borda esternal esquerda
 Aórtico acessório: 3º ei esquerdo entre o pulmonar e o tricúspede
 Tricúspede: 5º ei, na borda esternal esquerda
 Mitral: 5º ei, na linha hemiclavicular  coincide c/ ictus

d. Descrição das bulhas:


 Se houver apenas B1 e B2: À ausculta observa-se ritmo cardíaco regular em 2 tempos, bulhas
normofonéticas, sem desdobramentos ou sopros.
 Se houver B1 e B2 com desdobramento: ritmo cardíaco regular, em 2 tempos com desdobramento
fisiológico de B2 presente.
 Se houver B1, B2 e B3: ritmo cardíaco regular em 3 tempos, sem desdobramentos ou sopros
 Se houver B1, B2 e sopro: ritmo cardíaco regular em 2 tempos com presença de sopro sistólico/
diastólico

Bônus:
Ictus não visível e não palpável.
Ritmo cardíaco regular em dois tempos, com bulhas normofonéticas e ausência de desdobramentos, sopros,
cliques, estalidos e atrito pericárdio.
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IV. Abdome
a. Inspeção
 Tipo de abdome (plano, globoso, batráquio, escavado ou assimétrico)
 Hérnia umbilical
 Cicatrizes
 Respiração abdominal (comum em crianças de até 7 anos; nas mais velhas pode ser vista quando
em decúbito dorsal)

b. Ausculta – 2 a 3 minutos em cada quadrante quando o ruído não for evidente


 Ruídos hidroaéreos (geralmente é possível ouvir em até 30 segundos)
 Peristaltismo
 Sopro (raro: coarctação de aorta ou estenose de artéria renal)

c. Palpação superficial – iniciar pelo quadrante inferior esquerdo e caminhar em sentido anti-horário.
Importante observar as expressões faciais do paciente.

d. Percussão
 Espera-se encontrar predominantemente som timpânico (inclusive no espaço de Traube)

e. Palpação profunda – utiliza-se uma mão sobre a outra: a superior faz pressão e a inferior sente
 Possível achado: massa (fecaloma, bolo de Ascaris, invaginação intestinal, tumor, ...)
 Ponto de McBurney (união entre o terço externo e o terço médio da linha que une o umbigo à
espinha ilíaca anterossuperior): dor nesse local é indicativa de apendicite
 Sinais importantes:
o Sinal de Blumberg: dor intensa com a descompressão do abdome
o Sinal de Rovsing: consiste em comprimir a fossa ilíaca esquerda no sentido do cólon ascendente
com o objetivo de deslocar gases para o apêndice, verificando o surgimento de dor
o Sinal do psoas: consiste em levantar a coxa direita sobre o joelho contido pelo examinador,
verificando o surgimento ou não de dor no apêndice
o Sinal do obturador: consiste em fazer uma rotação interna da coxa direita na altura do quadril
com o joelho flexionado, verificando o surgimento ou não de dor no apêndice

f. Fígado – delimitado superiormente pela transição entre o som pulmonar claro e o som macio do órgão;
inferiormente, deve ser delimitado pela palpação.
 Deve estar: elástico, macio, com borda fina e indolor
 Palpável durante o primeiro ano de vida (até 2 cm) / a professora disse que era até 2
anos

g. Baço
 Palpação na posição intermediária de Schuster: coloca o paciente entre o decúbito lateral direito e o
dorsal (o paciente fica inclinado, então você tem que segurar/fazer um apoio com a sua mão), com a
mão esquerda sobre a nuca. Nessa posição, há relaxamento da parede do hipocôndrio esquerdo e
o baço é deslocado para direita.

Bônus:
Abdome plano, sem abaulamento e retração, normotenso, ausência de dor e massas a palpação superficial
e profunda. Ausência de fígado e baço palpáveis.
Timpanismo abdominal difuso. Traube livre.
Ruidos hidroaéreos presentes
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V. Genital
Dê diagnóstico e conduta de:

a. Fimose: Se não houver resolução espontânea até os 3 anos, tratamento com cremes esteroides ou
cirúrgico (postectomia)

b. Parafimose: lubrificação e tração do prepúcio para frente. Em raros casos é necessário realizar uma
pequena incisão para aliviar a tensão

c. Balanopostite: ATB + corticoide tópico

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d. Hipospádia: tratamento cirúrgico

e. Epispádia: tratamento cirúrgico

f. Criptoquirdia: tratamento cirúrgico ou hormonal g. Hímen imperfurado

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VI. Locomotor
Dê diagnóstico e conduta de:

a. Pé torto congênito: tratamento nas primeiras semanas de vida pelo método de Ponseti (alongamentos
seguidos de colocação de gesso)
O método de Ponseti tem alcançado um resultado efetivo e que busca evitar intervenções
cirúrgicas. Consiste em manipulações gessadas e seriadas, secção percutânea do tendão do
calcâneo e uso de órtese de abdução. O tratamento inicia nos primeiros dias de vida e dura
aproximadamente 4 meses. A adução e o varismo geralmente são corrigidos no 4º gesso e
somente após essas duas correções deve-se iniciar a correção do equino na parte posterior
do pé.

b. Pé plano: fisioterapia e sapatos ortopédicos

c. Geno varo: fisioterapia e sapatos ortopédicos

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d. Geno valgo: fisioterapia e sapatos ortopédicos

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