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Temas:
A) Patologia Pleural
1. Derrame Pleural
2. Pneumotórax
B) Drenagem Torácica
C) Tumores Torácicos
1. Cancro do Pulmão
Referências:
- Artigos do Moodle
- PowerPoints das aulas de CT e Pneumo
- Apontamentos do estágio no HSM Inês Cordeiro ♡
INTRODUÇÃO
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MAPA DE GRUPOS DE NODOS LINFÁTICOS
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FISIOLOGIA DO E SPAÇO PLEURA L
Se existir um “buraco” na parede torácica, pela pressão negativa existente, entra ar;
Líquido pleural:
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Líquido Pleural normal:
Volume < 1mL
Proteínas em concentrações semelhantes ao líquido intersticial
Número pequeno de células (mesoteliais, macrófagos, linfócitos)
LDH
Níveis mais elevados de bicarbonato ( comparando com o soro)
Níveis mais baixos de sódio ( comparando com o soro)
Níveis semelhantes de glicose ( comparando com o soro)
pH 7,6
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A) PATOLOGIA PLEURAL
As patologias mais frequentes da pleura são:
1. DERRAME PLEURAL
2. PNEUMOTÓRAX
1. DERRAME PLEURAL
CLASSIFICAÇÃO
FISIOPATOLOGIA
Lei de Starling Princípio que regula a formação dos transudados: pressão hidrostática
ou pressão oncótica saída de líquido.
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DIAGNÓSTICO
MCDTs
Radiografia do tórax (1º exame) – PA e lateral:
o Opacificação;
o PA – só tem alterações se derrame 200ml;
o Desvio do mediastino para lado contralateral (se >4L);
o Derrames loculados (coleções de líquido encarceradas
por aderências pleurais ou dentro de fissuras
pulmonares).
TC: É melhor pedir sempre antes de picar; ver em janela de pulmão assim como de
mediastino (para despistar massas).
Químico
Microbiológico
Micobacteriológico
Citológico
1
Em geral, os únicos pacientes que não necessitam de toracocentese são os que têm insuficiência
cardíaca com derrame pleural simétrico e sem dor torácica ou febre. Nesses pacientes, pode-se tentar a
diurese e evitar a toracocentese, a menos que o derrame persista por ≥ 3 dias.
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Critérios de Light – Permitem o diagnóstico de um transudado ou exsudado:
Transudado Exsudado
Consideramos que existe exsudado caso um dos critérios de Light seja positivo (e.g. se há
presença de proteínas no LP, estamos na presença de um exsudado);
Outros parâmetros:
Transudado Exsudado
Podemos ainda adicionar outras medições que nos ajudam no diagnóstico diferencial2:
o + Triglicéridos Quilotórax;
2
Deve-se avaliar sempre: proteína total, LDH, contagem diferencial de células, coloração de Gram e
cultura de bactérias aeróbias e anaeróbias. Outros exames (glicemia, citologia, marcadores de
tuberculose [adenosina desaminase ou interferão-γ], amilase, culturas e colorações micobacterianas e
fúngicas) são utilizados em condições clínicas apropriadas.
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o Colesterol alto Infeção, quilotórax (apesar do diagnóstico ser feito pela presença de TGs
na presença de quilomicrons).
NOTA: O metabolismo das gorduras passa muito pela circulação linfática (principalmente
o LDL) e o colesterol não vai todo para o fígado. Um derrame com volume muito grande
num doente que está em dieta zero, podemos medir o colesterol e os linfócitos para
perceber se:
o Se o gradiente de albumina no sangue for muito alto, apesar dos critérios de Light serem
relativamente baixos, podemos estar na presença de um pseudo-exsudado tem 2
componentes; podemos ter um componente de IC com aumento do estado pró-
inflamatório;
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DERRAME PLEURAL MALIGNO
ETIOLOGIA
O cancro que mais metastiza para a pleura é o do pulmão no homem e o da mama na
mulher, contando estes 2 com 50-65% dos casos de derrame pleural maligno;
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A maior parte dos casos são sintomáticos (75%):
TRATAMENTO
Depende dos sintomas, do performance status do doente, do tumor primário e da sua resposta à
terapêutica sistémica e do grau de reexpansão pulmonar após drenagem de fluido pleural.
Aspiração pleural: Alto risco de recorrência dentro de 1 mês, por isso, não é recomendada
se a esperança de vida for >1 mês.
Drenagem intercostal: Deve ser seguida por pleurodese para prevenir recorrência, exceto
se o pulmão estiver significativamente encarcerado.
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Fibrinolíticos intrapleurais: Para aliviar a dispneia.
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1.1. INFEÇÃO PLE URAL
FISIOPATOLOGIA
Mais de 57% dos doentes com pneumonia desenvolvem derrame pleural, mas se for
realizada precocemente antibioterapia adequada, o derrame normalmente resolve-se.
2. Fase Fibrinopurulenta:
Proliferação de fibroblastos;
Folhetos pleurais grossos encarceramento pulmonar, impedindo a
reexpansão função pulmonar;
Exsudado purulento com pH<7.2, glicose<2.2 mmol/L e LDH>1000 IU/L.
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* Empiema é a presença de pus dentro do espaço pleural.
NOTA: Os empiemas são mais comuns nos homens do que nas mulheres.
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MICROORGANISMOS DE INFEÇÃO PLEURAL
FATORES DE RISCO
Semelhantes aos da pneumonia
DM
Imunossupressão, incluindo uso de corticosteroides
Refluxo gastroesofágico
Consumo exagerado de álcool
Abuso de drogas EV
História de aspiração ou higiene oral pobre infeção anaeróbia
Intervenções pleurais, cirurgia torácica ou esofágica, trauma, perfuração esofágica
infeção iatrogénica
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DIAGNÓSTICO
CLÍNICO:
Para doentes com PAC, o tempo médio de melhoria da FC e da PA é de 2 dias; para
melhoria da temperatura, da FR e da SaO2 é de 3 dias;
Se PCR não cai para 50%, está associado a mau prognóstico e aumento da incidência de
empiema deve-se voltar a avaliar, incluindo repetição de radiografia do tórax;
Hemoculturas para aeróbios e anaeróbios devem ser feitas em todos os doentes com
suspeita de infeção pleural.
MCDTs:
Abordagem inicial:
Um derrame pleural pode ser óbvio na radiografia de tórax e a coexistência de infiltrados
pulmonares e fluido deve alertar para a possibilidade de coleção parapneumónica;
o Incidência lateral no Raio X pode conformar derrame não visível num PA;
Ecografia é melhor para investigação, uma vez que determina o local exato da coleção de
fluido e guia a toracocentese diagnóstica; no entanto, ao contrário do Raio X, a eco não
está disponível rotineiramente em ambientes de ambulatório; portanto, para fins de
monitorização/ acompanhamento, a radiografia continua a ser a 1ª escolha de
investigação imagiológica.
TC:
TC com contraste importante em caso de dúvida ou se suspeita de anormalidade
subjacente ao empiema ou potencialmente à sua causa (e.g. perfuração esofágica,
carcinoma broncogénico);
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Pode ajudar a diferenciar um empiema de um abcesso pulmonar parenquimatoso e pode
também ajudar a formular decisões acerca de drenagem, fornecendo orientação para o
dreno e determinação do seu posicionamento subsequente e sucesso das tentativas de
drenagem, e a necessidade de intervenção cirúrgica;
o Os abcessos pulmonares
apresentam frequentemente
um limite indistinto entre o
parênquima e a coleção.
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O LP de derrames parapneumónicos ou empiema é um exsudado
inflamatório e os valores absolutos das proteínas do LP não têm valor na
determinação da probabilidade de resolução espontânea do derrame ou
dos requisitos de drenagem torácica;
Doente com infeção pleural que requer drenagem torácica vai desenvolver
acidose do LP associada a LDH e glicose o pH<7,2 é o indicador mais
poderoso para prever a necessidade de drenagem torácica;
NOTA: Calcificação residual, espessamento dos tecidos extrapleurais e fibrose pleural podem surgir
após a resolução do empiema.
COMPLICAÇÕES
Fibrotórax – Extensa fibrose pleural; a descorticação cirúrgica pode trazer benefícios
sintomáticos
Calcificação pleural
Fístula broncopleural
Empiema de necessidade/ Fístula pleuro-cutânea
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TRATAMENTO
ANTIBIOTERAPIA
Todos os doentes devem fazer antibioterapia dirigida ao perfil bacteriano;
Quando possível, a escolha dos ABs deve ser guiada pelas culturas de LP e de sangue;
Macrólidos não são indicados, a menos que haja evidência objetiva ou um alto índice
clínico de suspeita de patogenos "atípicos";
A administração inicial pode ser EV, mas pode alterar para oral assim que haja melhorias.
PROFILAXIA TOMBÓTICA
Todos os doentes com infeção pleural estão em risco elevado de desenvolver TEP e devem
receber uma adequada profilaxia com heparina, a não ser que seja contraindicada.
FIBRINOLÍTICOS INTRAPLEURAIS
Não há indicação para uso rotineiro.
NUTRIÇÃO
Nutrição adequada deve ser assegurada;
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INDICAÇÕES PARA DRENAGEM PLEURAL:
Presença de líquido francamente purulento ou fluido turvo na aspiração pleural;
Derrames não-purulentos grandes podem ser drenados por aspiração e/ou dreno torácico
se necessário para tratamento sintomático benéfico.
NOTA: Derrame parapneumónico que não se enquadra em nenhum destes critérios para
drenagem pode ser tratado com antibioterapia, desde que o processo clínico seja bom quando
o progresso clínico não é favorável durante a antibioterapia, deve ser feita uma revisão do doente,
Drenagem Torácica:
Um cateter de pequeno calibre (10-14F) é adequado para a maioria dos casos de
infeção pleural; no entanto, não há consenso acerca do tamanho ideal (no Hospital de
Santa Marta, usa-se o de 24F);
A inserção do dreno torácico deve ser realizada sob orientação por imagem, sempre
que possível.
Apropriado se:
o Não borbulhar (se se tirar o dreno enquanto ainda borbulha, pode levar a pneumotórax);
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NOTAS:
Atraso na drenagem pleural está provavelmente associado a aumento da morbilidade, da
hospitalização e pode levar a aumento da mortalidade;
TC-toráx com contraste permite identificar mais precisamente a posição do dreno torácico,
a anatomia do derrame, a presença de espessamento pleural e também pode identificar
obstrução endobrônquica e patologia mediastinal;
Linha mais
esbranquiçada
surge por causa
da fibrose a
formar-se à
volta do líquido
Doentes com sépsis persistente e coleção pleural residual devem ser discutidos com o
cirurgião torácico de modo a considerar todas as opções cirúrgicas disponíveis:
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OPÇÕES TERAPÊUTICAS:
Desbridamento pleural por VATS (video-assisted thoracoscopic surgery) – É cada vez mais
utilizado como terapêutica de 1ª linha;
NOTA: Pode-se ainda fazer omentoplastia ou mioplastia, preenchendo o espaço com um tecido
vascularizado, de modo a “limpar” a infeção mais facilmente.
RESUMO:
DERRAME PLEURAL
COMPLICADO
Derrame Livre
Derrame Septado ou Loculado
(Fase I)
Expansão Pulmonar
Pulmão Encarcerado
(AB) Completa
(Fase III)
(Fase II)
Empiemectomia/ Pleurectomia/
Drenagem Torácica
Desbridamento VATS Descorticação
FOLLOW-UP
O acompanhamento ambulatório com repetição da radiografia de tórax e marcadores
inflamatórios deve ser feito em todos os doentes, geralmente dentro de 4 semanas após a
alta, e o atendimento ambulatório contínuo pode ser necessário por vários meses,
dependendo do progresso;
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2. PNEUMOT ÓRAX
CLASSIFICAÇÃO
Pneumotórax
Espontâneo Traumático
ETIOLOGIA
adjacentes que eram invisíveis com luz branca a obstrução das pequenas vias aéreas,
mediada por um influxo de células inflamatórias, frequentemente caracteriza o
pneumotórax e pode-se manifestar em vias aéreas menores num estadio precoce com
"emphysema-like changes" (ELCs).
Pneumotórax espontâneo primário (PSP) – Doente tende a ser homem, jovem, magro, alto,
fumador (+ canabinoides) o gradiente de pressão pleural negativa aumenta desde a
base do pulmão até ao ápex, por isso, os alvéolos do ápex pulmonar nos indivíduos altos
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são sujeitos a uma pressão significativamente maior de distensão do que aqueles situados
na base do pulmão pensa-se que com o crescimento rápido, os ápices não sejam tão
perfundidos necroses apicais (tabaco também ajuda!) coalescência dos alvéolos
formando bolhas subpleurais apicais.
o Risco de recorrência: 54% nos primeiros 4 anos, com fatores de risco isolados,
incluindo tabagismo, estatura e idade >60anos.
Pneumotórax espontâneo secundário (SSP) – Tipicamente homem, fumador, >55 anos, com
doença pulmonar de base.
DIAGNÓSTICO
Geralmente confirmado por exames de imagem, através dos quais conseguimos saber o
tamanho do pneumotórax. No entanto, a avaliação clínica é fundamental para determinar a
abordagem a seguir, bem como auxiliar o diagnóstico inicial.
SINAIS E SINTOMAS:
Dispneia
Dor pleurítica (faz diagnóstico diferencial com disseção da aorta), que agrava com a
inspiração
Estes 2 sintomas podem ser mínimos ou ausentes (especialmente no PSP) Mais
tempo até à suspeita diagnóstica Risco de edema pulmonar de reexpansão
Tosse (também no derrame pleural)
Assimetria dos movimentos da parede torácica, diminuição do TV, timpanismo
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NOTAS:
IMAGIOLOGIA
Os exames de imagem são utilizados não só no diagnóstico como também na abordagem do
pneumotórax, nomeadamente:
o É recomendada para um
diagnóstico inicial de
pneumotórax;
o Característica diagnóstica
deslocamento da linha pleural;
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2. Radiografia de tórax de perfil – Fornece informação adicional quando a suspeita de
pneumotórax não é confirmada pela incidência PA;
6. TC:
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TAMANHO DO PNEUMOTÓRAX
Na definição da abordagem a seguir, a avaliação clínica é mais importante do que o
tamanho do pneumotórax!!! O tamanho do pneumotórax não se correlaciona bem com
as manifestações clínicas!
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TRATAMENTO
PNEUMOTÓRAX ESPONTÂNEO
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NOTAS:
o Vários estudos mostraram uma taxa de sucesso da aspiração reduzida em doentes com
>50 anos, bem como em doentes com DPOC (provavelmente estes doentes mais velhos
tinham doença pulmonar de base desconhecida);
Doentes sem dispneia podem ser tratados em ambulatório, desde que possam
procurar facilmente ajuda médica caso haja um agravamento dos sintomas;
b) PNEUMOTÓRAX SINTOMÁTICO
Doentes com dispneia e SSP requerem intervenção ativa (aspiração por agulha ou
drenagem):
4
Normalmente, utiliza-se um Abbocath no 2º espaço intercostal (no bordo superior da costela inferior), na
linha hemiclavicular.
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A aspiração por agulha (14-16G) é tão eficaz quanto os drenos
torácicos de grande calibre (>20F) e pode estar associada a
diminuição da hospitalização e do tempo de internamento;
Não dever ser feita por rotina, mas deve ser considerada quando há
5
fuga de ar persistente , com ou sem reexpansão pulmonar
incompleta;
Complicações:
5
O borbulhar contínuo do ar através do dreno torácico após 48h in situ é sugestivo de fuga de ar.
6
Já os sistemas de elevado-volume e alta-pressão podem levar a “air stealing”, hipoxemia e perpetuação
da fuga de ar.
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de ar e um dreno torácico pequeno. Para a grande maioria
dos casos, o tratamento é conservador.
Pneumotórax hipertensivo;
Pneumotórax bilateral.
Se o doente estiver hospitalizado para observação, deve ser dado sempre que
Na presença de uma contínua fuga de ar, o mecanismo pode ser uma redução na
pressão parcial de azoto no espaço pleural em relação ao oxigénio, que é mais
rapidamente absorvido; além disso, um efeito semelhante nos capilares pleurais
cria um gradiente de reabsorção mais favorável.
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PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO (mecanismo de válvula unidirecional):
FOLLOW-UP
Doentes devem ser aconselhados a ir ao hospital em caso de agravamento da falta de ar;
Viagens aéreas e desportos de contacto devem ser evitados até completa resolução;
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TRATAMENTO CIRÚRGICO
Criar uma sínfise entre as duas superfícies pleurais, de modo a evitar recorrência.
o Hemotórax espontâneo;
o Gravidez.
TÉCNICAS CIRÚRGICAS:
7
A toracotomia tem normalmente abordagem póstero-lateral e ventilação de apenas um pulmão (o que
não está a ser abordado).
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Todas as técnicas apresentam os mesmos resultados e a escolha depende muito do cirurgião:
NOTA:
Em doentes com SSP, mas não aptos para cirurgia, devem ser considerados:
CASOS ESPECIAIS
PNEUMOTÓRAX E GRAVIDEZ:
o Se mãe sem falta de ar, sem “fetal distress” e se pneumotórax pequeno (<2cm):
Observação simples;
o Se condições acima não verificadas: Aspiração; Colocação de dreno reservada
para casos de fuga de ar persistente.
Como existe risco de recorrência associado a parto espontâneo ou por cesariana, deve-se
optar por parto assistido eletivo com fórceps ou extração a vácuo, sob anestesia regional
(epidural), em termo ou peri-termo;
Devido ao risco de recorrência em gravidezes futuras, deve ser considerada VATS corretiva
após o parto.
PNEUMOTÓRAX CATAMENIAL:
Entre as mulheres que receberam tratamento cirúrgico por pneumotórax recorrente, 25%
foram diagnosticadas com pneumotórax catamenial;
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Etiologia: Ainda não é compreendida a 100%...
Apresentação clínica:
mulheres jovens;
o Normalmente, no lado direito;
o Recorrência coincidente com o ciclo menstrual;
o Muitos casos associados a endometriose pélvica;
o TES – Síndrome da endometriose torácica:
Pneumotórax catamenial;
Hemotórax catamenial;
Hemoptises catameniais;
Nódulos pulmonares (coloração arroxeada e acastanhada).
o Intervenção cirúrgica:
PNEUMOTÓRAX E HIV:
Grande associação entre HIV e pneumotórax espontâneo (até 40% são bilaterais), sendo o
principal fator etiológico a infeção por Pneumocystis jiroveci (PJP) Alveolite necrosante,
fugas de ar mais prolongadas, falência terapêutica e maior mortalidade;
o Denagem precoce;
o Referenciação cirúrgica: Pleurodese, pleurectomia;
o Tratamento adequado para HIV e pneumonia por Pneumocystis jiroveci.
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O pneumotórax em doentes com HIV é cada vez menos frequente devido às terapêuticas
antirretrovirais e profiláticas para PJP.
Surge mais frequentemente em doentes idosos e com doença pulmonar mais avançada;
PNEUMOTÓRAX IATROGÉNICO:
Etiologia:
o Aspiração com agulha transtorácica (24%), que tem como fatores de risco
principais a profundidade da lesão e a presença de DPOC
o Perfuração de vasos subclávios (22%)
o Toracocentese (22%)
o Biópsia pleural (8%) ou transbrônquica
o Ventilação mecânica (7%)
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B) DRENAGEM TORÁCICA
PREPARAÇÃO PRÉ-PROCEDIMENTOS
Aspiração pleural e drenos torácicos devem ser colocados numa área limpa, usando a
técnica completa de assepsia – 2 aplicações de desinfetante para a pele à base de álcool
com um tempo entre cada aplicação para deixar que a solução seque;
Doentes que tomem anticoagulantes ou com suspeita de coagulopatia devem medir o
INR ou o PT antes destes procedimentos SE NÃO FOR URGENTE esperar até que a o
9
INR <1,5 ou plaquetas >50-99x10 /L Coagulopatia Leve; Se for um Pneumotórax
hipertensivo, deve-se inserir logo um dreno sem esperar pela correção do INR.
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ASPIRAÇÃO PLEURAL (T ORAC OCENTE SE )
COMPLICAÇÕES
Mais comuns: pneumotórax, falha do procedimento, dor e hemorragia;
Mais graves: lesão de órgãos;
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Pneumotórax ex vacuo:
o Ocorre se o pulmão não for capaz de expandir, por exemplo, devido à
obstrução brônquica. Nesta situação, o derrame pleural foi originalmente
TAMANHO DO DRENO
Toracocentese com agulhas de grande calibre devem ser evitadas – aumentam o risco
de pneumotórax e, além disso, se ocorrer uma lesão vascular ou visceral, as agulhas de
grande calibre vão causar mais danos do que uma de pequeno calibre;
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TÉCNICA
a) Toracocentese diagnóstica são retirados 20-50 mL de líquido para enviar para
análise. Não é necessário anestesia local, mas deve ser considerada se se prever
dificuldade para atingir o EP (se o operador for inexperiente ou se o doente tiver uma
FOLLOW-UP
Não é necessário um Raio X Tórax após uma aspiração simples, exceto se:
o Sai ar;
o O procedimento foi difícil;
o Foram precisas várias tentativas;
o Doente teve sintomas.
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DRENAGEM TORÁCICA
DRENO TORÁCICO – tubo que é colocado no espaço pleural para drenar o seu conteúdo
(líquido ou ar) e que permanece até a drenagem estar completa.
CONTRAINDICAÇÕES:
Absolutas: Necessidade de toracotomia
Relativas:
- Coagulopatia
- Bolhas pulmonares
- Adesões torácicas, pulmonares ou pleurais
- Derrame pleural loculado ou empiema
- Infeção cutânea sobre o local de inserção
COMPLICAÇÕES
Se dreno de pequeno calibre:
o Mais frequentes: dor, infeção intrapleural, infeção da ferida, deslocamento do
dreno e bloqueio do dreno;
o Mais graves: lesão visceral.
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PROFILAXIA ANTIBIÓTICA
Não está recomendada para doentes não traumáticos que precisam de drenagem;
Deve ser considerada em caso de:
o Traumatismo penetrante – redução RR empiema e pneumonia;
o Cirurgia – dose pré-operatória.
MATERIAL NECESSÁRIO
Drenos e sistema coletor e conexões
TAMANHO DO DRENO
Pequenos drenos: 1ª linha para pneumotórax (espontâneo e iatrogénico), derrames
pleurais de fluxo livre e infeção pleural;
Drenos de maior calibre: esvaziamento de uma grande quantidade ar, principalmente
no pós-operatório, ou quando um de pequeno calibre falhar;
Pode ser necessário colocar mais do que um dreno para uma drenagem bem-sucedida.
Drenos subsequentes podem ser necessários para drenar loculações separadas ou para
substituir drenos que ficaram bloqueados.
ANALGESIA E SEDAÇÃO
Deve ser considerada analgesia como pré-medicação e deve-se prescrever a todos os
doentes com dreno torácico;
Se for decidida sedação sedação consciente e medição de oximetria de pulso;
o Relatos de casos de reações vaso vagais e morte por estimulação vagal após a
inserção do tubo podem apoiar o seu uso como medicação pré-anestésica.
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COLOCAÇÃO DO DRENO
Técnica asséptica: Os drenos torácicos devem ser inseridos numa área limpa, com
técnica asséptica completa, incluindo aventais, cortinas, luvas estéreis e limpeza da pele.
Anestesia local: Lidocaína 1% deve ser infiltrada antes do procedimento, com atenção
especial à pele, ao periósteo e à pleura.
A agulha é inserida no espaço logo acima do bordo superior de uma costela para evitar
a lesão do feixe neurovascular.
o É prática comum inserir a agulha posteriormente para uma aspiração pleural
mas deve-se ter em conta que o feixe neurovascular pode não ser coberto pelo
bordo inferior da costela nessa posição e, portanto, é considerado mais seguro
uma abordagem mais lateral ou anterior.
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TÉCNICAS PARA COLOCAÇÃO DE DRENOS
Técnica de Seldinger;
Drenos inseridos cirurgicamente também devem ser inseridos usando a técnica romba;
Durante a colocação do dreno torácico, deve-se tentar aspirar o conteúdo pleural com
uma pequena agulha. Se isso não for possível, a inserção do dreno torácico não deve
continuar.
POSIÇÃO DO DRENO
▪ Pneumotórax apical
Havendo dúvidas sobre a posição do dreno torácico, o melhor método para confirmar
ou excluir é a TC tórax;
Um dreno torácico pode ser retirado, mas nunca deve ser mais introduzido infeção!
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SISTEMAS DE DRENA GEM
o É o mais utilizado;
o É um sistema colocado sob água a uma profundidade de 3 cm com uma
abertura lateral que permite saída de ar ou que pode ser conectado a uma
bomba de sucção;
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o Permite ver as bolhas na água quando o pulmão reexpande no caso de
pneumotórax ou a taxa de saída de fluido no caso de empiemas, derrames
pleurais ou hemotórax;
é de 85-95%.
o Há doentes que usam mal a válvula e
pode resultar em pneumotórax
hipertensivo;
o Não podem ser usadas como drenagem de fluidos porque existe o risco de
ficarem bloqueadas.
3. Bolsa de Drenagem
o Tem sido um sucesso no pós-operatório, mas também na prática clínica;
o No caso de drenagem de derrame pleural maligno, está descrito um sistema
fechado que usa uma bolsa de drenagem ou aspiração por meio de uma
derivação de 3 vias.
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CLAMPAGEM E VELOCIDADE DE DRENAGEM
Taxa de drenagem de fluidos e fixação do dreno:
VIGILÂNCIA DO DRENO
Monitorização diária:
▪ Infeção do local de inserção;
▪ Volumes de drenagem;
▪ Dreno oscilante e/ou borbulhante.
Manter frasco de drenagem sempre em nível inferior ao dreno;
Raio X Tórax de 2 incidências diário:
▪ Preferencialmente em ortostatismo;
▪ Não clampar o dreno para transporte nem para imagem.
ASPIRAÇÃO
Nível de aspiração depende da indicação (tipicamente iniciar com -20 cmH2O/ -3 kPa);
Fuga aérea persistente – Aspiração mínima para manter expansão pulmonar total
(cicatrização pleural);
Derrame pleural – Aumentar aspiração de acordo com Raio X Tórax, até atingir
expansão pulmonar ótima;
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Cirurgia – É controverso; pneumotórax no pós-operatório imediato, agravamento de
pneumotórax ou enfisema subcutâneo.
REMOÇÃO DO DRENO
INDICAÇÕES:
COMO?
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C) TUMORES TORÁCICOS
1. Do Pulmão
2. Da Parede Torácica
3 . Do Mediastino
A ) Anterior:
Tumores da tiroide
testicular!)
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1. CANCRO DO PULMÃO
EPIDEMIOLOGIA
ETIOLOGIA
1ª PRIMÁRIO
2ª SECUNDÁRIO/ METASTÁTICO
FATORES DE RISCO:
O agente responsável por mais de 80% dos cancros do pulmão é o TABACO (tanto por
hábitos tabágicos como por exposição ao mesmo):
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A genética e o
tabaco são os
fatores mais
importantes!
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AVALIAÇÃO DO RISCO:
o Próstata
o Rim
o Tiroide
o Hepatocelular
o (…)
Número de metástases:
Única (melhor prognóstico)
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CLASSIFICAÇÃO HISTOL ÓGICA
Carcinoma de
Carcinoma de NÃO pequenas celúlas Grau baixo/ intermédio Alto grau
pequenas células
Carcinoma de
Adenocarcinoma Carcinoide típico grandes células
neuroendócrino
Acinar Carcinoma de
Carcinoide atípico
pequenas células
Papilar
Lepídico
Carcinoma
Pavimentocelular
Carcinoma de grandes
células não diferenciado
Antigamente, a classificação era dividida apenas entre carcinoma de não pequenas células
e carcinoma de pequenas células;
Por vezes, morfologicamente, são muito difíceis de distinguir uns dos outros;
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Normalmente, o carcinoide típico não metastiza, mas tem tropismo para a via aérea,
podendo atingir a carina primária ou secundária. No caso de atingir a carina secundária,
podemos tirá-la e fazer anastomoses; no entanto, se o tumor for mais agressivo, pode ter
de ser realizada uma pneumectomia.
DIAGNÓSTICO
SINAIS E SINTOMAS
Apenas 6% dos doentes estão assintomáticos à data do achado radiológico –
normalmente, a doença é assintomática e só se chega a um diagnóstico quando já tem
sintomas, quando a doença já está bastante avançada e tem pior prognóstico (15-20%
com diagnóstico em estadios precoces – é por isso que só 15-20% dos tumores são
operáveis);
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FATORES CONDICIONANTES DA APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Localização do tumor
Crescimento (central/ periférico)
Disseminação (linfática/ hematogénea)
Libertação de substâncias bioativas (síndromes paraneoplásicos)
Pieira e estridor
Dispneia
Desconforto/ dor torácica
Pneumonia obstrutiva
o Crescimento periférico (adenocarcinoma, carcinoma de grandes células):
Toracalgia (contacto com a pleura)
Tosse
Dispneia
o Compromisso neurológico:
o Compromisso vascular:
55
o Compromisso pericárdico/ cardíaco:
Arritmias
Tamponamento/ derrame
Insuficiência cardíaca
o Compromisso pleural:
Derrame pleural
o Outros compromissos:
Metastização à distância:
1º Osso
2º Cérebro
3º Glândulas suprarrenais
4º Fígado
Mas também: outro lobo ipsilateral, pulmão contralateral, gânglios cervicais, pele.
8
Conjunto de sinais e sintomas que surgem e evoluem na dependência de um tumor maligno, não
relacionados com a invasão direta, obstrução ou efeitos metastáticos.
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MCDTs
o BATT – Biópsia9,10 com agulha transtorácica guiada por TC (a eco usa-se mais no
contexto de derrame pleural)
o Mediastinoscopia
o Toracotomia
9
Massa sólida ressecável não tem indicação para biópsia, é logo excisada.
10
Ver PDL-1 para saber se o tumor é sensível a imunoterapia (apenas em estadio IV e IIIb) – basta ser
positivo para ser sensível, mas quanto mais alto, melhor o resultado.
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CLASSIFICAÇÃO TNM (8ª EDIÇÃO) NOTA:
T – Every
centimetre
counts…
(ESTRUTURAS NOBRES!!!)
58
DIFERENÇAS ENTRE A 7ª E A 8ª EDIÇÕES:
The two most striking changes in UICC TNM 8 are the further subdividing and detailing of
both T and M stages:
The T stage was divided further by splitting T1 into three subgroups based on size (T1a 1
cm, T1b = ]1-2] cm, T1c = ]2-3] cm), this is continued into T2 (T2a = ]3-4] cm, T2b = ]4-5] cm), T3
(]5-7] cm) and T4 (>7 cm).
The T2 category was further enriched by adding the previous T3 classifiers,
atelectasis/pneumonitis and/or involvement of main bronchus, irrespective of distance to main
carina.
Invasion of the diaphragm was found to have a similar prognosis as other T4 tumours and
has therefore been added to this category.
In addition to a further refinement of T stage overall, a number of questions that were left
unanswered in the UICC TNM 7 classification, have now been addressed, and should therefore be
incorporated in a new guideline.
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ESTADIAMENTO (8ª EDIÇÃO)
1. IMAGIOLOGIA
TC TAP (tóraco-abdomino-pélvica) – Ver suprarrenais!!!;
TC crânio-encefálica (o ideal seria RM, mas no SNS é mais rápido e barato a TC).
Realizado por:
Amostras
citológicas; o EBUS: ecoendoscopia brônqui.ca com biópsia de várias estações ganglionares ao
Menos invasivo;
A associação dos 2 longo da árvore traqueobrônquica;
permite maior
o EUS: ecoendoscopia esofágica;
grupo de estações
ganglionares
o Mediastinoscopia (VAM – Video assisted mediastinoscopy) (amostras histológicas):
mediastínicas.
cirurgia com incisão no escavado supraesternal, alcançando as estações
mediastínicas ganglionares traqueais e peri-traqueais. Faz-se linfadenectomia de:
Grupo 7 (subcarinal)
Grupo 4R (paratraqueal inferior direito)
Grupo 4L (paratraqueal inferior esquerdo)
60
Se a probabilidade
pré-teste de ser
positivo for baixa
(N2-N3) (N0-N1)
(N2-N3) (N0-N1)
61
NOTAS:
CPPC:
o Estadio limitado (30-35%) – Envolvimento tumoral limitado a um hemitórax;
o Estadio avançado (65-70%) – Envolvimento tumoral que se estende para além do
hemitórax com extensão regional e/ou à distância.
62
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
Para submeter um doente a uma cirurgia, é importante saber se ele é capaz ou não de
aguentar o procedimento – o doente pode ter indicação cirúrgica e não ter capacidade
para aguentar a cirurgia;
Assim, é fundamental a estratificação do risco passa sempre por uma avaliação geral,
pulmonar e cardiovascular;
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Risco Respiratório:
Se o doente tiver o FEV1 > 80% e a DLCO > 80% não se faz mais nenhum exame;
Se tiver 60-80% e o doente for assintomático, não se faz mais nenhum exame;
Risco Cardiovascular:
Ecocardiograma;
Prova de esforço (ergometria11) VO2 >15% (se for <15%, existe contraindicação
para cirurgia).
NOTA: Se o doente com função cardíaca diminuída for mesmo assim submetido a cirurgia, pode
sofrer um enfarte peri-operatório.
11
A reserva cardiopulmonar vai ser medida pelo consumo máximo de O2 durante o esforço (quanto
mais O2 consumir, maior é a sua reserva). Avalia status cardiorrespiratório do doente.
64
65
TRATAMENTO
Avaliação multidisciplinar
Abstinência de tabaco!!!
Benefícios mesmo quando diagnóstico de cancro do pulmão estabelecido:
o Sobrevivência
o Efeitos colaterais da terapia
o Melhoria global da qualidade de vida
MODALIDADES TERAPÊUTICAS:
Cirurgia
QT
RT
Terapêutica-alvo (tratamento personalizado)
Broncologia de intervenção
Tratamento de sintomas (dispneia, fadiga, dor…)
66
67
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Indicações:
Abcesso num tumor metastizado que tem ainda condições para aguentar a
cirurgia mas que com o abcesso não pode fazer quimioterapia tem
indicação para tratamento do tumor primitivo mantendo as metástases;
Doentes oligometastáticos são doentes que têm doença em estadio IV, mas
Opções cirúrgicas:
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o Lobectomia – Gold standard; se adenocarcinoma 2cm; mortalidade acima dos 80
anos ronda cerca dos 4-7%;
o Pneumectomia – Mortalidade acima dos 80 anos ronda os 14% é proibida
NOTAS:
Estadio IA só cirurgia;
TRATAMENTO PERSONALIZADO
Em todos os doentes com CPNPC em estadio IV, devem ser pesquisadas mutações nos genes:
ALK
EGFR
ROS1
Ligando PD-L1
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GUIDELINES ESMO (2017)
12
Anatomical resection is preferred over wedge resection.
70
13
b) Terapêutica sistémica: Quimioterapia adjuvante (estadios II-III, IB ressecáveis, tumor
primário >4cm).
c) Radioterapia 1ª: Tratamento não cirúrgico de 1ª linha para estadio I, em doentes
13
2 drug combination based in Cisplatin (3-4 cycles 300mg/m2)
71
ATITUDE PREVENTIVA
PROGNÓSTICO
CPNPC
CPPC
Doença limitada: Sobrevida média de 18-20 meses; aos 5 anos = 10%;
RASTREIOS
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