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DERRAME PLEURAL

DR. RUBEN TORRES CÁRDENAS


COORDENADOR CIRÚRGICO DA UPRA
DEFINIÇÃO
• O derrame pleural é uma doença na qual se acumula uma quantidade excessiva de
líquido na cavidade pleural pulmonar. este espaço é delimitado pelas duas pleuras,
pleura visceral que é a membrana interna do pulmão e pleura parietal que é a
camada externa e está em contato com a caixa torácica. Entre os pulmões e a parede
torácica há uma fina camada de líquido, cerca de 10-15 ml, esse líquido é essencial
porque age como um lubrificante entre o tórax e os pulmões quando respiramos, para
evitar o atrito. Falamos de derrame pleural quando o líquido no espaço pleural excede
200-300 ml.

MECANISMOS CAPAZES DE AUMENTAR O FLUXO
DE LIQUIDO AO ESPAÇO PLEURAL 

I. Aumento da pressão hidrostatica na microcirculação sistêmica. 


II. Diminuição da pressão oncotica, plasmatica.
III. Aumento da permeabilidade capilar, pleural. 
IV. Diminuição da pressão no espaço pleural.
• Outros: passagem de liquído da cavidade abdominal para o espaço pleural através de
pertuitos, na superficie do diafragma, ou através de vasta circulção linfatica existente
entre o abdome e o torax.
TIPOS DE DERRAME PLEURAL

• Exsudato, é um líquido turvo ou escuro e também pode conter:


• sangue: é definido como exsudato hemorrágico
• fluido linfático, chamado de quilotórax
• pus: é chamado de empiema
• Transudato, é um líquido tipo água e transparente, claro.
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O FLUIDO
PLEURAL TRANSUDATO E EXSUDATO
• NÍVEL DE PROTEÍNAS TOTAL:
• o exsudato tem um nível de proteína > 30 g/l (gramas por litro);
• o transudato tem um nível de proteína < 30 g/l.
• a relação entre a concentração total de proteína no líquido pleural e o soro:
> 0,5 para o exsudato,
< 0,5 para o transudato.
• a relação dos níveis de ldh (enzima lactato desidrogenase) no líquido pleural
comparado ao soro:
em caso de exsudato é > 0,6, em caso de transudato é < 0,6.
ETIOLOGIA
As causas dependem do tipo de derrame.
• O derrame pleural transudato é causado pela entrada de líquido no espaço pleural devido à uma alteração da
pressão sanguínea nos capilares das pleuras.
no derrame pleural do tipo transudato, os capilares estão intactos.
• Insuficiência do ventrículo esquerdo do coração. ( mais comum)
• Cirrose com acumulação de líquido no abdômen (ascite)
• Hipoalbuminemia (baixa albumina no sangue)
• Diálise peritoneal
Causas menos frequentes
• Hipotiroidismo
• Síndrome nefrótica
• Estenose mitral
• Embolia pulmonar (em 80% dos casos são exsudato, no restante 20% são transudato
ETIOLOGIA

causas raras do derrame pleural transudato


• Obstrução da veia cava superior (geralmente devido a um tumor ou metástase nos
pulmões)
• Pericardite
• Síndrome de hiperestimulação ovariana
• Síndrome de meigs (tumor benigno no ovário, ascite e derrame pleural)
ETIOLOGIA
O derrame pleural exsudativo é causado por perdas nos vasos sanguíneos porque estão
danificados por trauma ou inflamação, no caso do câncer, há uma alteração da drenagem
linfática. A razão principal destas perdas é uma doença pulmonar, o líquido exsudato está
escuro.
causas do exsudato mais frequentes:
1. Pneumonia bacteriana e viral 
 2. Embolia pulmonar
3. Tumor, geralmente o câncer de pulmão em homens e carcinoma  de mama (tumor no
seio) em mulheres. o derrame pleural unilateral é mais frequente em casos de neoplasia.
4. Traumas: cirurgia abdominal e pós-operatório de cirurgias cardíacas (por exemplo,
cerca de metade dos casos de pacientes submetidos à cirurgia de pontagem coronária).
ETIOLOGIA
Causas de exsudato menos frequentes
• Infarto pulmonar
• Doença autoimune, especialmente a artrite reumatoide e o lúpus
• Exposição ao amianto e mesotelioma
• Doenças do rim (uremia)
• Pancreatite
• Complicação de infarto do miocárdio agudo (síndrome de dressler)
• Infeção pulmonar, por exemplo a tuberculose
• Abscesso subfrênico (entre diafragma e fígado)
ETIOLOGIA

Causas raras de exsudato


• Síndrome da unha amarela, caracterizada por unhas amarelas, linfedema, derrame
pleural e bronquiectasias.
• Efeitos colaterais indesejados dos medicamentos (por exemplo, metotrexato,
metisergida, amiodarona, nitrofurantoína, fenitoína)
• Infeção viral (por exemplo o vírus herpes zoster, morbillivirus, etc.)
• Micose.
QUADRO CLINICO

Dor sordo, respiração superficial, tosse não productiva e molesta, calofríos , malestar
geral febricular o febre alta.(pleuresía seca).
Quando se instala o derrame, e quadro adquiere maior intensidade:
 presentando dor ponta de costado a vezes de tipo abdominal.
 a respiração dispneica de acordo com a abundância do líquido e a presença ou não de
lesões parenquimatosas.
 a tosse persiste seca pero molesta e continua.
 si o líquido continúa em aumento o quadro se agrava extraordinariamente passando a
ser o síntoma primordial uma dispneia intensa com cianose e anoxia marcadas.
EXAME FÍSICO

derrames de pequeno volume (500-1 000 ml)


• inspeção: normal.
• palpação: diminuição da expansão respiratória. vibrações vocais diminuidas no
plano posterior basal, não asím no plano axilar e posterior alto.
• percussão: macicez por detrás que não sobrepasa línea axilar posterior.
• auscultação: diminuição do murmurio vesicular e da broncofonía no área de
macicez.
EXAME FÍSICO
derrames de mediano volume, mais de 1 500 ml
 inspeção: abovedamento discreto do tórax. diminução da expansão torácica.
 palpação: diminução da expansão. vibracões vocais abolidas.
 percussão: macicez.(curva de damoiseau, triángulo de grocco, triángulo de garland)
 auscultação: a nivel do derrame ha diminuição muito marcada ou abolição do murmurio
vesicular. Por acima do derrame, o murmurio vesicular e intenso e as vezes ha frotes
pleurais e estertores crepitantes, por congestão pulmonar sobreanhadida. Sinais da
moneda de pitres.
EXAME FÍSICO

derrames de grande volume, mais de 3 000 ml.


 inspeção: abovedamento do tórax. espaços intercostais distendidos. inmovilidade do
hemitórax.
 palpação: ausencia do movimento expansivo. vibracões vocais abolidas
 percussão: macicez em toda a altura do hemitórax, desviação da macicez do
mediastino hacia o lado oposto ao derrame.
 auscultação: abolição do murmurio vesicular, auscultação da voz negativo ou ausente,
sinais da moeda.
 
Radiografia
A primeira etapa do diagnóstico é uma simples radiografia de tórax que mostra:
•Uma opacidade (mancha branca) muito extensa, se o derrame esta à esquerda cobre
o coração, enquanto que se for à direita, cobre o lóbulo inferior direito.
•A margem externa da opacidade é mais alta do que o centro, essa figura é chamada
de menisco pleural. Isso ocorre por capilaridade, ou seja, se um tubo com um diâmetro
muito pequeno for inserido dentro de um líquido, este sobe além do nível do líquido
externo.
 
EXAMES COMPLEMENTARES

ultrassonografia e tomografia computadorizada


• para confirmar a presença de excesso de líquido pleural se executa
uma ultrassonografia, uma tomografia computadorizada ou ambas.
• a ultrassonografia permite quantificar o derrame.
• as calcificações e as placas na pleura podem ser vistas no caso de exposição ao
amianto.
EXAMES COMPLEMENTARES

toracocentese e exame do líquido pleural


• a remoção de líquido para análise é chamado de toracocentese terapêutica .
• uma anestesia local é realizada na área do derrame,
• o cirurgião coleta uma amostra de líquido através de uma agulha.
• a quantidade de líquido removido pode variar de 30 ml até 2 litros.
• em alguns casos, o líquido é removido através da inserção de uma drenagem intercostal na
pleura.
• se o paciente sofre de câncer, o líquido é removido através da inserção de uma drenagem
torácica.
• este procedimento pode durar mais de um dia.
EXAMES COMPLEMENTARES
Interpretação dos resultados do fluido pleural
• aspeto do líquido pleural
se o líquido for turvo, a causa pode ser:
• tuberculose
• trauma (por exemplo, uma fratura das costelas com pneumotórax),
• uma neoplasia.

o derrame de sangue pode ser causado por:


• um tumor,
• um trauma.
•  
EXAMES COMPLEMENTARES
O líquido exsudato semelhante ao leite pode surgir:
• da ruptura de um vaso quilífero (vaso linfático),
• por uma neoplasia (linfoma).
se o derrame contém pus pode ser causado por:
• uma infecção bacteriana,
• um abscesso.
se o ph do líquido for inferior a 6,8, o paciente poderia ter:
• empiema,
• ruptura do esôfago.
 
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL

• Febre q
• Lesões ou hérnias diafragmáticas
• Espessamento ou fibrose pleural
• Atelectasia pulmonar (colapso pulmonar)
• Lesão esofágica. 
TRATAMENTO

• TRATAMENTO DA CAUSA.
Se o derrame é causado pela tuberculose ou outras infecções, o médico prescreve
antibióticos, corticoides (medicamentos à base de cortisona).
Se a causa é o câncer, pode ser necessária a quimioterapia, a radioterapia.
Se o derrame é causado por insuficiência cardíaca congestiva, prescreve-se são os
diuréticos
TRATAMENTO
• Evacuação do excesso de liquido na cavidade pleural

1.Pleurostomia fechada (toracocentese )


2. Pleurotomia aberta
REGRAS QUE OS MEDICOS DEVEM SABER NA ABORDAGEM INSTRUMENTAL DA
PLEURA

1. NÃO RETIRAR VOLUMEN > DE 1500 MLPELO RISCO DE EDEMA PULMONAR DE


REEXPAÇÃO.

2.RETIRAR O LIQUIDO SEMPRE DE FORMA GRADUAL


TÉCNICAS CIRURGICAS PARA O TRATAMENTO DAS
PERTUBAÇÕES DA PLEURA.

• 1.Toracosentese
2.Pleurostomia
3.Cateteter pleural permanente. (dp maligno )
4.Peurodese. (talco ,tetraciclina / doxiciclina,, nitrato de plata, yodo, interferones,
interleuquina-2, y varios agentes quimioterapéuticos) escarificação.
5.Toracotomia. ( clássica ou video assistida )
TRATAMENTO DO DERRAME PLEURAL
RECIDIVANTE

PACIENTES COM PATOLOGIAS MALIGNAS (D.P..M)

1. CATETER PLEURAL PERMANETE .(OPÇÃO UTILIZADA NA ATUALIDADE ).


2. TORACOTOMIA .
MUITO OBRIGADO.

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