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Profa.

Lidia Alice Gomes M M Torres

Doenças pleurais e
do mediastino
Fisiologia do fluido pleural
• Poucos mls de líquido existem entre as pleuras> lubrificante;
• Quantidade: 1-2 mls;
• Conteúdo proteico: 1,5 gr, com albumina > que o plasma
• Artérias sistêmicas suprem a pleura parietal e artérias de
pressão mais baixa a pleura visceral>> pressão hidrostática>>o
líquido sair do vaso para o espaço pleural;
• Reabsorção pela porção venosa do capilar da pleura visceral:
tendência inicial seria acúmulo de líquido
• pressão hidrostática capilar na pleura visceral é de 9 cm h2o e
a pressão oncótica do plasma de 10 cm h20>> favorece a
reabsorção dos fluidos.
• 80-90% é reabsorvido: fluido remanescente, proteínas
filtradas e hemácias (diapedese) são reabsorvidas pelos
linfáticos.
Mecanismos de formação do derrame pleural

Aumento de pressão
Diminuição da Aumento da
hidrostática de
pressão oncótica do permeabilidade
capilares ou
plasma; capilar: inflamação;
linfáticos;

Diminuição da
Aumento da pressão
eficiência de
negativa
reabsorção do
intratorácica;
sistema linfático
Exsudato: Transudato:
• Resulta de um desbalanço entre a
• Resulta de inflamação pleural ou
pulmonar; pressão hidrostática e a oncótica;
• As doenças infecciosas são causas • ICC ou outras situações de aumento
importantes, mas existem muitas da pressão hidrostática;
outras; • Nefrose,
• Aumento da permeabilidade • insuficiência hepática com
vascular e vazamento de líquido e hipoproteinemia
proteína para o espaço pleural; • Outras causas de queda da pressão
• Prejuízo da drenagem linfática; oncótica.
• Movimentação do fluído a partir do
espaço peritoneal.
exsudato transudato

Pneumonia, Tuberculose, outras ICC


(fungos, vírus, parasitas)
Hemotórax, Quilotórax; Hipoalbuminemia ( má-absorção,
Induzido por drogas hepática)

Neoplasias da pleura ou metástases Mixedema


Pleurite (LES, A reumatóide,Sjögren) Glomerulonefrite e nefrose
Pancreatite, abscesso subfrênico, Embolia pulmonar
Pós cirurgia abdominal Diálise peritoneal
Perfuração do esôfago Síndrome da VCS
Derrames ou efusões pleurais: Exsudatos
• Parapneumônico:
• Pneumonias bacterianas >> aumento das proteínas inflamatórias e acúmulo
de neutrófilos suplantando a pressão oncótica plasmática;
• 3 fases: exsudativa, fibropurulenta e organizativa
• Exsudativa: extravasamento de neutrófilos e líquido a partir do interstício:
glicose e ph normais; pode evoluir para empiema;
• Fibropurulenta: aparecimento da bactéria, mais fluido e aumentam
leucócitos, com acúmulo de fibrina; ph e glicose caem e ldh sobe; aparecem
debris
• Organizativa: fibroblastos crescem em ambas as faces da pleura e podem
encarcerar os pulmões.
Efusão pleural
Efusão pleural simples:
complicada: loculações
drenar se > 100 ml;
no interior;
Derrame pleural
parapneumônico:
Indica início antibiótico
imediato: Todos os atb penetram
estreptococos, bem: exceção
quando drenar? anaeróbios, MRSA e aminoglicosídeos;
pseudomonas.

Sempre deve ser drenada se o ph <7,20,


complicada ou empiema: alto teor de
proteína>> espessamento pleural>>
evolução arrastada
• Critérios de Light:
• Proteína pleural / plasmática > 0,5 ou prot
>3
• Dhl pl/plasm > 0,6
• Dhl pleural > 200 UI

• Glicose < 35Ug/ml


Toracocentese • pH < 7,20
• Celulas: PMN ou linfócitos sugerem
infecção, células LE, celulas malignas;
• Amilase alta
• Eosinofilia: malignidade, infecções
fúngicas, drogas.
Derrame pleural naTBC
• Quilotórax: obstrução ganglionar e disseminação
pelos linfáticos pleurais
• Ruptura de foco caseoso na pleura e aumento da
permeabilidade capilar > hipersensibilidade à
proteína da micobactéria.
• Conteúdo de glicose: baixo
• Proteína: alta;
• Ph baixo (<7,30)
• ADA (adenosine deaminase) > 50 Ug
• Alta celularidade: predomínio de linfócitos;
• Sinais gerais ou radiológicos de tbc;
• Ocorre em 30% dos pacientes com TB pulmonar
• Pode ocorrer como primo-infecção.
Outras situações onde
ocorre o exsudato
• Malignidades: a segunda causa de DP
• A celularidade é composta
principalmente de linfócitos (50-70%),
mas podem aparecer eosinófilos;
• Carcinoma pulmonar é o mais frequente,
• Mama, ovário, gástrico e linfoma:
alterações ganglionares ou metástases;
• Precisa toracocentese, que diagnostica
em 60-86% das vezes, se for repetido.
• Pode estar associado a hemotórax.
Outras causas de
exsudato
• Doenças reumáticas:
• Na AR é positivo o FR no liquido;
• No LES o comprometimento
pulmonar é comum;
• Geralmente bilateral e tem LDH
elevado;
• 50% vão apresentar em algum
momento;
• Está associada à pleurite lúpica
• Importante fazer toracocentese:
avaliar presença de infecção;
• Pode aparecer célula LE.
• Pancreatite: 20 % tem
derrame pleural à E
• Sintomas abdominais:
dor, náuseas e vômitos;
• Amilase elevada no líq.
Pleural e no sangue;
• Abscesso intrahepático: US
ou tomografia;
• Ruptura de esôfago:
retirada de corpo estranho;
• Abscesso subfrênico;
• Cirrose hepática: transporte
do L. ascítico pelos linfáticos
para o tórax e queda da
Alterações gastrintestinais proteína
Efusões pleurais: transudato
Aumento da pressão hidrostática ou diminuição da pressão oncótica;
• Aumento da pressão hidrostática capilar sistêmica ou pulmonar: cardíaca, renal ou estados
hipervolêmicos;
• queda da pressão oncótica: desnutrição grave, cirrose hepática, síndrome nefrótica, etc

Contiguidade: ascite, procedimentos cirúrgicos

Quilotórax: obstrução linfática (tumor), infecção necrotizante ou fibrosante dos


ganglios, hipoplasia linfática congênita, lesão durante procedimento cirúrgico, etc.
Malformações congênitas
e alterações de linfonodos
• Quilotórax no RN: malformação nos
linfáticos ou hidropsia fetal.
• Associado a anomalias
cromossômicas: trissomia do 21,
síndrome de turner;
• Linfangectasia congênita: intestino
e pulmões;
• Obstrução linfonodal de qualquer
etiologia: falta de reabsorção do
líquido pelos linfáticos
Causas renais:
transudato bilateral
• Glomerulonefrite: hipervolemia
e aumento da pressão nos
capilares;
• Síndrome nefrótica: queda da
pressão oncótica, evitando
punções repetidas;
• Obstrução de vias urinárias>
cálculo, neoplasia ou cirurgia:
acúmulo de urina no
retroperitônio.
• Sintomas dependem da doença de base e
podem estar mascarados pela mesma;
• Tosse seca irritativa
• Dor torácica ventilatório-dependente;
Quadro • Posição antálgica;
clÍnico • Causas infecciosas: febre e piora do estado
geral;
• Dispnéia e taquidispnéia;
• Causas cardíacas: palpitações, sintomas
referentes à hipertensão.
• Febre
• Diminuição da expansibilidade local
• Macicez ou subamacicez à percussão;
• Diminuição da ausculta da voz e do frêmito toraco-
vocal;
• Diminuição do mv
Exame físico • Atrito pleural: situações iniciais: ruído fixo no fim da
inspiração ( couro sendo atritado);
• Taquicardia, hipertensão;
• Edema de membros ou anasarca: formação de
cacifos.
• Sinais gerais em casos de tumores: emagrecimento,
erosão de costelas, circulação colateral.
Sindromes
pleurais
• Pneumotórax: ruptura
do alvéolo ou
penetração do ar
exterior na cavidade
pleural> colabamento
do pulmão>
insuficiência
respiratória
Pode ser hipertensivo!
• Desvio das estruturas
mediastinais
• Pode levar à morte
Sinais e • Dor aguda e muito
intensa; • Aumento do tamanho
sintomas • Início muito súbito; do tórax
pneumotórax • Dispnéia seguindo o • Abolição do mv
quadro, tb intensa; • Timpanismo à
• Tosse seca e irritativa; percussão;
• Gemido expiratório em • Frêmito toraco-vocal e
crianças ou ausculta da voz muito
descompensação súbita diminuídas;
do quadro geral
• vasos intercostais e
parenquimatosos;
• Secundário à lesões de
armas de fogo ou
brancas;
• Lesões cirúrgicas ou
após procedimentos;
• Tumores;
• Tuberculose.

Sindromes pleurais:
hemotórax
Mesotelioma

• É um tumor raro das superfícies


mesoteliais;
• Prognóstico ruim;
• Pacientes > 60 anos, com história
prévia de exposição à asbestos;
• Dor torácica, dispnéia, tosse,
rouquidão, suores noturnos,
disfagia;
• Pode atingir o abdômen>>
obstrução intestinal
Divisões anatômicas do mediastino
Tumores mediastinais

50% das lesões >>> Mediastino anterior

Timoma, tu de cell germinativas, bócio mediastinal, adenoma paratireóide e linfoma;

50% dos timomas evoluem com sindromes paratímicas: miastenia gravis 50-60% dos
casos, hipogamaglob, polimiosite, LES, tireoidite, esclerodermia,etc

Timomas: mulheres de cerca de 40 anos e tem potencial invasivo.


tumores sólidos e capsulados, mas invadem estruturas ao redor em 34% dos casos.
Teratoma:

• Mediastino anterior, homens jovens e


adolescentes; 10-15% dos casos;
• formado por tecido primitivo embrionário;

Outros • na maioria das vezes, é tecido maduro e


benigno; em alguns casos: tecido fetal;

tumores • Pode ter focos de carcinoma ou sarcoma

importantes Linfoma:

do • Mais comum no mediastino anterior (13% de


todos os tumores);

mediastino • Mais comum é o linfoma não-Hodgkin, que é


mais restrito ao tórax
• LNH de células B é o tipo mais comum, em
pessoas de 50-60 anos;
• Os tipos mais comuns são os de grandes células
e o linfoblástico;
Tumores do
mediastino médio e
posterior
• Cistos do intestino primitivo: cisto broncogênico
pode estar no mediastino ou pulmão;
• Tumores neurogênicos: benignos em 70-80%, mas
precisam ser retirados (t neuroectod pr)
• Tumores de nervo periférico: neurilenomas,
neurofibromas (D de Von Recklinghausen) e
ganglioneuromas.
Mediastinite
• Causada por manipulação cirúrgica no mediastino,
coração, tórax e esôfago;
• Também podem ser causadas por acidentes durante
broncoscopias ou outras manipulações da árvore
traqueobrônquica;

• Pneumomediastino: quando existe ruptura alveolar ou


manipulação do mediastino ou grandes vasos da base e
ocorre a infiltração de ar.
• Ruptura alveolar ocorre como complicação de VM.
• Espontâneo na adolescência;
Obrigada a todos pela participação e
pela atenção!
Peço que enviem as fontes de estudo de vcs para colocarmos
na nossa biblioteca.

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