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ATUAÇÃO E CUIDADOS

FISIOTERAPÊUTICOS NAS
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
• Podem surgir como complicação da própria doença e/ou do tratamento do(s) tumor (es)

• Metabólicas
• Hematológicas
• Estruturais: causada pela compressão do tecido adjacente ao tumor ou por invasão de
células tumorais em outros tecidos
• Relacionadas ao tratamento
SÍNDROME DA LISE TUMORAL
Comum em: Neoplasias hematológicas, tumores de crescimento rápido e volumoso e tipos
de câncer que respondem bem ao tratamento. A medida que as células tumorais morrem e
suas paredes celulares se decompõem, liberam K, P, proteínas e ácidos nucleicos

Manifestação clínica:
- Insuficiência renal aguda (Cr > 1,5 x valor
de normalidade, não explicada pelo uso de
medicamentos)
- Arritmias cardíacas: PCR ou morte súbita
- Convulsões e irritação neuromuscular:
hiperfosfatemia

Apoptose celular
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
• Ambiente intra-hospitalar
• Sem Via aérea artificial = 30:2
• Com via aérea artificial = ritmo
respiratório normal e independente às
massagens

• Identificação dos ritmos cardíacos:


• Chocáveis – TV sem pulso e FV
• Não-chocáveis: AESP e Assistolia

• RCP ciclos de 2 minutos e troca de


socorrista
HIPERCALCEMIA DA NEOPLASIA
MALIGNA
• Comum em: Câncer de mama, pulmão e mieloma múltiplo
• Causada principalmente por secreção da proteína relacionada ao paratormônio (PTH):
promove a reabsorção óssea, ação osteoclástica próximo ao tumor, e excreção renal de
cálcio
• Ca sérico >10,5

Manifestação clínica:
• Náuseas
• Letargia e Confusão mental
• Poliúria e polidipsia
• Fraqueza
Úmero com lesões líticas
METÁSTASE ÓSSEA
3 a 5% dos paciente com câncer evoluem com metástase para a coluna vertebral
Comum em: CA mama, próstata e pulmão (50% dos casos de compressão medular
metastática)

• Sintomas comuns:
• Dorsalgia e lombalgia
• Dor localizada ou irradiada, que exacerbam na tosse,
espirro ou defecação
• Fraqueza muscular e alterações sensitivas em
membros além de disfunção vesical e constipação
AMPUTAÇÃO ONCOLÓGICA
Remover o tumor com uma margem de segurança que permita assegurar que não
restem células cancerígenas (borda negativa = reduz risco de recidiva.

• Realizada quando a remoção do tumor


requer a retirada de nervos, vasos
importantes e músculos, que possam deixar
o membro envolvido sem função.

• Cirurgia de salvamento de membros:


remove-se o tumor, mas mantém tendões,
nervos e vasos sanguíneos próximos. Já se
pode inserir uma prótese interna.
SÍNDROME DA COMPRESSÃO
MEDULAR
É uma emergência em oncologia e ocorre com o crescimento do tumor . Comum em
Mieloma múltiplo, CA pulmão e mama. Coluna torácica é a mais acometida , pois recebe
o maior suprimento de sangue e tem mais vértebras. Canal vertebral é mais estreito

• Manifestação clínica:
• Dor (piora a noite e em DD)
• Disfunção intestinal ou vesical
• Redução da força muscular
• Parestesia
SÍNDROME DA VEIA CAVA
SUPERIOR
Ocorre quando a massa tumoral comprime a veia cava superior, comprometendo o retorno
venoso. Comum em: CA pulmão (imagem RX tórax), linfoma e pós radioterapia por
trombose e fibrose tecidual.

Manifestação clínica:
• Dispneia
• Edema de face
• Estridor laríngeo
• Edema cerebral
• Distensão da veia jugular
• Tosse seca que piora com o tronco
inclinado para frente
DERRAME PLEURAL
Ocasionada pela disseminação vascular de células tumorais, aumento da permeabilidade
capilar (resposta inflamatória) e a interferência da drenagem linfática (comprometimento
mediastinal pode contribuir para o acúmulo anormal). Comum em CA pulmão, mama e
linfomas

RX tórax

Manifestação clínica:
• Dispneia
• Hipoxemia
• Redução expansibilidade torácica
CUIDADOS DA FISIOTERAPIA COM
O DRENO TORÁCICO

• Avaliação da inserção do dreno e curativos

• Conteúdo drenado

• Funcionamento do dreno: movimentos de


oscilação

• Tratamento fisioterapêutico
DERRAME PERICÁRDICO
TAMPONAMENTO CARDÍACO
Acúmulo de líquido em saco pericárdico. Em geral o derrame ocorre lentamente ao longo do
tempo. Enquanto que o tamponamento exige uma intervenção emergencial. Comum em
metástases pericárdicas (sem foco primário definido), CA pulmão, mama e linfomas

• Manifestação clinica:
• Dispneia aos pequenos esforços

Sinais de baixo débito cardíaco:


• Diminuição da perfusão periférica
• Palidez cutânea
• Extremidades frias
MUCOSITE
Comum pós tratamento QT e RT. Paciente fica
mais suscetível a infecções

• Manifestação clínica:
• DOR
• Úlceras (podem atingir até a submucosa) na
cavidade oral
• Redução da ingestão oral
• Pode atingir o trato gastrointestinal
DOR ONCOLÓGICA
• Algumas neoplasias são mais dolorosas do que outras, maior prevalência entre os pacientes
com CA de cabeça e pescoço, dorso, abdome, ombros e quadris

• Dor aguda está relacionada com lesão tecidual. A dor em 60-90% está relacionada a invasão
ou compressão de estruturas, 5-20% está relacionada ao tratamento (RT, fibrose, Neuropatia
pós QT, PO)

• Agravamento da dor: sinal de progressão da doença e pode criar a sensação de


desesperança, pois muitos pacientes temem que não vale a pena continuar deste jeito.

• Avaliar: intensidade, localização, abrangência, fatores de piora e de alívio, resposta ao


tratamento atual e anteriores, impacto no desempenho das AVDs, no sono e movimentação.
LINFEDEMA, RESTRIÇÃO ADM
Acúmulo de liquido no braço ou perna devido ao bloqueio do sistema linfático
(responsável por conduzir a linfa e auxiliar no combate as infecções. Comum em PO
de linfadenectomia, RT em linfonodos, danos no sistema linfático

• Manifestação clínica:
• Edema em mão ou pés e progride para o
tronco
• Sensação de braços ou pernas pesados
• Pelo lisa ou brilhante
• Pele similar a casca de laranja
CITOPENIA
• Redução do número de um determinado grupo de células sanguíneas que pode comprometer
de várias formas:

• Anemia, baixo número de glóbulos vermelhos: fadiga

• Trombocitopenia ou Plaquetopenia

• Pancitopenia: todos os componentes sanguíneos diminuem


NEUTROPENIA FEBRIL
Comum em pacientes em tratamento quimioterápico
(80%)

Manifestação clínica:
• Neutropenia = Neutrófilos <1500 cels/mm3
• Febre superior a 38,3oC
• Temperatura: acima de 38oC durante mais de 1
hora
• Risco aumentado de infecções se a contagem
ficar abaixo de 500 cels/mm3 ou por mais de 7
dias
• Risco aumenta em pacientes com acesso central
(Port-a-cath)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Kameo SY, Souza DF, Nogueira JF, Santos LC, Amorim BF. Urgências e emergências
oncológicas: Revisão integrativa da literatura. 2018. Rev Bras Cancerol 64(4): 541-50
• Silva IMC. Emergências oncológicas: Revisão integrativa da prática hospitalar. 2019.
Conexão Ci. 14(1):39-46.
• Wiermann EG, Diz MPE, Caponero R, Lages PSM, Araujo CZS, Betterga RTC, Souto
AKBA. Consenso brasileiro sobre manejo da dor relacionada ao câncer. 2014. Rev Bras
Onco Clínica. 10(38): 132-143.

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