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DOR TORÁCICA EM PACIENTES SEM DAC:

O DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA DOR

Prof. MsC. Anandra Pizzolato


PRONTO SOCORRO GERAL
⚫ 10 % da queixas são dor torácica.
⚫ Dos pacientes com dor torácica 15 a 25% são síndromes
coronarianas agudas.
⚫ Maioria das dores torácicas restantes são de patologias
não ameaçadoras da vida.
⚫ Diagnóstico diferencial deve ser feito e outros quadros
agudos graves devem ser devidamente afastados.
CAUSAS DE DOR TORÁCICA AGUDA
⚫ CARDÍACAS: SCA, pericardites, miocardites;
⚫ VASCULARES: dissecção de aorta, TEP, HP;
⚫ PULMONARES: pleurites, traqueobronquites, pneumotórax
espontâneo;
⚫ GASTROINTESTINAIS: refluxo, úlceras, doenças da vesícula
biliar, pancreatites;
⚫ MÚSCULO-ESQUELÉTICAS: costocondrites, traumas;
⚫ INFECCIOSAS : herpes zóster;
⚫ PSICOLÓGICAS: pânico, crises de ansiedade.
DOR TORÁCICA ATÍPICA
⚫ Dor pleurítica;
⚫ Dor localizada na região mediana ou inferior do abdome;
⚫ Dor localizada com a ponta de um dedo;
⚫ Dor reproduzida com movimento ou palpação da parede do
tórax ou dos braços;
⚫ Dor constante que dura horas;
⚫ Dor muito breve que dura segundos;
⚫ Dor que irradia para extremidades inferiores.
PERGUNTAS FUNDAMENTAIS NA ABORDAGEM
DA DOR TORÁCICA
⚫ ESTABILIDADE CLÍNICA: o paciente apresenta
hemodinâmico ou insuficiência respiratória?
colapso

⚫ PROGNÓSTICO IMEDIATO: se o pacientes estiver clinicamente


estável, qual é o risco de que apresente patologia
ameaçadora da vida como IAM,TEP, dissecção da aorta?

⚫ SEGURANÇA DAS OPÇÕES DE TRIAGEM: tendo baixo risco de


patologia ameaçadora da vida é seguro dar alta ao paciente
para tratamento ambulatorial ou ele deve realizar avaliação
funcional ou observação adicional que orientem seu
tratamento?
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA DA DOR
TORÁCICA

⚫ TIPO A : dor torácica definitivamente isquêmica


⚫ TIPO B: dor torácica provavelmente isquêmica
⚫ TIPO C: dor torácica provavelmente não isquêmica
⚫ TIPO D: dor torácica definitivamente não isquêmica
DISSECÇÃO AGUDA DA AORTA
• 96 % dos pacientes apresentam dor;
• CARACTERISTICAS DA DOR: súbita, intensa desde o início,
lacerante e, muitas vezes, tende a acompanhar o trajeto da
aorta acometida:
1. Dor torácica anterior ou predominantemente anterior
ocorre em mais de 90% quando a dissecção é na aorta
ascendente;
2. Dor interescapular ou predominantemente posterior
ocorre em mais de 90% quando a dissecção é na aorta
descendente;
3. Dor que irradia para pescoço/mandíbula – aorta
ascendente;
4. Dor que irradia para o abdome e MMII – aorta
descendente;
5. Manifestações menos frequentes: Síncope, icc, avc,
morte súbita.
DISSECÇÃO AGUDA DA AORTA
⚫ EXAME FÍSICO: achados principais:
a. Hipertensão arterial: ocorre em 70% dos casos na
dissecção distal e 36% na dissecção proximal;
b. Hipotensão arterial: mais frequente na proximal
(25%) – geralmente apresenta complicações graves,
como: tamponamento cardíaco, insuficiência aórtica
acentuada, ruptura intrapleural ou intraperitoneal.
c. Déficit de pulso (transitório): ocorre em até 30% das
dissecções proximais e em até 15% das dissecções
distais.
d. Sopro de insuficiência valvar aórtica: ocorre em até
1/3 dos pacientes com dissecção proximal.
e. Sinais de isquemia cerebral : dissecção proximal.
DISSECÇÃO AGUDA DA AORTA
DISSECÇÃO AGUDA DA AORTA
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR
• A suspeita clínica de TEP aguda baseia-se na
presença de um quadro clínico compatível e na
identificação de um ou mais fatores de risco;
• Não há um quadro clínico específico ou
patognomônico de TEP aguda;
• Os sinais e sintomas mais frequentes são:
Dispnéia Tosse
Taquipnéia Hemoptise
Dor torácica Síncope
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR
Regra de Predição Clínica para TEP:
(Escore de Wells)
✔ Sinais objetivos de TVP 3 pontos
✔ Taquicardia (FC > 100 bpm) 1,5 pontos
✔ Imobilização > ou = 3 dias consecutivos ou cirurgia
nas últimas 4 semanas 1,5 pontos
✔ TVP ou TEP prévias 1,5 pontos
✔ Hemoptise 1 ponto
✔ Neoplasia malígna 1 ponto
✔ Diagnóstico alternativo menos provável que
TEP 3 pontos
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR
Exames de Apoio ao Diagnóstico:
• Gasometria arterial (hipocapnia e hipoxemia);
• Raio X de tórax (ajuda mais no DD);
• ECG (ajuda mais no DD):

a. É incomum ser normal


b. Taquicardia sinusal é o mais comum

Outros achados: BRD, inversão de onda T de V1 a V3,


Qr em V1, P pulmonale, taquiarritminas atriais,
padrão S1Q3T3 (TEP maciço)+
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR
Exames de Apoio ao Diagnóstico:
• Dímero D: É um produto da degradação da fibrina,
podendo estar elevado na presença de trombos
mas também em outras situações – (sepse, IRC,
idade avançada, gestação, pós-operatório, câncer,
IVP)
ALTA SENSIBILIDADE E BAIXA ESPECIFICIDADE

• Apenas utilizar em pacientes com baixa


probabilidade clínica e, se negativo, exclui o
diagnóstico de TEP.
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR
PNEUMOTÓRAX ESPONTÂNEO

• Dor pleurítica unilateral de início súbito e associada a

dispneia;

• Som timpânico à percussão do tórax;

• Redução ou ausência de ruídos pulmonares à ausculta;


PNEUMOTÓRAX ESPONTÂNEO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BLOMKALNS, AL, GILBER WB: Chest pain unit concept: Rationale and
diagnostic strategies. Cardiol clin 23:411-21, 2005.

BOIE ET: Initial evaluation of chest pain. Emerg Med Clin North Am
23:937-57, 2005.

GOLDMAN L, Cook EF, Johnson PA, et al: Prediction of the need for intensive
care in patientes who come to emergency departments with acute chest
pain. N Engl J Med 334:1498-504, 1996

PANJU AA, HEMMELGAIN BR, GUYALT CEH, et al. Is This Patient Having a
myocardial Infaction? JAMA 1998; 1256-63
MUITO OBRIGADA !

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