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- Há confirmação diagnóstica em apenas metade dos casos e até 10% dos IAM
são liberados sem diagnóstico.
- História clínica e exame físico permanece como a etapa mais importante, sendo capaz de
definir o diagnóstico correto em até 90% dos casos.
- A anamnese deve ser direcionada para caracterizar a dor e fatores de risco. (localização,
irradiação, fatores de melhora ou piora, característica, sintomas associados).
- O objetivo maior é afastar, não somente o IAM, como também todas as condições clínicas
potencialmente fatais.
- São 5 diagnósticos principais de dor torácica ameaçadores à vida: SCA, TEP, dissecção de
aorta, pneumotórax hipertensivo e ruptura de esôfago.
Fonte: SBC. I Diretriz de Dor
Torácica na Sala de
Emergência. Arq Bras
Cardiol 2002; 79 (supl II ): 1.
Diagnóstico diferencial
Caso 1:
Mulher, 84 anos, fratura espontânea de L1 devido osteoporose há 1 mês. Restrita ao leito nos últimos 30
dias. Hoje apresentou dispneia súbita associada a dor torácica tipo pleurítica. A avaliação, paciente vigil,
taquidispneia leve, FC 110 bpm, PA 140x85, ausculta pulmonar sem alterações, saturando 90% em ar
ambiente, MMII: sem edemas, panturrilhas livres
HPP: HAS, DM, obesidade grau 1, demência leve, histórico de TVP há mais de 10 anos (na época havia
feito cirurgia no joelho)
Tromboembolia Pulmonar Aguda
- Frequente no ambiente hospitalar.
- Mortalidade de 30% quando não tratado.
- Principais fatores de risco: fratura de membro inferior, cirurgias ortopédicas
(quadril e joelho), IAM (3m), TEV prévio, câncer/QTx, contraceptivo oral/TRH,
trombofilia, gestação/puerpério.
- Quadro clínico: dor torácica tipo pleurítica, dispneia, tosse, hemoptise,
taquipneia, taquicardia.
- Diagnóstico: estimar probabilidade clínica da doença.
- probabilidade elevada = angioTC
- probabilidade baixa a intermediária = dímero-D; se negativo, afasta o
diagnóstico.
Diagnóstico diferencial
Caso 2:
Homem, 68 anos, apresentou quadro de dor torácica anterior de forte intensidade, tipo
“facada”, sem associação com esforço. Ao chegar no pronto atendimento, evoluiu com
síncope. HPP: hipertenso de longa data, tabagista (40 anos/maço).
Ao exame: PA 160x90, FC 92, sopro diastólico FAo +3/6, FR 22, Sat 94% aa
Durante monitorização, evoluiu com piora da dor, turgência jugular, abafamento de bulhas,
hipotensão e óbito.
Dissecção de aorta
- Condição de alta mortalidade (~30%)
- Pode ser definida como a delaminação da camada média ocasionada pelo influxo de
sangue através de um orifício de entrada na camada íntima, criando uma falsa luz de
extensão variada ao longo do vaso
- Complicações: tamponamento cardíaco, IAo aguda, infarto por obstrução do óstio
coronário, isquemia de órgãos-alvo.
- Classificação:
Dissecção de aorta
- Fatores de risco: HAS, doenças do colágeno (Marfan, Ehlers-Danlos), valva aórtica
bicúspide, aneurisma, vasculites, gestação.
- Quadro clínico: dor torácica anterior de início súbito, intensidade severa, tipo facada ou
rasgando; nos pacientes com dissecção do tipo B, a dor é relatada com maior
frequência no dorso, irradia para a região torácica ou abdominal; déficit ou diminuição
de pulso, quando comparado com o membro contralateral; IAo aguda em decorrência
da extensão proximal da delaminação; déficit neurológico (má perfusão cerebral ou
medular ou da compressão nervosa extrínseca); síncope.
- Diagnóstico: angioTC
- Tratamento: manejo clínico (dor, PAS entre 100-120 mmHg, FC 60 bpm).
Diagnóstico diferencial
Caso 3:
Ao exame:
RCR2T BNF atrito pericárdico
PA 110x80 FC 100
MV ARA FR 24 ipm
Pericardite Aguda
- Representa 5% de todas as causas não isquêmicas de dor torácica na sala de
emergência.
- 85 a 90% dos casos são pós infecções virais; outras etiologias: neoplásica, autoimune,
IAM, insuficiência renal, gravidez, idiopática.
- Dor torácica: pleurítica, início súbito, piora com inspiração profunda, tem caráter
postural (piora com decúbito dorsal e melhora ao sentar).
Masculino, 72 anos, histórico de DPOC sem exacerbações no último ano em uso de Spiriva
1x/dia, deu entrada na UPA com quadro de dor torácica ventilatório-dependente e dispneia
leve, sem relação com esforço. Nega tosse, febre, sibilância ou outros sintomas. Ao exame:
PA 132x70, FC 115 bpm, FR 22, MV reduzido a direita, SAT 91% aa, sem esforço.
Dor musculoesquelética Em qualquer região do tórax, bem Piora com movimentos, respiração
localizada em pontada e palpação
Ao exame: PA 135x80, FC 84 bpm, ausculta pulmonar sem alterações. ECG realizada com
10 minutos de entrada: sem alterações de ST. Troponina após 6 horas do último episódio de
dor sem alterações.
Síndrome Coronariana Aguda
- A SCA (IAM e angina instável) é responsável por quase ⅕ das causas de dor
torácica nas salas de emergência.
- Caracterização da dor:
1. localização e tipo.
2. irradiação ou sintomas associados.
3. fatores desencadeantes, de melhora ou piora.
Caracterização da dor
- A dor torácica típica pode ocorrer em qualquer região do tórax, desde a
região mandibular até a região do abdome superior.
Fatores de risco para DCV: Exame físico alterado e/ou presença de ECG
HAS, DM, DLP, tabagismo, isquêmico e/ou dor torácica tipo A ou B +
idade (H > 45a; M > 55a), probabilidade alta ou intermediária => conduzidos
história familiar de DAC como SCA
precoce
Dor torácica tipo A ou B + baixa probabilidade DAC
Aterosclerose manifesta ou dor torácica tipo C + probabilidade intermediária
ou alta => protocolo de dor torácica.
Alterações no ECG: supra ou infra ST,
bloqueio de ramo novo, onda Q, Dor torácica tipo D ou C + baixa probabilidade de
alteração dinâmica, FV ou TV. DAC => pesquisar diagnósticos diferenciais
Fonte: Diretrizes da SBC sobre Angina Instável e Infarto Agudo do Miocárdio sem Supradesnível do Segmento ST - 2021
Fonte: Diretrizes da SBC sobre Angina Instável e Infarto Agudo do Miocárdio sem Supradesnível do Segmento ST - 2021
Referências
- Dissecção da aorta: manejo clínico e cirúrgico. .Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo
2018;28(3):260-6.
- I Diretriz de Dor Torácica na Sala de Emergência. Arq Bras Cardiol 2002; 79 (supl II): 1.