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Na dor gastresofágica, o paciente pode queixar-se de Nos EUA > 5.000.000 pessoas procurem setor de
pirose retroesternal, relação com alimentação emergência anualmente por dor torácica, sendo que 12,8 a
(pósprandial), eructação. 16,4% do total de atendimento são realmente SCA, porém
30 a 60% são internados para investigar a dor (média de 2
Já na dispepsia a dor é mais profunda, relaciona-se com a 3 dias internado = U$ 3.000 A 6.000 por paciente).
jejum e melhora com alimentação.
Além de tudo, 2 a 20% são liberados com SCA não
diagnosticado, sendo que 1 em cada 8 pacientes liberados
erroneamente irão evoluir a IAM nas 2 semanas
posteriores, e desses 6 a 25% evoluem para óbito.
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Abordagem Inicial:
✓ Organização física e logística e importância da triagem
e equipe multidisciplinar, para que gaste o menor
tempo possível e dê prioridade para os casos mais
graves;
✓ Orientação ao paciente;
✓ Indicadores de qualidade (como tempo até realizar o
eletro, ou tempo porta balão para cateterismo);
✓ Programas de educação continuada;
✓ Atendimento ágil e direcionado (no máximo 10 min
entre atender e rodar um eletro em um paciente com
suspeita de SCA); pensando em dor torácica, as causas
subdividem-se em grandes grupos de causas, como as
cardiovasculares, gastresofágicas,
musculoesqueléticas e psicogênicas.
✓ Anamnese direcionada: envolvendo fatores de risco,
medicamentos em uso e características inerentes à
dor, como fatores desencadeantes, fatores de
melhora, características da dor, irradiação e sintomas
associados.
✓ Como atender? Onde atender? Começa dentro do
consultório, mas se necessário pode terminar na sala
de emergência (risco de fazer FV).
✓ Exame físico: atentar para sinais de instabilidade. Classificação / Protocolo de dor
Independente da etiologia, conferem pior
prognóstico.
torácica
✓ Dicas: olho clínico, tentar entender o contexto.
Começa com a identificação do hospital, mostrando onde
Examinar durante a consulta caso suspeita.
fica a emergência de dor torácica.
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Caso clínico 1: Protocolo de Dor Torácica:
D.O.R. feminina, 25 anos, veterinária, natural e procedente → Definir tipo de dor
de Vitória - ES. Nega hipertensão arterial, diabetes, → Checar fatores de risco
dislipidemia. Etilismo social. Nega tabagismo. Pai morreu → Seriar exames
por infarto aos 50 anos. Corre 10 km por dia na praia. → Definir estratégia de abordagem/ intervenção.
Iniciou dor torácica retroesternal, tipo opressão (sensação
de peso no peito), intensidade 10/10, há 1 hora da Tudo isso sempre levando em conta a classificação de dor
admissão, sem irradiações, associada a dispneia. anginosa. Lembrando que dor tipo A ou B tem maior
chance de ser coronariopatia, e C ou D menor.
Qual o tipo de dor torácica referida?
Caso clínico 2:
A.M.I. masculino, 72 anos, aposentado,
natural de Colatina - ES e procedente de
Vitória - ES. Hipertenso há 20 anos, diabético
insulino-dependente há 12 anos,
dislipidêmico. Ex tabagista, 30 anos maço por
48 anos. Sedentário. Iniciou dor torácica,
precordial, em aperto, intensidade 7/10,
irradiada para MSE, associada a palidez,
sudorese fria, náuseas, há 2 horas da
admissão.
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Exames complementares No ponto 1 temos o início da onda Q, que marca o início do
QRS, e é a partir desse ponto que é traçada a linha de base.
Anamnese, exame físico e eletro precisam ser feitos em 10 Já no ponto 2 temos o final do QRS e o início do segmento
minutos. ST, o chamado ponto J. Então comparamos com o ponto
1, que é nossa referência para saber se o segmento ST está
Eletrocardiograma: infra ou supra desnivelado.
− Idealmente primeiros 10 minutos O que é considerado supra ST de etiologia isquêmica?
− Parte do protocolo de Dor Torácica
− Realizado pela equipe multidisciplinar (inclusive antes Uma elevação do segmento ST, no ponto J, em 2
da avaliação do médico) derivações contiguas, sendo > 1,0 mm em todas as
− Avaliar o ECG antes do paciente* derivações, exceto V2 e V3. Pois em V2 e V3, precisar ser >
− Importância de seriar o ECG do que 2,5 mm em homens < de 40 anos; > 2,0mm em
homens > 40 anos; >1,5mm em mulheres.
Seriar ECG e enzimas entra no protocolo de dor torácica.
Isso deve ser feito, pois, nas síndromes coronarianas E infra de ST de etiologia isquêmica?
agudas sem supra de ST até 50% dos pacientes podem ter
um primeiro ECG normal; então, pacientes com todas as Depressão > ou = a 0,5mm em duas derivações contiguas
características e fatores de risco para dor anginosa não desde que seja horizontal ou descendente e/ou inversão
pode ser liberado mesmo se tiver ECG normal, precisamos de onda T, desde que a onda R seja predominante.
seriar os eletros desse paciente, pelo menos 3 ECG
Além disso, precisamos lembrar que nem todo supra é
espaçados em 0 – 3 – 6h. fazendo isso podemos aumentar
isquêmico.
a sensibilidade da nossa avaliação.
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Na letra A vemos a curva da mioglobina, que como já foi
dito é a primeira que vai se alterar. Porém, qualquer lesão
muscular, até mesmo uma injeção num musculo da perna
ou do braço e até mesmo exercícios mais pesados podem
elevar mioglobina. Ela não é específica de tecido cardíaco.
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Abaixo, vemos um fluxograma do raciocínio a ser feito
após um resultado de valores elevados de troponina:
Outros exames complementares:
− Ecocardiograma
− Raio X de tórax
− Outros exames laboratoriais
− Outros exames específicos
No entanto, existem tipos específicos de pacientes, como Primeiro precisamos observar se esse valor de troponina
os diabéticos, que não sentem a dor típica de infarto. possui ascensão e queda (injuria miocárdica aguda) ou se
Nesses casos, vamos chegar ao diagnóstico pela avaliação esse valor está estável o tempo todo (injuria miocárdica
do restante, que são os sinais de isquemia no ECG. crônica).
Lembrar que existem causas não coronarianas de injuria Em um caso de injuria miocárdica aguda, seguimos
miocárdica. avaliando se há ou não isquemia coronariana. Se sim,
então temos o diagnostico de IAM. Se não, é uma injuria
miocárdica aguda por outro contexto, por exemplo uma
miocardite.
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Nesses casos, para saber que esse paciente infartou, No INFARTO TIPO I o paciente possuía uma placa de
temos que ver as alterações no ECG ou as alterações na gordura que se rompeu e gerou trombose. Se essa
imagem (ECO, cintilografia ou RNM). trombose ocluir todo o fluxo de sangue, teremos um
infarto com supra. Mas, se a trombose ainda permite um
pouco de fluxo, teremos um infarto sem supra. E ambos
são infartos do tipo I.
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Para se enquadrar como INFARTO DO TIPO III o paciente
que teve morte súbita precisa ter tido algum indício de
infarto, por exemplo algum sinal no atendimento inicial,
alterações sugestivas no ECG prévio à morte, ou esse
paciente já era coronariopata, ou por enzimas que tenham
sido colhidas antes do falecimento...
− Peri-procedimento ou tardia
− RMN realce tardio antes e depois: evidência de injúria
miocárdica em 32% pctes
− Alteração de Troponina-c: evidência de injúria
miocárdica
− Observa-se alteração de troponina
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Tratamento
− Depende da etiologia!
− Definir tipo de dor
− Checar fatores de risco
− Definir estratégia
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Quais as alterações eletrocardiográficas observadas?
Supra STV1 -V4
JAM, 53 anos, sexo masculino, natural de Pancas, Quais o mecanismo fisiopatológico? Reflexo de Bezold
trabalhador rural, hipertenso, dislipidêmico, obesidade Jarisch
central (112,6Kg / 1,73m / IMC 37,6), ex-tabagista (fumou
por 23 anos, 2 maços/dia, parou há 14 anos) e com história Qual a conduta? Implante de marcapasso provisório.
familiar para doença coronariana.
Caso clínico 4:
Negava alergias medicamentosas, embora relatava
alergias alimentares como chocolate, amendoim, carne de Paciente de 48 anos, tabagista, com história familiar
porco, melancia, melão e manga. positiva para infarto (pai e irmão), chega ao pronto
socorro queixando-se de dor precordial mal definida, em
História de tuberculose renal há 30 anos, fez tratamento e queimação, com piora à inspiração profunda, sem relação
houve cura. com esforço, iniciada há 24 horas, com piora nas últimas 2
horas.
Negava diabetes, etilismo, uso de drogas, internações
prévias ou cirurgias prévias. Não usava medicações. Refere quadro gripal há 5 dias, com pico febril.
Paciente iniciou quadro de desconforto precordial durante O emergencista solicitou realização de eletrocardiograma
trabalho (trabalhador rural) na manhã do dia 25/10, com e marcadores de necrose miocárdica.
posterior melhora espontânea. Às 23:00 hs do mesmo dia,
ao subir as escadas de casa, sentiu forte dor precordial em
aperto, irradiada para mandíbula, associada à sudorese,
turvação visual, mal-estar e dispnéia.
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