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ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM EM URGÊNCIA E


EMERGÊNCIA CLÍNICA
ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM EM URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA CLÍNICA

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1 Sumário
APOSTILA- ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM EM URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA CLÍNICA ............................................................................. 1
1- INTRODUÇÃO............................................................................ 4

1.1- METODOLOGIA .................................................................. 6


1- Atendimento Pré Hospitalar ..................................................... 8
2- PRONTO ATENDIMENTO – PRONTO SOCORRO.............. 10
3- UNIDADE DE TERAPIA ITENSIVA – UTI ............................. 13
4- UNIDADE DE DOR TORACICA ............................................ 16
5- UTI – NEONATAL ................................................................. 19
5.1 Tempo de permanência ......................................................... 20
5.2 Quando acontece a alta......................................................... 20
6 UNIDADE DE INTERNAÇÃO ................................................... 21
6.1 BLOCO CIRURGICO ............................................................ 22
6.2 MOMENTO OPERATÓRIO ................................................... 27
6.3 FINALIDADE DO PROCESSO .............................................. 27
6.4 RISCO CARDIOLOGICO ...................................................... 27
6.5 DURAÇÃO ............................................................................ 27
6.6 POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO ...................................... 28
6.7 CME – CENTRO DE MATERIAL E ESTERELIZAÇÃO ......... 29
6.8 CONCLUSÃO ........................................................................ 31
6.9 REFERÊNCIAS: .................................................................... 32

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FACULESTE

A história do Instituto Faculeste, inicia com a realização do sonho de um grupo


de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação.Com isso foi criado a Faculeste, como entidade
oferecendo serviços educacionais em nível superior.
A Faculeste tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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1- INTRODUÇÃO
A urgência é caracterizada como um evento grave, que deve ser
resolvido urgentemente, mas que não possui um caráter imediatista, ou seja,
deve haver um empenho para ser tratada e pode ser planejada para que
este paciente não corra risco de morte A emergência é uma situação
gravíssima que deve ser tratada imediatamente, caso contrário, o paciente
vai morrer ou apresentará uma sequela irreversível.
Os profissionais de enfermagem devem estar atentos e preparados
para atuarem em situações de urgência e emergência, pois a capacitação
profissional, a dedicação e o conhecimento teórico e prático, irão fazer a
diferença no momento crucial do atendimento ao paciente. Muitas vezes
estas habilidades não são treinadas e quando ocorre a situação de
emergência, o que vemos são profissionais correndo de uma lado para outro
sem objetividade, com dificuldades para atender o paciente e ainda com
medo de aproximar-se da situação.
Por outro lado, quando temos uma equipe treinada, capacitada e
motivada, o atendimento é realizado muito mais rapidez e eficiência,
podendo na maioria das vezes, salvar muitas vidas.A enfermagem trabalha
diariamente com pacientes em risco de morte e que dependem deste
cuidado para que mantenham suas vidas. As ações da equipe de
enfermagem visam sempre à assistência ao paciente da melhor forma
possível, expressando assim, a qualidade e a importância da nossa
profissão
Estudar, capacitar, praticar são ações essenciais para o
desenvolvimento profissional de enfermeiros, técnicos e auxiliares de
enfermagem, portanto estar preocupado com as ações desenvolvidas no dia
a dia de trabalho é fundamental. Neste contexto, a enfermagem participa de
todos os processos, tanto na urgência quanto na emergência. São diversos
locais onde os profissionais de enfermagem podem atuar como, por
exemplo: Unidade de atendimento pré hospitalar, Unidade de saúde 24hs,

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Pronto Socorro, Unidade de Terapia Intensiva, Unidade de dor Torácica,


Unidade de Terapia intensiva Neo Natal, Unidade de Internação.

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1.1- METODOLOGIA
Para o cuidado zeloso, autêntico, é preciso compreender aquele que
será cuidado. Isso requer um perscrutar atento do cuidador sobre a
experiência existencial do ser que precisa do cuidado. Exige, sobretudo,
saber perguntar e refletir sobre o que foi revelado. Acreditando nos
fundamentos da fenomenologia, as autoras vêm buscando construir uma
metodologia para a arte de cuidar em enfermagem. Inspiradas nessa visão,
procuram desenvolver habilidades de um pensar e de um fazer
fenomenológico para ser-com-o-outro num modo autêntico de solicitude.
Neste trabalho, são apresentadas reflexões sobre a compreensão do ser-
paciente e sobre uma metodologia do cuidado, para que respaldem o(a)
enfermeiro(a) em seu cotidiano.
A Enfermagem é tida como uma atividade humana que possibilita a
reprodução da existência e a satisfação de necessidades materiais e não-
materiais. Como toda atividade humana pressupõe determinações históricas
e sociais¹, o Enfermeiro por sua formação e atuação profissional desenvolve
papéis nos âmbitos: educativo, gerencial, na coordenação e implementação
da assistência de Enfermagem ao binômio paciente, família e comunidade.
Para a prestação do cuidado o Enfermeiro deve fazer uso de algumas
metodologias, pois este é um profissional que tem conhecimento
técnico/científico voltado para o cuidado².

Na saúde pública, foi implantando pelo Ministério da Saúde em 1994


o Programa Saúde da Família (PSF), que é uma estratégia de reorientação
do modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de
equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde (UBS). As equipes
atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação,
reabilitação de doenças e agravos mais freqüentes, e na manutenção da
saúde desta comunidade .

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O Enfermeiro, como integrante desta equipe, tem como principais


atribuições: realizar cuidados diretos de enfermagem, fazendo a indicação
para a continuidade da assistência prestada; consulta de enfermagem,
solicitar exames complementares, prescrever/transcrever medicações,
estabelecidos em programas de saúde pública; planejar, gerenciar,
coordenar, executar e avaliar a Unidade de Saúde da Família (USF);
supervisão e coordenação das ações dos Agentes Comunitários de Saúde e
dos técnicos de enfermagem.

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1- Atendimento Pré Hospitalar

Atendimento Pré-Hospitalar ou APH, se refere ao atendimento realizado fora


do ambiente hospitalar, em geral em regime de urgência. No caso de
paciente graves, este atendimento pode ser o diferencial entre a vida e a
morte.

Há um sistema fixo de triagem e controle onde é feita a análise inicial do


caso e indicado o tipo de equipe que será deslocada para o atendimento
(básica ou avançada). Há unidades móveis que se deslocam até a área de
socorro e prestam a assistência, cuja complexidade depende da triagem
realizada e do material e da equipe disponíveis.

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Além de fornecer um sistema de transporte, o APH permite o primeiro


atendimento no local onde o problema se desencadeia, antes de o paciente
ser levado a um serviço médico. Trata-se de uma abordagem
multidisciplinar, pois envolve a ativação pública do sistema através dos 192,
onde um médico regulador irá acionar ambulâncias com equipes básicas ou
avançadas, que podem estar ligados a outros serviços de referência como
hospitais, bombeiros, defesa civil, transporte aéreo, equipes terrestres de
salvamento, entre outros.

A legislação brasileira dispõe que os profissionais de APH estão divididos


em dois grupos:

 Profissionais da área da saúde: médicos, enfermeiros; auxiliares de


enfermagem e técnicos de enfermagem.
 Profissionais de outras áreas: policiais, guarda municipal; bombeiros e
motoristas de veículos de urgência e emergência.

No Brasil não há um conjunto de competências definidas para cada tipo de


profissional que trabalha no APH. Cada serviço deverá, no entanto, manter
diretrizes capazes de definir as competências demandadas de acordo com
seu histórico de assistência e prioridades, bem como manter treinamento
qualificado e atualizado periodicamente nessas áreas prioritárias.

Atendimento de urgência, em especial no atendimento pré-hospitalar


(APH), não é trabalho para amadores, exige preparo técnico, físico e
emocional. Sem lugar para a improvisação, o respeito a hierarquia, o
treinamento em situações simuladas, o conhecimento e a experiência
acumulada são indispensáveis. Seja qual for o seu nível de formação todo o
profissional que participa da equipe deve estar capacitado a realizar
procedimentos que estão dentro do seu nível de competência, de acordo e
com respeito às normas legais.

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Durante o atendimento pela equipe de APH, após a checagem de


material e deslocamento, uma análise de necessidades e os cuidados
fornecidos devem estar baseados em evidências clínicas amparadas pela
literatura científica.

A execução correta destas etapas costuma ser garantida por um


exigente processo de certificação e recertificação em programas de
treinamento reconhecidos, que fazem com que as habilidades requeridas
sejam adquiridas, mantidas e acrescidas. Credenciais em dia garantem
acesso a este exigente mercado de trabalho, assim como a falta de
credenciais ou sua não atualização são fatores

2- PRONTO ATENDIMENTO – PRONTO SOCORRO

O Pronto Atendimento (PA) é a unidade de saúde destinada ap


atendimento dos casos de urgência ( Paciente precisa ser atendido
rapidamente, mas pode aguardar o atendimento dos casos mais graves) e
emergência Paciente precisa de atendimento imediato, pois corre risco de
morte).

Apesar de destinados a esses atendimentos, o que ocorre nos Prontos


Atendimentos é o contrário. Apenas 20% dos casos atendidos podem ser
incluídos na definição de urgência e emergência.

No PA, os pacientes são atendidos conforme o grau de gravidade de


sua doença. Essa categorização e necessária para que apenas pessoas
com doenças graves não tenham que ficar esperando por terem chegado
minutos depois de alguém com problemas menos sérios.

O PA deve ser usado apenas nos casos de urgência. O uso adequado

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desse serviço permite que todos possam isufruir melhor do serviço de


atendimento emergencial. Vale ressaltar que o atendimento de urgência
combate somente os sintomas, não investiga a causa da doença. Além
disso, não lhe dá o direito ao retorno e acompanhamento do mesmo médico.
A atenção ambulatorial, fora das rotinas de urgência e emergência, permite
ao médico consultar e estudar o paciente como um todo, em uma
abordagem geral e completa, além de avaliar na consulta de retorno se o
diagnostico e os tratamentos estão corretos.

Como funciona o fluxo de atendimento no pronto socorro?

Muitas pessoas têm dúvidas sobre como é feito o atendimento no


pronto-socorro, especialmente no modo como é feita a triagem e como é
definida a ordem de atendimento. Outra dúvida muito comum é quando
procurar o Pronto-Socorro ou Pronto Atendimento. Abaixo, esclarecemos
essas dúvidas.

Triagem

Todos os pacientes, ao chegarem ao Pronto-Socorro são


encaminhados para a Triagem, onde são avaliados por um profissional
capacitado em qualificar o risco e gravidade de cada caso. Essa etapa tem o
objetivo de identificar sinais e sintomas que indicam a urgência no
atendimento médico, por isso é sempre realizada no instante em que o
paciente chega ao Pronto-Socorro.

Ordem de Atendimento

Para garantir a prioridade de atendimento aos pacientes com risco à


vida, adotamos uma metodologia internacional para classificação de risco
por meio do uso de pulseiras coloridas. Entenda o significado da cor de cada
pulseira. É com base nela que você será atendido:

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Exames

Durante a consulta o médico pode solicitar algum exame como apoio


ao diagnóstico, para então definir o tratamento. Cada tipo de exame precisa
de um tempo para ser realizado, avaliado e concluído.

Por isso, em caso de dúvidas, é recomendado se informar com a


equipe sobre o tempo específico do seu exame. Ao receber alta, os
pacientes devem solicitar os exames realizados ou se informar sobre como
retirá-los depois.

Acompanhantes

A permanência de acompanhantes nas salas de observação (adulto e


infantil) e na sala de medicação é permitida apenas para pacientes menores
de 15 anos e maiores de 60 anos de idade. Alguns casos podem ser
considerados exceções e será avaliados e tratados pela equipe assistencial
presente.

Pronto Socorro X Pronto Atendimento

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O Pronto Socorro do hospital se destina ao atendimento a pacientes


em estado de urgência ou emergência, com risco eminente de morte. Dessa
forma, pessoas acidentadas, com suspeita de infarto, derrames,
apendicite, pneuminas, fraturas, entre outras complicações, devem buscar
atendimento ou ser encaminhadas ao PS.

Já o Pronto Atendimento é destinado ao atendimento de ocorrências


de baixa e média complexidade que não envolvam risco de morte ou de
lesões irreversíveis. Assim, pessoas com mal-estar, dores, febre ou gripe
devem ser atendidas no PA. Além dos atendimentos e consultas,
procedimentos como curativos, aplicação de injeções e inalação são
realizadas no PA.

3- UNIDADE DE TERAPIA ITENSIVA – UTI

UTI é a Unidade de Terapia Intensiva existente nos hospitais e


destinada ao acolhimento de pacientes em estado grave com chances de
sobrevida, que requerem monitoramento constante (24 horas) e cuidados
muito mais complexos que o de outros pacientes.

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O percentual de leitos de UTI nos hospitais varia de 7% a 15%


dependendo das características de cada hospital (por exemplo, hospitais de
grandes centros costumam ter mais leitos de UTI por receberem pacientes
de diversos lugares) e a necessidade por mais leitos tende a crescer
conforme aumenta a expectativa de vida da população expondo-a a maiores
chances de complicações e traumas relacionados a doenças
degenerativas e acidentes, além do aumento de índices como a
criminalidade.

A história do surgimento das UTI`s remete ao início do século XX


quando foram criadas as chamadas “salas de recuperação” para onde os
pacientes eram levados após alguma neurocirurgia no Hospital Johns
Hopkins (EUA). Já no Brasil elas só começaram a ser implantadas na
década de 70, primeiramente no hospital Sírio Libanês em São Paulo com
apenas dez leitos (1971).

O objetivo básico das UTI`s é recuperar ou dar suporte às funções


vitais dos pacientes enquanto eles se recuperam. Assim, as unidades de
terapia intensiva são equipadas com aparelhos capazes de reproduzir as
funções vitais dos internados como respiradores artificiais (a criação destes
aparelhos reduziu de 70% para 10% a morte de recém-nascidos. Arquivo da
“Superinteressante”.), aparelhos de hemodiálise que substituem a função
dos rins e diversos outros. A criação das UTI`s representou um grande
marco na história da medicina uma vez que possibilitou o atendimento
adequado dos pacientes garantindo-lhes melhores condições de
recuperação e reduzindo os óbitos em cerca de 70%

O profissional que trabalha nas UTI`s é chamado de intensivista e a


equipe é sempre formada por diversos profissionais como fisioterapeutas,
psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais e outros, além dos médicos.
Outra função dos intensivistas, principalmente dos enfermeiros e assistentes
sociais, é dar conforto e suporte aos familiares dos pacientes uma vez que a

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situação de internação de algum parente em UTI é sempre delicada para


estes.

Alguns dos equipamentos encontrados nas unidades de terapia


intensiva: termômetro, oxímetro de pulso (mede a oxigenação nos tecidos do
paciente), eletrocardiográfico (mede a frequência cardíaca e a pressão
arterial), monitor de pressão arterial, monitor cardíaco, sonda naso-enteral
(para alimentar o paciente), sonda vesical (para coletar a urina); máscara e
cateter de oxigênio (auxiliam a respiração), cateter (dispositivo que auxilia a
circulação sanguínea), tubo orotraqueal (auxilia a respiração do paciente),
ventilador mecânico (injeta e retira ar dos pulmões do paciente quando este
não consegue respirar sozinho).

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4- UNIDADE DE DOR TORACICA

A dor torácica aguda é um sintoma muito frequente nas unidades de


emergência, constituindo-se em um possível sinal de alerta para as doenças
com risco iminente de morte. Como a maioria desses pacientes é internada
para avaliação de uma possível síndrome coronariana aguda, isso gera um
custo hospitalar muito alto por paciente.

Por conta dessa possibilidade diagnóstica, muitos emergencistas


internam a maioria dos pacientes. Por outro lado, a liberação inapropriada
daqueles com infarto agudo do miocárdio representa um risco para o médico
e, especialmente, para o paciente.

Outro ponto importante é a demora para o atendimento, em que há a


influência de fatores relacionados ao paciente, assim como, pontos
negativos na logística de atendimento dos serviços de emergência em nosso
país. Para excelência no atendimento, é importante uma anamnese
detalhada adicionada ao exame físico, a qual permite a elaboração das
hipóteses diagnósticas. E para auxiliar os médicos na escolha da hipótese
diagnóstica e na tomada rápida de decisão, escores de risco são
disponibilizados, os quais, facilmente, identificam a probabilidade de eventos
adversos.

A conduta imediata de casos com risco de morte imediata tem como


principal objetivo reduzir a morbidade e a mortalidade, aumentando,
consequentemente, a segurança do profissional da emergência. Sugestões

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de fluxogramas e algoritmos para o atendimento desses pacientes na sala


de emergência definem, de forma objetiva, quem fica e quem pode ser
liberado.

O sintoma de dor torácica constitui um grande desafio para o médico


da emergência em decorrência da ampla lista de diagnósticos diferenciais.1
Representa em torno de 5% a 10% das consultas em Pronto-Socorro. A
síndrome coronária aguda (SCA) é responsável por quase 1/5 das causas
de dor torácica e 2% a 10% dos pacientes com este diagnóstico são,
inadvertidamente, liberados e podem apresentar uma evolução clínica
desfavorável.

Dessa forma, é importante um atendimento sistematizado por meio de


fluxogramas e algoritmos, a fim de se obter uma alta acurácia diagnóstica,
com o principal objetivo de reconhecer e tratar as doenças mais graves e
com risco iminente de morte, evitando-se assim, internações e exames
complementares desnecessários para os pacientes de baixa complexidade.
Vários fatores interferem para o retardo de pacientes com dor torácica no
Pronto-Socorro e que pioram o prognóstico.

Entre eles têm-se aqueles atribuídos ao paciente, levando a


diferenças individuais na experiência subjetiva de dor, como: conhecimento
de experiência de outros pacientes, contribuição genética para diferenças
individuais, interação entre fatores genéticos e sociais, fatores psicológicos
que influenciam a sensibilidade à dor, a não valorização, pelo paciente, dos
sintomas de dor torácica, a atribuição dos sintomas a condições crônicas
pré-existentes (dor muscular), ausência de conhecimento dos benefícios do
rápido tratamento.

Salienta-se que apenas 20% dos pacientes com dor torácica e infarto
agudo do miocárdio (IAM) procuram por atendimento nas duas primeiras
horas. Ainda nesse contexto, vários fatores contribuem para o retardo no
atendimento de pacientes com dor torácica, interferindo de forma negativa

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nos resultados, como: a não disponibilidade de atendimento pré-hospitalar


de urgência, a demora no atendimento de grupos especiais como os idosos,
pacientes do sexo feminino, baixa classe socioeconômica, raça negra.

Uma anamnese detalhada é o instrumento básico e o mais relevante


na formulação de uma causa da dor torácica que, adicionada ao exame
físico e aos fatores de risco permitirá a elaboração das hipóteses
diagnósticas, definindo os exames complementares mais pertinentes,
evitando-se alta hospitalar para os casos com risco iminente de morte.

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5- UTI – NEONATAL

A UTI Neonatal é um ambiente do hospital preparado para recebem


bebês que nasceram antes das 37 semanas de gestação, com baixo peso
ou que possuem algum problema que possa interferir no seu
desenvolvimento, como alterações cardíacas ou respiratórias, por exemplo.

O bebê permanece na UTI até que consiga respirar sem a ajuda de


aparelhos, tenha peso ideal e consiga sugar toda a comida, sendo o
tratamento continuado em casa. O tempo de permanência na UTI varia de
acordo com o bebê e o motivo pelo qual foi levado à UTI, no entanto em
alguns hospitais um dos pais pode permanecer com o bebê durante todo o
tempo do internamento.

5.1 Para que serve?

A UTI neonatal é um local do hospital preparado para receber recém-


nascidos que nasceram prematuros, antes das 37 semanas, com baixo peso
ou com problemas respiratórios, hepáticos ou cardíacos, por exemplo. Logo

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após o nascimento o bebê é encaminhado para a UTI neonatal, recebendo


atenção e tratamento adequados de acordo com o motivo pelo qual foi
encaminhado para a unidade.

A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal é constituída por uma equipe


multiprofissional constituída por neonatologista, pediatra, enfermeiros,
nutricionista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo que
promovem a saúde e o desenvolvimento do bebê 24h por dia
Cada UTI Neonatal é composta por equipamentos que auxiliam o tratamento
do bebê, como:
 Incubadora, que mantém o bebê aquecido;
 Monitores cardíacos, que verificam a frequência cardíaca do bebê,
informando qualquer alteração;
 Monitores respiratórios, que indicam como está a capacidade
respiratória do bebê, podendo ser necessário que bebê fique em
ventilação mecânica;
 Cateteres, que são utilizados principalmente para promover a nutrição
do bebê.
A equipe multiprofissional avalia o bebê periodicamente para que possa
verificar a evolução do bebê, ou seja, se os batimentos cardíacos e a
frequência respiratória estão normais, se a nutrição está adequada e o peso
do bebê.
5.1 Tempo de permanência
O tempo que o bebê fica na UTI neonatal pode variar de dia a meses de
acordo com as necessidades e características do bebê. Durante o tempo de
permanência na UTI os pais ,ou pelo menos a mãe, pode permanecer junto
do bebê, acompanhando o tratamento e promovendo o bem-estar do bebê.
5.2 Quando acontece a alta
A alta é dada pelo médico responsável, levando em consideração a
avaliação dos profissionais envolvidos no cuidado do bebê. Normalmente
acontece quando o bebê adquire independência respiratória e consegue

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sugar toda a comida, além de ter mais de 1,8 kg. Antes da alta do bebê, a
família recebe algumas orientações para que o tratamento possa ser
continuado em casa e, assim, o bebê poder se desenvolver normalmente.

6 UNIDADE DE INTERNAÇÃO

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Unidade de Internação. É o conjunto de elementos destinados a


acomodações do paciente internado e que englobam facilidades adequadas
a prestação de cuidados necessários a um bom atendimento.

Atividades: Assistência ao paciente, realizando higiene e conforto,


mudança de decúbito, remoção do paciente, administração de medicação
oral, injetável, retal e tópica, realização de curativos, administração de dietas
por sonda e via oral, verificação de sinais vitais e temperatura, puncionar
veias, troca de fraldas.

Cuidados de enfermagem com a unidade do paciente. Entende-se por


limpeza concorrente a higienização diária de todas as áreas do hospital, com
o objetivo da manutenção do asseio, reposição de materiais de consumo
como: sabão líquido, papel toalha, papel higiênico, saco para lixo.

6.1 BLOCO CIRURGICO


O centro cirúrgico (CC) é um setor situado em instituição hospitalar,
sendo um local onde são realizados procedimentos cirúrgicos. Ele conta com
uma infraestrutura de alta complexidade.

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O CC tem como objetivo realizar procedimentos cirúrgicos em


pacientes de forma eletiva, ou seja, previamente agendando, ou urgência-
emergência sem agendamento prévio.

O CC além de apresentar alta complexidade é uma área de acesso


restrito, apresentando particularidades físicas e estruturais que são
normatizadasA equipe de saúde que atua no setor é multidisciplinar, sendo
composta por médicos anestesistas, cirurgiões, enfermeiros, técnicos de
enfermagem, instrumentadores cirúrgicos, auxiliar de limpeza. Além disso,
conta com uma equipe externa que são por exemplo, os laboratórios,
radiologia e o banco de sangue. pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária.

O termo cirurgia vem do grego Kheirourgia, que significa “trabalho


manual” • Pode ser definido como a especialidade que se destina ao
tratamento de doenças e traumatismos por meio de processos operativos
manuais e instrumentais.

IDADE MEDIA – cirurgias realizadas nos campos de batalha, casas


dos cirurgiões ou debaixo dos convés dos navios ✓Amputação de membros

✓ Drenagem de abscessos ✓Retirada de tumores ❖Uso das mãos ou auxílio

de instrumentos ❖Superar a dor, a hemorragia e a infecção ❖A hemorragia

era estancada utilizando-se cauterização com óleo fervente ou ferro em


brasa.

1846 – descoberta da anestesia, com a narcose sendo realizada pela


inalação de éter ❖ Tornava-se real a possibilidade de realizar um

procedimento cirúrgico indolor ❖1890 – o uso de luvas nas salas de

operação foi introduzido por William Halsted, não para proteção do paciente,
e sim para proteger a enfermeira, sua noiva, que era alérgica a antissépticos

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Século XX – com o desenvolvimento científico, ocorreu a evolução das


técnicas cirúrgicas e da ligadura vascular, a criação de instrumentos próprios
para melhor acesso às áreas operadas, a introdução da anestesia geral e de
técnicas assépticas para a realização de intervenções cirúrgicas ❖Com o

atual avanço tecnológico, as mais diversas especialidades médicas


passaram a utilizar robótica e computadores de última geração nas cirurgias

Durante toda a história da cirurgia, a enfermagem em centro cirúrgico


esteve presente, desde as primeiras amputações realizadas pelos
“cirurgiõesbarbeiros” até as cirurgias robóticas.

O CC é dividido em áreas específicas por ser uma área crítica, com


maior risco de transmissão de infecções, em virtude dos procedimentos ali
realizados.

❖ ÁREAS IRRESTRITAS – são aquelas cuja circulação de pessoas

élivre, não exigindo cuidados especiais nem uso de uniforme privativo ❖

Elevadores, corredores externos que levam ao CC, vestiários, local de


transferência de macas

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ÁREAS SEMI-RESTRITAS – permitem a circulação de pessoal e de


equipamentos, de modo que não interfira no controle e na manutenção da

assepsia cirúrgica ❖Nesses locais é necessário o uso de uniforme privativo

e de propés ou calçados adequados ❖Secretaria, copa, salas de conforto e

de guarda de equipamentos.

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ÁREAS RESTRITAS – são as que têm limites definidos para a


circulação de pessoal e de equipamentos, onde se devem empregar rotinas
próprias para controlar e manter a assepsia local ❖ Além do uniforme

privativo,é necessário o uso de máscaras que cubram a boca e o nariz ❖

Salas cirúrgicas, ante-salas,lavabos e corredores internos.

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As estruturas necessárias apresentam normas para a sua estrutura,


sendo que os tetos conforme a Portaria 1.884/94 do Ministério da Saúde,
deve ser continuo, sendo proibido o uso de forro falso removível (BRASIL,
1994); as paredes devem ser lisas e laváveis, de cor neutra, tinta fosca,
cantos arredondados sem rodapé, com acabamento côncavo, para reduzir a
deposição de microrganismos; as portas devem ser sem maçanetas e com
visores, para evitar o trânsito desnecessário dentro da sala de operação; as
janelas tipo basculante, sem parapeitos, dentro e fora, com vidro fosco,
vedadas e teladas, para evitar a passagem de insetos; ventilação segundo a
Portaria 1.884/94 do Ministério da Saúde deve ser de temperatura mínima
de 19ºC e máxima de 24ºC, com umidade relativa do ar correspondente a
45% a 60%.

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6.2 MOMENTO OPERATÓRIO


ELETIVA: tratamento cirúrgico proposto, mas cuja realização pode
aguardar ocasião mais propícia, ou seja, pode ser programado. Ex:
(Mamoplastia) URGENTE: tratamento cirúrgico que requer pronta atenção,
deverá ser realizado dentro de 24 a 48 horas. Ex: (Apendicectomia)
EMERGÊNCIA: tratamento cirúrgico que requer atenção imediata, por se
tratar de uma situação crítica "salvar a vida". Ex: (Ferimento precordial por
arma de fogo).

6.3 FINALIDADE DO PROCESSO


PALIATIVO: tratamento cirúrgico que visa compensar os distúrbios
para melhorar as condições do paciente ou aliviar sua dor. Ex: Vagotomia
RADICAL: tratamento cirúrgico do qual se faz a remoção parcial ou total do
órgão. Ex: Gastrectomia total PLÁSTICA: tratamento cirúrgico realizado com
a finalidade estética ou corretiva. Ex: Mamoplastia. DIAGNÓSTICA:
finalidade de fazer um diagnóstico Ex: Laparotomia exploradora.

6.4 RISCO CARDIOLOGICO


GRANDE PORTE: cirurgias com grande probabilidade de perda de
fluido e sangue. Exemplificando: cirurgias de emergências (ferimento na
região precordial), cirurgias vasculares arteriais (correção de aneurisma
aorta abdominal). MÉDIO PORTE: cirurgias com média probabilidade de
perda de fluido e sangue. Exemplificando: vascular (endarterectomia de
carótida), cabeça e pescoço (ressecção de carcinoma espino celular),
ortopedia (prótese de quadril) PEQUENO PORTE: cirurgias com pequena
probabilidade de perda de fluido e sangue. Exemplificando:
otorrinolaringologia (timpanoplastia), plástica (mamoplastia).

6.5 DURAÇÃO
CIRURGIAS DE PORTE I: cirurgias cujo tempo de duração encontra-
se no intervalo de 0 a 2 horas. Ex: Timpanoplastia CIRURGIAS PORTE II:
cirurgias cujo tempo de duração encontra-se no intervalo acima de 2 horas

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até 4 horas. Ex: Colecistectomia CIRURGIAS PORTE III: cirurgias cujo


tempo de duração encontra-se no intervalo acima de 4 horas até 6 horas.
Ex: Gastrectomia; CIRURGIAS PORTE IV: cirurgias cujo tempo de duração
encontra-se no intervalo acima de 6 horas. Ex: Transplante de Fígado.

6.6 POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO


As infecções pós-operatórias devem ser analisadas conforme o
potencial de contaminação da ferida cirúrgica, entendido como o número de
microorganismos presentes no tecido a ser operada. A classificação das
cirurgias deverá ser feita no final do ato cirúrgico.

OPERAÇÃO LIMPA ✓São aquelas realizadas em tecidos estéreis ou

passíveis de descontaminação, na ausência de processo infeccioso e


inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras, cirurgias eletivas e
traumáticas com cicatrização de primeira intenção e sem drenagem. ✓

Cirurgias em que não ocorrem penetrações nos tratos digestivo, respiratório


ou urinário. Ex: Mastectomia, Enxertos cutâneos.

POTENCIALMENTE CONTAMINADA ✓ São aquelas realizadas em

tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa ou em tecidos de


difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório e
com falhas técnicas discretas no trans operatório. Ex: Histerectomia
abdominal.

CONTAMINADA ✓São aquelas realizadas em tecidos traumatizados

recentemente e abertos, colonizados por flora bacteriana abundante, cuja


descontaminação seja difícil ou impossível, bem como todas aquelas em que
tenham ocorrida falha técnica grosseiras, na ausência de supuração local.
Ex: Cirurgia intranasal, Cirurgia bucal e dental.

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Faculdade de Minas

INFECTADA ✓São todas as intervenções cirúrgicas realizadas em

qualquer tecido ou órgão, em presença de processo infeccioso (supuração


local), tecido necrótico, corpos estranhos e feridas de origem suja. Ex:
Cirurgia abdominal em presença de pus e conteúdo de cólon

6.7 CME – CENTRO DE MATERIAL E ESTERELIZAÇÃO.


Setor complexo. Sua essência consiste em promover materiais livres
de contaminação para serem utilizados nos mais diversos procedimentos
Neste serviço são lavados, preparados, acondicionados, esterilizados e
distribuídos todos os materiais para as Unidades de Internação, Centro
Cirúrgico Central e Ambulatorial, Ambulatórios.

A CME é definida pelo Ministério da Saúde como um conjunto de


elementos destinados à recepção, expurgo, preparo, esterilização, guarda e
a distribuição dos materiais.

A Central de Material Esterilizado (CME) é o conjunto de áreas


destinadas à recepção, limpeza, preparo, esterilização, guarda e distribuição
do material a todos os departamentos de um hospital.

Compreende o serviço dentro do hospital que prepara, controla,


prover e distribui os materiais esterilizados, requeridos por todas unidades e
setores que prestam assistência ao paciente.

A CME contribui em grande parte para o controle da Infecção


hospitalar, portanto o trabalho realizado deve ser seguro, a equipe deve ser
composta por profissionais capacitados por treinamento e supervisão
constantes de enfermeiros, e que os princípios de técnicas assépticas
devem ser rigorosamente seguidas.

A CME é responsável pelo material de todas as unidades do hospital,


isto é pela limpeza, preparo, esterilização, guarda, distribuição e controle.

30
Faculdade de Minas

Antes de chegar aos métodos e técnicas assépticas utilizadas


atualmente, o homem ao longo do tempo, tentou de várias maneiras reduzir
os microorganismos patogénicos, fosse na pele, no instrumental ou na área
a ser incisionada.

Índia 1400 A.C.: Os povos banhavam-se, limpavam os dentes e


pingavam colírio nos olhos para adoração aos deuses. ➢ Palestina: Moisés
para evitar as doenças criou o expurgo. Isolando os materiais contaminados
em um lugar inacessível. ➢ Idade Média: Antigos fizeram uso de enxofre

como desinfetante. ➢ Grécia-Roma: Costumavam queimar nas ruas madeira

aromática (canfora), para combater a Lepra e a Peste. ➢ 1827-Alcook: Fez

os primeiros estudos racionais. Experimentou a ação desinfetante do


hipoclorito de sódio.

1833-Boinet: Utilizou a tintura de iodo para cura de processos


infecciosos. ➢ 1847-Semmelweis: Continuou os estudos sobre hipoclorito,

utilizando-o na lavagem das mãos e das salas de cirurgias. ➢1854-Florence

Nigtingale: Fez uso de medidas mais rígidas. ➢ 1865-Lister: Introduziu a

cirurgia asséptica, usando como desinfetante o ácido fênico borrifando-o


sobre o campo operatório.

1891- Pasteur: Aprofundou estudos sobre microorganismos; assim fez


também Koch. ➢ 1896 - Ernest Von Bergmam: Introduziu a esterilização

com vapor nas gazes e tecidos utilizados nas cirurgias. ➢ 1909: O campo

operatório começou a ser lavado com iodo. ➢1950: Aparecem as autoclaves

a vapor e a redução do tempo de esterilização. ➢ 1960: Aparecem as

autoclaves à oxido de etileno.

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6.8 CONCLUSÃO
Em virtude dos fatos, a enfermagem é uma ciência cujo objetivo é a
implantação do tratamento de doenças e o cuidado ao ser humano,
individualmente, na familia ou em comunidade de modo integral e holístico.

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6.9 REFERÊNCIAS:
www.saudeeducacao.com.br 25/03/2020

www.ministeriodasaude.com.br 25/03/2020

www.scelo.com.br 25/03/2020

www.tuasaude.com.br 25/03/2020

1- PICHINI, Paulo Henrique. Inovação é um processo


comportamental e a colaboração é essencial para isso. 12 março
2018. Acessado em: 25/03/2020. Disponível
em:<https://administradores.com.br/noticias/inovacao-e-um-
processo-comportamental-e-a-colaboracao-e-essencial-para-
isso>.

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