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INSTITUO POLITÉCNICO DE SAÚDE DE MOÇAMBIQUE

CURSO DE ENFERMAGEM SAÚDE MATERNO INFANTIL – TURMA 22


4° Grupo

Trabalho em Grupo da Disciplina de Prevenção de Controlo e Infecção


RISCOS EXISTENTES NA SALA DE ESPERA, TRATAMENTO/PROCEDIMENTOS,
PARTO PARA UTENTES E O PESSOAL

Formandos: Formadora

Janete Luis Cassimo n°19 Deolinda Marcelino


Joana Zito Antonio n° 20
Judite Bento n°21
Laura Gertudes Jaime n° 22
Lidia Mauricio Tuaibo Assane n°23
Lili Chaibo Abdala nº 24
Lurdes Saide Taimo n°25

Lichinga, Abril de 2024


INSTITUO POLITÉCNICO DE SAÚDE DE MOÇAMBIQUE
CURSO DE ENFERMAGEM SAÚDE MATERNO INFANTIL - TURMA 22
4° Grupo

Trabalho em Grupo da Disciplina de Prevenção de Controlo e Infecção


RISCOS EXISTENTES NA SALA DE ESPERA, TRATAMENTO/PROCEDIMENTOS,
PARTO PARA UTENTES E O PESSOAL

Formandos: Formadora

Janete Luis Cassimo n°19 Deolinda Marcelino


Joana Zito Antonio n° 20
Judite Bento n°21
Laura Gertudes Jaime n° 22
Lidia Mauricio Tuaibo Assane n°23
Lili Chaibo Abdala nº 24
Lurdes Saide Taimo n°25

Lichinga, Abril de 2024


Índice
Introdução.................................................................................................................................... 3
Objectivo geral: ........................................................................................................................... 3
Objectivo específico: ................................................................................................................... 3
Metodologia: ............................................................................................................................... 3
Riscos existentes na sala de espera ............................................................................................. 4
Conceito de sala de espera .......................................................................................................... 4
Riscos existentes na sala de espera ............................................................................................. 4
Recepção, Acolhimento e Classificação (RAC) ......................................................................... 5
Níveis de Risco............................................................................................................................ 5
Fluxo dos Pacientes ..................................................................................................................... 7
Modelo de Escala de Classificação de Risco .............................................................................. 8
O papel do Enfermeiro na Classificação de Risco ...................................................................... 9
Factores que influenciam os tempos de espera ......................................................................... 11
Tratamento e procedimentos de utentes e pessoal na sala de espera ........................................ 11
Parto para Utentes e Pessoal...................................................................................................... 13
Momento do trabalho de parto e do parto ................................................................................. 13
Conclusão .................................................................................................................................. 16
Bibliografias .............................................................................................................................. 17
Introdução

O presente trabalho tem como tema Riscos existentes na sala de espera,


tratamento/procedimentos, parto para utentes e o pessoal. Geralmente, o trabalho de parto e o
parto ocorrem sem qualquer problema. Problemas graves são relativamente raros e a maior parte
pode ser prevista e tratada com eficiência. No entanto, às vezes os problemas surgem de forma
repentina e inesperada. Consultas regulares ao médico ou parteira certificada durante a gravidez
ajudam a prever possíveis problemas e a aumentar as chances de ter um bebê saudável e um
parto seguro.

Objectivo geral:

 Falar dos Riscos existentes na sala de espera, tratamento/procedimentos, parto para


utentes e o pessoal.

Objectivo específico:

 Identificar Riscos existentes na sala de espera, tratamento/procedimentos, parto para


utentes e o pessoal;
 Caracterizar Riscos existentes na sala de espera, tratamento/procedimentos, parto para
utentes e o pessoal;
 Explicar Riscos existentes na sala de espera, tratamento/procedimentos, parto para
utentes e o pessoal.

Metodologia:

A elaboração e concretização do estudo em causo tornar-se-á possível mediante o material já


escrito acerca do tema em alusão, sendo um estudo bibliográfico não deixou-se de fora consultas
do mesmo género em bibliotecas virtuais.

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Riscos existentes na sala de espera

Conceito de sala de espera

A sala de espera é um conjunto de vocábulos que possui vários significados, pois refere-se a um
ambiente físico onde o atendimento multidisciplinar é aguardado, podendo ser ele um corredor,
um hall ou uma área ao ar livre. Nesse espaço, existe uma comunicação efectiva entre os
usuários de forma que ocorrem interacções emocionais, culturais, singulares e colectivas, logo,
um espaço propício para actividades educativas, além das actividades do acolhimento
(CAMARA et al., 2015).

Portanto, trata-se de uma forma produtiva de ocupar o tempo de espera nas unidades de saúde,
tornando esse momento propício para desenvolvimento de actividades educativas e troca de
experiências entre os usuários, possibilitando a interacção do conhecimento popular com os
saberes dos profissionais de saúde (ROSSI da SILVA et al, 2019).

Dessa forma, a sala de espera torna-se uma estratégia que favorece uma atenção humanizada,
uma vez que efectiva a aproximação da comunidade com os profissionais e com os serviços
ofertados na unidade de saúde, além de ensejar a integração de estudantes de graduação das áreas
da saúde a uma estratégia de carácter multiprofissional e de cunho informativo e preventivo aos
usuários do sistema de saúde (FERREIRA et al.,2016).

Riscos existentes na sala de espera

Com a dificuldade de boa parte da população ter acesso aos serviços de saúde, acarretou um
aumento na demanda dos serviços de emergência, pois grande parte da população não tem acesso
a um sistema regular de saúde, o que contribui para uma desorganização dos mesmos. Em
virtude desse crescente número de atendimentos nos sectores de emergência, houve preocupação
por parte dos serviços de emergência no mundo, quanto ao uso de alguma metodologia que
consiga identificar melhor os atendimentos prestados nesses sistemas. Por causa de toda essa
problemática apresentada, o Ministério da Saúde busca por medidas que visem amenizar esses
factores, buscando soluções para os mesmos e, para isso, tem criado alguns dispositivos de
trabalho, entre eles o acolhimento com classificação de risco (FERREIRA et al.,2016).

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Os serviços de saúde, especialmente os serviços de emergência dos hospitais públicos e privados
do nosso país, funcionam como porta de entrada para pessoas que buscam atendimento para
diferentes tipos de problemas de saúde. Isso tem provocado o aumento da demanda que busca
atendimento desses serviços (CAMARA et al.,2015).

A implantação do acolhimento com classificação de risco desde os primórdios tem por


finalidade, reduzir a superlotação e os índices de mortalidade nos serviços de saúde, por meio da
redução do tempo de espera, a partir da classificação do risco dos pacientes, da integração da
rede de atenção em saúde e encaminhamento dos casos não urgentes às unidades básicas. Com o
propósito de reduzir as superlotações, adequando o atendimento conforme o grau de gravidade,
identificando os pacientes que precisam ser vistos primeiro e aqueles que possam esperar com
segurança, sem que haja qualquer risco para o mesmo (FERREIRA et al.,2016).

Recepção, Acolhimento e Classificação (RAC)

O processo de RAC deve ser dinâmico, contínuo e deve incluir actividades que tranquilizam o
usuário e seus familiares, trazendo-lhes apoio emocional e segurança.

As informações claras sobre tempo de espera e zona de destino de cada paciente e a orientação
do fluxo, onde o mais grave é priorizado em relação ao menos grave, geram confiança no
sistema. O processo de RAC também traz informações úteis e dados estatísticos que possibilitam
políticas dirigidas sobre recursos a serem investidos.

 A enfermeira da RAC deve manter contacto e controle visual com a área de


administração e sala de espera dos pacientes, devendo receber estes e seus familiares com
empatia em um ambiente seguro, privado e confidencial;
 deve ter amplo conhecimento da escala de classificação de risco e ser capaz de fazer uma
rápida avaliação clínica;
 deve acompanhar os pacientes ao local do atendimento e manter os pacientes e familiares
informados, bem como reavaliar periodicamente os pacientes da sala de espera.

Níveis de Risco

O serviço de classificação de risco como o primeiro acolhimento tido pelos pacientes nos
serviços de saúde, tem o intuito de reduzir a superlotação e os índices de mortalidade nos

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serviços de urgência e emergência, por meio da redução do tempo de espera, da integração da
rede de atenção em saúde e encaminhamento dos casos não urgentes às unidades básicas. Para
realização do acolhimento com classificação de risco foi introduzido nos serviços de emergência
o processo de triagem, com o propósito de reduzir as superlotações, adequando o atendimento
conforme o grau de gravidade, identificando os pacientes que precisam ser vistos primeiro e
aqueles que possam esperar com segurança, sem que haja qualquer risco para o mesmo
(FERREIRA et al.,2016).

O Protocolo é uma metodologia que confere classificação de risco para pacientes que procuram
atendimento na rede de urgência e emergência. É estruturado por fluxogramas que representam
os sinais e sintomas relacionados à queixa principal apresentada pelo paciente, que é classificado
em níveis diferentes de prioridade com tempo alvo de atendimento médico estabelecido e
reavaliação pelo profissional que realizou a classificação, pois o quadro clínico pode agravar ou
melhora (NUNES et al.,2017).

Os protocolos, que sustentam a classificação da gravidade da situação de cada paciente, são


definidos por parâmetros subjectivos e objectivos, tempos e fluxos que podem sofrer alterações,
a critério da instituição de saúde. O protocolo que direcciona a actuação do enfermeiro, muitas
vezes considerado o principal responsável pelo sucesso da classificação de risco, é essencial para
guiar a avaliação desse profissional, contudo, sua implantação efectiva depende de uma rede
assistencial estruturada e organizada, capaz de assegurar a continuidade da assistência em outros
serviços de saúde, quando necessária (HERMIDA et al.,2018).

Triagem e Acolhimento nos serviços de saúde Inicialmente o processo de triagem parte da


queixa que direcciona para o fluxograma específico a ser seguido, em seguida a questões
relativas aos discriminadores, até que se obtenha resposta positiva, até à prioridade clínica,
definindo o nível de urgência, a cor correspondente e o tempo-alvo de atendimento. Portanto, a
decisão da prioridade deixa de ser aleatória, subjectiva ou por ordem de chegada e passa a ser
com base em critérios bem-estabelecidos. A avaliação de parâmetros clínicos e a percepção
visual de sinais de gravidade também compõem o processo de avaliação. A triagem termina com
o registo dos dados e o encaminhamento do paciente para a área 6específica de atendimento ou
espera. Entretanto, como se trata de processo dinâmico, pode ser necessária nova reavaliação da

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prioridade clínica durante a espera do paciente pelo atendimento médico (COUTINHO et al.,
2012).

O acolhimento realizado no momento do atendimento com Classificação de Risco é tido como


um instrumento desenvolvido para garantir melhorias na forma de organização dos serviços de
emergência, de modo que os atendimentos sejam organizados, seguindo o grau de gravidade ou
os riscos de agravamento e vulnerabilidade apresentados pelo paciente (CRUZ et al.,2016).

Compreende-se que o acolhimento com classificação de risco é um processo de transformações,


de mudanças, que busca modificar as relações entre profissionais de saúde e usuários dos
serviços de emergência. Tendo por objectivo um atendimento mais resolutivo, que saiba
identificar e priorizar os atendimentos realizados nesse serviço, sem deixar de tratar os
pacientes de forma digna e humanitária (OLIVEIRA;GUIMARÃES 2013).

O acolhimento com classificação de risco surgiu como um método reorganizador do atendimento


na urgência e emergência e sua implantação veio contribuir com a melhoria da qualidade no
trabalho em equipa e a garantia da resolubilidade da assistência. As acções do mesmo exigem
uma actuação multiprofissional e interdisciplinar com profissionais aptos a assistir o usuário
como um todo, respeitando os seus direitos enquanto cidadão através da prestação da assistência
qualificada além de compreendê-lo e garantir a resolubilidade de seus problemas (FERREIRA et
al.,2016).

Fluxo dos Pacientes

O funcionário administrativo preenche o boletim de atendimento e anexa a este a ficha de RAC,


colocando-os num distribuidor próprio para esse fim. A enfermeira retira ambos do distribuidor e
leva o paciente para proceder a entrevista/classificação de risco no consultório reservado para
esse fim.

 Pacientes classificados como nível I e II – imediatamente para a sala de Reanimação


Cardiorrespiratória.
 Pacientes classificados como nível III – sala de observação, se houver leito disponível;
sala de espera se os leitos estiverem todos ocupados.

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 Pacientes classificados como IV e V – sala de espera, colocando os boletins de
atendimento e fichas de RAC em distribuidores separados.

Os pacientes encaminhados para a sala de espera deverão ser reavaliados periodicamente, em


tempos que variam de acordo com o nível da classificação inicial: III a cada 30 minutos, IV a
cada hora ímpar, V a cada hora par. As trocas de níveis de risco deverão ser registadas na ficha
de RAC. Os pacientes que entrarem pela porta das ambulâncias, normalmente nível I e
possivelmente nível II, deverão ser colocados directamente na sala de Reanimação
Cardiorrespiratória, para atendimento imediato. Ainda assim, a ficha de RAC deverá ser
preenchida após a assistência, pelo enfermeiro(a) responsável por esse sector, para estudos
estatísticos futuros.

Os pacientes atendidos na sala de reanimação cardiorrespiratória deverão ser transferidos para a


sala de observação, onde continuarão a ser assistidos, tão logo sejam estabilizados.

Modelo de Escala de Classificação de Risco

Nível I – Vermelho – 0 minutos

 Cianose central e periféricas intensas, Palidez extrema, Respiração ausente, lenta ou


superficial, Sem pulsos periféricos ou pulsos muito débeis, PA imperceptível,
Inconsciente e pouco reactivo, Politraumatizado grave.

Nível II – Laranja – até 10 minutos

 Dispnéia, Ruídos respiratórios, Tiragem intercostal, Estridor, Coma, Estado convulsivo,


Hemorragia digestiva aguda com instabilidade, Dor torácica possivelmente isquêmica,
Grande queimado, Acidentes botrópicos, Síncope com alteração de sinais vitais, Epistaxe
com sangramento activo, Dor nos membros com cianose dos mesmos, Dor intensa de
qualquer origem.

Nível III – Amarelo – até 60 minutos

 Petéquias Hemoptise Cefaléia súbita Parestesias Alterações da fala Déficit motor


Fracturas de membros sem sinais de gravidade Diabetes descompensado >350mg%,
Hemorragia digestiva alta com estabilidade, Hemodinâmica Síncope sem alterações de

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sinais vitais Intoxicação exógena, Dor abdominal (não crónica) Queimaduras agudas,
Corpo estranho (ouvido, nariz, faringe, olho).

Nível IV – Verde – até 120 minutos

Otalgia, Odontalgia, Odinofagia, Cefaléia, Cervicalgia, Conjuntivite, Fraqueza com sinais vitais
normais Dor torácica inespecífica, Tosse, Dor, Abcessos, Ferimentos infectados, Celulite,
Disúria/polaciúria, Ansiedade/depressão, Epistaxe sem sangramento activo, Nível V – Azul – até
240 minutos, Busca por atestados de saúde ou doença, Busca por especialistas (referenciados ou
não), Busca por métodos diagnósticos (exames), Busca por receitas de drogas controladas, Busca
por renovação de receitas Dor crónica com sinais vitais normais

O papel do Enfermeiro na Classificação de Risco

Sendo a enfermagem uma profissão fundamental no sistema de saúde, se destaca e se diferencia


pelo desenvolvimento de práticas interactivas e integradoras de cuidado, às quais vêm adquirindo
uma repercussão cada vez maior, tanto na educação e promoção da saúde, quanto no fomento de
políticas voltadas para o bem-estar social (FARIAS;BRASILEIRO,2018).

O Enfermeiro tem sido o profissional indicado para avaliar e classificar a gravidade dos que
procuram os serviços de emergência, pois, atribui um grau de risco ao paciente consistindo em
um complexo processo de tomada de decisão, possibilitando a priorização do atendimento
(NUNES et al.,2017).

O enfermeiro deve realizar a colecta de informações, baseando-se, principalmente, na escuta dos


antecedentes clínicos e da queixa principal somada à análise de exame físico, a fim de se
identificar os sinais e sintomas, possibilitando o reconhecimento de padrões normais ou alterados
e o julgamento de probabilidade do risco (FARIAS;BRASILEIRO,2018).

Com a inclusão da classificação de risco aos serviços de saúde o enfermeiro tem sido o
profissional indicado para avaliar e classificar o risco dos usuários que procuram atendimento
médico. Com essa inovação nos serviços foram criados também para auxiliar e orientar o serviço
um protocolo direccionador. Em o enfermeiro que atua na classificação de risco deve possuir
habilidades para promover escuta qualificada, avaliar, registar correta e detalhadamente a queixa,
o trabalho em equipa, o raciocínio clínico, a agilidade mental para a tomada de decisões, assim

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como terá capacidade para fazer os devidos encaminhamentos na rede assistencial para que se
efective a continuidade do cuidado (SILVA; et sl.,2012).

Para a aplicação desses protocolos o enfermeiro dentre os profissionais de enfermagem tem sido
mencionado para realizar a avaliação e classificar a necessidade daqueles que buscam as
unidades de emergência, adquirindo papel de grande importância na hora de fazer a
regulação e decidir a prioridade na assistência dos usuários (CRUZ et al.,2016).

O primeiro contacto feito entre o enfermeiro e o paciente tem como finalidade verificar
prioridades de assistência à saúde, por meio de um conjunto de observação do mesmo, através de
uma visão holística, ou seja, saber ouvir as queixas que o levaram a procurar esse serviço seja
elas físicas, psíquicas ou sociais. Neste sentido, é preciso que o enfermeiro tenha tranquilidade,
agilidade, capacidade para tomar decisões rápidas, seguras, contínuas e livres de riscos
adicionais, de forma a se adaptar, de imediato, a cada situação que se apresente. Para tanto, é
necessário estar preparado para a actuação diante das intercorrências, fundamentado de
conhecimento técnico e científico (FERREIRA et al.,2016).

Por meio do conhecimento, o enfermeiro transforma sua prática, aprimora a capacitação dos
membros de sua equipe, melhora a organização do serviço onde atua e garante uma assistência
de qualidade para o cliente. É imprescindível que o gerente de enfermagem utilize sua formação
profissional e os valores e princípios adquiridos com o exercício da profissão para que possa
proporcionar ao cliente uma assistência de enfermagem individualizada e integral (CRUZ et
al.,2016).

Ainda é prioridade do enfermeiro, compreender e administrar o mecanismo de categorização do


risco de cada indivíduo. Através do uso de um protocolo previamente seleccionado como
directriz técnica que embasa teoricamente a sua decisão.

É o enfermeiro quem decide qual informação precisará ser obtida no que diz respeito ao estado
de saúde de um cliente, avaliando tanto dados objectivos quanto subjectivos. O protocolo deverá
ser a directriz base de orientação, trazendo experiências concretas e embasadas cientificamente
(FARIAS; BRASILEIRO, 2018).

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Factores que influenciam os tempos de espera

Como já referido anteriormente, os critérios de priorização pretendem garantir equidade no


acesso aos cuidados, sendo uma equidade vertical, que preconiza que indivíduos com
necessidades clínicas mais urgentes devam ter um tempo de espera inferior, logo um acesso mais
célere, e também uma equidade horizontal, na qual indivíduos com a mesma necessidade clínica
esperam o mesmo tempo. A condição clínica do indivíduo é então considerado um factor de
necessidade, que influencia legitimamente o acesso e a utilização dos cuidados de saúde,
podendo ser verificada desigualdade por existirem diferentes necessidades clínicas.

Existem outros factores não legítimos, como o rendimento ou o nível de educação, que não
deveriam ter qualquer impacto no tempo de espera, por não serem factores de necessidade.
Contudo, pela análise de bibliografia existente, constata-se que, em alguns países com sistemas
de saúde essencialmente públicos, se verifica influência destes factores no tempo de espera, o
que gera iniquidade no acesso aos cuidados. Alguns estudos demonstram que o tempo de espera
varia tendo em conta o rendimento e o nível de educação (Siciliani e Verzulli, 2009), outros
apresentam, para além do rendimento, diferenças no tempo de espera entre homens e mulheres
(Carlsen and Kaarboe, 2010) e outros referem ainda estas diferenças tendo em conta a região de
residência (Johar et al., 2011), a qual poderá ter importância na acessibilidade aos cuidados
médicos, dada a existência de locais com maior e melhor oferta de serviços médicos.

Como alguns estudos apontam para a existência de iniquidade no acesso aos cuidados de saúde,
com tempos de espera favorecendo indivíduos com diferentes condições socioeconómicas, torna-
se imperativa a análise do efeito destes factores não legítimos nos tempos de espera para acesso a
consultas médicas, no território português, para se perceber a realidade nacional face aos outros
países com semelhantes sistemas de saúde.

Tratamento e procedimentos de utentes e pessoal na sala de espera

O território encontrado em uma sala de espera caracteriza-se como um contínuo dinâmico, no


qual diferentes indivíduos se mobilizam e aguardam pelo atendimento de profissionais de saúde.
Esses espaços existem mais frequentemente em unidades básicas de saúde, mas podem ser
encontrados também em outros dispositivos de atenção em saúde como hospitais públicos e
privados (TEIXEIRA; VELOSO, 2006).

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No espaço da sala de espera é possível realizar o acolhimento dos usuários pelos profissionais,
neste contexto pode ser promovido um conjunto de acções educativas em saúde, “melhorando a
inter-relação usuário/sistema/trabalhador de saúde, além de constituir-se em uma forma de
humanizar muitas vezes os burocratizados serviços prestados” (RODRIGUES et al, 2009, p.
103).

Participantes (usuários presentes no local) mais mediador (profissional de saúde) formam o que a
literatura na área chama de Grupo de Sala de Espera. Este, de maneira geral, não apresenta muita
estruturação, pois é aberto e sua composição é temporal e situacional porque se forma de maneira
espontânea. Assim, alguém presente no grupo pode abandoná-lo abruptamente em função de ser
chamado para o atendimento pelo qual esperava, alterando sua configuração. Novos participantes
podem interagir com participantes de encontros anteriores. É comum ainda uma composição
heterogénea com relação à idade, sexo e nível de envolvimento dos participantes nas actividades.

Estas actividades são neste artigo tratadas como procedimentos de Sala de Espera. A
operacionalização dos procedimentos de Sala de Espera, segundo Nora; Mânica; Germâni (2009)
possibilita a amenizarão do desgaste físico e psíquico muitas vezes inerente ao tempo de espera
pelo atendimento em saúde. Torna-se possível neste espaço explorar temas difíceis de uma forma
menos invasiva, bem como trabalhar com os aspectos emocionais envolvidos. Pode-se ainda
propiciar conforto, relaxamento e segurança, optimizando uma troca de saberes entre os
participantes que contribui para a prevenção de doenças e a promoção de saúde. O espaço
proporcionado pelo procedimento de Sala de Espera é essencialmente público, nele as pessoas
emocionam-se, observam-se e empreendem conversações como meio de intercambiar relatos e
experiências.

Rodrigues et al (2009) acrescentam que por meio do procedimento de Sala de Espera é possível
se detectar situações de prejuízo e sofrimento em saúde por meio de expressões faciais e outras
dimensões físicas e psicossociais. Torna-se possível ainda avaliar, interagir e desmistificar
crenças e tabus, operando um entendimento integral do indivíduo. A aplicabilidade do
procedimento de Sala de Espera não se limita a um tipo específico de população, local ou
temática.

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Moreira Júnior e Japur (2003), em estudo no qual descrevem o processo de produção de sentidos
sobre o tema envelhecimento no contexto de sala de espera, concluíram que o intercâmbio das
experiências sobre essa temática neste espaço proporcionou uma reconstrução das vivências de
cada um pela interlocução com outras pessoas. Entendemos que a especificidade desse conversar
dos participantes mediados por um psicólogo/profissional de saúde, numa sala de espera de uma
instituição de saúde é exactamente favorecer que, em coerência ao contexto em que a conversa
ocorre, o sentido do conversar seja também construído em relação a uma acção concreta de
promoção de saúde. (MOREIRA JÚNIOR; JAPUR, 2003, p. 95).

Parto para Utentes e Pessoal

Momento do trabalho de parto e do parto

Geralmente, o trabalho de parto e o parto ocorrem sem qualquer problema. Problemas graves
são relativamente raros e a maior parte pode ser prevista e tratada com eficiência. No entanto,
às vezes os problemas surgem de forma repentina e inesperada. Consultas regulares ao médico
ou parteira certificada durante a gravidez ajudam a prever possíveis problemas e a aumentar as
chances de ter um bebê saudável e um parto seguro.
Os problemas podem incluir:

 O momento em que ocorre o trabalho de parto, ou seja, se ele ocorre antes ou depois da
época normal
 Problemas com o feto ou o recém-nascido

 Problemas com a mãe

 Um problema com a placenta chamado placenta acreta


A placenta acreta pode ser descoberta durante a gravidez ou apenas depois do parto.

A maioria dos problemas fica evidente antes de o trabalho de parto ter início. Esses problemas
incluem

 Ruptura prematura das membranas (a bolsa d’água da mãe se rompe cedo demais)
 A gravidez pós-termo e pós-maturidade (a gravidez continua por mais tempo que o
normal, o que às vezes causa problemas para o bebê)

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 Posição e apresentação anormais do feto (o feto está em uma posição que não é a mais
segura para o parto)
 Nascimentos múltiplos (por exemplo, gêmeos ou trigêmeos)
Alguns problemas (complicações) que se desenvolvem durante a gravidez podem causar
problemas durante o trabalho de parto ou o parto. Por exemplo, a pré-eclâmpsia (pressão
arterial elevada com proteína na urina) pode levar ao descolamento prematuro da placenta do
útero (ruptura prematura da placenta) e problemas no recém-nascido.
Alguns problemas se desenvolvem ou se tornam evidentes durante o trabalho de parto ou o
parto. Esses problemas incluem

 A embolia por líquido amniótico (o líquido que envolve o feto no útero entra na corrente
sanguínea da mulher, o que às vezes causa uma reação com risco de morte na mulher)
 Distócia de ombro (o ombro do feto fica encaixado no osso púbico da mãe e o bebê fica
preso no canal vaginal)
 O trabalho de parto começa muito cedo (trabalho de parto prematuro).
 Trabalho de parto que progride muito lentamente
 Prolapso do cordão umbilical (o cordão umbilical sai do canal vaginal antes do bebê)
 Cordão nucal (cordão umbilical enrolado em torno do pescoço do bebê)
 Quando o feto é muito grande para passar através do canal vaginal (pelve e vagina) – a
chamada desproporção feto-pélvica

 Em casos raros, laceração (ruptura) espontânea do útero


Quando ocorre o desenvolvimento de complicações, pode ser necessário usar alternativas ao
trabalho de parto espontâneo e ao parto normal. Incluem

 Início artificial do trabalho de parto (indução do trabalho de parto)


 Usar fórceps ou extrator a vácuo (um processo denominado parto vaginal operatório)
para fazer o parto do bebê
 Parto por cesariana
Alguns problemas ocorrem imediatamente após o parto do feto, na hora em que a placenta está
sendo parida. Incluem

 Sangramento uterino excessivo durante o parto

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 Um útero que está virado do avesso (útero invertido)
Menos de 10% das mulheres dão à luz no dia indicado (geralmente estimado como em torno da
40ª semana de gravidez). Aproximadamente 50% das mulheres dão à luz dentro de uma
semana (antes ou depois) e perto de 90% dão à luz em até duas semanas da data prevista.

 Somente aproximadamente 10% das mulheres dão à luz na data prevista.

O trabalho de parto pode ter início

 Com muita antecedência (prematuro): Antes da 37ª semana de gravidez


 Com atraso (pós-termo): Após a 42ª semana de gravidez
Nesses casos, a saúde ou a vida do feto pode ser colocada em risco.

O trabalho de parto pode começar com antecedência ou estar atrasado, porque a mulher ou o
feto tem um problema médico ou o feto está em uma posição anormal.

Pode ser difícil determinar a duração da gravidez, pois muitas vezes não é possível determinar
a data exata da concepção. No início da gravidez, um exame por ultrassom, que é seguro e
indolor, pode ajudar a determinar o tempo de gravidez. A partir do meio da gravidez até o
final, os exames feitos por ultrassom são menos confiáveis para determinar o tempo de
gravidez.

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Conclusão

As acções de acolhimento podem ser realizadas por qualquer profissional de saúde, desde que
capacitado. Entretanto, cabe ao enfermeiro reunir as condições necessárias, as quais incluem
linguagem clínica orientada para os sinais e sintomas, para a realização das escalas de avaliação
e classificação de risco do usuário de acordo com o grau de urgência de seu agravo, com base em
um sistema predefinido: emergência, urgência, menor urgência e baixa complexidade.

No geral é de competência do enfermeiro interpretar ainda os sinais psicológicos, interpessoais e


comunicativos do paciente, para verificar a credibilidade da informação clínica. Assim, o
trabalho do enfermeiro na classificação de risco também é influenciado por aspectos sociais e
pelo contexto de vida em que o usuário se encontra. Nesse sentido, o enfermeiro utiliza a
avaliação intuitiva para exercer a classificação a partir da aparência física e do modo que o
paciente apresenta o seu problema.

Não é mais admissível que mantenhamos o atendimento nesses serviços por ordem de chegada
dos pacientes, colocando em risco de morte indivíduos em real situação de urgência, enquanto
prestamos assistência a outros que deveriam estar no posto de assistência básica.

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Bibliografias

CAMARA, Rhamaia Ferreira; et al. (2015). O papel do enfermeiro no processo de classificação


de risco na urgência: uma revisão. Revista Humano Ser - UNIFACEX, Natal-RN, v.1, n.1, p.
99- 114.

COUTINHO, Ana Augusta Pires; et al. (2012). Classificação de risco em serviços de


emergência: uma discussão da literatura sobre o Sistema de Triagem de Manchester. Rev Med
Minas Gerais.

CRUZ, Isabel Pereira; et al. (2016). Assistência de enfermagem em setores de classificação de


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enfermeiro para atuação no acolhimento e classificação de risco nos serviços de emergência.
Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 09, Vol. 09, pp. 46-
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FERREIRA, Edinete Bezerra; et al. (2016). Acolhimento com classificação de risco em serviços
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envelhecimento humano. Paidéia, Ribeirão Preto, v. 13, n. 25, p. 85-96,.

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Científica FacMais, Volume. X, Número 3.

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