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SEMIOLOGIA E SEMITÉCNICA II

Prof.ª M.ª Brunna Hellen Saraiva Costa


Prof. Guilherme Bernardes Filho

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Diretor Tesoureiro

Prof. Frederico Ribeiro Simões

Reitor

UNISEPE – EaD

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Prof. Dr. Renato de Araújo Cruz

Coordenação do Núcleo de Ensino a distância - Nead

Equipe editorial:

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Kelvin Komatsu de Andrade

Matheus Eduardo Souza Pedroso

Marcelo Toshiyuki Gushiken

Vinícius Capela de Souza

Revisora responsável: Prof.ª M.ª Rute Elisa Jorge Mendes

Diagramador responsável: Diego Macedo Pedroso


SOBRE A AUTORA:

Enfermeira. Especialista em Urgência, Emergência e UTI. Mestre em Enfermagem pelo Programa


de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba. Doutoranda em
enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da
Paraíba. Cursando Licenciatura pela Faculdade UniBF. Atua como pesquisadora no grupo de
Pesquisa em Bioética e Cuidados Paliativos - NEPBCP (2014). Atuou na qualidade de Enfermeira
assistencial no Hospital de Assistência Médica Infantil da Paraíba - AMIP e Hospital Municipal do
Valentina. Possui experiência na docência em nível técnico nas áreas de Farmacologia e Técnicas
Básicas. Em Enfermagem, em nível superior nas áreas de Metodologia da Pesquisa Científica e
Pediatria. Na qualidade de docente nas instituições de Pós-Graduações na área de farmacologia,
metodologia da pesquisa e REMIT.

SOBRE A DISCIPLINA:

Fundamentos de Enfermagem em uma área na qual o aluno de graduação em enfermagem tem, a


rigor, a primeira experiência clínica, onde não só terá a oportunidade de realizar procedimentos
técnicos com um cliente, mas terá que utilizar e integrar conhecimentos teóricos já adquiridos para
obter uma compreensão global, geralmente é uma experiência gratificante para os alunos tanto
profissional quanto pessoalmente, é nesse ponto que os alunos começam a examinar clinicamente
certos sinais e sintomas.

De fato, a disciplina básica de enfermagem desempenha um papel introdutor muito importante na


atual estrutura curricular ao justificar a transição do ensino das disciplinas científicas básicas para a
primeira experiência clínica, aprendizagem e reflexão dos aspectos básicos da prática de
enfermagem, envolvendo a superação de obstáculos relacionados à própria incerteza e
inexperiência, fatores importantes e sempre presentes na formação profissional.
Os ÍCONES são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem
e facilitar a organização e a leitura hipertextual.
SUMÁRIO

UNIDADE I .............................................................................................. 05
1º Higienização das mãos, medidas de precaução e luxa estéril ....... 05
2º Oxigenoterapia e glicemia capilar ............................................ 19
3º Tipos de sondas ................................................................... 32
UNIDADE I
CAPÍTULO 1 – HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS, MEDIDAS DE
PRECAUÇÃO E LUVA ESTÉRIL
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Tipos de transmissões de infecção;


✓ Estratégias de controle de infecção;
✓ Luva estéril;
✓ Uso de adornos.

Introdução

O termo infecção hospitalar passou por processos de atualizações e hoje em dia é denominado
infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS), possui como definição ser uma infecção que se
desenvolve no local em que é prestado assistência à saúde seja ele: hospital, instituição de longa
permanência, ambulatório, centro de diálise, unidades clínicas e cirúrgicas, unidade de pronto
atendimento e assistência domiciliar. Vale salientar que esse conceito não é utilizado, quando o
paciente é admitido no setor com a infecção ou quando o mesmo está no período de incubação.
Inclui-se também as infecções ocupacionais que são adquiridas pelos profissionais de saúde,
durante suas atividades trabalhistas.

A IRAS faz parte dos maiores e mais graves problemas que estão relacionados à segurança do
paciente, pois atinge o número expressivo de indivíduos em todo o mundo, possui como causa vários
fatores que estão relacionados aos sistemas e aos processos de prestação e cuidados,
principalmente da enfermagem e os comportamentos da equipe e do paciente.

É preciso dar ênfase que a IRAS é um dos principais eventos adversos que acometem pacientes de
países desenvolvidos, principalmente de países em desenvolvimento. Estudos demonstram que o
risco de adquirir uma infecção relacionada à assistência à saúde é de duas a 20 vezes maior em
países desenvolvidos, e essa proporção de infectados ultrapassa os 25%.

O que vem contribuindo para o aumento dessas iras são as condições inadequadas de higiene,
infraestrutura precária, equipamentos inadequados e insuficientes, além disso a falta de informação
acerca da microbiota pode ser citada, superlotação, falta de políticas e programas nacionais, uso
inadequado de antibióticos, favorecendo assim a resistência bacteriana, condições sociais entre
outros.

As IRAS possuem como consequências o prolongamento da internação hospitalar; com o aumento


da resistência de microrganismos a antimicrobianos, devido à falta de diagnósticos baseados em
culturas; os custos das internações ficam mais caros, além da incapacidade e do aumento da
mortalidade.

Sempre existirá o risco de transmissão em qualquer serviço de saúde (SS) na prestação de cuidados
ao paciente, principalmente por meio dos equipamentos/materiais médicos. Os pacientes
colonizados, em período de incubação ou com infecção (identificados ou não), representam risco de

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transmissão microbiana para outros pacientes e para PS. As medidas das precauções (padrão e
específicas) constituem a base das melhores práticas de prevenção e controle das infecções e
devem ser aplicadas nos vários SS, seja hospital, ambulatório, instituição de longa permanência e
assistência domiciliar (home care), entre outros.

A equipe de enfermagem, juntamente com os demais profissionais da saúde, compartilha a


responsabilidade em deixar o ambiente de trabalho seguro e protegido, seja para a equipe de saúde
como também para os pacientes e seus familiares. Além disso, possuem como responsabilidade
disseminar o conhecimento, de forma a orientar os indivíduos e seus familiares sobre a importância
de manter a segurança fora do estabelecimento assistencial.

Para que seja possível atingir esses objetivos é preciso abordar áreas importantes como o controle
de infecção e a utilização de EPIS. Nesta unidade iremos demonstrar a importância de possuir um
local de trabalho com um controle de infecção. Na prática assistencial convivemos em um mundo
repleto de microrganismos onde alguns podem contribuir de uma maneira positiva para a nossa
existência, porém existem outros tipos que causam diversos danos ao corpo humano, pois possuem
um potencial para ocasionar doenças infecciosas, e são denominados de patógenos.

É preciso que o enfermeiro possua a compreensão do ciclo de infecção destes patógenos, pois
estará preparado para implementar e reformular planos de assistência para quebrá-los,
principalmente na forma de prevenção da ocorrência de doenças infecciosas. A principal medida
individual mais simples e que possui menos gastos é a lavagem das mãos, ela é utilizada para
prevenir a propagação das infecções que estão relacionadas à assistência ao paciente, entretanto,
estudos vem demonstrando a associação de infecções hospitalares ocasionadas por erros, dentre
estes erros incluem o desconhecimento de técnicas e os descumprimentos das normas de proteção
ao paciente.

O ato de lavar as mãos é um dos principais meios de prevenção da infecção dentro de uma unidade
hospitalar, sabemos que as mãos constituem um potencial via de transmissão de microrganismos, e
durante a assistência que está sendo prestada ao paciente, elas são os instrumentos mais utilizados
no cuidado.

A higienização das mãos (HM) ainda é considerada uma medida eficaz, simples e econômica para reduzir
infecções hospitalares (IRAS) (Belela-Anacleto et al., 2017). Por esse motivo, tem sido considerada um dos
pilares da prevenção para fazer o controle de infecções nos serviços de saúde, incluindo aquelas infecções
decorrentes da transmissão cruzada de microrganismos multirresistentes. A estratégia de higienização das
mãos é discutida no Brasil desde o ano de 1989, portanto, estamos falando de mais de trinta anos de discussão
institucional (Hoffmann et al., 2020)

1.1 Tipos de transmissões de infecção

Neste subtópico você conseguirá identificar os tipos de transmissões de infecções, que são elas: a
transmissão direta, transmissão indireta e a transmissão aérea, ao longo deste tópico iremos
descrevê-las.

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A transmissão direta ocorrerá quando existe um contato físico entre o reservatório e o hospedeiro
suscetível, ou seja, este tipo de transmissão ocorrerá quando um hospedeiro que esteja susceptível
tem o contato com os reservatórios, por exemplo, com a pele e secreções corporais diferentes.

A transmissão indireta poderá ocorrer de duas formas diferentes, o hospedeiro susceptível vai entrar
em contato com um objeto inanimado, como por exemplo, curativo, agulhas contaminadas até
mesmo utensílios utilizados para comer, como colheres, garfos, entre outros objetos, estes deverão
estar contaminado com o patógeno. Já o segundo tipo de transmissão indireta é reconhecido como
uma transmissão vetorial, essa transmissão vai ocorrer quando um animal ou um inseto transmite o
patógeno ao hospedeiro suscetível.

Terceiro tipo de transmissão é do tipo aérea, que ocorre apenas quando os patógenos são
carregados através das gotículas, como por exemplo, a tosse, o espirro, essas gotículas ficam
suspensas no ar e entram em contato com o hospedeiro suscetível. Vale salientar que essas
gotículas conseguem trafegar por grandes distâncias, por isso a importância de obter uma barreira,
de utilizar os EPIS. A porta de entrada é denominada pela maneira como um patógeno vai entrar em
contato com os hospedeiros susceptíveis e geralmente ocorre através de qualquer abertura corporal,
seja através dos olhos, ouvidos, reto, vagina, boca, como também pela pele, especialmente quando
existe alguma lesão.

O ambiente escuro e úmido no interior do corpo humano é um dos melhores reservatórios para patógenos;
assim, devemos fazer tudo que podemos para manter os patógenos afastados!

Para ser denominado hospedeiro alvo existem algumas características que vão influenciar se o
patógeno poderá ocasionar alguma doença infecciosa ou não, isso é possível mensurar a gravidade
da infecção. Os indivíduos que são muito jovens e idosos possuem uma tendência aos agentes
infecciosos e isso está relacionado ao sistema imune imaturo (para os mais jovens), ou um sistema
imune enfraquecido (a pessoa idosa), outros pontos que podem colaborar com essas características
que influenciam é o estado nutricional, o nível de estresse que aquele indivíduo está e o estado geral
da saúde.

1.2 Estratégias de controle de infecção

Evidencia-se que a epidemiologia é a ciência que estuda o processo saúde-doença, na prática do


controle de infecções hospitalares, ela é uma das disciplinas que precisam ser estudadas e que vêm
sofrendo uma evolução e atualização constantemente. É preciso que os acadêmicos dos cursos de
saúde, dando ênfase na enfermagem, conheçam os mecanismos de transmissão, além disso é
preciso saber quais recursos poderão ser utilizados para realizar um diagnóstico laboratorial e assim
delimitar medidas para o controle de infecção. Dentre os principais meios de prevenção de infecção
inclui o simples ato de lavar as mãos, além disso é preciso que haja um isolamento dos pacientes
diagnosticados com estas infecções para se utilizar medidas específicas para cada sítio de infecção.
A prevenção deste tipo de infecção precisa ser o objetivo de todos os profissionais de saúde e dos
estagiários.

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A maneira mais simples e eficaz para se evitar a proliferação e a infecção hospitalar em um ambiente
repleto de microrganismos, que muitas vezes são resistentes aos antibióticos e desencadeiam
diversas patologias, é a lavagem das mãos (COUTO, 2009). Existem diversas campanhas que
orientam e reforçam a equipe de saúde a valorizar esse simples ato, que é a lavagem das mãos.

Toda unidade precisa ter uma comissão de pessoas responsáveis por planejar e obter o controle
para essa prevenção de infecção hospitalar. E para que o objetivo seja atingido é preciso que haja
um programa de controle de infecção eficaz e multifacetado que precisará possuir um grupo de
diversos membros da equipe que vão de administradores até os próprios funcionários da limpeza.

A comissão de controle de infecção hospitalar mais conhecida como CCIH, é composta por vários
membros da rede hospitalar, ou seja, uma equipe multiprofissional. A organização precisa estar
comprometida a desenvolver um plano de controle de infecção que seja aplicado para toda a
instituição. Este plano deverá incluir um programa que abordará a saúde dos trabalhadores, com a
identificação e o controle de riscos relacionado ao trabalho e o tratamento de exposição à infecção
real, é preciso também que haja pontos que abordem o controle de infecção para a população do
estabelecimento e principalmente dos pacientes.

Os profissionais de enfermagem passam 24 horas ao lado do paciente, e tendo contato com o


mesmo, por isso ele possui um papel fundamental e é um dos atores principais contra a infecção
hospitalar. Como já mencionado anteriormente, a maneira mais eficaz de facilitar o controle de
infecção é a partir da implementação do processo de enfermagem (PE), o uso do PE assegura o
paciente quanto aos riscos considerados para infecção, pois existe toda uma avaliação do impacto
total de uma doença, além disso são fechados diagnósticos de enfermagem e suas intervenções.

Este estudo de revisão aborda estratégias utilizadas pelos enfermeiros gerentes para contribuir com a
prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde. Fonte: SANTOS, K. N. S. C. dos;
MELLO, M. C. V. A. de; PIEXAK, D. R.; MARTINS, K. do P. Estratégias de enfermeiros gerentes para a
prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde. Pesquisa, Sociedade e
Desenvolvimento, [S. l.], v. 9, n. 7, p. e149973897, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i7.3897. Disponível em:

https://www.researchgate.net/publication/341257552_Estrategias_de_enfermeiros_gerentes_para_prevencao
_e_controle_de_infeccoes_relacionadas_a_assistencia_a_saude acesso em 16/01/23

As intervenções que visam especificamente ao controle de infecção no serviço de saúde são


divididas em duas categorias distintas; assepsia clínica que pode ser denominada também de técnica
limpa, e é empregada para controlar o número de microrganismos, e a assepsia cirúrgica,
denominada também de técnica estéril que é empregada para realizar a remoção completa dos
microrganismos e de esporos.

Existem algumas técnicas utilizadas que podem ser inseridas nas duas categorias de assepsia,
podemos observar que as luvas tendem a ser utilizadas para bens de uma assepsia clínica, mas
podem ser utilizadas também para uma assepsia cirúrgica, a principal diferença na luva é que para
ser usada na assepsia cirúrgica, ela precisa estar vestida com uma técnica diferenciada para que

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continue estéril. Quando o profissional não utiliza a técnica estéril para o calçamento das luvas
estéreis, isso ocasiona a contaminação e proliferação de microrganismos no hospedeiro suscetível,
ou seja, no paciente.

O ato de lavar as mãos é a maneira mais importante para manter uma assepsia clínica, pois mesmo
que a mão não esteja visivelmente suja, recomenda-se uma solução asséptica de lavagem das mãos.
É imprescindível usar a quantidade correta de solução, para que ocasione uma higienização correta,
além disso é preciso empregar o passo a passo da lavagem que vamos aprender logo mais. A
lavagem das mãos deverá ser realizada com um tipo de sabão antimicrobiano e água, a técnica
empregada é a de fricção rigorosa, por no mínimo 15 segundos.

É importante observar os leitos mundiais e sobre as unhas das mãos, elas precisam ser sempre
curtas e é preciso evitar as unhas de acrílico e esmaltes descamados, pois eles são os principais
responsáveis pela proliferação de microrganismos.

É imprescindível que saibamos também quais são os momentos para a higienização das mãos, a
imagem abaixo descreve cinco momentos para o profissional de saúde higienizar as mãos.

Imagem 1 – Demonstra os 05 momentos para a higienização das mãos.

Fonte: Campanha marca o Dia Mundial de Higienização de Mãos (fiocruz.br)


https://portal.fiocruz.br/noticia/campanha-marca-o-dia-mundial-de-higienizacao-de-maos Acesso: 16/01/23

A finalidade da higienização das mãos é diminuir a quantidade de microrganismos na flora transitória,


eliminar os resíduos de substâncias tóxicas, evitar a proliferação de doenças, além de proteger a
saúde dos pacientes e dos próprios profissionais. Possui indicação, no ambiente de trabalho, quando:

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• O profissional inicia o plantão antes de tocar e manusear algum material estéril e realização
da técnica
• Antes e após o cuidado direto com o paciente
• Quando visivelmente as mãos estiverem sujas
• Após a utilização do banheiro e manipulação de material sujo ou contaminado
• Ao final do plantão.

Embora não existam dados conclusivos, têm havido casos isolados nos quais os microrganismos causadores
de infecções hospitalares foram encontrados nas mãos dos profissionais de enfermagem que usavam unhas
artificiais.

A NR 32, afirma que os estabelecimentos de saúde devem possuir dispensadores com sabão líquido,
além disso é preciso que as torneiras possuam dispositivos de acionamento para evitar o contato
direto das mãos dos profissionais ao abri-la e fechá-la. Cabe a enfermagem conferir o material a ser
utilizado, como o sabão líquido, toalha de papel e lixeira, antes das lavagens das mãos, retirar todos
os adornos, dobrar os punhos se estiver usando vestuário com manga longa e manter distância
correta, o profissional não poderá estar encostado na pia/lavabo.

• Molhar as mãos, ensaboar as mãos e os punhos e friccionar bem, conforme a ilustração da


sequência, na Figura Imagem 02
• Palma a palma
• Palma sobre o dorso com dedos entrelaçados e repetir na outra mão
• Entrelaçar os dedos com fricção interdigital
• Fricção da palma com a polpa digital e repetir na outra mão
• Envolver e higienizar os polegares
• Entrelaçar as pontas dos dedos fechados e friccionar o leito ungueal, as unhas e
extremidades
• Finalizar em movimentos circulares, em volta de cada punho
• Enxaguar as mãos ligeiramente inclinadas para cima
• Secar as mãos com toalha de papel e desprezar na lixeira após o uso

A imagem abaixo demonstra o passo a passo do procedimento correto, para lavar as mãos.

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Imagem 02 – POP de lavagem das mãos.

Fonte: http://www.conass.org.br/liacc/wp-content/uploads/2014/08/MANUAL-DE-HIGIENIZACAO-E-LIMPEZA.png

Existem diversos equipamentos que são utilizados para atingir assepsia clínica, eles são
denominados de equipamentos de proteção individual ou EPI’S, esses equipamentos são luvas,
aventais, óculos de proteção, protetores faciais e máscaras. Existem diretrizes fornecidas sobre
precaução padrão, inclusive disponibilizadas pelos setores de saúde em diversos hospitais e
unidades de saúde onde o profissional poderá checar qual o procedimento operacional padrão da
instituição que faz parte, neste documento o profissional encontrará recomendações para
higienização das mãos e sobre o uso dos EPIS, todos devem ser baseadas pelo Centers for Disease
Control and Prevention. Duas técnicas para assepsia clínica são utilizadas nos serviços de saúde
(SS) com a finalidade de remover os microrganismos das superfícies de equipamentos e materiais
utilizados na assistência ao paciente, que são denominadas de limpeza e a desinfecção.

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A técnica “Estéreo” é utilizada quando exista a necessidade de ter um ambiente livre de
microrganismos, o cuidado prestado ao paciente, usando esse tipo de técnica requer o uso de
materiais esterilizados como aventais protetores faciais, luvas, gorro e propé.

Devido à demanda dos procedimentos que são realizados de forma estéril, em alguns casos pode
ocorrer a solicitação de outros tipos de materiais como o campo estéreo e outros equipamentos a
serem utilizados. Os itens solicitados dependerão apenas do procedimento que será realizado, todos
os equipamentos a serem utilizados de forma estéreo deverão ser descartáveis ou reesterilizáveis.

O estado geral do paciente pode ser a única diferença entre a existência do risco de infecção e a
ocorrência real de uma infecção. O papel do enfermeiro, nestes casos, é evitar a infecção nas
diversas formas, seja na educação em saúde, falando ao indivíduo a importância da vacinação ou
ensinando ao paciente e seus acompanhantes a técnica correta para higienização das mãos. Além
disso, é preciso ensinar aos pacientes e acompanhantes o processo de infecção e como quebrá-las,
lembrando que esse conhecimento deverá ser passado com uma linguagem acessível e é preciso
abordar temas sobre o tossir, espirrar, sobre armazenação correta dos alimentos e principalmente a
lavagem correta das mãos.

A organização mundial da saúde descreve quando o profissional de saúde deverá utilizar os EPI’S:

• Uso de luvas: em risco de contato com sangue, fluidos corporais, secreção, excreções ou
materiais potencialmente infectantes
• Uso de avental: em possibilidade de contato da pele ou de roupas do profissional de saúde
com sangue ou líquidos corporais
• Uso de máscara, óculos e protetor facial: em possibilidade de respingos de sangue ou
líquidos corporais atingirem a face do profissional
• Descarte de material perfurocortante: utilizar recipientes específicos para descarte,
dispostos em locais visíveis e de fácil acesso. É proibido reencapar agulhas e desconectar
agulha no descarte da seringa
• Descontaminação de superfície: em presença de sangue ou líquidos corporais em
superfícies
• Vacinação do profissional, como medida profilática de hepatite B, difteria e tétano, é
recomendação incluída na NR32

1.3 Luva estéril

As luvas são utilizadas na assistência à saúde, e possuem como indicação a barreira de proteção
aos profissionais de saúde, principalmente quando existe o risco biológico, estes tipos de luvas fazem
parte dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), cujo principal objetivo é proteger os
profissionais da exposição a fluidos corpóreos como o sangue e secreções. A luva estéril possui o
objetivo de reduzir o contato direto das mãos do profissional com as possíveis vias de contaminação,
como a pele e tecidos lesionados, no processo do cuidado (Ferreira et al. 2009).

Conforme definido pela RDC 05/2008, as luvas não podem ser reutilizadas e devem ser descartadas
e substituídas após o uso, mesmo dentro do atendimento de um mesmo paciente e entre pacientes
diferentes. Elas também precisam ser colocadas imediatamente antes dos procedimentos a serem
realizados, com higienização prévia das mãos e descartadas ao final dessas atividades. Isso está de

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acordo com a NR 32, que enfatiza que o uso de luvas não substitui o processo de lavagem das mãos,
que deve ser feito pelo menos antes e após o uso. Em um estudo realizado por Ferreira, et al (2009),
espera-se que os profissionais realizem uma avaliação de risco antes do uso das luvas, primeiro
determinando se elas precisam ser usadas e, em caso afirmativo, qual tipo de luva é melhor para o
procedimento.

O uso de luvas estéreis é indicado para manuseio de material esterilizado e deve-se utilizar a técnica
asséptica. O passo a passo para uma boa colocação da luva estéril são:

• Utilizar técnica asséptica


• Selecionar o material conforme o tamanho adequado
• Retirar adornos e higienizar as mãos
• Posicionar o material em superfície segura
• Abrir o pacote de luva, sem tocar nas luvas
• Com a mão dominante, retirar a luva pegando pela parte interna do punho
• Calçar a luva na mão não dominante, atentando para não contaminar a parte externa
• Colocar a mão enluvada dentro da dobra do punho da outra luva
• Calçar a luva na mão não dominante, atentando para não contaminar a mão enluvada
• Ajeitar as luvas externamente com as mãos enluvadas
• Após o uso, retirar a luva de uma das mãos, puxando-a, externamente pelo punho, sobre a
mão, virando-a pelo avesso. Quanto à outra luva, segurá-la pela parte interna do punho,
puxando-a e virando-a pelo avesso.

Para facilitar a visualização do procedimento, a imagem abaixo demonstra o procedimento correto


para calçar as luvas, como descrito anteriormente.

Imagem 03 – Inserção da luva estéril.

Fonte: Kawamoto, Emilia, E. e Julia Ikeda Fortes. Fundamentos de Enfermagem, 3ª edição. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo
GEN, 2011. Acesso :31/10.

ANOTE: Se em qualquer momento as luvas tocarem uma superfície ou item não estéril, você deve colocar
novo par de luvas estéreis.

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Imagem – Passo a passo para a colocação de luvas estéreis.

Fonte: VAUGHANS, Bennita W. Fundamentos de Enfermagem Desmistificados. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2012. E-book.
ISBN 9788580550702. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580550702/. Acesso em: 02 dez. 2022.

1.4 Uso de adornos

A Especificação Normativa 32 (NR 32) da Secretaria do Trabalho e Emprego tem por objetivo
desenvolver e regular as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à
segurança e saúde dos funcionários dos serviços de saúde, especialmente aqueles que entram em
contato com agentes biológicos.

Como medida de segurança, a NR32 determinou que os empregadores devem proibir o uso de
adornos no local de trabalho de todo o pessoal de serviço. Ornamentos considerados: alianças,
anéis, pulseiras, relógios de uso pessoal, colares, brincos, broches, piercings expostos, gravatas e
crachás pendurados em barbantes. A proibição de adornos protege os trabalhadores de riscos
biológicos, devido à possibilidade de microrganismos aderirem às superfícies.

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Imagem – Demonstra a luva rasgada por adorno.

Fonte: Google imagens.

Fora do ambiente de trabalho, a escolha de enfeites e acessórios tem um papel social e é pautada
pelo grupo, status e papel do indivíduo na sociedade. Os adornos estão relacionados à comunicação
não verbal, produzindo assim as intenções e os sentimentos das pessoas nos diferentes contextos.
Outro ponto importante, que precisa ser mencionado, é referente à cultura, pois poderá influenciar
no processo e poderá ser decisiva, e agindo de modo a regular o comportamento humano em relação
às crenças, às atitudes, aos comportamentos e aos valores.

Para ter acesso ao parecer do COREN SC, acerca do uso dos adornos por profissionais da enfermagem,
acesse o link: Memorando nº (corensc.gov.br)

Considerações Finais

Acadêmico, neste capítulo você aprendeu como ocorrem as transmissões de infecções e como
quebrá-las. Diante disso, pudemos observar que um dos métodos mais eficazes é a lavagem das
mãos, além de possuir o menor custo e o melhor benefício. Outro ponto importante que aprendemos
foi que existe uma técnica para a utilização das luvas estéreis, e é de suma importância que você a
conheça. Vimos o quão importante é o conhecimento da NR32, que trata do uso dos adornos por
profissionais de saúde.

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A lavagem das mãos é o maior aliado contra as infecções hospitalares, principalmente a infecção cruzada, é
importante que o profissional de enfermagem saiba aplicá-la de forma correta, a fim de evitar levar
microrganismos e sujidades ao indivíduo, e assim contribuir com o aumento do tempo de sua internação.

Caso você esqueça qual o melhor momento de lavar as mãos, não hesite e lave-as! Mas separei para você as
cinco ocasiões para o profissional/acadêmico higienizar as mãos, são elas: antes de tocar o paciente, antes de
realizar procedimento limpo/asséptico, após risco de exposição a fluidos corporais. Após tocar o paciente, após
tocar superfícies próximas ao paciente.

De uso único, a luva de procedimento e luva estéril são EPI's que protegem os profissionais de saúde e o
paciente de infecções hospitalares, durante a execução das atividades.

A norma técnica Nr 32 trata acerca do uso de adornos por profissionais da saúde e suas implicações para a
sua saúde e a dos indivíduos.

Acadêmico, é importante que entenda o que é o CCIH e o ANVISA.

A respeito do processo de lavagem das mãos, é correto afirmar que se deve:

a) usar, para higienização das mãos, preferencialmente, produtos à base de iodo para antissepsia
rotineira.
b) lavar as mãos com água e sabão ou com antisséptico, ou higienizá-las com uma formulação não
alcoólica
c) substituir o uso de luvas pela higienização das mãos.
d) utilizar simultaneamente produtos à base de álcool com sabão antisséptico para melhor antissepsia.
e) estimular os familiares e os visitantes a higienizar as mãos antes e após o contato com o paciente.

Resposta: E

1. Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirmar sobre a higiene das mãos.

( ) A higiene das mãos deve ser realizada friccionando-se as mãos com preparação alcoólica ou com o uso de
água e sabonete.

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( ) O grau de contaminação das mãos e dos riscos potenciais para a segurança do paciente aumenta na falta
de higiene das mãos, quanto maior o tempo de atendimento.

( ) A higiene das mãos é uma medida de precaução padrão para a prevenção e o controle de infecção, não
incluindo as circunstâncias em que são aplicadas “precauções de isolamento” direcionadas a patógenos
específicos.

( ) As mãos dos profissionais de saúde podem ser progressivamente colonizadas por microrganismos durante
o atendimento ao paciente, sendo esse um dos cinco momentos preconizados para a higienização das mãos.

De acordo com as afirmações, a sequência correta é

a) V,V,F,V
b) V,F,V,F
c) F,V,F,F
d) F,F,V,V
e) F,V,F,V

2. A lavagem das mãos é um passo simples e que salva vidas, além disso deverá ser ensinada aos pacientes
e seus acompanhantes, pois é uma medida preventiva contra a infecção. Sabendo disso, discorra sobre a
importância da lavagem das mãos e como devemos transmitir esse conhecimento aos demais.

• CCIH- Comissão de controle de infecção hospitalar


• ANVISA – Agência Nacional de vigilância sanitária
• Home Care – Atendimento domiciliar
• Patógeno – Agente causador de doença
• NR – Normas regulamentadoras

Resposta:

1. a)
2. A lavagem das mãos realizada corretamente, previne infecção e infecção cruzada entre os pacientes,
fazendo com o mesmo não tenha um declínio da sua saúde. Devemos passar esta informação e o
passo a passo a todos os pacientes, acompanhantes e trabalhadores da saúde, mas sempre
lembrando de não utilizar termos técnicos, pois muitas pessoas são leigas na área, no caso do paciente
ser criança, poderá ser utilizado o lúdico e a contação de história.

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VAUGHANS, Bennita W. Fundamentos de Enfermagem Desmistificados. [Digite o Local da Editora]: Grupo A,
2012. E-book. ISBN 9788580550702. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580550702/. Acesso em: 02 dez. 2022.

KAWAMOTO, E. E.; FORTES, I. J. Fundamentos de Enfermagem, 3ª edição. Disponível em: Minha Biblioteca,
Grupo GEN, 2011. Acesso :31/10.

SANTOS, K. N. S. C. dos; MELLO, M. C. V. A. de; PIEXAK, D. R.; MARTINS, K. do P. Estratégias de


enfermeiros gerentes para a prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde. Pesquisa,
Sociedade e Desenvolvimento, [S. l.], v. 9, n. 7, p. e149973897, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i7.3897. Disponível
em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/3897. Acesso em: 12 dez. 2022.

18
UNIDADE I
CAPÍTULO 2 – OXIGENOTERAPIA E GLICEMIA CAPILAR
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Administração de oxigênio;
✓ Glicemia capilar.

Introdução

O sistema respiratório, que vai do nariz aos alvéolos, é projetado para garantir as trocas gasosas em
condições adequadas, devido à constante inalação de impurezas e microrganismos presentes no
ambiente. A prescrição de oxigênio deve respeitar indicações bem definidas, incluindo dosagens,
formas de administração, duração do tratamento e monitoramento da saturação. A oxigenoterapia é
definida como o fornecimento de oxigênio para fins terapêuticos se o paciente apresentar respiração
ruidosa, taquipneia, ortopneia, cianose, abertura da asa nasal e dessaturação de oxigênio.

O oxigênio é o gás de sustentação da vida, transportado para as células do corpo por meio dos
sistemas respiratório e cardiovascular. Em circunstâncias normais, o processo de oxigenação ocorre
de modo involuntário. No entanto, quando o corpo é privado de oxigênio, o indivíduo reconhece
imediatamente os efeitos. Em outras palavras, “você só perde seu oxigênio quando seu poço fica
seco”. Este tópico apresenta uma visão geral do processo de oxigenação, fatores que influenciam,
suas alterações e a utilização do processo de enfermagem para abordar as alterações na
oxigenação.

As formas mais tradicionais de fornecimento de oxigênio contam com máscaras ou cânulas e


dispositivos nasais. Envolve fornecer ao paciente oxigênio suplementar adequado (O2) para prevenir
ou tratar a hipóxia ou hipoxia. A American Association for Respiratory Care (AARC), descreve as
principais indicações para ser utilizada a oxigenoterapia: em pacientes com pressão arterial de
oxigênio (PaO2) menor do que 60 mmHg ou quando a saturação periférica de oxigênio (SpO2) for
menor do que 90% em ar ambiente, ou o valor da SpO2 menor do que 88% durante a deambulação,
exercícios ou sono em portadores de doença cardiorrespiratória.

A prescrição da oxigenoterapia deverá ser realizada pelo médico, e sua administração poderá ser
realizada pelo enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem. Em casos de ausência da equipe
médica, onde o paciente apresenta risco de vida, é papel do enfermeiro realizar a avaliação da
conduta de enfermagem a ser executada, isto poderá incluir a prescrição de cateter nasal e oxigênio
medicinal, quando necessário, até a chegada do médico (Parecer COREN-SP 014/2012 – CT. PRCI
n° 99.072/20126).

A oxigenoterapia consiste na administração de oxigênio, com a finalidade terapêutica, onde a


concentração de pressão é superior à encontrada na atmosfera ambiental. Possui como objetivo
atenuar deficiência de O2, e é preciso realizar uma avaliação simples e observar os valores de
referência, a oxigenoterapia suplementar é indicada quando:

19
SPO2 ≤ 94% em ar ambiente

FR >24 inc/min e/ou sinais claros de desconforto respiratório / dispneia;

O valor de referência para considerar a PaO2 normal, de acordo com a curva de dissociação é em
torno de 80 a 100 mmHg, este valor poderá variar de acordo com a idade ou patologias associadas
do paciente.

O oxigênio presente no ar atmosférico é de extrema importância para a manutenção da vida no planeta, calcula-
se que o ar atmosférico seja composto por aproximadamente 21 % de oxigênio.

Quadro 1 – demonstra os valores de referência para a hipóxia

HIPOXEMIA VALOR DE REFERÊNCIA

Hipoxemia Leve PaO2: 79 – 70 mmHG

Hipoxemia Moderada PaO2: 69 – 60 mmHg

Hipoxemia Grave PaO2: < 59 mmHg


Fonte: Adaptada pelo autor

HIPÓXIA HIPOXEMIA

Aprendendo os termos técnicos corretos: a hipóxia é caracterizada pela redução da distribuição de


oxigênio aos tecidos, já a hipoxemia é caracterizada pela redução da pressão parcial de oxigênio no
sangue arterial (PaO2).

Sempre que ocorrer hipoxemia ocorrerá hipóxia, mas nem sempre a hipóxia decorre da hipoxemia.

Na tabela abaixo, você conseguirá observar os sinais clínicos da hipóxia, nos diversos sistemas.

20
Tabela 2 - sinais clínicos da hipóxia.

Fonte: BRUNNER, Lillian S.; SUDDARTH, Dóris S.; SOUZA, Sônia Regina de. Brunner & Suddarth - Manual de Enfermagem Médico-
Cirúrgica, 14ª edição. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2019. E-book. ISBN 9788527735162. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527735162. Acesso em: 16 jan. 2023.

As indicações para a administração de oxigênio ao paciente, dependerá do seu quadro clínico, ela
é utilizada para:

• Corrigir hipoxemia/hipóxia tissular;


• Prevenir trabalho cardiopulmonar excessivo

A oxigenoterapia possui como objetivos:

• Corrigir e reduzir os sintomas de hipoxemia;


• Melhorar a difusão de O2;
• Facilitar a absorção de ar nas cavidades orgânicas;
• Melhorar a oxigenação tissular;
• Minimizar a carga de trabalho cardiopulmonar.

Doença pulmonar obstrutiva Crônica - DPOC

Existem diversas formas de ofertar O2 para o paciente, a forma como será ofertada dependerá da
avaliação primária, que será realizada pela equipe capacitada. A tabela II, demonstra os tipos de
oxigenoterapia, eles são divididos entre quatro sistemas e cada sistema possui o material e a
quantidade de O2 ofertado.

21
A cada 1 L/min corresponde a um acréscimo de 3-4% na FiO2 do ar
ambiente.

Fonte: BRUNNER, Lillian S.; SUDDARTH, Dóris S.; SOUZA, Sônia Regina de. Brunner & Suddarth - Manual de Enfermagem Médico-
Cirúrgica, 14ª edição. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2019. E-book. ISBN 9788527735162. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527735162/. Acesso em: 16 jan. 2023.

2.1 Administração de oxigênio

A administração de oxigênio por cateter ou cânula nasal é empregada quando o paciente requer uma
concentração média ou baixa de O2 destinada a prevenir e tratar hipóxia. É relativamente simples e
permite que o paciente converse e se alimente sem interrupção da administração do O2. Deve ser
prescrita pelo médico, que determinará o volume de oxigênio necessário para cada paciente.

Material necessário

• Bandeja
• Cateter nasal – que pode ser utilizado em diferentes tamanhos (8 a 12) em adultos
• Umidificador
• Extensão de látex/silicone
• Fluxômetro
• Luvas de procedimento
• Fonte de oxigênio
• Solução fisiológica a 0,9%
• Adesivo hipoalergênico
• Gaze
• Álcool a 70%.

ETAPAS JUSTIFICATIVA
1. Verificar a prescrição médica de administração
Identificar e evitar possíveis erros na prescrição
de oxigênio por cateter/cânula nasal.

Prevenir infecção é uma medida prioritária nos


2. Higienizar as mãos.
serviços de saúde.

3. Reunir todo o material em uma bandeja


Priorizar o material de acordo com o procedimento
previamente desinfetada com álcool a 70% e
faz parte do planejamento de enfermagem.
levar junto ao paciente.

4. Explicar o procedimento ao paciente, familiar É um direito do paciente receber orientações sobre


ou acompanhante. os procedimentos que serão realizados

Manter a privacidade e integridade do paciente faz


5. Promover a privacidade do paciente,
parte dos cuidados de enfermagem em uma visão
colocando biombo.
individualizada e holística.

Prevenir infecção é uma medida prioritária nos


6. Higienizar as mãos.
serviços de saúde

22
7. Conectar o cateter na extensão de
O fluxômetro é o medidor acoplado à fonte de
látex/silicone, e esta no umidificador. Após, o
oxigênio. Tem a finalidade de regular a quantidade
umidificador deverá ser conectado à rede de
de litros de oxigênio oferecida ao paciente.
oxigênio por meio do fluxômetro.

A utilização de luvas se faz necessária quando


8. Calçar as luvas de procedimento. houver risco de contato com sangue, secreções ou
membranas mucosas.
Permitir que as micropartículas penetrem
9. Posicionar o paciente de maneira confortável,
profundamente nas vias aéreas e promover o
geralmente em Fowler ou semi-Fowler.
máximo de expansão pulmonar.
10. Realizar a higiene das narinas do paciente
Manter intacta a pele e as membranas da mucosa e
com gaze umedecida em solução fisiológica a
reduzir a proliferação de microrganismos.
0,9%.
11. Introduzir o cateter nasal na narina do
paciente. Para a sua colocação, lubrifica-se o Direcionar o fluxo de oxigênio ao trato respiratório
cateter e mede-se a distância da orelha ao nariz, superior do paciente. A cânula se manterá no lugar,
aproximadamente 5 cm, introduzindo com se ela se encaixar confortavelmente.
suavidade.

12. Realizar a fixação delicadamente do cateter


na região temporal ou sobre o nariz com fita
adesiva. Se o cateter nasal for do tipo óculos,
Manter intacta a pele e as membranas da mucosa.
posicionar o cateter na narina, nas orelhas e
ajustá-lo na mandíbula do paciente de maneira
confortável.

13. Abrir o fluxômetro que regula a quantidade de


Garantir o aporte de oxigênio prescrito e a
oxigênio em litros por minuto, de acordo com a
permeabilidade da cânula.
prescrição médica.

14. Avaliar o estado respiratório do paciente e


verificar a frequência e esforços respiratórios e
Garantir o aporte de oxigênio prescrito, a
sons pulmonares. Observar sinais de sofrimento
permeabilidade da cânula e a segurança do
respiratório, taquipneia, dispneia e batimentos
paciente.
das asas do nariz. Inspecionar se há alívio dos
sintomas do paciente.

Faz parte dos cuidados de enfermagem manter o


15. Deixar o paciente confortável. paciente numa posição anatômica adequada,
promovendo conforto e segurança.

A organização do ambiente faz parte das atividades


16. Manter o ambiente em ordem.
da enfermagem.

17. Retirar as luvas de procedimento, desprezá- Prevenir a infecção é uma medida prioritária nos
las em lixo infectante e higienizar as mãos. serviços de saúde.

Faz parte do planejamento e das atividades de


18. Verificar o procedimento e realizar as
enfermagem fazer anotações detalhadas dos
anotações de enfermagem no prontuário.
cuidados e/ou procedimentos

Fonte: BARROS, Alba L. B L. Procedimentos de Enfermagem para a Prática Clínica. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2019. E-book.
ISBN 9788582715727. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582715727/. Acesso em: 12 dez. 2022.

23
A administração de oxigênio por máscara é empregada quando o paciente necessita utilizar máscara
facial simples, máscaras com reinalação parcial, máscara sem reinalação e máscara de Venturi. A
máscara deve servir como conforto ao paciente, atentando-se para o ajuste correto ao rosto para
evitar saída de oxigênio. Esse método é utilizado quando o paciente necessita fluidificar secreções
e também de aporte de oxigênio. Deve ser prescrito pelo médico, que determinará o volume de
oxigênio para cada paciente.

Fonte: ABRAMEDE,2022 Acesso: 03 nov. 2022

Os materiais necessários e as etapas para administração de oxigênio por máscara serão divididos
em: (Máscara facial simples, máscaras com reinalação parcial e máscara sem reinalação; máscara
de Venturi.

Máscara facial simples, máscaras com reinalação parcial e máscara sem reinalação

Material necessário

• Bandeja
• Álcool a 70%
• Traqueia ou extensão de látex/siliconada
• Máscara facial especificada pelo médico
• Fluxômetro
• Água destilada estéril
• Cadarço ou fita elástica
• Gaze
• Fonte de oxigênio
• Umidificador

Máscara de Venturi: com esse tipo de máscara, é possível ofertar oxigênio de baixo e alto fluxo.
Essas máscaras são precisas e seguras, e permitem obter diferentes concentrações de oxigênio,
que podem variar de 24 a 50% com a mudança do dispositivo denominado Venturi.

24
Fonte: https://fibracirurgica.vtexassets.com/arquivos/ids/168105/Mascara-de-Oxigenio-Adulto-Venturi.jpg?v=635640043271630000.

Material necessário

• Bandeja
• Álcool a 70%
• Máscara
• Conexão de látex
• Traqueia
• Fonte de oxigênio
• Fluxômetro
• Umidificador
• Água destilada
• Diluidores coloridos para diferentes concentrações (24%, 28%, 31%, 35%, 40% e 50%)
• Adaptador de acrílico para nebulização

Oxigenoterapia por inalação possui a indicação por ser um método terapêutico que transforma uma
solução (água ou soluções salinas) em névoa, quando submetida a uma determinada pressão.
Pode ser associada à terapia medicamentosa (mucolíticos, antibióticos, broncodilatadores e anti-
inflamatórios); esses medicamentos são aplicados através da boca e cavidade nasal, ou por
traqueostomia, fluidificando as secreções, diminuindo os processos inflamatórios e reduzindo o
broncospasmo.

Material necessário

• Bandeja
• Álcool a 70%
• Fluxômetro
• Micronebulizador completo
• Conexão de látex/siliconada

ETAPAS JUSTIFICATIVA
1. Verificar a prescrição médica de administração de
Identificar possíveis erros na prescrição.
oxigênio por inalação.

Prevenir a infecção é uma medida prioritária nos


2. Higienizar as mãos.
serviços de saúde.

25
3. Reunir todo o material em uma bandeja
Priorizar o material de acordo com o procedimento
previamente desinfetada com álcool a 70% e levar
faz parte do planejamento de enfermagem.
junto ao paciente.

4. Explicar o procedimento ao paciente, familiar ou É um direito do paciente receber as orientações dos


acompanhante. procedimentos que serão realizados.

Manter a privacidade e a integridade do paciente faz


5. Promover a privacidade do paciente, colocando
parte dos cuidados de enfermagem em uma visão
biombo.
individualizada e holística.
Prevenir a infecção é uma medida prioritária nos
6. Higienizar as mãos.
serviços de saúde.

7. Posicionar o paciente de maneira confortável,


Promover a ventilação.
geralmente em Fowler ou semi-Fowler.

8. Instalar o fluxômetro na rede de ar comprimido ou Priorizar o material de acordo com o procedimento


oxigênio e testá-lo. faz parte do planejamento de enfermagem.

8. Instalar o fluxômetro na rede de ar comprimido ou Priorizar o material de acordo com o procedimento


oxigênio e testá-lo. faz parte do planejamento de enfermagem.

9. Colocar a medicação prescrita no copo do Garantir o aporte de oxigênio e medicamentoso


nebulizador. prescrito.

10. Conectar a máscara ao nebulizador, o


Oferecer uma via de passagem do oxigênio de sua
nebulizador na conexão de látex/siliconada, e esta
fonte para o paciente.
ao fluxômetro.

11. Aproximar a máscara do rosto do paciente e


ajustá-la (cobrindo a boca e o nariz) até que a Garantir o aporte de oxigênio e medicamentoso
solução termine e abrir o fluxômetro até a formação prescrito e a permeabilidade da máscara.
de névoa.

Certificar-se do término da solução e do fechamento


12. Fechar o fluxômetro e retirar o nebulizador
do fluxômetro para não ter desperdício de oxigênio.

Faz parte dos cuidados de enfermagem manter o


13. Deixar o paciente confortável. paciente em uma posição anatômica, promovendo
conforto e segurança.

Faz parte dos cuidados de enfermagem manter o


14. Manter o ambiente em ordem.
ambiente organizado.

Prevenir infecção é uma medida prioritária nos


15. Higienizar as mãos.
serviços de saúde
Faz parte do planejamento e das atividades de
16. Verificar o procedimento e realizar as anotações
enfermagem fazer anotações detalhadas dos
de enfermagem no prontuário.
cuidados e/ou procedimentos realizados
Fonte: BARROS, Alba L. B L. Procedimentos de Enfermagem para a Prática Clínica. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2019. E-book.
ISBN 9788582715727. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582715727/. Acesso em: 02 dez. 2022

A oxigenoterapia é utilizada para auxiliar o paciente na assistência/suporte ventilatório por meio de


máscaras faciais, nasais ou bucais. Estudos evidenciam elevados benefícios no uso do oxigênio nos
casos relacionados a patologias respiratórias agudas e crônicas, durante a internação ou em

26
domicílio, proporcionando uma maior estabilização clínica e uma melhor qualidade de vida ao
paciente. Cabe ao enfermeiro capacitar o paciente/familiar a efetuar os cuidados referentes ao uso
da oxigenoterapia na alta hospitalar e no acompanhamento domiciliar, reduzindo as complicações
relacionadas ao déficit de autocuidado.

No quadro abaixo, você observará os diagnósticos, intervenções e resultados de enfermagem.

Diagnóstico de enfermagem Intervenções de enfermagem Resultados de enfermagem


Padrão respiratório ineficaz Oxigenoterapia Estado respiratório eficaz
Troca gasosa prejudicada Oxigenoterapia Estado respiratório eficaz
Fonte: BARROS, Alba L. B L. Procedimentos de Enfermagem para a Prática Clínica. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2019. E-book.
ISBN 9788582715727. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582715727/. Acesso em: 12 dez. 2022

Efeitos deletérios da Oxigenoterapia para o paciente, quando administrada em altas doses.

• Depressão da respiração e aumento da pCO2;


• Desidratação das mucosas;
• Lesões locais pelos cateteres;
• Tosse seca e irritativa;
• Diminuição da atividade ciliar;
• Lesão do endotélio capilar;
• Aumento das Espécies Reativas de Oxigênio.

2.2 Glicemia capilar

Trata-se da coleta de uma gota de sangue capilar por meio de punção para a monitorização dos
valores glicêmicos, possui como objetivo o Monitoramento do nível de glicose sanguínea o
fornecimento dos parâmetros para a prescrição de insulina, avaliar e acompanhar a eficácia do plano
alimentar, do uso de medicamentos e de outras práticas intervencionistas.

Acadêmico, acesse o link SciELO - Brasil - Doenças crônicas não transmissíveis em profissionais de
enfermagem de um hospital filantrópico no Sul do Brasil

Caro aluno, acesse o link abaixo e leia o artigo intitulado por “Doenças crônicas não transmissíveis em
profissionais de enfermagem de um hospital filantrópico no Sul do Brasil”, trata-se de um estudo transversal,
onde descreve a prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), uso de medicamentos, valores
tensionais e glicemia capilar de uma equipe de enfermagem de um hospital filantrópico de Pelotas, RS, Brasil

https://www.scielo.br/j/ress/a/JnmQh9h3WtSvVGMcVCnYyvd/?lang=pt

Este tipo de procedimento é indicado para paciente com história de hiperglicemia (diabetes melito,
pancreatite e outras); hipoglicemia; Preparação do paciente no pré-operatório; pacientes em estado

27
de saúde grave, clientes em jejum alimentar. A equipe de enfermagem deverá realizar o
procedimento e preparar o material a ser utilizado, que são:

• Bandeja ou cuba rim;


• Luva de Procedimentos;
• Lanceta específica ou Agulha 13x4,5, em caso de absoluta inexistência da lanceta;
• Dispositivo de leitura glicêmica (glicosímetro);
• Fita biossensora descartável, contendo glicose desidrogenase ou glicose oxidase;
• Bola de algodão embebido em álcool a 70%;
• Bola de algodão seco.

Fonte: https://portaldrauziovarella.nyc3.digitaloceanspaces.com/wp-content/uploads/2014/09/30235649/glicemia-e1550686715676.jpg

O passo a passo para a realização do procedimento:

1. Identificar o cliente corretamente, realizando a dupla checagem da pulseira de identificação


do cliente.
2. Explicar o procedimento ao cliente e/ou acompanhante,
3. Higienizar as mãos
4. Reunir o material dentro da cuba rim
5. Verificar se o aparelho de leitura está calibrado e pronto para o procedimento
6. Colocar luvas de procedimento
7. Limpar a polpa digital de eleição do paciente com algodão embebido no álcool a 70%
aguardar secar;
8. Introduzir a tira teste no aparelho, evitando tocar na parte reagente;
9. Lancetar a polpa digital e coletar material na fita reagente, para a leitura glicêmica;
10. Aguardar o tempo necessário para que o aparelho realize a leitura;
11. Pressionar o local da punção o suficiente para suspender o sangramento;
12. Descartar imediatamente a lanceta;
13. Realizar a leitura do índice glicêmico e limpar o dedo do paciente com algodão embebido em
álcool a 70% e depois o seco;
14. Certificar-se de que não há prolongamento do período de sangramento;
15. Desprezar o material utilizado na caixa para perfuro cortante;
16. Retirar luva de procedimentos e desprezá-la no lixo;
17. Higienizar as mãos;

28
18. Registrar a taxa de glicemia capilar do paciente, no plano terapêutico de enfermagem;
19. Adotar medidas terapêuticas mediante índice apresentado pelo paciente, conforme
prescrição médica.

Atenção a pontos importantes e possíveis riscos: Só coletar se o local da punção estiver totalmente seco,
certificar-se se o álcool secou totalmente.

Considerações Finais

A equipe de enfermagem é parte integrante de um todo que compreende a equipe multiprofissional


em saúde. O maior objetivo do trabalho em equipe na enfermagem é proporcionar assistência
contínua e de qualidade a quem está sendo cuidado. Para tanto é necessário planejar e sistematizar
a assistência, visando desenvolver cuidados que suprirão as necessidades humanas básicas
afetadas do cliente (PIANUCCI, 2005).

O conhecimento acerca da oxigenoterapia e glicemia capilar pela equipe de enfermagem é


imprescindível para a sua implementação e consequente melhoria do quadro clínico do paciente,
salientando que o oxigênio é uma medicação e possui efeitos terapêuticos e colaterais, sua eficácia
depende da via de administração e dosagem, e é a equipe de enfermagem responsável pela
instalação, controle e acompanhamento da terapia. A glicemia capilar da mesma forma traz riscos e
benefícios para o paciente, e para que não haja resultados errôneos, é necessário que o enfermeiro
possua conhecimento técnico e prática.

• É papel da enfermagem checar a prescrição e instalar a oxigenoterapia adequada ao paciente, para


ocasionar a melhoria do quadro clínico.
• A glicemia capilar deverá ser realizada na técnica correta, e após a autorização do paciente.
• É importante e responsabilidade da equipe de enfermagem explicar o procedimento, como também
seus riscos e benefícios ao paciente e seus familiares/acompanhantes.

A pessoa idosa com hipóxia vive com inadequada oxigenação das células devido à deficiência no fornecimento
ou no uso de oxigênio a nível celular, representando uma ameaça à vida. Sempre que estiver diante de uma
pessoa nesta situação, que sinais e sintomas o (a) enfermeiro (a) deve identificar prontamente?

I. Apreensão, aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca.


II. Dor torácica, zumbido, diminuição da capacidade de concentração.
III. Cianose, aumento da frequência e da profundidade dos movimentos respiratórios.

29
IV. Desequilíbrio eletrolítico, crises convulsivas, diminuição do nível de consciência.

Estão corretos apenas os sinais e sintomas

a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, III e IV.

Resposta: b)

1. (COMPERVE – 2018) Métodos que avaliam a frequência e a magnitude da hiperglicemia são essenciais no
acompanhamento do Diabetes Mellitus, visando ajustes no tratamento. O valor de referência da glicemia
depende do estado de jejum. Nesse contexto, a coleta de sangue para medir a glicemia capilar pode ser feita
em pacientes adultos com sintomas clássicos de hiperglicemia e em pacientes com crise hiperglicêmica que
não tenham feito jejum prévio. Também pode ser feito teste glicêmico ao acaso (aleatório). Nesses casos, de
acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2017), para que seja configurada a hiperglicemia, o valor da
glicemia capilar deverá ser:

a) superior ou igual a 140 mg/dL.


b) de 70 até 160mg/dL.
c) de 70 até 100 mg/dL.
d) superior ou igual a 200 mg/dL.
e) Menor que 125mg / dL

2. As insuficiências respiratórias, definidas pela incapacidade do sistema respiratório em manter a oxigenação


alveolocapilar, evidenciadas por hipoxemia inferior a 60 mmHg ou hipercapnia acima de 45 mmHg, ou ambos,
são situações comuns em qualquer faixa etária, com efeitos mais devastadores nos extremos das idades. O
primeiro passo para evitar a fadiga muscular, seguida de falência respiratória grave, é reconhecer os sinais de
insuficiência. Estabeleça um plano de cuidados, com medidas terapêuticas assertivas e redução de desfechos
negativos, como aumento do tempo de internação e óbitos.

• Bradicardia – Ritmo cardíaco irregular ou lento


• Cianose – Cor azulada nas extremidades, lábios e ao redor dos olhos (por baixa oxigenação)
• Hipotensão – Pressão baixa
• Hipóxia – Baixa concentração de oxigênio nos tecidos.
• PCR – Parada cardiorrespiratória
• Taquicardia – Aumento da frequência cardíaca
• Taquipneia – Respiração rápida/ acelerada

30
BARROS, Alba L. B L. Procedimentos de Enfermagem para a Prática Clínica. [Digite o Local da Editora]:
Grupo A, 2019. E-book. ISBN 9788582715727. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582715727/. Acesso em: 12 dez. 2022.

A autora traz em sua obra os procedimentos executados pelos enfermeiros de forma atualizada, além disso
ela traz de forma didática e simples os procedimentos de enfermagem desde o mais simples ao mais complexo.

Resposta:

1. d)

2. O primeiro passo será avaliar o paciente, realizando o exame físico e checando os sinais vitais, nestes
procedimentos é possível identificar os sinais clínicos e a partir daí intervir, a enfermagem, neste primeiro
momento, irá avaliar a oxigenação do paciente, observar os sinais e sintomas, e realizar a prescrição médica,
poderá também favorecer a respiração do paciente, colocando-o na posição de Fowler.

DRES M, Demoule A. O que todo intensivista deve saber sobre oxigenoterapia nasal de alto fluxo em pacientes
críticos. Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(4):399-403.

KOCK KS, Rocha PAC, Silvestre JCC, Coelho D, Leite KR. Adequações dos dispositivos de oxigenoterapia em
enfermaria hospitalar avaliadas por oximetria de pulso e gasometria arterial. ASSOBRAFIR Ciência.
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NEVES JT, Lobão MJ. Grupo de trabalho EMO. Estudo multicêntrico de oxigenoterapia – uma auditoria
nacional aos procedimentos de oxigenoterapia em enfermarias de medicina interna. Rev Port Pneumol.
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SILVA MT, Silva SRLPT. Manual de procedimentos para estágio de enfermagem. 4. ed. São Paulo: Martinari;
2013.

STACCIARINI, T.S.G. CUNHA.M.H.R. Procedimentos Operacionais Padrão em Enfermagem. São Paulo:


Editora Atheneu, 2014

WEST JB. Fisiologia respiratória. 6. ed. Barueri: Manole; 2002. p.1-20.

DOMINGUES, Jaqueline Gonçalves et al. Doenças crônicas não transmissíveis em profissionais de


enfermagem de um hospital filantrópico no Sul do Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde [online]. 2019, v.
28, n. 2 [Acessado 12 dezembro de 2022], e 2018298.

Disponível em: https://doi.org/10.5123/S1679-49742019000200011.Epub 04 Jul 2019. ISSN 2237-9622.


https://doi.org/10.5123/S1679-49742019000200011.

31
UNIDADE I
CAPÍTULO 3 – TIPOS DE SONDAS
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Sonda para aspiração;


✓ Sonda nasogástrica e nasoentérica;
✓ Sondas vesicais;
✓ Sonda para enema.

Introdução

Sonda é definida como um tubo que se introduz no canal do organismo. Na definição de cateter
temos: instrumento tubular que é inserido no corpo para retirar líquidos, introduzir sangue, soro,
medicamentos e efetuar investigações diagnósticas.

A sonda é um instrumento para ser introduzido em um canal ou uma cavidade para fins propedêuticos
(determinar a presença de estenose, corpo estranho ou uma outra situação mórbida). Pode ser fina
e flexível para explorar ou dilatar um canal natural ou rígida, geralmente com uma extremidade
pontiaguda, para separar tecidos de dissecação (BRUNNER & SUDDARTH,1999).

Para Brunner & Suddarth (1999), a sondagem é um método muito utilizado e eficiente em pacientes
em situações delicadas, quase sempre dentro do hospital. Ela pode ser utilizada no pré-operatório,
por exemplo, para fazer esvaziamento gástrico, durante cirurgias para administração de
medicamentos e esvaziamento vesical, no pós-operatório para exercer funções que o corpo ainda
não está adaptado (por exemplo: uso de sonda nasogástrica para alimentação após uma cirurgia
esofagiana) e no caso de perda de funções vitais (exemplo: um paraplégico que não tem reflexos
vesicais e tem necessidade de estar sempre com uma sonda vesical).

A passagem de sonda gastrointestinal é a inserção de uma sonda plástica ou de borracha, flexível,


podendo ser curta ou longa, pela boca ou nariz para: descomprimir o estômago e remover gás e
líquidos; diagnosticar a motilidade intestinal; administrar medicamentos e alimentos; tratar uma
obstrução ou um local com sangramento; obter conteúdo gástrico para análise (BRUNNER &
SUDDARTH,1999).

A sonda nasogástrica ou sonda curta é introduzida através do nariz ou boca até o estômago. As mais
comumente usadas são: sonda de Levine, gástrica simples, Nutriflex, a Moss e a Sengstaken-
Blakemore (S-B). As sondas gástricas geralmente são curtas e podem ser introduzidas pelo nariz ou
pela boca, podendo alcançar o estômago. A mais utilizada é a sonda Levine, que possui uma única
luz, variando para adultos, do número de 14 a 18 Fr.

As indicações das sondas gástricas são:

• Remover líquidos e gases do trato gastrintestinal superior;


• Obter amostras do conteúdo de ácido do estômago (acidimetria);
• Administrar medicamentos e alimentação (gavagem).

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Uma sonda nasogástrica é aquela inserida no nariz, alcançando o estômago. As sondas
nasogástricas são menores em diâmetro do que as orogástricas, embora sejam maiores e mais
curtas do que as nasoentéricas. Algumas possuem mais de um canal ou lúmen em seu interior
(TIMBY,2002). As sondas nasoentéricas são mais compridas do que suas contrapartes gástricas, o
que permite colocação no intestino delgado. São basicamente utilizadas por duas razões: oferecer
alimento ou retirar gás e drenagem líquida do intestino delgado” (TIMBY, 2002).

A sondagem vesical é a introdução de uma sonda ou cateter na bexiga, que pode ser realizada
através da uretra ou por via suprapúbica, e tem por finalidade a remoção da urina. Suas principais
indicações são: obtenção de urina asséptica para exame, esvaziar bexiga em pacientes com
retenção urinária, em preparo cirúrgico e mesmo no pós-operatório, para monitorizar o débito urinário
horário e em pacientes inconscientes, para a determinação da urina residual ou com bexiga
neurogênica que não possuam um controle esfincteriano adequado (TIMBY, 2002).

A sondagem vesical pode ser dita de alívio, quando há a retirada da sonda após o esvaziamento
vesical, ou de demora, quando há a necessidade de permanência da mesma. Nestas sondagens de
demora, a bexiga não se enche nem se contrai para o seu esvaziamento, perdendo com o tempo,
um pouco de sua tonicidade e levando à incapacidade de contração do músculo detrusor; portanto
antes da remoção de sonda vesical de demora, o treinamento com fechamento e abertura da sonda
de maneira intermitente, deve ser realizada para a prevenção da retenção urinária (PORTO,2001).
Quando a urina não pode ser eliminada naturalmente, deve ser drenada artificialmente através de
sondas ou cateteres que podem ser introduzidos diretamente na bexiga, ureter ou pelve renal
(BARROS, 2003).

Quando há a necessidade de uma sonda de demora, é imperativo a utilização de um sistema fechado


de drenagem, que consiste de uma sonda ou cateter de demora, um tubo de conexão e uma bolsa
coletora que possa ser esvaziada através de uma válvula de drenagem, tudo isto para a redução do
risco de infecção (BARROS,2003).

A escolha do acesso enteral deve ser baseada na condição clínica do paciente, na previsão do tempo de uso
da terapia e na avaliação dos riscos de complicações. As sondas naso e orogástricas são recomendadas por
curto período de tempo, enquanto que as ostomias são recomendadas quando a expectativa de terapia
nutricional enteral exceder 6 a 8 semanas.

3.1 Sonda para aspiração

A aspiração das vias respiratórias consiste na remoção da secreção por meio de uma sonda de
aspiração conectada ao aspirador. A sonda é introduzida na narina e/ou traqueia e na boca do
paciente, em respiração espontânea ou com suporte ventilatório, sob intubação ou com
traqueostomia. É indicado para pacientes impossibilitados de eliminar as secreções e pacientes
entubados e traqueostomizados.

Os materiais necessários para o procedimento são: sonda de aspiração descartável, esterilizada e


de calibre adequado (nos 12 a 18 para adultos, e nos 8 a 12 para crianças e adolescentes); aspirador
com extensão; seringa de 10cc; e os EPI’S (máscara, óculos ou protetor facial, luvas) e gazes.

33
Procedimentos de enfermagem:

• Providenciar o material necessário e testar o aspirador


• Colocar os EPI
• Abrir a embalagem da sonda, no local correto, expondo apenas a extremidade da sonda, a
qual deverá ser conectada firmemente na extensão do aspirador, mantendo a parte restante
protegida no interior do invólucro.
• Calçar as luvas
• Segurar a sonda enrolada na mão direita e ligar o aspirador, com a mão esquerda
• Proceder à aspiração ao introduzir a sonda de aspiração aberta:
o Em vias respiratórias superiores: inicie pela narina, orofaringe e cavidade oral
o Em traqueostomia: inicie pela cânula de traqueostomia, nariz e boca
o Na cânula endotraqueal: desconectar o aparelho de ventilação mecânica, introduzir a
sonda de aspiração, aspirar e reconectar o aparelho
• Promover movimentos circulares na sonda de aspiração, à medida que aspirar e retirar a
sonda fechada
• Repetir a aspiração, até três vezes, se necessário, mantendo um pequeno intervalo entre
cada aspiração para que o paciente possa ventilar (espontaneamente ou com ventilador
mecânico)
• Aspirar secreções nasal e orofaríngea, se necessário
• Terminada a aspiração, promover a sucção para lavar toda a extensão do aspirador
• Desligar o aspirador, desconectar e descartar a sonda
• Retirar a luva, acomodar o paciente e colocar ordem na unidade.
o Se o paciente estiver consciente, incentivar a tosse, a fim de facilitar a expectoração
e saída da secreção
• Se a secreção for fluida, não há necessidade de injetar solução salina
• Durante a aspiração, observar as reações do paciente, sudorese, cianose, ritmo respiratório
• Observar a quantidade, aspecto e características da secreção aspirada
• Não aspirar por um período maior do que 10 s
• Se a sonda de aspiração não possuir a válvula lateral reguladora de pressão, dobrar a
extensão, quando introduzir a sonda e desdobrar, no momento da aspiração e retirada.

3.2 Sondagem nasogástrica e nasoentérica

A sonda nasogástrica ou sonda orogástrica, percorre da narina até chegar ao estômago, já a sonda
nasoentérica, percorrerá o mesmo caminho, porém chegará até a parte pós-pilórico (no intestino -
duodeno ou jejuno).

A sonda nasogástrica é introduzida pela narina e inserida até o estômago; é preciso realizar a medição da
sonda, entre o ápice do nariz, passando até o lóbulo da orelha, e deste até o apêndice xifoide, para possuir o
comprimento correto da sonda a ser introduzida. A inserção dessa sonda possui a finalidade de fazer aspiração
de secreções e sangue coletado, lavagem gástrica e principalmente para alimentação artificial.

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Sondagem gástrica consiste na introdução de uma sonda de calibre variado através do nariz (SNG)
ou da boca (SOG) até a cavidade gástrica. Recomenda-se pausa alimentar por cerca de 4 h, antes
do procedimento, pois alimentos no estômago reduzem os movimentos gástricos, importantes para
o posicionamento da sonda e favorecem a ocorrência de náuseas e vômitos (UNAMUNO, 2022).
Esse procedimento tem por finalidade favorecer a alimentação, drenagem, coleta de material para
exames e administração de medicação.

Imagem - Sonda nasogástrica

A sonda é transparente e possui diversos calibres.

Possui como indicação, quando o trato gastrointestinal é funcionante, mas com impossibilidade ou
insuficiência de alimentação por VO (distúrbio de deglutição, redução do nível de consciência,
anorexia). Em pacientes com pouca aceitação alimentar VO, os que não conseguem atingir as metas
nutricionais, está indicado o uso de sonda para complementação. Essas sondas criam uma via de
acesso ao trato gastrointestinal do paciente e o uso de cada sonda é prescrito de acordo com a
necessidade do paciente, podendo ser utilizada para administração de alimentos, medicamentos ou
retirada de conteúdo gástrico do estômago, entre outros. Após a introdução, a sonda permanece
aberta: para drenar a secreção gástrica, controle do débito drenado ou fechada: para alimentação,
medicação.

Existem algumas indicações para a utilização da sondagem gástrica

• Preparo pré-operatório de algumas cirurgias


• Lavagem gástrica
• Coleta de material para exame de suco gástrico
• Alívio das distensões abdominais
• Alimentação e medicação nos pacientes impossibilitados de deglutir.

Procedimentos de enfermagem:

• Reunir o material:
o Sonda de Levine: em geral, nos 14 a 16 nas mulheres e nos 16 a 18 anos homens
o Lubrificante: spray, gel hidrossolúvel ou água para umedecer a sonda
o Gaze, esparadrapo
o Toalha de rosto
o Seringa e estetoscópio
o Luvas de procedimento
• Orientar e colocar o paciente na posição de Fowler

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• Avaliar previamente a integridade da narina, observando desvio de septo e definindo o lado
adequado para inserção da sonda
• Oferecer lenço de papel ao paciente para limpeza nasal, se necessário
• Colocar a toalha sobre o tórax do paciente
• Abrir o material na bandeja e colocar lubrificante na gaze
• Calçar as luvas e enrolar a sonda na mão
• Medir o comprimento da sonda: desde o lóbulo da orelha até a ponta do nariz, descendo até
o final do esterno com cuidado para não tocar a sonda no paciente. Marcar com uma tira de
esparadrapo
• Manter a sonda enrolada, lubrificar e introduzir delicadamente na narina
• Solicitar ao paciente que flexione o pescoço e aproxime o queixo do tórax. Orientar para
deglutir, durante a passagem da sonda pelo esôfago: após cada deglutição, a sonda progride,
espontaneamente, na mão do profissional e não há dúvida de que a sonda está se
posicionando corretamente no esôfago. A movimentação peristáltica do esôfago é voluntária
no terço superior e involuntária nos dois terços distais, o que não ocorre nas vias respiratórias;
observar se não saiu na boca
• Introduzir a sonda até a marca do esparadrapo
• Testar se a sonda está na cavidade gástrica, utilizando um dos métodos:
o Aspirar o conteúdo gástrico comum a seringa; é possível medir o pH da secreção
gástrica, confirmado pela indicação ácida
o Colocar o diafragma do estetoscópio no abdome do paciente e injetar rapidamente
cerca de 10 ml de ar com a seringa. Se ouvir o ruído, está no local correto
• Fixar a sonda com esparadrapo
• Durante o procedimento, observar reações do paciente: dispneia, tosse, cianose; ao término,
retirar a luva, deixar a unidade em ordem e anotar
• Na SNG aberta, a sonda deverá ser conectada a uma extensão e frasco coletor; controlar o
volume e características (cor, presença de resíduos, sangue)
• Manter o paciente em posição de Fowler, se não houver contraindicação, para evitar esofagite
de refluxo
• Trocar a fixação de esparadrapo, quando necessário.

Imagem - Fixação da sonda

Fonte:
https://static.wixstatic.com/media/afa21b_93caa2a0384e4d8dabad1113aab7c0c8.jpg/v1/fill/w_245,h_206,al_c,q_80,enc_auto/afa21b_93
caa2a0384e4d8dabad1113aab7c0c8.jpg

Já a sonda nasoenteral é inserida até a porção duodenal ou jejunal do intestino, é indicada


principalmente quando o paciente não é capaz de deglutir alimentos, mas ainda é capaz de digeri-lo
mesmo que parcialmente e absorvê-lo. Poderá ser indicada quando:

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• Em casos em que o estômago não está funcional;
• Pacientes inconscientes;
• Pacientes com dificuldade de deglutição;
• Administração medicamentos e alimentos;
• Pacientes com alto risco de broncoaspiração e
• Pacientes com pancreatites agudas, fístulas esofágicas ou gástricas.

Possui como contraindicações:

• Casos de pacientes com desvio de septo importante;


• Traumatismo crânio-encefálico;
• Obstrução intestinal mecânica;
• Sangramento gastrintestinal;
• Vômitos incontroláveis;
• Diarreia intratável;
• Isquemia gastrintestinal;
• Íleo paralítico prolongado;
• Inflamação do trato gastrintestinal;
• Tumor de boca e hipofaringe e varizes esofágicas

Como vantagem, este tipo de sonda oferece menor risco de refluxo gastroesofágico e
broncoaspiração se comparado às sondas gástricas, já como desvantagens, o paciente pode
apresentar desconforto causado pela passagem da sonda, a localização da sonda no jejuno está
associada à maior incidência de diarreias, o paciente poderá apresentar menor absorção dos
alimentos e consequentemente uma menor utilização metabólica dos nutrientes.

Técnica - Materiais necessários:

• Luvas para procedimento;


• Máscara;
• Bandeja;
• Sonda nasoenteral (Dobbhoff) de tamanho adequado;
• Equipo,
• Gel hidrossolúvel;
• Seringa de 20 ml;
• Gaze;
• Estetoscópio;
• Micropore;
• Soro fisiológico (SF) 0,9%;
• Lanterna e biombo, se necessário. Procedimento:
• Explicar o procedimento ao paciente e ao acompanhante, reunir o material, levar próximo ao
usuário e higienizar as mãos. Se necessário, isolar a cama com um biombo;
• Colocar o usuário em posição de “Fowler” 90º, a menos que haja contraindicação (como
suspeita de traumatismo raquimedular). Caso o usuário não possa ter a cabeceira elevada,
mantê-lo em decúbito lateral esquerdo ou decúbito dorsal horizontal, lateralizando a cabeça
e inclinando-a para frente;

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• Colocar máscara e luvas para procedimento.
• Se necessário, realizar a higienização da narina com SF 0,9%;
• Mensurar a sonda do ápice do nariz ao lóbulo da orelha, descer até o apêndice xifoide,
adicionando mais 10 a 15 cm, pois a sonda normalmente ficará localizada na primeira porção
do duodeno. É importante levar em consideração as curvaturas do nariz, queixo e pescoço
até chegar ao apêndice xifoide. Deve-se, então, marcar o ponto com micropore;
• Para facilitar a saída do fio guia, lubrificar a sonda internamente com 10 ml de água Vittalle
ou SF 0,9% antes da passagem da sonda. Lubrificar a extremidade distal da sonda com o gel
lubrificante. Importante ter especial cuidado nesta etapa pelo risco de aspiração.
• Posicionar o paciente com o pescoço em posição neutra e introduzir delicadamente a sonda
pela narina, direcionando-a para trás da orelha. Após a introdução de aproximadamente 10
cm fletir pescoço em direção ao tórax do usuário. Para auxiliar o processo, se o paciente
puder colaborar, peça para que realize movimentos de deglutição;
• Continuar introduzindo a sonda até o ponto marcado com micropore. É importante observar
sintomas adversos como tosse, dispneia, cianose e agitação. Nestes casos, a sonda deve
ser retirada.
• Testar o posicionamento da sonda injetando 20 a 30 ml de ar com seringa e auscultar com
estetoscópio a região epigástrica, a fim de ouvir os ruídos causados pelo ar. Além disso,
pode-se aspirar o conteúdo e medir o Ph para confirmar que o conteúdo é proveniente do
estômago.
• Após confirmação do posicionamento adequado da sonda, retirar o fio guia delicadamente e
fixar a sonda na face, do mesmo lado da narina utilizada, com micropore fino. Anotar a data
da instalação para controlar a troca, quando necessária.
• Verificar o conforto do paciente e solicitar ao usuário que permaneça com a cabeceira elevada
a 30 ou 45 graus e, na impossibilidade disso, manter-se em decúbito lateral direto por
algumas horas;
• Guardar o fio guia em embalagem limpa e mantê-lo junto aos pertences do usuário, caso a
sonda atual precise ser repassada;
• Reunir todo o material e desprezá-lo em local apropriado. Higienizar a bandeja, retirar as
luvas para procedimento e a máscara descartável e higienizar as mãos;
• Iniciar a nutrição ou medicação apenas após a confirmação da correta posição da sonda pela
radiografia.

Manutenção e cuidados com as sondas:

• Deve-se verificar o posicionamento correto da sonda antes de iniciar qualquer infusão;


• Administrar a dieta em temperatura ambiente e não a infundir rapidamente, a fim de minimizar
o risco de diarreia ou má absorção do alimento. Respeitar a orientação médica ou
nutricionista;
• Manter o usuário em posição sentado ou semissentado durante e após (20 a 30 minutos) o
processo de administração da dieta, para diminuir risco de aspiração;
• Ao infundir a dieta, observar seu aspecto, detectando alterações como: presença de
elementos estranhos, integridade do frasco, data de fabricação / manipulação, volume,
fórmula e horário, confirmando estes dados na prescrição. A validade e manutenção da dieta
deve seguir a orientação do fabricante;
• Ficar atento à fixação da sonda, alternando o local para não lesar a pele das narinas;
• Utilizar frascos de até 300 ml;

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• Os medicamentos devem ser em forma líquida. Devendo-se então macerar e administrar
separadamente cada droga;
• Lavar com 40 a 60 ml de água filtrada antes e após a administração de medicamentos ou
fórmulas alimentares, a fim de evitar a obstrução da sonda. No caso de haver mais de uma
medicação no mesmo momento, deve-se infundir 10 ml de água entre uma aplicação e outra,
sempre respeitando a demanda hídrica do paciente.
• Caso a sonda esteja sem fixação e retraída, nunca inserir novamente, devendo-se retirar toda
a sonda e realizar nova passagem.

Imagem – Demonstra a localização anatômica das sondas nasoentérica, nasogástrica e orogástrica.

Fonte: Vitalli, 2021.

Unamuno MRDL, Marchini JS. Sonda nasogástrica/nasoentérica: cuidados na instalação, na administração da dieta e prevenção de
complicações. Medicina, Ribeirão Preto, 35: 95-101, jan./mar. 2002.

KAWAMOTO, Emília E.; FORTES, Julia I. Fundamentos de Enfermagem, 3ª edição. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2011. E-
book. ISBN 978-85-277-2122-6. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2122-6/. Acesso em: 06
nov. 2022.

Sondas. Nasoentérica: introduzida pelo nariz e fica localizada no intestino. Nasogástrica: introduzida
pelo nariz e fica localizada no estômago do paciente. Orogástrica: introduzida através da cavidade
oral e que fica localizada no estômago

Ao inserir a sonda nasogástrica, pode ser útil colocar a outra mão atrás da cabeça do paciente para evitar
empurrá-la para trás.

Pedir ao paciente que beba alguns goles de água ao passar a sonda nasogástrica da faringe ao esôfago e do
esôfago ao estômago pode melhorar muito a probabilidade de sucesso e reduzir engasgos. Essa técnica
possibilita que o paciente engula a sonda.

Às vezes, pedir ao paciente que tente encostar o queixo no tórax (abaixar o queixo) e beber água pode ajudar
a facilitar a passagem da sonda da orofaringe para o estômago.

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Imagem – Sonda nasoentérica

A sonda possui uma cor opaca, possui fio guia, ponta rádio opaca detectável no raio-x.

Fonte: https://www.medicone.com.br/sonda-alimentacao-enteral

3.3 Sonda para aspiração gástrica

Aspiração gástrica consiste na retirada de ar ou conteúdo gástrico, com a finalidade de coletar


material para exame, diminuir ou prevenir distensões abdominais por retenção de líquidos ou ar no
estômago.

Procedimentos de enfermagem

• Reunir o material: gaze, seringa de 20cc, cuba rim e luva de procedimento


• Calçar as luvas, pinçar a sonda, dobrando a extremidade para desconectá-la da extensão;
na SNG fechada, dobrá-la e retirar a tampa

Conectar a seringa à extremidade da sonda, envolvendo-a com gaze e desdobrar a sonda

• Aspirar com a seringa, dobrar a sonda, desconectar a seringa e desprezar o conteúdo


aspirado na cuba-rim
• Repetir o procedimento tantas vezes quantas forem necessárias
• Medir o volume da secreção aspirada e anotar
• Deixar o paciente confortável, organizar a unidade e o material.

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Conectar a seringa à extremidade da sonda, envolvendo-a com gaze e desdobrar a sonda

• Aspirar com a seringa, dobrar a sonda, desconectar a seringa e desprezar o conteúdo


aspirado na cuba-rim
• Repetir o procedimento tantas vezes quantas forem necessárias
• Medir o volume da secreção aspirada e anotar
• Deixar o paciente confortável, organizar a unidade e o material.

3.4 Sonda para lavagem gástrica

A lavagem gástrica consiste na introdução, por meio da SNG, de líquido na cavidade gástrica,
seguida de drenagem e remoção do resíduo gástrico. Esse procedimento tem por objetivo retirar o
conteúdo gástrico excessivo ou nocivo decorrente de intoxicação medicamentosa ou alimentar,
retenção de alimentos não digeridos; preparar a cavidade gástrica para exames ou cirurgia e
controlar hemorragia gástrica ou esofágica, com infusão de solução salina gelada.

Procedimentos de enfermagem

• Reunir o material: frasco com solução prescrita, equipo, gaze, toalha, luva de procedimento
• Explicar ao paciente o procedimento, colocá-lo em decúbito lateral esquerdo, proteger o tórax
com a toalha. Se inconsciente, posicionar com a cabeceira ligeiramente elevada
• Calçar as luvas, conectar o equipo do frasco do soro à sonda e infundir até 250 cm
• Desconectar o equipo e drenar por sifonagem em frasco coletor
• Durante o procedimento, observar reações do paciente, dispneia, cianose, palidez
• Repetir a etapa até́ finalizar o volume total a ser infundido
• Retirar as luvas
• Anotar as características do líquido de retorno e volume injetado e drenado

3.5 Sonda para cateterismo vesical de demora

Os padrões de eliminação urinária estão relacionados a fatores fisiológicos, sociais e emocionais,


sendo que a independência para esta atividade pode ser afetada por incapacidade física e/ou mental.
Quando o enfermeiro identifica um caso de eliminação urinária alterada, ele deve ser capaz de
estabelecer o diagnóstico de enfermagem com base nas queixas clínicas, implementar intervenções
que eliminem ou atenuem os sintomas ou encaminhar o paciente a uma avaliação mais acurada
(POTTER; PERRY, 2009).

Para identificar um problema de eliminação urinária e obter dados para o planejamento do cuidado,
o enfermeiro deve empregar o raciocínio clínico, investigando o padrão de micção, os sintomas de
alterações urinárias e os fatores que afetam a micção individualmente. Na implementação do
cuidado, desenvolve ações que vão da promoção à saúde aos cuidados agudos nas alterações da
eliminação vesical. Em muitos casos, métodos alternativos de drenagem urinária podem ser
empregados (WHITE et al., 2012; POTTER; PERRY, 2009).

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Imagem – Sistema urinário feminino e masculino

Fonte: https://www.drakeillafreitas.com.br/infeccao-urinaria-associada-a-sonda-vesical/

É de suma importância o enfermeiro conhecer e identificar a anatomia do sistema urinário, para conseguir
realizar corretamente a inserção da sondagem.

A cateterização urinária é utilizada em situações específicas e consiste na introdução de um tubo


flexível na bexiga para permitir a drenagem de urina. Pode consistir de um sistema intermitente
(cateterismo vesical de alívio) ou residente (cateterismo vesical de demora). É prescrito com o
propósito de esvaziar a bexiga para finalidade cirúrgica ou diagnóstica, para clientes com
incontinência ou retenção urinária, quando se faz necessária a avaliação exata do débito urinário,
para coleta de amostras de urinas e para irrigar a bexiga ou instilar medicamentos nas cirurgias
urológicas (WHITE et al., 2012; POTTER; PERRY, 2009).

Cerca de 15% a 25% dos pacientes hospitalizados são expostos ao cateterismo urinário (CDC,
2009). Apesar do procedimento de inserção do cateter ser estéril, há risco de infecção, agravado
após 72 horas de permanência com o cateter ou, por traumas do tecido uretral no momento da
inserção (JBI, 2006; MAZZO et al, 2011). Medidas como o uso de sistema de drenagem fechada,
treinamento dos profissionais quanto a técnica asséptica de inserção e manutenção dos cateteres
tem se mostrado de grande importância para a prevenção da infecção (ALVES; LUPPI, 2006).

Embora muitas instituições de saúde apresentem o procedimento de cateterismo urinário


padronizado, não existe a garantia de sua implementação na prática assistencial, o que expõe uma
grande parcela de pacientes ao risco de infecção, quando este é necessário (MAZZO et al., 2011).
É a introdução de um cateter estéril (Folley), através do meato uretral até a bexiga, conectado a um

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coletor, também estéril, para drenagem da urina. Deve-se utilizar técnica asséptica no procedimento,
a fim de evitar uma infecção urinária.

Os cateteres de Folley são utilizados no procedimento de sondagem vesical de demora, apresentam


um balão de retenção e foram projetados para que não se desloquem da bexiga. Podem ter duas ou
três vias, sendo a escolha feita de acordo com o tratamento programado para o paciente.

O cateterismo vesical tem por finalidade esvaziar a bexiga em casos de retenção urinária; coletar
material para exames; instilar medicamentos; controlar o volume urinário; mensurar a pressão
abdominal; irrigar a bexiga; possibilitar a eliminação da urina em pacientes imobilizados,
inconscientes, com obstrução urinária e em pós-operatório de cirurgias urológicas; paciente com
úlcera na região sacra (medida para evitar recontaminação e desaceleração da cicatrização); entre
outras. A drenagem urinária, nesse caso, é realizada por meio de sistema fechado (demora) ou por
via suprapúbica.

Existem divergências sobre o responsável pela prescrição do procedimento: tanto médicos quanto
enfermeiros estão autorizados pelo seu órgão de exercício para realizar a prescrição do
procedimento, porém cabe à instituição definir o seu protocolo assistencial.

O parecer normativo aprovado pela Resolução COFEN nº 0450/20131 determina que o cateterismo
vesical é atividade privativa do enfermeiro, no âmbito da equipe de enfermagem. No que tange à
realização do cateterismo vesical intermitente no domicílio, a capacitação do paciente (quando
possível o autocateterismo) deve ser atribuição do enfermeiro. Quando existirem limitações para o
autocuidado, um familiar poderá ser capacitado para realizar esse procedimento.

Cabe ressaltar que o Parecer COREN-SP 035/2014 – CT PRCI nº 101.127/2012, da Câmara


Técnica, trata da prescrição de cateterismo vesical por enfermeiro e monitoração/manutenção pelo
auxiliar de enfermagem.

Material necessário para o procedimento:

• 1 bandeja de aço inox


• Material de cateterismo: cuba rim, cúpula e pinça pean ou cheron
• 1 sonda de Folley estéril (calibre adequado ao paciente)
• 1 coletor de urina de sistema fechado
• 2 seringas de 20 mL
• 1 agulha 40×12 mm
• 2 ampolas de água destilada
• 1 par de luvas estéreis
• 1 par de luvas de procedimento
• 1 gel lubrificante estéril (fechado)
• 1 pacote de gaze estéril
• 1 cálice graduado
• Sabão (comum ou com antisséptico)
• Solução aquosa de digliconato de clorexidina a 0,2%
• Álcool a 70% ou swab alcoólico
• Bolas de algodão

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• Adesivo hipoalergênico
• Avental descartável
• Óculos de proteção
• Máscara cirúrgica
• Biombo (se necessário)

Imagem – Diferença e indicações para as sondas vesicais de alívio e de demora

Fonte: Enfermagem Ilustrada, 2022.

3.6 Sonda para cateterismo vesical de alívio

O cateterismo vesical é um procedimento invasivo, que consiste na inserção de um cateter uretral


até a bexiga. Entre as finalidades, o cateterismo vesical é indicado para drenagem da urina em
pacientes com problema de eliminação urinária. A drenagem urinária, nesse caso, é realizada por
meio de sistema aberto (intermitente ou alívio).

O cateterismo vesical de alívio é o esvaziamento completo e imediato da bexiga. Para a realização


desse procedimento, utiliza-se um cateter estéril, que é introduzido através da uretra até a bexiga.
Após a eliminação da urina, o cateter é retirado e descartado.

É indicado em casos de retenção urinária, verificação de volume residual e coleta de exames. É


contraindicado em casos de trauma uretral, estenose de uretra, prostatite aguda e pós-operatório
urológico imediato.

O termo bexigoma.

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Aspectos legais: Existem divergências sobre o responsável pela prescrição do procedimento: tanto
médicos quanto enfermeiros estão autorizados pelo seu órgão de exercício para realizar a prescrição
do procedimento, porém cabe à instituição definir o seu protocolo assistencial.

Responsáveis pela prescrição: Médico e enfermeiro. O parecer normativo aprovado pela Resolução
COFEN nº 0450/20131 determina que o cateterismo vesical é atividade privativa do enfermeiro, no
âmbito da equipe de Enfermagem. No que tange à realização do cateterismo vesical intermitente no
domicílio, a capacitação do paciente (quando possível o autocateterismo) deve ser atribuição do
enfermeiro. Quando existirem limitações para o autocuidado, um familiar poderá ser capacitado para
realizar o procedimento.

Cabe ressaltar que o Parecer COREN-SP 035/2014 – CT PRCI nº 101.127/2012, da Câmara Técnica, trata da
prescrição de cateterismo vesical por enfermeiro e monitoração/manutenção pelo auxiliar de enfermagem.

Material necessário

• 1 bandeja de aço inox


• Material de cateterismo: cuba rim, cúpula e pinça pean ou cheron
• 1 sonda uretral estéril (calibre adequado ao paciente)
• 1 par de luvas estéreis
• 1 par de luvas de procedimento
• 1 gel lubrificante estéril (fechado)
• 1 seringa de 20 mL
• 1 pacote de gaze estéril
• Solução aquosa de digliconato de clorexidina a 0,2%
• Sabão (comum ou com antisséptico)
• 1 cálice graduado
• Avental descartável
• Óculos de proteção
• Máscara cirúrgica
• Biombo (se necessário)
• Bolas de algodão
• Álcool a 70% ou swab alcoólico

Tabela - Demonstra as etapas da inserção da sonda de alívio e as respectivas justificativas do procedimento.

Etapas Justificativa
Ressaltar aos profissionais de saúde que é sua
responsabilidade fundamental conferir, previamente
1. Verificar a prescrição do cateterismo vesical de
qualquer procedimento/tratamento, a identidade do
alívio.
paciente, de modo que o paciente correto receba o
cuidado correto.

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2. Reunir o material na bandeja para higiene
Priorizar o material de acordo com o procedimento
íntima, cateterismo e equipamento para
faz parte do planejamento de enfermagem.
precaução-padrão.

3. Providenciar 1 comadre e 1 jarro com água Priorizar o material de acordo com o procedimento
morna para higiene íntima. faz parte do planejamento de enfermagem.

É um direito do paciente receber as orientações


4. Explicar o procedimento ao paciente, familiar sobre os procedimentos que serão realizados.
ou acompanhante.

Manter a privacidade e a integridade do paciente faz


5. Promover a privacidade do paciente colocando
parte dos cuidados de enfermagem, em uma visão
o biombo e cobrindo-o com lençol.
individualizada e holística.

Prevenir infecções; é uma técnica utilizada como


6. Higienizar as mãos.
medida prioritária nos serviços de saúde.

7. Calçar luvas de procedimento e paramentar-se A utilização de luvas se faz necessária quando


com equipamento de proteção individual (EPI) – houver risco de contato com sangue, secreções ou
máscara, óculos e avental. membranas mucosas.

Posicionar o paciente do sexo masculino em


8. Posicionar a paciente do sexo feminino em decúbito dorsal com os membros inferiores
posição ginecológica e elevar a cabeceira para afastados. A privacidade e a integridade do paciente
proporcionar maior conforto. fazem parte dos cuidados de enfermagem,
promovendo conforto e segurança.

As dobras da pele do paciente podem conter


9. Realizar minuciosamente a higiene íntima da
secreções corporais que hospedam a flora de
área perianal e genital do paciente com água e
microrganismos e, por essa razão, devem ser bem
sabão.
lavadas e secas

Tanto a colocação como a retirada de forma


10. Retirar as luvas.
adequada fazem parte dos cuidados com o EPI.

Prevenir infecções; é uma técnica utilizada como


11. Higienizar as mãos.
medida prioritária nos serviços de saúde

12. Abrir o pacote de cateterismo vesical em


É um procedimento estéril, devendo seguir as
diagonal com uma das pontas sob as nádegas do
recomendações de técnicas assépticas.
paciente, evitando cruzar o campo.
13. Abrir o material descartável, com técnica
estéril, sobre o campo – sonda uretral, gaze
É um procedimento estéril, devendo seguir as
estéril, pacote de cateterismo vesical (cuba rim,
recomendações de técnicas assépticas.
pinça pean ou cheron, cúpula) e gel lubrificante
estéril.
É um procedimento estéril, devendo seguir as
14. Realizar a desinfecção da almotolia com recomendações de técnicas assépticas e as
álcool a 70% e colocar solução de clorexidina recomendações do Centers for Disease Control and
aquosa a 0,2% na cúpula. Prevention (CDC) e da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).

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Prevenir infecções é uma técnica utilizada como
15. Higienizar as mãos.
medida prioritária nos serviços de saúde.

A utilização de luvas estéreis se faz necessária


16. Calçar as luvas estéreis. quando houver risco de contato com sangue,
secreções ou membranas mucosas.

17. Proceder à antissepsia com auxílio das


pinças e gazes, iniciando pela região É um procedimento estéril, devendo seguir as
suprapúbica com movimentos firmes, do distal recomendações de técnicas assépticas e as
para proximal, de cima para baixo, trocando a recomendações do CDC e Anvisa.
gaze a cada movimento.

Antissepsia no paciente masculino: fazer a


antissepsia erguendo o pênis perpendicular ao corpo
e retraindo o prepúcio; espalhar com gaze
umedecida do meato uretral para baixo em sentido
único, do distal para o proximal (da glande até a base
18. Antissepsia em pacientes do sexo feminino: do pênis), usando uma gaze a cada movimento e
fazer a antissepsia separando os grandes lábios retirando o excesso com gaze seca, dando atenção
com a mão não dominante, expondo o meato ao meato uretral.
uretral e o orifício da vagina, sempre da vulva
para baixo em sentido único, trocando a gaze a
*Obs.: pode-se utilizar uma gaze ou compressa
cada movimento e retirando o excesso com gaze
estéril para segurar o membro masculino com a mão
seca, dando atenção ao meato uretral.
não dominante.

É um procedimento estéril, devendo seguir as


recomendações de técnicas assépticas e as
recomendações do CDC e da Anvisa.

No sexo feminino, lubrificar a ponta da sonda.

No sexo masculino, elevar o pênis a 90°, aplicando


lentamente 20 mL de lubrificante no meato urinário.
19. Lubrificar a sonda vesical de alívio com gel
lubrificante estéril.
As instruções sobre o manuseio, os testes e o
procedimento correto devem atender às
recomendações do CDC e da Anvisa e às boas
práticas de enfermagem.

20. Introduzir a sonda uretral delicadamente no As instruções sobre o manuseio, os testes e o


meato urinário, colocando a extremidade distal procedimento correto devem atender às
da sonda uretral dentro da cuba rim estéril até recomendações do CDC e da Anvisa e às boas
observar a drenagem de urina. práticas de enfermagem.

As instruções sobre o manuseio, os testes e o


21. Ao término do fluxo urinário, retirar procedimento correto devem atender às
delicadamente a sonda. recomendações do CDC e da Anvisa e às boas
práticas de enfermagem.

Faz parte das atividades da enfermagem controlar os


22. Medir o volume urinário no cálice graduado.
débitos do paciente.

Tanto a colocação como a retirada de forma


23. Retirar as luvas estéreis.
adequada fazem parte dos cuidados com o EPI.

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Prevenir infecções; é uma técnica utilizada como
24. Higienizar as mãos.
medida prioritária nos serviços de saúde.
Faz parte dos cuidados de enfermagem manter o
25. Deixar o paciente confortável. paciente em uma posição anatômica, promovendo o
conforto e a segurança.
26. Recolher o material do quarto, mantendo a Faz parte do planejamento e das atividades de
unidade organizada. enfermagem manter o ambiente limpo e organizado.

27. Descartar o material de forma adequada e Faz parte do planejamento e das atividades de
encaminhar o material permanente ao expurgo. enfermagem manter o ambiente limpo e organizado.
28. Lavar a bandeja com água e sabão, secar com
Faz parte do planejamento e das atividades de
papel-toalha e realizar a desinfecção com álcool
enfermagem manter o ambiente limpo e organizado.
a 70%

Prevenir infecções; é uma técnica utilizada como


29. Higienizar as mãos.
medida prioritária nos serviços de saúde.

30. Verificar a prescrição e anotar o


procedimento realizado, registrando o volume, o Faz parte do planejamento e das atividades de
aspecto e a coloração da urina, na folha de enfermagem fazer as anotações detalhadas dos
anotação de enfermagem do prontuário do cuidados e/ou dos procedimentos realizados.
paciente.

Fonte: Fonte: BARROS, Alba L. B L. Procedimentos de Enfermagem para a Prática Clínica. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2019.
E-book. ISBN 9788582715727. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582715727/. Acesso em: 02 dez.
2022

Imagem – Demonstra a técnica para inserção da sonda vesical no sexo feminino e masculino.

Fonte:
https://www.google.com.br/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fperiodicos.furg.br%2Fvittalle%2Farticle%2Fdownload%2F13251%2F8841%2
F42388&psig=AOvVaw1jEgcOkDfFfama_KvMOOdA&ust=1675529130750000&source=images&cd=vfe&ved=2ahUKEwivobvG5vn8AhU
JOLkGHeKtBM8Qjhx6BAgAEAs

3.7 Sondas para enemas

O intestino grosso, também chamado de cólon, vai da válvula ileocecal até o ânus e é o principal
órgão de eliminação intestinal. Entre suas funções estão a absorção de água, a formação e a

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eliminação das fezes do organismo. Vários são os fatores que podem interferir na eliminação
intestinal, como quantidade e qualidade de líquidos e alimentos, estilo de vida, uso de medicamentos,
patologias, exames, entre outros.

O termo fecaloma

Enema é a instilação de uma solução no intestino grosso, em geral, com o objetivo de promover a
eliminação das fezes e ou a realização de exames. Ele pode ser classificado como limpador, de
retenção ou retorno de fluxo. O volume a ser administrado varia conforme a indicação e a idade, e
possuem a indicação de:

• Enemas limpadores: têm como finalidade o alívio da constipação e da impactação fecal,


prevenção de saída involuntária de fezes durante procedimentos cirúrgicos, promoção de
visualização do trato intestinal para exame radiográfico e auxílio no restabelecimento da
função regular normal, durante treinamento intestinal.
• Enemas de retenção: são aqueles que mantêm o líquido dentro do intestino por um período
prolongado.
• Enemas de retenção à base de óleo: a solução à base de óleo tem por finalidade lubrificar as
fezes e a mucosa intestinal, facilitando sua saída.
• Enemas carminativos: auxiliam na eliminação de gases.
• Enemas com medicamentos: são introduzidos no reto e absorvidos pela mucosa.
• Enemas anti-helmintos: têm a finalidade de eliminar os parasitas do intestino.

A instilação de uma solução no intestino grosso é um procedimento que pode ser realizado pela
equipe de enfermagem e que deve ser registrado no prontuário do paciente com as seguintes
informações: data e hora do procedimento; a necessidade de realizar higiene íntima; orientações
quanto à finalidade do procedimento; informar o tipo de solução; a quantidade da solução prescrita
e administrada; o tempo de retenção do líquido e se apresentou intercorrências, queixas durante a
instilação da solução e as providências adotadas. Quanto ao conteúdo drenado, anotar as
características do líquido. Ao final da anotação, colocar o nome completo e o número do COREN do
responsável pelo procedimento e o carimbo do profissional.

Material necessário:

• Bandeja
• Álcool a 70%
• Sonda retal
• Solução prescrita
• Equipo de soro
• Lubrificante hidrossolúvel
• Comadre e papel higiênico
• Lençol móvel e impermeável

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• Luvas de procedimento
• Biombo (se necessário)
• Óculos de proteção
• Máscara cirúrgica
• Avental descartável

A assistência de enfermagem ao paciente que necessita de administração de enema no domicílio


requer uma avaliação do enfermeiro para identificar se há a possibilidade de o indivíduo se auto
administrar ou se há a necessidade de um familiar para auxiliá-lo na instilação do enema. As ações
educativas sobre o procedimento no domicílio, a posição confortável e o tempo necessário para a
retenção da solução antes da defecação são fundamentais para evitar desconforto e complicações
e devem ser orientadas pelo enfermeiro.

Imagem – Enfermeira aplicando o Enema

Fonte: https://www.3bscientific.com/br/simulador-de-cuidados-intestinais-e-enema-p16d-tom-de-pele-escura-1023320-p16d-3b-
scientific,p_153_32893.html

Para ter acesso ao parecer técnico do COREN SP, acerca da execução da enfermagem do procedimento de
enema, clique no link ao lado : Parecer_024_2021-Competencia-realizacao-de-enteroclisma-lavagem-
intestinal.pdf (coren-sp.gov.br)

Ou acesse: https://portal.coren-sp.gov.br/wp-content/uploads/2021/11/Parecer_024_2021-Competencia-
realizacao-de-enteroclisma-lavagem-intestinal.pdf

Considerações Finais

As sondas são dispositivos que são introduzidos em vísceras ocas, como no trato gastrointestinal,
para fins específicos como para alimentação ou para desobstrução, nas vias aéreas e vias urinárias.
É imprescindível o conhecimento técnico científico dos enfermeiros para a prescrição e aplicação do
cuidado.

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As sondas auxiliam no processo de melhora do paciente e possuem diversas indicações.

A fim de minimizar complicações, algumas medidas devem ser tomadas para preservação da sonda vesical de
demora. Importante: nunca se deve tracionar a sonda e também deve-se alternar o lado de fixação da bolsa
coletora para evitar lesão do meato urinário. Não deixar a bolsa coletora da sonda vesical em contato direto
com o chão, pelo elevado risco de contaminação, mas também não se deve elevar a bolsa coletora acima da
posição da sonda no paciente, a fim de evitar refluxo de urina da bolsa para a bexiga. É necessário realizar a
higiene da região genital no mínimo três vezes ao dia. Nos homens sempre atentar para o prepúcio após a
higiene.

Sempre observar o aspecto da urina que está saindo na bolsa coletora e atentar para alterações nas
características da urina e também sintomas do paciente como mal-estar geral, febre, dores, quantidade
reduzida de urina na bolsa coletora e bexiga endurecida à palpação. Importante atentar para o intervalo de
trocas da sonda e encaminhar ao profissional para que seja realizada essa manutenção, bem como observado
os sinais de alteração acima mencionados

Em um procedimento de cateterismo simples ou de alívio, que tem como finalidade esvaziar a bexiga e colher
urina para exame, a sonda adequada é:

a) Folley;
b) Levin;
c) retal;
d) Nelaton;
e) Sengstaken-blakemore

Resposta: a)

1. Na instalação de uma sonda nasogástrica em um adulto, para o cálculo do comprimento da porção a ser
introduzida, deve-se medir a distância da:

a) boca até dois dedos acima do umbigo;


b) base do nariz até atrás da orelha, e desta até o umbigo;
c) comissura labial até dois dedos abaixo do mamilo;
d) boca ao meio do externo, e deste ao início das costelas flutuantes;
e) ponta do nariz até o lóbulo da orelha, e deste até o apêndice xifoide

2. Sr. João, 49 anos, foi atendido em uma unidade de saúde referindo forte dor epigástrica, sudorese e tontura.
Ao realizar a anamnese, a enfermeira Joana coletou a informação de que o paciente era alcoolista há
aproximadamente um ano, além de ter sido diagnosticado com uma gastrite, cujo tratamento foi interrompido.
O paciente referiu ainda estar apresentando fezes escuras com odor fétido. Considerando os dados colhidos
na anamnese e exame físico, foram prescritos, entre outros procedimentos, reposição volêmica e instalação
de uma sonda nasogástrica para a realização da lavagem gástrica. Sobre o procedimento de sondagem
nasogástrica, explique como deve ocorrer a medição da mesma.

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Resposta:

1. e)
2. Para tanto, para determinar o comprimento da SNG leva em conta a distância da ponta do nariz ao
lóbulo da orelha e deste até o apêndice xifóide, trata-se do método mais divulgado, utilizado e
considerado adequado entre os profissionais de saúde. A inserção dessa sonda possui a finalidade de
fazer aspiração de secreções e sangue coletado, lavagem gástrica e principalmente para alimentação
artificial.

BARROS, A. L. B.L. Anamnese e exame fisico isicoliação diagnóstica de enfermagem no adulto. São Paulo:
ArtMed, 2003.

BRUNNER & SUDDARTH. Enfermagem Médico-Cirúrgica (4 volumes) – Guanabara Koogan, 1999

DOENGES, M. E.; Diagnósticos e intervenção em enfermagem. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 1999.

PORTO, C. C. Semiologia médica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

TIMBY, B. Conceitos e habilidades fundamentais no atendimento de enfermagem. 6ed. Porto Alegre: ArtMed,
2002.

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