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DEPENDÊNCIA EMOCIONAL NA VISÃO DA CONSTELAÇÃO SISTEMICA

A dependência emocional é uma condição psicológica e comportamental onde


um indivíduo se torna totalmente dependente do outro; o indivíduo se torna um
verdadeiro refém emocional, todos os seus objetivos, assim como a sua felicidade está
limitado a esse relacionamento. Essa relação pode ocorrer não somente entre
parceiros como cônjuges ou namorados mas também com filhos ou outro parente; o
que ocorre é uma verdadeira obsessão, ao acreditar que aquele relacionamento é a
razão de sua existência e acredita também, ser a razão da existência do outro. O
dependente costuma sentir-se responsável pelo outro, intrometendo-se em suas
atividades, em seus problemas; mas sempre necessitando da aprovação do outro,
sendo extremamente apegado, muitas vezes tornando a sua presença sufocante.
Existe um ambiente “pesado”e toxico, sem um prazer real nessa relação; a
possessividade e ciúme se tornam cada vez mais marcantes e a chantagem e
manipulação são comuns para alcançar o que deseja.

Podemos observar os seguintes sinais de dependência emocional:

 Dificuldade em tomar as próprias decisões – as escolhas e decisões mais


simples necessita sempre da aprovação do companheiro.
 “Vai aos extremos” – pode se envolver em situações comprometedoras,
perigosas e/ou humilhantes para ter apoio e carinho.
 Dificuldade em estar só.
 Dependência extrema – chega a responsabilizar o outro pela sua vida.
 Ao final de um relacionamento, busca com rapidez outro, por medo de
estar só.
 Diz “sim” para tudo – péssimo hábito que tem por objetivo não entrar
em desacordos, porque o simples fato de ter uma opinião diferente
pode ameaçar o relacionamento.
 Preocupações excessivas – medo de ser abandonado, de ser
decepcionado, de ser frustrado.
 Baixa auto estima e confiança – não acredita em si, desiste facilmente.
 “Exige” que o outro o ame como ele que
As crianças e adolescentes são heteronômicas ou seja necessitam que alguém
de fora as oriente no caminho mais adequado; consequentemente são mais
emocionalmente dependentes o que é normal e adequado para a idade, mas
conforme vão crescendo e amadurecendo devem ser estimuladas à alcançar a sua
autonomia. Crianças super protegidas na infância acabam crescendo dentro de uma
“bolha” e ficam com medo de arriscar, de tomar suas próprias decisões, ficam com
medo de errar e de olhar para a vida. Devido a tudo isso quando se tornar adulto
buscará alguém a quem possa se apegar e assim sentir-se seguro e valorizado. O
relacionamento que tivemos com os nossos pais irá influenciar muito no nosso
desenvolvimento e amadurecimento emocional, aprendemos a nos expressar e a nos
comportar emocionalmente em situações de estresse. Infelizmente muitos pais estão
“feridos” carregando seus traumas e suas dores e não se encontram disponíveis para
nos ouvir e nos perceber. Nos adaptamos e nem sempre todos se adaptam da melhor
forma.

Na problemática da dependência emocional, existe um desequilíbrio entre o


dar e o receber amor. O dependente mostra um constante desejo de posso,
juntamente com um egoísmo, ciúme e sufocamento do outro; aqui ocorre um “dar”
em demasia e um pouco “receber”. Segundo Bert Hellinger uma das ordens para que o
amor flua é que exista um fluxo constante entre o dar e o receber. “… em primeiro
lugar, faz parte das ordens do amor entre pessoas iguais que reconheçam o outro
como alguém de mesmo valor”. Nessa equação uma das parte irá ficar sobrecarregada,
ocorrerá um desequilíbrio do sistema e o sofrimento será inevitável.

Quando estamos muito disponíveis aos problemas e as dores de nossos


antepassados, acreditando que dessa forma podemos ajuda-los, entro em um ciclo,
onde não sou capaz de ajudar porque eles são maiores que eu, e dessa forma não
tenho energia para “olhar para a vida” e ser produtivo.

“A vida não admite representantes. Ninguém pode aprender e crescer por


você. Ninguém pode fazer por você o que você mesmo precisa fazer”. Jorge Bucay

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