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AUTOSSABOTAGEM E CONSTELAÇÃO SISTEMICA

A palavra sabotagem tem origem do Frances SABOTAGE e significa “estragar


uma atividade, fazer algo mal feito”; acredita-se que operários insatisfeitos jogavam
seus tamancos nas maquinas para que essas sofressem danos. A autossabotagem
significa um processo de sabotagem que alguém faz a si mesmo, através de ações que
acabam por prejudica-lo. Essas ações ocorrem de forma inconsciente, onde o indivíduo
não se dá conta, apenas está imerso em situações de insucessos e fracassos que na
maior parte das vezes sente-se incapaz de progredir, sem compreender os motivos que
o impedem de ter sucesso nas diferentes áreas da vida. Nossas crenças pessoais que
na maior parte foram adquiridas na infância, criadas ou ensinadas por figuras de maior
autoridade. Essas “leis limitantes” que foram introjetadas inconscientemente como
uma forma de proteção, mas que atuam sobre a nossa vida e que são grandes
influenciadoras para o nosso sucesso.

A autossabotagem é um movimento individual, porém possui uma origem


sistêmica e ocorre por uma necessidade inconsciente de manter-se “ligado e leal” ao
clã. Para Shavasti a autossabotagem é algo tão comum e tão humano, ligado as
lealdades parentais invisíveis, onde inconscientemente estamos honrando o nosso
sistema familiar. Podemos observar pessoas de origem muito humilde que ao
progredirem na vida profissionalmente e economicamente, sentem-se bem com o
sucesso ao mesmo tempo são imersas em um sentimento de culpa, solidão, associados
com percepções equivocadas de haver “abandonado” e/ou excluído a família de
origem; acreditam estar se distanciando de suas raízes. Inconscientemente
mecanismos para evitar o sucesso são acionados, esses funcionam como um
verdadeiro elástico que provocam uma sensação de ser “puxado” ao estado inicial,
ocorrendo uma verdadeira perda de energia e de forças, sendo bem comum que o
indivíduo perca tudo o que foi conquistado; porém a culpa pelo insucesso sempre é
depositada em outras pessoas, em problemas econômicos em geral, mas nunca se
percebendo como causador dos seus problemas e resultados. Em casos onde há
irmãos com uma deficiência, uma enfermidade ou um destino mais pesado, podemos
observar a “lealdade entre irmãos”, o irmão sem problemas pode sentir-se
“paralisado”. Inconscientemente acredita não ter direito de ter sucesso e até mesmo
ser feliz, não se permitindo viver em plenitude, ocorrendo um verdadeiro boicote.

A autossabotagem pode ser vivenciada de diferentes formas e em todos os


casos o indivíduo não percebe como algo “anormal”. São procrastinadores, com
dificuldade em elaborar ou resolver tarefas importantes, associado a uma sensação de
incapacidade, causando muitas vezes ansiedade e depressão. Autocrítica exagerada
com uma necessidade de ser perfeccionista em tudo; se sente vítima de variadas
situações, com pensamentos negativos. Culpabilidade, se autoproclamando culpado,
evitando assim a crítica e os julgamentos alheios. São inconstantes e negativos com
grande dificuldade em concluir atividades iniciadas.

Por pertencer ao campo sistêmico, podemos observar que a autossabotagem


persiste em várias gerações que por amor e fidelidade ao sistema familiar,
inconscientemente fracassos, exclusões, doenças e tantos outros destinos difíceis que
nossos ancestrais muitas vezes tiveram de viver, são repetidos e existe a tendência de
minimizar, “deixar de viver”, obscurecendo a vida por conta de um sofrimento que não
nos pertence. Esse movimento acaba sendo uma desonra e um desrespeito ao
sofrimento àqueles que passaram por dificuldades ou viveram um destino cruel, como
se toda essa luta e sobrevivência houvesse ocorrido em vão.

A constelação sistêmica nos permite olhar para os nossos antepassados,


aceitando, respeitando e honrando o destino dos que vieram antes de nós, quando
aceitamos e recebemos a força que vem deles honramos pela vida que nos foi dada.
Pedir uma benção e uma permissão de seguir em frente, olhar para a vida e cumprir
com o meu destino fazendo o meu melhor; essa é a maior honra, fidelidade e laço que
podemos manter com nossas origens.

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