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Dificuldade de falar “não”, de se posicionar e fuga de conflitos:

Compreensão sistêmica

Compreensão sistêmica:

A dificuldade de dizer “NÃO” reflete uma postura infantil em um mundo


de adultos. O lugar infantil é este lugar em que você evita conflitos externos
mas acaba causando guerras dentro de si mesmo. Não consegue falar, não
consegue se posicionar diante do caos familiar, das exigências da vida, ou
seja, não sabe como tirar sua criança das relações de abusos adoecidas do
presente, reproduzindo, dessa forma, as dinâmicas de confusão interna de
quando era apenas uma criança e não sabia o que fazer. Você aprendeu a
viver essas confusões na família, por isso as situações de abuso de hoje lhe
parece tão familiar.
Pessoas que estão sobrevivendo com essa dinâmica têm uma grande
tendência de terem sério e graves problemas de Intestino Grosso por não se
autorizarem a colocar para fora a raiva, o ressentimento e as emoções
negativas ou desenvolver modalidades de câncer como forma de se
autodestruir para caber na dinâmica do outro, no tempo do outro e se adaptar
aos padrões de funcionamento e exigências das outras pessoas. Essa
dinâmica doentia de se movimentar nas relações carregando um “NÃO” para si
mesma e aceitando tudo o que vem de fora vai se agravando até se cristalizar
e se transformar em um sintoma físico. È quando nos damos conta que, de
fato, há algo de errado com o nosso corpo. O corpo passa a falar, expressar
aquilo que você não consegue. É aqui que a doença começa a se agravar.
Pessoas que não desenvolveram uma consciência de exercer o seu
direito psicológico de poder-de-recusa e posicionamento nas relações adultas e
maduras continuam em um lugar infantil. E criança não sabe se proteger.
Criança não tem poder e força para se posicionar. Criança apenas sente e
segue o que lhe é dito. Quem continua ocupando este lugar infantil não sabe
falar, vive abusado, deixa o outro fazer o que quiser consigo, vive carregando
dentro de si uma sensação de invasão o tempo todo.
Quem tem dificuldades de dizer “NÃO” vive muito cansado e exausto,
pois está apenas sobrevivendo aos abusos diários, como uma criança. A
criança sobrevive assim, ficando calada e parada, no mesmo lugar. O adulto
precisa verbalizar os sentimentos pesados e difíceis que a criança engoliu e
não conseguiu falar.
É muito comum também que pessoas com dificuldades de se posicionar
fazendo uso do NÃO carreguem carências afetivas e exigências internas
atravessadas pelo sentimento de que não foram supridas suas necessidades
de proteção, de orientação e de cuidados na infância. Carregam um sentimento
de que não foram nutridas de orientações e cuidados mediante as exigências
da vida. É observado um fluxo interrompido de cuidado/proteção/ na relação
com seus cuidadores na infância, travessadas e ligadas , muitas vezes, por
experiências de abusos conscientes e inconscientes acontecido com a própria
pessoa ou com um familiar. Na compulsão (dirigida para a obesidade) há uma
dinâmica abusiva por trás que ativa um recurso fisiológico de sobrevivência ao
sofrimento/dor/angustia da experiência abusiva: “eu me encho de gordura e
assim não serei atacada novamente como fui. Assim eu posso me proteger e
sobreviver”. Na vida adulta a pessoa apresentará uma forte tendência de
dificuldade de se proteger diante de novas dinâmicas de exigências em seus
novos papeis sociais. É como se este adulto hoje se sentisse “com fome de
cuidados”, desprotegido mediante exigências e/abusos externos. Essa
dinâmica acaba enviando uma mensagem inconsciente ao corpo físico e o
ENGORDAR (ganhar volume de natureza da gordura) passa a ser uma forma
de auto-proteção: “ Eu preciso me proteger porque não tenho quem faça por
mim”. A pessoa se enche de comida, mas depois esvazia. É o efeito sanfona
dos processos de dietas temporárias. Verdadeiros paliativos para tentar
resolver conflitos de dinâmicas infantis. O vazio é de alma. O sentimento de
que não foi nutrida de cuidado e proteção suficiente revela a falta afetiva e não
a fome biológica. O que você precisa é se nutrir de amor próprio. A pratica de
alimentar o seu corpo constantemente cada vez que se sente des-protegido,
sem apoio, sem cuidado ou mediante exigências da vida que te fazem sentir
confuso vai construindo a experiência da compulsão. Mas na alma o que existe
é um vazio de falta. Aqui a compulsão encobre e alivia a dor e a fome da alma.
Isso dá um prazer temporário. Ganhar volume, acumular gordura é necessário
para suportar e nos proteger, ainda que de forma disfuncional, trazendo
problemas de articulações e cardiovasculares. É a inteligência do seu corpo em
funcionamento. [frequentemente o corpo faz o trabalho que não fazemos: honra
e ama o que depreciamos. O corpo vive o outro lado dos assuntos que não nos
animamos a viver abertamente, que não expressamos].
Qual a dor estou escondendo de mim mesmo?

Roteiro de auto- análise

1. Identicar que sentimento atua em você neste momento (ato de comer)

2. Localizar no corpo onde o conflito mais te toca, mais te impacta.

3. Olhar verdadeiramente para os ambientes opressores e/ou relação com


as figuras de abuso (moral, religioso, familiar, sexual-físico).

4. Devolver e expressar-se diante dos cuidadores que não conseguiram lhe


orientar e proteger (trazer para dentro de si apenas o lado saudável
desses adultos e devolver suas doenças e problemas)

5. Olhar para sua Criança Interior e tira-la dessa relação de abuso e


sofrimento e leva-la para a vida. Ela não sabe de proteger. Deixar que
ela seja apenas criança e você resolve os problemas de adulto por ela.

6. Principio básico da vida: (Lei da autopreservação): Todo elemento vivo,


precisa aprender a cuidar de si mesmo, a fim de preservar e manter a
sobrevivência. Se eu não cuido de mim mesmo como posso levar a vida
que veio até mim para a próxima fase? Tendência de o organismo
sucumbir, fracassar, e até a morrer.

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