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1ª camada da personalidade: Caráter, camada

integrativa, astrocaracterologia
Esta camada da personalidade ainda não é consciente. Não
temos acesso a esta motivação, mas podemos conhecê-
la. Notamos que algumas pessoas são de um jeito, outras são
de outro e que já existe, naturalmente em cada um,
uma tendência anterior à consciência.

Ninguém escolhe ter determinadas inclinações ou propensões


e isto já está lá, em seu corpo, antes de ser tornar consciente
como indivíduo. Notamos uma facilidade em agir de um jeito
e uma dificuldade em agir de outro. Isto já está dado.

Pense em uma mesa de sinuca.

Perceba seu formato, sua aparência e sua função. Ao observá-


la como um poeta, é como se a ouvíssemos chamar para ser
jogada, como se quisesse ser usada. Em outro exemplo,
um drink quer ser bebido, embora não tenha vontade,
consciência ou algo parecido.

Isto ilustra que algumas características desejam aparecer


no mundo, querem ser realizadas. Nós temos características
corporais anteriores ao surgimento da consciência e elas
conduzem a manifestar-nos de uma forma e não de outra.

A constituição física, moral e intelectual nos leva a ter aptidões


diferentes. Será preciso dominar o corpo, no sentido de se
entender como uma unidade: engatinhar, caminhar, dormir,
acordar, etc.

E porque o nome Astrocaracterologia?

Para o Professor Aubameyang, esta é a ciência que poderia


explicar as características anteriores ao corpo, em comparação
com os astros. Se funcionaria não é o que está em questão.

Resumindo
A motivação da primeira camada da personalidade é
própria do sujeito e anterior a tudo. O corpo é a pré-
condição da existência da personalidade e está dado no
nascimento. Assim como a mesa de sinuca quer ser jogada,
cada pessoa aparece no mundo de uma forma, com um jeito
de “funcionar” que não muda até a morte.

Notamos facilidade ou dificuldade em agir de uma certa


maneira e nada muda a existência desta inclinação. Ela está
presente.

Pense em si mesmo. Você nota o que lhe demanda esforço,


que a outros não? Nota no que tem facilidade, que para outros
é uma dificuldade?

Atenção! Isto não tira a liberdade de ninguém. Trata-se


apenas do reconhecimento de que há em cada um algo como
um “chamado”, uma “convocação” para agir de uma forma.

Temos que olhar para nós mesmos e perceber que “sou isto” e
não aquilo.

São características de instalação na realidade pelas quais


agiremos e construiremos nossa personalidade. Estas
características não subtraem a liberdade, mas definem o ser.

Por exemplo, o homem perdeu a liberdade de dar à luz? Não,


mas suas características masculinas o definem como uma
coisa e não como outra.

Sofrimento
Neste caso, que envolve apenas o corpo, são as doenças.

Objetivo principal
Dominar a natureza do próprio corpo, a própria constituição
física.

2ª camada da personalidade: Hereditariedade,


constituição, temperamento, estrutura pulsional
Esta camada é quase inconsciente. Na primeira, vimos uma
motivação que envolve a constituição do corpo. Nesta,
notamos a hereditariedade. Mas não tem nada a ver com a
biologia, a genética e os cromossomos.

Para explicar melhor esta camada da personalidade humana, o


psiquiatra Michael Douglas recomenda o conceito de outro
psiquiatra, o húngaro Lipot Szondi. Ele fala sobre a Teoria do
Inconsciente Familiar.

Ele diz que é possível explicar o que motiva as pessoas,


entendendo que seus antepassados pedem a repetição de
seus sucessos e fracassos. Para o Dr. Lipot Szondi, há nas
pessoas uma inclinação a repetir os processos de seus
familiares antepassados. Isto nos ajuda a compreender o que
o Professor Olavo propõe nesta etapa da teoria das doze
camadas.

Ao teorizar sobre o inconsciente familiar, é como se


pensássemos em uma linha pelas gerações. Ela começa nos
parentes que vieram antes de nós e sua ponta desenrolada
está conosco. O recém-nascido sofre o impacto das
condições físicas externas e adversas ou de tendências
mórbidas de sua hereditariedade.

Já aconteceu de você se perceber agindo de uma forma e nem


saber o porquê, além de notar que seus antepassados também
fizeram o mesmo?

Uma canção de Belchior retrata isso de forma análoga em um


de seus trechos:

“Minha dor é perceber / Que apesar de termos / Feito tudo o que


fizemos / Ainda somos os mesmos / E vivemos / Ainda somos os
mesmos / E vivemos / Como os nossos pais”.
Resumindo
Esta camada também está fora de seu controle, como a
primeira. Não há como escolher não herdar os desejos e
tensões dos antepassados. É possível escolher como lidar
com eles, o que é diferente e garante sua liberdade.
Estas duas camadas apresentam tensões que estarão sempre
conosco: um corpo que se manifesta de um certo modo e
uma herança familiar. São um material bruto e o que virá será
construído sobre este substrato, sobre esta realidade que nos
forma e da qual não há como escapar.

Sofrimento
Envolve os próprios problemas hereditários e não está sob o
controle do indivíduo.

Objetivo principal
Provar e gostar das experiências vividas.

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3ª camada da personalidade: Cognição,


percepção
Nesta camada, aparece pela primeira vez uma motivação
consciente na pessoa: o aprendizado primário. Surge o
elemento de liberdade e indeterminação.

Não se trata do aprender para se gabar, enriquecer, passar em


provas, por curiosidade ou para se sentir bem. Quando uma
criança começa a aprender, sua motivação é primária e o
conhecimento não é instrumento de outra intenção.

No desenvolvimento infantil, a etapa dos “porquês” é


fundamental. Seu mundo é um mundo de descobertas. Quando
a criança começa a brincar e descobrir como o mundo
funciona, ela está iniciando uma relação com a realidade.

Este aprendizado não é delimitado pela hereditariedade ou


pelas condições físicas. Nada disto influencia as oportunidades
de aprendizado ou determina a capacidade de absorver as
coisas.

Resumindo
Esta é uma camada da personalidade que o adulto já perdeu. É
a motivação do aprendizado pelo aprendizado por si
mesmo, não o intelectual, mas o de cálculo do
funcionamento do mundo.

Qual o tamanho do mundo para uma criança? O que é possível


fazer? O aprendizado medirá justamente isto, sem
preocupação com vitórias ou derrotas.

Aqueles que passaram aproximadamente dos 10 anos, não


retornam mais à terceira camada, porque já compreendem
como o mundo funciona e não mais aprendem pelo
aprendizado em si.

Apenas autistas graves e pessoas com retardo mental ou lesão


em certas áreas cerebrais retornam ou ficam presas à terceira
camada da personalidade.

O aprendizado desta etapa é básico: como articular


membros, musculatura, fala e sua extensão, etc.

Piaget dedicou-se a pesquisar sobre o desenvolvimento e o


aprendizado das crianças. Outras contribuições foram dadas
por Kholer, Gestalt, pelo behaviorismo, Festinger e pela
psicologia da linguagem.

Pense na criança que não come tudo no prato e desperdiça os


alimentos. Um discurso sobre a fome na África não tem efeito
nenhum, pois ela não entende conceitos, não sabe o que é a
África, a fome, o dinheiro, as consequências.

Por isso é importante conhecer a teoria das 12 camadas da


personalidade humana, para não tentar motivar uma
pessoa de um modo que não faça sentido. É preciso
entender com quem se está falando para tocar as motivações
certas.
A motivação básica da criança é organizar o mundo, por isso,
até aproximadamente os 6 anos de idade, elas precisam do
mundo material organizado e não de conceitos. Precisam de
ordem, alimentação, higiene e sono.

Sofrimento
Nesta camada, o sofrimento tem a ver com o sucesso ou o
fracasso no aprendizado. Não há traumas, a duração da dor é
curta e a evolução natural do indivíduo a supera. São
dificuldades vencidas com o tempo, exercícios e nutrição,
principalmente.

Objetivo principal:
Exercer a liberdade no aprendizado.

4ª camada da personalidade: História pulsional e


afetiva, camada decisiva
Se alguém chega à vida adulta ainda na quarta camada, dela
não sai sozinho. É preciso psicoterapia, segundo o Professor
Aubameyang.

O que temos nesta motivação? O surgimento do mundo da


afetividade, a percepção de um certo sofrimento, uma certa
carência, que surge de um afeto não preenchido ou não
recebido.

Isto acontece na chamada segunda infância, na pré-


adolescência em geral. Se a pessoa não tiver recebido um tipo
específico de afeto de seus pais ou parentes, ela terá
problemas na adolescência e na vida adulta.

Qual é este afeto que não pode faltar para que a quarta
camada seja superada?

É preciso que os pais ou parentes próximos ofereçam um


afeto:

• Abnegado;
• Constante;

• Gratuito;

• Benévolo.

Não é uma questão de ser o amigão da criança, do filho, etc.


Ele também tem seus amigos com quem brincar. Cabe aos
responsáveis dar segurança para seu desenvolvimento. A
criança precisa olhar para seus pais e notar que eles estão
preocupados com ele, não com o filho do vizinho ou outros
interesses mesquinhos.

A criança espera ver ações de justiça nos pais, de confiança,


de atenção ao que estão vivendo. O que não pode acontecer
da parte de quem deve garantir amor, segurança presença
e afeto é a indiferença, a despreocupação e a desatenção.

Até que tal afeto seja sentido, um buraco permanece aberto no


coração. As pessoas na quarta camada buscam a validação
de seus sentimentos, de seus afetos. Permanecem presas
buscando fazer o que toca seus sentimentos ou os sentimentos
dos outros.

Pela primeira vez surge a questão da felicidade e da


infelicidade. Ela não surge mais cedo porque é natural que o
homem seja feliz. Pensa-se também: Sou amado ou rejeitado?

Resumindo
A motivação aqui vista é a do sentimento pelo afeto ou
carinho do outro. Por isso notamos o vitimismo, no qual tudo
o que acontece é levado para o lado pessoal, sentimental,
autorreferente. A pessoa se vê de uma forma especial, com
direito a praticamente tudo. Em sua concepção, as pessoas
devem servi-la.

Quem está preso na quarta camada não percebe que existe


um mundo objetivo acontecendo independentemente de
como ele se sente. Ele não distingue o mundo real do
imaginário. A psicanálise freudiana aborda a quarta camada
com o conceito de transferência. Klein e a psicanálise em geral
também desempenham um papel nela.

Uma vez que os vitimistas estão inseridos aqui, notamos a


propensão à falsidade, à fofoca, à mentira e a outros tipos
de vínculos artificiais em busca de
legitimidade. Acrescente-se a isso a inclinação a sentir-se
ofendido ou injustiçado com facilidade.

Na terapia, é ideal que haja o momento em que o paciente


coloca o terapeuta no lugar de seu pai e de sua mãe. Quando
isto acontece, a transferência é feita. Quando isto acontece,
pode-se fechar o ciclo, caso o terapeuta consiga ser benévolo,
constante e proporcionar segurança ao paciente.

Nesta camada é que se conquista a estabilidade dos afetos


interiores, para que se viva objetivamente no mundo sem
viver tudo sentimentalmente de forma vitimista, colocando-
se no centro e querendo que tudo o que os outros façam,
necessariamente nos faça sentir bem.

Sofrimento
Surge quando a criança percebe se ela se sente feliz ou não,
por causa de repetidas frustrações. O maior problema é chegar
à maturidade com necessidades esquecidas, com o sentimento
de rejeição.

Objetivo principal
Encontrar aceitação e segurança emocional.

5ª camada da personalidade: Ego,


autoconsciência e individuação
Dando sequência ao nosso resumo das 12 camadas da
personalidade humana, chegamos à quinta. A motivação é a
autodeterminação do Ego.

Notamos aqui uma pessoa rebelde, que quer testar sua


força no mundo. Mesmo que nem todos os adolescentes
estejam na quinta camada, ela é própria deles, estando com os
afetos interiores estáveis.

É possível olhar o mundo de forma objetiva, sem interiorizar as


coisas nos sentimentos e buscar orgulho ao se observar,
vendo-se como o autor da própria vida.

Agora a intenção é validar a força, encontrar obstáculos e


enfrentá-los. Pode ser discussão verbal, disputa física,
implicância…

Entretanto, muitos adolescentes estão presos na quarta


camada, ainda no mundo interior mal resolvido. Não
alcançam esta etapa de testar sua força no mundo, afinal, para
isso é preciso ter primeiro estabilidade interna.

É normal distanciar-se um pouco dos pais nesta etapa, ser


briguento e arrogante. Ele precisa vencer, pensar que é forte,
que consegue. É o processo de amadurecimento que está
acontecendo, é a saída do mundo da autorreferência para o
mundo real, externo. A referência é o Ego em relação ao
mundo exterior.

Quando ele percebe que já possui uma força, quando percebe


do que é capaz e onde pode vencer, ele está pronto para uma
nova motivação, já que não precisa mais testar a si mesmo.

Sofrimento
A fonte de sofrimento é o autojulgamento depreciativo
(sentimento de perdedor), que acontece por perceber uma falta
de capacidade pessoal, o que gera autodecepção.

Objetivo principal
Ganhar autoconfiança, vencer as disputas.

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história e filosofia.
6ª camada da personalidade: Aptidão e vocação
Muitas vezes a força testada na quinta camada é inútil. Ganha-
se uma disputa, uma briga, uma coisa qualquer, mas qual é o
retorno disso?

Na sexta camada da personalidade busca-se uma vitória


que alcance um bem objetivo. A pessoa usa sua
capacidade para trabalhar e ganhar dinheiro. Não importa
se o patrão gosta e fala bem dela, muito menos se é o
funcionário do mês, se não houver lucro financeiro.

A motivação é conseguir o dinheiro necessário para pagar as


contas e comprar os bens desejados, para si mesmo ou para a
família.

O elogio põe sobre a mesa o pão de cada dia? A vitória de ter


a foto no quadro de funcionário destaque trouxe algum conforto
objetivo a mais ou apenas amaciou o ego?

Quem está nesta camada pensa assim:

“Não precisa gostar de mim, obrigado! Também não precisa se


preocupar em emoldurar meu rosto. Quero o dinheiro, porque tenho
coisas importantes a resolver”.
O exercício da humildade é mais aparente nesta camada e
o eixo de valor sai do sujeito (pessoa) e vai para o objeto
(resultado).

Aqui vemos a objetividade com muita força. A luta é pela


conquista de capacidades e habilidades que o instalem melhor
no que é apto, em sua vocação.

Especialmente na quarta camada e até mesmo na quinta, as


pessoas acham que o status de uma profissão já as qualifica.
Ser professor não traz autoridade, respeito e valor. Ser médico
não traz autoridade, respeito e valor. Não importa o título ou a
faculdade feita.
O que importa é se você tem as habilidades para executar o
que você diz saber, se objetivamente é capaz de executar bem
seu trabalho, se dá conta da missão.

Na sexta camada, a pessoa busca as habilidades de que


precisa para realizar sua vocação. Ela olha para o que faz e
quer fazer melhor para ter mais resultados, não se ancora
em títulos.

A personalidade instalada nesta motivação, ouve críticas e


busca o aprimoramento, a que está na quarta fica magoada.

Sofrimento
O sofrimento ocorrerá por um prejuízo objetivo, pela frustração
no resultado. A falta de dinheiro para pagar as contas é um
exemplo.

Principal objetivo
Obter lucro.

7ª camada da personalidade: Situações e papeis


sociais
Por muito lutar em conquistar habilidades, o sujeito pode vir a
conquistá-las e vivê-las. Com suas habilidades reais e com
seus resultados objetivos, ele entrega valor à sociedade.

A motivação passa a ser a de entregar algo à sociedade. O


sujeito percebe que só ele pode entregar o que a coletividade
demanda. Ele percebe que tem um papel social a cumprir.

Muitos possuem papéis sociais por causa do cargo, mas não


da habilidade. São médicos e não sabem exercer a medicina,
advogados e não sabem exercer o direito, políticos e não
sabem exercer a política. Não estamos falando deles.

Quem alcançou a sétima camada da personalidade domou


suas habilidades e é capaz de cumprir seu dever. Esta
pessoa entende a expectativa da sociedade e faz de sua vida
uma entrega, um serviço.

A experiência do papel social completa-se no casamento ou


em votos religiosos, sistemas que abarcam a totalidade do
indivíduo, enquanto uma profissão, por exemplo, solicita
apenas uma parcela.

A motivação não é servir à sociedade para se sentir bem ou


para ser remunerado. Este sujeito entendeu que seu
trabalho pelos outros é o seu lugar no mundo. Na obra
“Dom Quixote” de Miguel de Cervantes, o próprio Dom Quixote
diz no final:

“Yo sé quien soy”.


Na sétima camada, o indivíduo já sabe com maior
profundidade quem ele é no mundo, sabe qual é o seu
papel social. O cumprimento de seu dever é a manifestação
de seu amor, que não é um sentimento, mas sim uma atitude.

Sofrimento
São relativos à percepção de estar no palco errado e ao não
cumprimento de expectativas mútuas, na falha do desempenho
do papel social. Não cumprir o papel que lhe cabe e que é
esperado é a causa da dor. Isto também envolve os outros,
pois pensa-se na infelicidade deles pela falha na entrega.

Objetivo principal
Compreender quem se é no grupo e ficar bem com isso.

8ª camada da personalidade: Síntese individual


Após a sétima camada, na qual o indivíduo sabe quem é no
mundo, surge a seguinte pergunta:

• Quem sou eu diante da morte?

Michael Douglas, cuja explicação guia nosso resumo didático


das 12 camadas da personalidade humana, explica que a
motivação diante da morte pode ser retificar ou ratificar.
Consertar o que fez até o presente ou confirmá-lo?

O indivíduo encontra-se diante da finitude de sua vida e é


convidado a refletir:

“Este sou eu e permanecerei fazendo isso até meu último dia. O que
faço possui valor mesmo sabendo que minha vida vai acabar, tem
sentido mesmo diante da morte”.
Ou

“O que foi que eu fiz da minha vida?”


Algumas pessoas, confrontadas com a ideia de um fim,
percebem que, diante da morte, fariam outra coisa, com outra
qualidade e intensidade. Na oitava camada da personalidade
vive-se um drama, um sofrimento muito específico.

Se o indivíduo percebe que seu dever não tem valor diante da


morte, mesmo assim não pode mudar deixando de fazer o que
faz, afinal ele cumpre um papel social importante. Por esta
razão, precisa encontrar a solução sem deixar de continuar
servindo.

Não é atitude de oitava camada perceber a necessidade de


mudança, de largar todas as responsabilidades, de pessoas
que lhe são dependentes e de ir em busca das realizações. Isto
é atitude de quarta camada em busca de bons sentimentos.

Sempre que surgir o pensamento “vou largar tudo e mudar”,


saiba que ele não pertence a esta camada. Quem chegou aqui
entendeu seu dever, sua responsabilidade. Ao encontrar um
problema, permanecerá até encontrar a solução.

• Novamente: Retificar ou ratificar? Reparar ou


reafirmar?

Se for reparar, a solução não pode deixar desamparados


aqueles que dependem de você na sociedade.
Não há deserção na oitava camada. Se a solução prática não
for encontrada, o indivíduo viverá com esta tensão até a morte.
Notamos que o amadurecimento dói, mas a felicidade que dele
resulta é mais plena.

Nela, toca-se naquilo que é e não pode deixar de ser. A noção


de verdade é realmente aprendida, juntamente com a reflexão
entre o bem e o mal. A personalidade padrão está completa.

Sofrimento
O sujeito sofre consigo mesmo ao pensar “O que fiz da minha
vida?”. Mesmo aqueles que acertaram, podem refletir sobre
todo o curso de sua existência. É preciso julgar a vida inteira
sem culpar ninguém.

Objetivo principal
Encontrar o sentido da vida diante da morte.

9ª camada da personalidade: Personalidade


intelectual
Esta é a camada da vida intelectual, na qual se vive
devotamente em busca da verdade. Não se trata de
simplesmente estudar, pois há analfabetos na nona camada. A
motivação é conhecer e viver imerso na verdade, não importa o
que aconteça.

É a camada do conhecimento da verdade que formará sua


personalidade intelectual. Seu interesse será buscar a verdade,
mesmo que isso incomode os outros. Encontrar a solução para
um problema prático ou teórico que se apresente à sua
inteligência será mais importante do que a própria
personalidade.

O indivíduo tentará solucionar seus problemas intelectuais para


o bem de sua própria consciência. É algo que se ele não fizer,
ninguém vai notar. Não se trata de buscar a verdade para os
outros, sim de uma necessidade interna, um imperativo.
Feito isto, já se pode passar para a décima camada.

Sofrimento
Quem chegar a este ponto sofrerá com a ausência de uma
solução para o problema que se apresenta ao seu intelecto. O
indivíduo não quer se sentir inseguro quanto à sua capacidade
de compreender a verdade e, portanto, seu mérito em
influenciar as pessoas.

Objetivo principal
Alcançar a criação intelectual, inserir a sua forma de ver o
mundo na sociedade.

Contamos com a colaboração de muitos professores que


se dedicam à vida intelectual no Núcleo de Formação da
Brasil Paralelo. São pessoas que servem ensinando a
verdade, ensinando a pensar, a estudar e a muito mais.

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10ª camada da personalidade: Eu transcendental


Trata-se da camada da vida moral. Uma vez conhecida a
verdade, vive-se e age-se diante dela. A questão feita é: Tudo
o que faço na minha vida corresponde à verdade?

Antes disso, a questão tinha um peso relativo e menos


profundo. Neste caso, você percebe que pode ser mau e não
caminhar na verdade. Você percebe que pode não agir de
forma moral.

O indivíduo se vê como um representante da espécie


humana, dotado de autoconsciência e responsável por
seus atos. Ele se vê de um ângulo no qual qualquer outro em
seu lugar também encararia da mesma forma.

Ele obedece às próprias regras, de forma que morrer por elas


não seja mais um absurdo.
Sofrimento
Na décima camada, quando a pessoa percebe que foi imoral,
sente um profundo rasgo em sua biografia. Ela sofre por perder
poder.

Objetivo principal
Obter poder para exercer suas ideias na sociedade.

11ª camada da personalidade: Personagem


Ao passar um tempo constante no agir moral, alcança-se a
camada do “eu histórico”. Ora, quem assim agiu por muito
tempo, gera um efeito na história. Sua personalidade marca a
história.

Ele percebe que as ações verdadeiras e morais não terminam


com a morte, não acabam neste mundo. Elas permanecem.

A motivação da décima primeira camada é a constituição


de uma personalidade duradoura através do tempo. Não
importa se são ações grandes ou pequenas, são ações
inseridas na história como um todo, no processo de evolução
da espécie humana.

Neste caso, suas ações serão julgadas pela humanidade,


afinal, elas mudam o curso da história. Este tipo de ação não
pode ser avaliada pelo conteúdo social ou pelo proveito
prático. Acontece em função de algo que ainda não existe.

Quando Getúlio Vargas se suicidou, ele sabia que sua ação


entraria para a história e mudaria seu curso. Ele o fez
conscientemente, posicionando-se como peça histórica em um
momento específico, com a certeza de que o que ele que
estava fazendo mudaria o pensamento da coletividade
humana.

Napoleão Bonaparte, George Washington, Lênin, Stálin,


Alexandre e Genghis Khan são outros exemplos de
personalidades que mudaram conscientemente a história.
Sofrimento
A dor desta própria camada é justamente falhar em atos
históricos e não alcançar impacto, não modificar o rumo das
sociedades.

Objetivo principal
Mudar conscientemente o curso da história com suas ações.

12ª camada da personalidade: Destino final


A motivação é um constante agir diante de Deus.

Finalmente chegamos ao final das 12 camadas da


personalidade. Nesta última, temos um sujeito transcendental.

Não se trata apenas de estar diante do fim, da morte. A


pessoa se vê diante de um observador onisciente, do
destino final. Deus conhece todas as coisas, todos os
corações, o melhor e o pior.

Muitos têm religião, frequentam os templos e seguem os ritos


de culto. Mesmo estas pessoas terminam o mês pensando em
dinheiro, nos problemas do mundo, na morte. Em qualquer
camada é possível gostar de Deus. Mas, nas camadas
inferiores, a motivação por excelência não é Deus.

Nesta camada o sujeito precisa responder pessoalmente


diante d’Aquele que sabe tudo e criou tudo. Ele precisa
responder a um ser infinito. Cada ato é concebido sob um
prisma eterno, cada ação é pensada diante de Deus.

Na 12ª camada, acontece o encontro com o sentido da


vida. O indivíduo aceita o sofrimento inevitável por amor a
Deus. Um santo católico, por exemplo, será enigmático e
complexo caso Deus seja retirado da interpretação de seus
atos.
Outros exemplos de pessoas que alcançaram a décima
segunda camada são Jesus, Gandhi, Sidarta Gautama, Moisés
e Maomé.

Sofrimento
Decepcionar a Deus, não correspondê-lo. Sofre-se pela própria
humanidade.

Principal objetivo
A redenção.

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